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Notícias de economia, do mercado e das empresas do Brasil e do mundo, além de dicas e calculadoras para administrar suas finanças pessoais
A chefe do Executivo da União Europeia, Ursula von der Leyen, anuncia plano de 800 bi de euros da UE contra eventual saída dos EUA da Ucrânia, em 4 de março de 2025.
Yves Herman/ Reuters
A União Europeia tem um "plano forte" para retaliar as tarifas impostas pelos Estados Unidos, embora prefira negociar uma solução, disse a chefe do Executivo da UE, Ursula von der Leyen, nesta terça-feira (1º).
"Não queremos necessariamente retaliar. Mas se for necessário, temos um plano forte para retaliar e o usaremos", afirmou.
O presidente dos EUA, Donald Trump, já implementou tarifas sobre aço e alumínio importados em março, e impostos mais altos sobre carros entrarão em vigor na quinta-feira. Trump também definirá planos para "tarifas recíprocas" nesta quarta (2).
Esta reportagem está em atualização.
G1 Tue, 01 Apr 2025 11:58:14 -0000 - |
Os novatos vieram de 33 diferentes países e são empreendedores, investidores ou herdeiros. Juntos, somam um patrimônio de US$ 680 bilhões O seleto grupo dos bilionários ganhou 288 novos membros no último ano, segundo a lista de bilionários de 2025 divulgada pela Forbes nesta terça-feira (1°). Agora, o mundo tem 3.028 pessoas com um patrimônio de US$ 1 bilhão ou mais, o equivalente a cerca de R$ 5,8 bilhões. Isso é um recorde, de acordo com a publicação. Em 2024, eram 2.781 bilionários no mundo, o maior número até então. Schwarzenegger, Bruce Springsteen, criador de rede de burritos: os novatos na lista de bilionários da Forbes Os novatos vieram de 33 diferentes países e são empreendedores, investidores ou herdeiros. Juntos, somam um patrimônio de US$ 680 bilhões — uma média de US$ 2,4 bilhões para cada. Cerca de 70% desses novos bilionários fizeram fortuna por conta própria, com seus negócios. Nesse sentido, a maioria desse grupo veio da área de tecnologia, com 46 empreendedores da área atingindo os bilhões de dólares. O país com o maior número de novos bilionários é os Estados Unidos, com 103 novos nomes na lista, mantendo a tradição dos anos anteriores. O único brasileiro que entrou para a lista neste ano foi o empresário Mário Araipe, de 70 anos. Ele fundou, em 2007, a Casa dos Ventos, maior empresa desenvolvedora de energia renovável do país. Araipe é o maior acionista da empresa e divide a liderança da companhia com seu filho, Lucas Araipe. Sua fortuna é estimada em US$ 3 bilhões. *Matéria em atualização Clube dos 90+: veja quem são os bilionários mais velhos do mundo
G1 Tue, 01 Apr 2025 11:29:28 -0000 - |
Um dos cofundadores do Facebook, a fortuna do brasileiro é estimada em US$ 34,5 bilhões. O cofundador do Facebook Eduardo Saverin comparece ao segundo aniversário da 99.co e ao lançamento do 99PRO em Cingapura em 26 de maio de 2016.
Roslan Rahman/AFP/Arquivo
O empresário Eduardo Saverin voltou a liderar o ranking dos brasileiros mais ricos do mundo, com uma fortuna estimada em US$ 34,5 bilhões. Os dados são da lista anual de bilionários da revista Forbes, divulgada nesta terça-feira (1°).
Saverin é paulista — nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. Ele é conhecido por ter ajudado Mark Zuckerberg a fundar o Facebook— os dois se conheceram quando estavam na faculdade. (veja mais detalhes abaixo)
Hoje, o empresário tem 43 anos e mora em Singapura, com sua esposa e filho. Saverin também é cofundador e copresidente da B. Capital, empresa de venture capital.
🔍 Empresas de venture capital — também conhecidas como empresas de capital de risco — são aquelas que realizam investimentos em companhias inovadoras em estágio inicial ou de pequeno porte e oferecem conhecimento e ferramentas para que elas possam expandir. Normalmente, esse tipo de investimento é de alto risco, mas também pode oferecer altos retornos.
Saverin se formou em economia em Harvard — onde conheceu Zuckerberg e ajudou a criar a rede social em 2004. O brasileiro foi o responsável pelo investimento inicial necessário para começar as operações da empresa, segundo o livro "Milionários Acidentais", de Ben Mezrich, publicado em 2012.
Sua fortuna veio de uma participação minoritária da empresa. Ele apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação.
Sua fatia só não era maior porque Saverin e Zuckerberg romperam a parceria por discordarem sobre os rumos da empresa. O embate foi parar na Justiça e foi retratado no filme "A Rede Social" (2010), em que Saverin é interpretado pelo ator Andrew Garfield.
Ainda assim, ele chegou a receber o título de brasileiro mais rico da história em 2024. Na época, sua fortuna ficou avaliada em US$ 155,9 bilhões, após as ações da Meta, controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp, terem mostrado forte valorização.
* Esta reportagem está em atualização
Os brasileiros mais ricos do ranking de bilionários da Forbes
1. Eduardo Saverin: US$ 34,5 bilhões
Idade: 43 anos
Onde mora: Singapura
Saverin é paulista — nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. O brasileiro é conhecido por ter ajudado Mark Zuckerberg a fundar o Facebook — os dois se conheceram quando estavam na faculdade.
Ele tem 43 anos e mora atualmente em Singapura, com sua esposa e seu filho. Ele apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação.
Em 2024, ele chegou a receber o título de brasileiro mais rico da história. Na época, sua fortuna ficou avaliada em US$ 155,9 bilhões, após as ações da Meta — controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp — terem uma forte valorização com a divulgação de resultados trimestrais da empresa.
Atualmente, Saverin também é cofundador e copresidente da B. Capital, empresa de venture capital (aquelas que realizam investimentos em companhias inovadoras em estágio inicial ou de pequeno porte).
2. Vicky Safra: US$ 20,7 bilhões
Idade: 72 anos
Onde mora: Suíça
Vicky Safra, de 72 anos, tem origem grega. Ela tinha apenas 17 anos quando se casou com Joseph Safra, o homem que viria se tornar o banqueiro mais rico do mundo.
A fortuna da família tem raízes na Síria, com a criação de uma empresa que operava como casa bancária em 1800. Só começou a fazer parte da história do Brasil em 1953, quando o pai de Joseph Safra, Jacob Safra, se mudou com a família para o país.
Por aqui, a fundação da Safra Financeira veio em 1967. Com as compras de outras instituições financeiras, em 1972 o Banco Safra se estabeleceu no Brasil. Juntos, Vicky e Joseph Safra tiveram quatro filhos e 14 netos. Joseph Safra morreu em 2020, aos 82 anos, por causas naturais.
Entre os filhos, Jacob e David administram os negócios do Safra no Brasil e fora do país. Alberto deixou os negócios da família e fundou a gestora de ativos ASA. Esther também vendeu suas ações, e é casada com Carlos Dayan, da família dona do banco Daycoval.
3. Jorge Paulo Lemann: US$ 17 bilhões
Idade: 85 anos
Onde mora: Suíça
O empresário Jorge Paulo Lemann se mantém como um dos mais ricos do Brasil, mesmo após perdas recentes com o caso Americanas. Ele é um dos principais sócios da empresa de investimentos 3G Capital Partners, que aplica recursos na varejista e em outras empresas.
Nascido no Rio de Janeiro, em 26 de agosto de 1939, Lemann tem dupla nacionalidade — é filho de suíços que imigraram para o Brasil no começo do século XX. Órfão de pai aos 14 anos, foi um estudante dedicado e, seguindo os passos de um primo, se formou em economia em Harvard.
Iniciou sua carreira atuando em bancos e financeiras até começar a atuar no mercado de capitais, o que o levou a se tornar, em meados da década de 1960, sócio da financeira Invesco, que quebrou em 1966. Lemann se tornou sócio, então, da corretora Libra, da qual tentou comprar o controle.
No começo de 1970, o empresário vendeu sua participação na corretora por US$ 200 mil. No ano seguinte, comprou título da Corretora Garantia, onde viria a conhecer os sócios Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O trio se tornou investidor de uma série de empresas, como Ambev, Americanas. Mais tarde, tornou-se acionista controlador da Anheuser-Busch InBev, a maior cervejaria do mundo. Em 2016, a empresa comprou a cervejaria SABMiller por quase US$ 100 bilhões.
Lemann e seus sócios também possuem participações na Restaurant Brands International, controladora do Burger King e da rede canadense de cafés Tim Hortons.
4. David Velez: US$ 10,7 bilhões
David Velez é cofundador e CEO da Nubank.
5. Carlos Alberto Sicupira: US$ 7,6 bilhões
Idade: 77 anos
Onde mora: Suíça
A maior parcela da fortuna de Beto Sicupira vem de suas ações na cervejaria AB InBev, com cerca de 3% de participação, segundo a Forbes. O bilionário é um dos principais sócios da empresa de investimentos 3G Capital, ao lado de Lemann e Telles.
Filho de uma dona de casa e um funcionário público que fez carreira no Banco do Brasil, Sicupira nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de maio de 1948.
Ainda adolescente, começou a empreender com venda de carros usados. Ele cursou administração de empresas na UFRJ e também tem especialização na Universidade de Harvard.
Em 2000, criou a Fundação Brava, que investe em projetos de melhoria da gestão pública e de organizações sem fins lucrativos. Ele também é um dos investidores da Fundação Estudar, entidade que oferece bolsas de estudo para estudantes talentosos nas melhores universidades do mundo.
6. André Esteves: US$ 6,9 bilhões
Idade: 56 anos
Onde mora: Brasil
O banqueiro André Esteves, de 56 anos, começou sua carreira como estagiário no banco de investimentos Pactual. Anos depois, em uma carreira ascendente, adquiriu o controle da instituição.
Em 2006, ele vendeu o Pactual ao gigante banco suíço UBS por US$ 3,1 bilhões, formando a subsidiária brasileira UBS Pactual.
Em 2009, ele planejou a venda do UBS Pactual para a empresa de investimentos BTG e se tornou presidente do conselho e CEO da nova empresa.
Saiba quem é Eduardo Saverin, o brasileiro mais rico do mundo
G1 Tue, 01 Apr 2025 11:10:31 -0000 - |
Topo da lista ficou com Eduardo Saverin, cofundador do Facebook. Fortuna do empresário é de US$ 34,5 bilhões. Eduardo Saverin e Vicky Safra são os dois brasileiros mais ricos de 2025, segundo a Forbes.
Roslan Rahman/AFP/Arquivo e Silvana Garzaro/Estadão Conteúdo
Com uma fortuna de US$ 34,5 bilhões, o cofundador do Facebook Eduardo Saverin é o brasileiro mais rico atualmente, segundo o ranking anual de bilionários da revista Forbes publicado nesta terça-feira (1°).
Este é o segundo ano consecutivo em que o empresário ocupa o topo da lista de bilionários brasileiros. Pelo ranking geral, ele é o 51º mais endinheirado do mundo.
A segunda posição neste ano ficou com Vicky Safra, herdeira de Joseph, fundador do Banco Safra. A fortuna dela é de US$ 20,7 bilhões — o que a torna também a mais rica entre as mulheres brasileiras. No ranking geral da Forbes, Vicky ocupa a 98° colocação.
Ao todo, 48 brasileiros apareceram na lista anual de bilionários da Forbes em 2025.
Veja abaixo brasileiros mais ricos, segundo a Forbes.
1. Eduardo Saverin: US$ 34,5 bilhões
Idade: 43 anos
Onde mora: Singapura
O cofundador do Facebook Eduardo Saverin comparece ao segundo aniversário da 99.co e ao lançamento do 99PRO em Cingapura em 26 de maio de 2016.
Roslan Rahman/AFP/Arquivo
Saverin é paulista — nasceu em 1982 na cidade de São Paulo, mas foi criado nos Estados Unidos. O brasileiro é conhecido por ter ajudado Mark Zuckerberg a fundar o Facebook — os dois se conheceram quando estavam na faculdade.
Ele tem 43 anos e mora atualmente em Singapura, com sua esposa e seu filho. Ele apareceu pela primeira vez na lista de bilionários da Forbes em 2011, após a abertura de capital do Facebook, que fez valorizar sua participação.
Em 2024, ele chegou a receber o título de brasileiro mais rico da história. Na época, sua fortuna ficou avaliada em US$ 155,9 bilhões, após as ações da Meta — controladora do Facebook, Instagram e WhatsApp — terem uma forte valorização com a divulgação de resultados trimestrais da empresa.
Atualmente, Saverin também é cofundador e copresidente da B. Capital, empresa de venture capital (aquelas que realizam investimentos em companhias inovadoras em estágio inicial ou de pequeno porte).
2. Vicky Safra: US$ 20,7 bilhões
Idade: 72 anos
Onde mora: Suíça
Foto de arquivo de maio de 2014 mostra Vicky e Joseph Safra no Teatro Municipal de São Paulo durante a pré-estreia da ópera Carmen. O evento foi realizado em Prol da Congregação Israelita Paulista
Silvana Garzaro/Estadão Conteúdo
Vicky Safra, de 72 anos, tem origem grega. Ela tinha apenas 17 anos quando se casou com Joseph Safra, o homem que viria se tornar o banqueiro mais rico do mundo.
A fortuna da família tem raízes na Síria, com a criação de uma empresa que operava como casa bancária em 1800. Só começou a fazer parte da história do Brasil em 1953, quando o pai de Joseph Safra, Jacob Safra, se mudou com a família para o país.
Por aqui, a fundação da Safra Financeira veio em 1967. Com as compras de outras instituições financeiras, em 1972 o Banco Safra se estabeleceu no Brasil. Juntos, Vicky e Joseph Safra tiveram quatro filhos e 14 netos. Joseph Safra morreu em 2020, aos 82 anos, por causas naturais.
Entre os filhos, Jacob e David administram os negócios do Safra no Brasil e fora do país. Alberto deixou os negócios da família e fundou a gestora de ativos ASA. Esther também vendeu suas ações, e é casada com Carlos Dayan, da família dona do banco Daycoval.
3. Jorge Paulo Lemann: US$ 17 bilhões
Idade: 85 anos
Onde mora: Suíça
O empresário Jorge Paulo Lemann, em foto de novembro de 2013
Felipe Rau/Estadão Conteúdo/Arquivo
O empresário Jorge Paulo Lemann se mantém como um dos mais ricos do Brasil, mesmo após perdas recentes com o caso Americanas. Ele é um dos principais sócios da empresa de investimentos 3G Capital Partners, que aplica recursos na varejista e em outras empresas.
Nascido no Rio de Janeiro, em 26 de agosto de 1939, Lemann tem dupla nacionalidade — é filho de suíços que imigraram para o Brasil no começo do século XX. Órfão de pai aos 14 anos, foi um estudante dedicado e, seguindo os passos de um primo, se formou em economia em Harvard.
Iniciou sua carreira atuando em bancos e financeiras até começar a atuar no mercado de capitais, o que o levou a se tornar, em meados da década de 1960, sócio da financeira Invesco, que quebrou em 1966. Lemann se tornou sócio, então, da corretora Libra, da qual tentou comprar o controle.
No começo de 1970, o empresário vendeu sua participação na corretora por US$ 200 mil. No ano seguinte, comprou título da Corretora Garantia, onde viria a conhecer os sócios Marcel Herrmann Telles e Carlos Alberto Sicupira.
O trio se tornou investidor de uma série de empresas, como Ambev, Americanas. Mais tarde, tornou-se acionista controlador da Anheuser-Busch InBev, a maior cervejaria do mundo. Em 2016, a empresa comprou a cervejaria SABMiller por quase US$ 100 bilhões.
Lemann e seus sócios também possuem participações na Restaurant Brands International, controladora do Burger King e da rede canadense de cafés Tim Hortons.
4. David Velez: US$ 10,7 bilhões
David Velez, cofundador do Nubank, e Mariel Reyes, cofundadora da {reprograma}
Arquivo pessoal
David Velez é cofundador e CEO da Nubank.
5. Carlos Alberto Sicupira: US$ 7,6 bilhões
Idade: 77 anos
Onde mora: Suíça
Empresário Beto Sicupira, em foto de novembro de 2010.
Janete Longo/Estadão Conteúdo/Arquivo
A maior parcela da fortuna de Beto Sicupira vem de suas ações na cervejaria AB InBev, com cerca de 3% de participação, segundo a Forbes. O bilionário é um dos principais sócios da empresa de investimentos 3G Capital, ao lado de Lemann e Telles.
Filho de uma dona de casa e um funcionário público que fez carreira no Banco do Brasil, Sicupira nasceu no Rio de Janeiro, em 1º de maio de 1948.
Ainda adolescente, começou a empreender com venda de carros usados. Ele cursou administração de empresas na UFRJ e também tem especialização na Universidade de Harvard.
Em 2000, criou a Fundação Brava, que investe em projetos de melhoria da gestão pública e de organizações sem fins lucrativos. Ele também é um dos investidores da Fundação Estudar, entidade que oferece bolsas de estudo para estudantes talentosos nas melhores universidades do mundo.
6. André Esteves: US$ 6,9 bilhões
Idade: 56 anos
Onde mora: Brasil
Banqueiro André Esteves
REUTERS/Nacho Doce
O banqueiro André Esteves, de 56 anos, começou sua carreira como estagiário no banco de investimentos Pactual. Anos depois, em uma carreira ascendente, adquiriu o controle da instituição.
Em 2006, ele vendeu o Pactual ao gigante banco suíço UBS por US$ 3,1 bilhões, formando a subsidiária brasileira UBS Pactual.
Em 2009, ele planejou a venda do UBS Pactual para a empresa de investimentos BTG e se tornou presidente do conselho e CEO da nova empresa.
Veja a lista completa de bilionários brasileiros, segundo a Forbes.
* Esta reportagem está em atualização.
Saiba quem é Eduardo Saverin, o brasileiro mais rico do mundo
G1 Tue, 01 Apr 2025 11:00:12 -0000 - |
O mundo ganhou 288 novos bilionários em no último ano, batendo um recorde de 3.028 bilionários no total. Arnold Schwarzenegger durante o CES 2023, em Las Vegas, em janeiro de 2023
Steve Marcus/Reuters/Arquivo
Nomes muito populares no mundo todo agora fazem parte de um seleto grupo de pessoas: aqueles com patrimônio de mais de US$ 1 bilhão, cerca de R$ 5,8 bilhões. O astro do cinema Arnold Schwarzenegger e a estrela do rock Bruce Springsteen agora fazem parte da lista de bilionários da Forbes, divulgada nesta terça-feira (1°).
Schwarzenegger, ator americano de 77 anos conhecido por papéis em filmes de ação, além de sua atuação como fisiculturista e como governador da Califórnia, tem um patrimônio estimado em US$ 1,1 bilhão.
Já o cantor e compositor Bruce Springsteen, de 75 anos, também nascido nos Estados Unidos, ficou famoso por faixas musicais como "Dancing in the Dark", que o tornaram uma estrela nos anos 80. Ele tem uma fortuna estimada em US$ 1,2 bilhão.
Lista de bilionários da Forbes: Elon Musk é homem mais rico do mundo em 2025
Outros nomes menos conhecidos também entraram para a lista. É o caso de Steve Ells, que fundou a Chipotle, uma das redes de comidas mexicanas mais famosas do mundo. Ele foi CEO da empresa até 2018 e, com suas ações na companhia, tem uma fortuna estimada em US$ 1 bilhão.
Além do status de bilionário, a Forbes também deu a Ells o título de pessoa "mais improvável" de entrar na lista.
Os três novos bilionários fazem parte de um grupo de 288 pessoas que entraram para o clube do bilhão de dólares em 2025. Com essas adições, agora o mundo tem 3.028 bilionários, um novo recorde.
Trump e as 'big tech': presidente dos EUA quer proximidade com empresários mais ricos do planeta
G1 Tue, 01 Apr 2025 10:49:04 -0000 - |
Elon Musk ficou no topo da lista apesar das fortes quedas nas ações da Tesla. Ele é seguido por Jeff Bezos, fundador da Amazon, e Mark Zuckerberg, CEO da Meta. Bilionários em 2025
Arquivo pessoal
O fundador da Tesla, Elon Musk, lidera o ranking anual de bilionários da revista Forbes em 2025, publicado nesta terça-feira (1°). Ele acumula um patrimônio de US$ 342 bilhões.
No ano passado, o francês Bernard Arnault, presidente do grupo de luxo LVMH, ocupava a primeira posição, mas foi ultrapassado por Musk no mês seguinte à divulgação da lista. Hoje, ele está em quinto lugar, com US$ 178 bilhões.
A segunda e a terceira posição são ocupadas por Mark Zuckerberg, CEO da Meta, e Jeff Bezos, fundador da Amazon , respectivamente.
A primeira mulher da lista ocupa apenas o 15° lugar. É a norte-americana Alice Walton, herdeira do Walmart, que acumula US$ 101 bilhões.
Veja quem são os 10 homens mais ricos do mundo e de onde vêm as suas fortunas.
1. Elon Musk, CEO da Tesla
Elon Musk participa de um almoço no Capitólio em Washington, DC, em 5 de março de 2025
REUTERS/Kent Nishimura
Com uma fortuna acumulada em mais de US$ 340 bilhões, Elon Musk é dono da Tesla, fabricante de carros que foi uma das primeiras a apostar somente em modelos elétricos.
Ele lidera o ranking apesar das fortes quedas nas ações da montadora, que reduziram significativamente a sua fortuna em 2025.
Musk também comanda a rede social X e a SpaceX, empresa de voos espaciais, além de ter sido um dos fundadores da OpenAI, criadora do ChatGPT.
Filho mais velho de um sul-africano e de uma canadense de classe alta, o empresário nasceu em Pretória, na África do Sul, em 1971. Ele já foi casado duas vezes e teve 12 filhos.
Atualmente, o bilionário também faz parte da equipe de governo dos Estados Unidos, do presidente Donald Trump, de quem é um dos principais aliados e ajudou a eleger.
Musk comanda o Departamento de Eficiência (DOGE), uma espécie de conselho voltado para cortes de gastos públicos.
Filha trans de Elon Musk chama pai de 'patético'; saiba quem é Vivian Jenna Wilson
2. Mark Zuckerberg, cofundador da Meta
Mark Zuckerberg, CEO da Meta
AP Photo/David Zalubowski
Mark Zuckerberg criou o Facebook em 2004, quando tinha 19 anos. Ele abriu o capital da empresa em 2012 e, hoje, detém cerca de 13% das ações do grupo, que comanda também marcas como Instagram, WhatsApp e Threads.
Desde 2021, o nome da empresa foi mudado para Meta, a fim de mudar o foco da empresa para o metaverso — uma estratégia que até o momento não mostrou resultados.
Mas a Meta passou por uma valorização recente, acompanhando o otimismo com o setor de tecnologia, em meio ao avanço dos estudos e da empolgação com a inteligência artificial. Em agosto, Zuckerberg voltou ao pódio de mais ricos, desbancando Arnault, da LVMH.
Esta é a primeira vez que ele ocupa o segundo lugar do ranking anual da Forbes. Sua fortuna é estimada em US$ 216 bilhões.
3. Jeff Bezos, fundador da Amazon
Lauren Sanchez e Jeff Bezos chegam à festa do Oscar da Vanity Fair após a 97ª edição do Oscar, em Beverly Hills, Califórnia, EUA, em 2 de março de 2025
REUTERS/Danny Moloshok
Nascido em 12 de janeiro de 1964 em Albuquerque, no Novo México, o americano Jeff Bezos é formado em engenharia elétrica e ciências da computação pela Universidade de Princeton.
Ele começou a carreira em Wall Street, que deixou para fundar a Amazon em 1994, ainda como uma loja online de livros chamada de "Cadabra".
Com o passar dos anos, a companhia se tornou uma gigante do varejo ao redor do mundo, comercializando itens de diversos segmentos.
Bezos deixou o cargo de CEO da Amazon em 2021. Ele queria mais tempo e energia para focar no jornal "Washington Post", do qual também é dono desde 2013, e na Blue Origin, sua empresa aeroespacial. Hoje, acumula mais de US$ 200 bilhões.
Sua fortuna é estimada em US$ 215 bilhões.
Veja 15 fatos sobre o fundador da Amazon
4. Larry Ellison, cofundador da Oracle
Larry Ellison, fundador da Oracle.
Oracle PR via Hartmann Studios
Larry Ellison é presidente, diretor de tecnologia e cofundador da gigante de software Oracle, da qual possui cerca de 40%, de acordo com a Forbes. Ele deixou o cargo de CEO da empresa em 2014, após 37 anos no comando.
No ano passado, Ellison ganhou posições no ranking com a valorização da Oracle em meio ao esforço para incorporar inteligência artificial aos seus serviços em nuvem, o que impulsionou os resultados do primeiro trimestre e ajudou a diminuir a diferença em relação aos líderes de mercado.
Além disso, a Oracle está fazendo parcerias com provedores de serviços de nuvem rivais, para tornar mais simples para os clientes conectarem seus dados entre fornecedores.
5. Bernard Arnault, CEO da LVMH, controladora da grife Louis Vuitton
Bernard Arnault, CEO da LVMH, ao chegar para participar de um jantar de estado oficial no Palácio do Eliseu, em Paris, em 6 de maio de 2024.
Ludovic Marin/AFP
Bernard Arnault é dono da maior empresa de artigos de luxo do mundo. O grupo LVMH reúne 70 grifes – como Louis Vuitton, Dior, Sephora e Tiffany's.
No ano passado, ele ficou em 1º lugar no ranking de bilionários da Forbes, mas uma grande queda na sua fortuna, reflexo do momento ruim que as marcas de luxo vivem no mundo, o fez despencar várias posições.
6. Warren Buffett, megainvestidor
Presidente da Berkshire Hathaway, Warren Buffett, comparece à reunião anual de acionistas da Berkshire Hathaway Inc em Omaha, Nebraska, EUA, em 3 de maio de 2024
REUTERS/Scott Morgan
O megainvestidor Warren Buffett, de 94 anos, é dono da Berkshire Hathaway, que possui dezenas de empresas, incluindo a seguradora Geico, a fabricante de baterias Duracell e a rede de restaurantes Dairy Queen.
7. Larry Page, cofundador do Google
Larry Page
Photo credit: niallkennedy on Visualhunt.com
Larry Page e Sergey Brin, que está em 8º lugar no ranking da Forbes, fundaram o Google em 1998. Em 2015, criaram a Alphabet, o "guarda-chuva" debaixo do qual estão as várias empresas do grupo, incluindo o Google Inc, responsável pelo buscador, o YouTube, o Chrome, o Android e o Gmail.
8. Sergey Brin, cofundador do Google
Sergey Brin na festa do Oscar da Vanity Fair após a 97ª edição do Oscar, em Beverly Hills, Califórnia, EUA, em 2 de março de 2025
REUTERS/Danny Moloshok
Cofundador do Google, Sergey Brin foi colega de doutorado de Larry Page. Ele se mudou da Rússia para os EUA quando tinha 6 anos de idade, após o antissemitismo contra sua família, segundo a Forbes.
9. Amancio Ortega, CEO da Inditex (dona da Zara)
Amancio Ortega, fundador da Zara.
Reuters/Miguel Vidal/Foto de arquivo
O espanhol Amancio Ortega é cofundador da Inditex, conhecida por sua rede varejista Zara. Atualmente, aos 89 anos, ele é dono de 60% da empresa, que tem oito marcas e 5 mil lojas ao redor do mundo.
10. Steve Ballmer, ex-CEO da Microsoft
Steve Ballmer
Arquivo pessoal
Steve Ballmer ingressou na Microsoft em 1980 como funcionário número 30 e liderou a empresa entre 2000 e 2014. No mesmo ano em que se aposentou, ele comprou o time de basquete Los Angeles Clippers, da NBA.
G1 Tue, 01 Apr 2025 10:22:16 -0000 - |
De acordo a investigação, o esquema era chefiado pelo ex-CEO da companhia, Miguel Gutierrez. Fraudes foram estimadas em R$ 25 bilhões. Rede varejista Americanas
Divulgação
A denúncia do Ministério Público Federal contra 13 ex-executivos e ex-funcionários por fraudes na Americanas inclui conversas por Whatsapp que mostram que os investigados conversavam sobre as demonstrações contábeis usando termos como "A vida como ela é", quando os números estavam sem manipulações, e "esticadas".
Os investigadores observam, no documento, que um "elemento importante" foi a conversa de Whatsapp mantida entre o colaborador Marcelo Nunes e Timotheo Barros, ex-vice-presidente da empresa e um dos denunciados.
Na conversa, Thimoteo Barros reproduz a foto de uma demonstração financeira e pergunta qual a diferença entre as duas colunas de novembro. Marcelo Nunes responde: “A cinza é a vida como ela é. A branca com todas as esticadas”.
Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas
GloboNews/Reprodução
O MP observa que as informações nas colunas são "absolutamente diferentes". "Por exemplo, a Receita Líquida do período, que na coluna 'a vida como ela é' aparece como 1.561.596, depois das “esticadas” aparece como 1.946.097".
13 denunciados
A Polícia Federal indiciou e o Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira (31), 13 ex-executivos e ex-funcionários por fraudes na Americanas, estimadas em R$ 25 bilhões.
O esquema envolvia, segundo a investigação, uma série de manobras para inflar artificialmente os lucros da companhia e manipular o mercado de capitais.
Foram denunciados:
Miguel Gutierrez (ex-CEO da Americanas)
Anna Saicali (ex-CEO da B2W, responsável pela área digital)
Timotheo Barros (vice-presidente)
Marcio Cruz (vice-presidente)
Carlos Padilha (ex-diretor)
João Guerra (ex-diretor)
Murilo Corrêa (ex-diretor)
Maria Christina Nascimento (ex-diretor)
Fabien Picavet (ex-diretor)
Raoni Fabiano (ex-diretor)
Luiz Augusto Saraiva Henriques
Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira
Anna Christina da Silva Sotero
O g1 tenta contato com os citados.
Os crimes
Os 13 investigados por associação criminosa foram denunciados por organização criminosa, o que aumenta a pena em caso de condenação. Os crimes de falsidade ideológica e manipulação de mercado também foram imputados a todos.
Nove dos investigados foram ainda denunciados por uso de informação privilegiada (Murilo, Luiz Augusto, Carlos Padilha, Fabien e Anna Sotero não foram).
Americanas: entenda a fraude que levou à operação da PF e à recuperação judicial de R$ 50 bilhões
MPF desenha ‘hierarquia da fraude’ das Americanas; esquema tinha 5 níveis
O que alegam PF e MPF
Polícia Federal e Ministério Público Federal atuaram em conjunto nas investigações, tanto que o MPF seguiu na íntegra o entendimento da PF, e as conclusões de inquérito e denúncia foram definidas no mesmo dia.
Provas apontadas pelos investigadores:
e-mails entre os executivos da empresa discutindo as fraudes e os ajustes nos resultados financeiros;
documentos que mostram a comparação entre os resultados reais e os resultados divulgados ao mercado;
três colaborações premiadas que detalham como as fraudes eram planejadas e executadas;
relatórios que detalham a estrutura da organização criminosa e as manobras fraudulentas realizadas;
conversas de WhatsApp entre os executivos, discutindo como esconder as fraudes das auditorias;
arquivos que compilavam as expectativas dos analistas de mercado e eram usados para ajustar fraudulentamente os resultados da empresa.
Relembre a fraude
Americanas: entenda a fraude que levou à operação da PF
A gigante varejista Americanas informou um rombo contábil bilionário no dia 11 de janeiro de 2023. Naquele momento, a companhia disse que havia identificado "inconsistências em lançamentos contábeis" nos balanços corporativos no valor de quase R$ 20 bilhões.
Sergio Rial, então presidente da empresa e quem assumiu após a saída de Miguel, decidiu deixar o comando do negócio após apenas nove dias no comando.
Os investidores — pessoa física e institucionais — iniciaram uma corrida para se desfazer dos papéis. Isso fez com que as ações da companhia despencassem quase 80% em um único dia, e a fuga continuou nos pregões seguintes.
Em uma conferência após sua demissão, Rial disse "a primeira grande conclusão é que não estamos falando de um número que está fora do balanço. Só que ele não está registrado de forma apropriada ao longo dos últimos anos", disse.
No dia 19 de janeiro de 2023, a Americanas pediu a recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e teve suas ações retiradas da B3. A primeira versão do plano de recuperação foi apresentada em março, mas a empresa só teve um plano aprovado em 19 de dezembro daquele ano, exatamente 11 meses depois.
A dívida final apresentada no plano foi de mais de R$ 50 bilhões, sendo uma dívida trabalhista de R$ 82,9 milhões e uma fraude de resultado de R$ 25,2 bilhões ao final de 2022.
O processo de recuperação envolveu um aporte de R$ 12 bilhões dos "acionistas de referência" — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles — e a venda de ativos, inicialmente o Hortifruti Natural da Terra e a Uni.Co (empresa de franquias das marcas Imaginarium e Puket). Veja mais detalhes aqui.
G1 Tue, 01 Apr 2025 08:40:40 -0000 - |
Oferta anunciava a bandeja com 20 unidades por R$ 8,99. Clientes relataram empurra-empurra, desmaios e pisoteamento. Clientes de supermercado disputam bandeja com 20 ovos por R$ 8,99
Uma cliente ficou ferida após ser derrubada e pisoteada em tumulto causado por uma promoção de bandejas de ovos em um supermercado do bairro Planalto Ayrton Senna, em Fortaleza. A oferta anunciava a venda da bandeja com 20 unidades por R$ 8,99, o que atraiu diversos consumidores. A cliente ferida, no entanto, não conseguiu comprar nenhuma bandeja.
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Alguns clientes relataram cenas de empurra-empurra e brigas para garantir o produto. Vídeos mostram pessoas agarrando várias bandejas, enquanto outras tentavam se aproximar do local onde estava exposto o produto. (veja no vídeo acima)
A dona de casa Eliane Maciel, de 56 anos, conta que saiu do bairro José Walter até o supermercado que fez a promoção para aproveitar as ofertas do encarte, como a bandeja de ovos e o café por R$ 12,99.
Ela chegou com o filho por volta das 10 horas da manhã e já encontrou o estabelecimento lotado. Os ovos tinham acabado, e os clientes estavam aguardando a reposição.
"Primeiramente tinha acabado [os ovos], mas eles falaram pra gente aguardar que eles iam recolocar. E eu fiquei no aguardo. E como eu, muitas pessoas", relembra. "E quando eles chegaram com aquelas caixas dos ovos, o povo não esperou eles arrumarem, colocar, não, invadiram tudo, houve um tumulto. Uma empurração, uma correria grande"
Dona de casa ficou ferida durante tumulto para pegar bandejas de ovos de promoção em supermercado de Fortaleza
Reprodução
Durante o empurra-empurra, Eliane acabou sendo derrubada e pisoteada por clientes que tentavam pegar as bandejas de ovos em promoção.
"Eu não consegui me levantar de jeito nenhum. E foi começando as pessoas a pisar, principalmente porque eu caí de lado, a minha perna direita foi muito machucada, eu tô toda roxa", conta Eliane. Graças a Deus, um senhorzinho que conseguiu me levantar. Ele gritava, 'olha a mulher, a mulher caiu', mas só ele mesmo que me levantou. E eu fiquei lá sentada um pouquinho, fiquei com as pernas bem raladas, feridas. E nisso, acabaram os ovos"
Eliane conta que, no final, não conseguiu pegar nenhuma bandeja de ovos e ainda precisou tomar medicação para dor por causa dos ferimentos. "Só fui mesmo para ser machucada", desabafa.
Promoção de ovos causa lotação em supermercado do bairro Planalto Ayrton Senna
Reprodução
Preço do ovo sobe quase 20% em março, segundo IPCA-15
A dona de casa Andreia Oliveira, de 41 anos, chegou no supermercado no início da manhã e presenciou o tumulto. "Foi muito empurra-empurra, quase quebrando os ovos para conseguir pegar as bandejas", relata.
As bandejas se esgotaram enquanto Andreia estava no estabelecimento, e ela precisou esperar algumas horas pela reposição. Quando finalmente conseguiu o produto, a dona de casa esperou mais 40 minutos na fila do caixa.
Nas redes sociais, outros clientes reclamaram da situação. Uma mulher afirmou que pessoas chegaram a desmaiar e alguns clientes quase agrediram os funcionários nos momentos de reposição.
Alta demanda faz preço do ovo subir em Fortaleza
Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:
G1 Tue, 01 Apr 2025 07:00:32 -0000 - |
Pacote de sobretaxas do governo Trump contra parceiros comerciais importantes ameaça agravar queda das exportações de soja e cereais, que perdura desde 2018. Plantação de trigo em Oklahoma, nos Estados Unidos, em foto de junho de 2024
REUTERS/Nick Oxford
É uma manhã de sexta-feira no estado de Maryland. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, tem anunciado planos para impor tarifas a diversos parceiros comerciais importantes, como Canadá, México, União Europeia e China.
Entre os campos de milho e soja, surge a questão: o que os agricultores acham desses desdobramentos? Eles serão capazes de enfrentar a incerteza de uma presidência imprevisível?
Enquanto alguns dizem confiar na decisão do presidente, outros temem que o setor acabe se tornando o "bode expiatório" da guerra comercial, arcando com as consequências das taxas.
O presidente conta com o forte apoio da comunidade agrícola americana, dizendo repetidamente que os produtores compreendem os problemas. Desta vez, contudo, as guerras comerciais e disputas tarifárias ameaçam a subsistência de muitos fazendeiros.
Em Greenwood, a duas horas de carro de Washington, está a fazenda de Richard Wilkins, que cultiva soja desde 1973. Ele exporta parte da produção para os mercados globais por meio do Porto de Virgínia. Como é inverno, os seus campos estão vazios.
O fazendeiro argumenta que os EUA tentaram liderar pelo exemplo, ao abrir amplamente seus mercados para importações de todo o mundo.
"A expectativa era que esse exemplo encorajaria outros países a fazerem o mesmo e nos darem acesso. Se as tarifas são necessárias para nos posicionar melhor num mercado aberto e na livre concorrência no resto do mundo, estou totalmente do lado do presidente."
Assim como outros agricultores, ele diz ter uma forte sensação de que Trump nutre, de fato, "uma grande simpatia pelo fazendeiro americano".
EUA quase dobram compra de ovos do Brasil e passam a permitir seu consumo por humanos
"Aguentem junto comigo": até quando?
Josh Messick, do município de Sussex, tem 27 anos e trabalha desde os 12 nas plantações da família, cuja fazenda de 485 hectares produz milho, soja, trigo e cevada. Ele está preocupado com a atual volatilidade do mercado.
"É definitivamente uma época assustadora. A gente não sabe se quer fechar um contrato [de venda] de milho agora, ou esperar até o outono, na época da colheita. Eu simplesmente tenho que confiar que Trump vai nos dar respaldo."
O impacto total das medidas comerciais de Trump pode não se refletir até a próxima safra. No curto prazo, alguns produtos agrícolas devem ficar mais baratos para o consumidor se as exportações caírem.
Por outro lado, milho, trigo e soja só representam uma parcela relativamente pequena dos preços dos alimentos no varejo.
Em seu discurso de posse de 20 de janeiro, no Congresso, Trump alegou que as importações agrícolas prejudicavam os fazendeiros americanos e pediu que eles "aguentassem junto", dizendo que trabalhava para protegê-los.
Messick diz ter achado "esquisito" que o novo presidente tenha falado isso, e agora se pergunta por quanto tempo vai ter que "aguentar as pontas com ele".
"Nossos preços de mercado mais altos costumam ser durante a estação de cultivo, em maio ou junho. Então a questão é se a gente espera até lá, ou precisa vender a safra agora. E se a China decidir que não quer comprar nada da gente?"
Ele não é o único produtor de soja de Maryland preocupado em perder sua fatia de mercado devido à política do presidente.
Um colega seu comenta: "A gente torce para chegar a um certo equilíbrio, mas as decisões de Trump me deixam inquieto. Se vamos ter que aguentar perdas de curto prazo, eu espero que o governo providencie apoio."
Alemanha lidera resistência às tarifas de Trump: 'Não cederemos'
'Rei do ovo' no Brasil faz acordo para comprar produtora nos EUA
Canadá, Japão e países europeus reagem ao anúncio de Donald Trump de sobretaxar autopeças e carros importados
Ao sabor da instabilidade de Trump
O presidente republicano ainda não anunciou nenhum tipo de assistência financeira aos produtores de soja, cujas exportações, especificamente para a China, vêm caindo há anos.
Segundo a Comissão de Comércio Internacional dos EUA (USITC), as vendas do produto para o país asiático caíram 75% em 2018, quando Trump desencadeou uma guerra comercial com Pequim.
Ao todo, as exportações agrícolas americanas para o país caíram de 24 bilhões de dólares (R$ 138 bilhões), em 2014, para menos de 10 bilhões de dólares em 2019.
Ainda assim, a Casa Branca tem anunciado o plano de introduzir tarifas comerciais recíprocas – que entrarão em vigor contra a União Europeia em 2 de abril.
Em sua plataforma Truth Social, Trump instou os fazendeiros nacionais a "se prepararem para produzir um monte de produtos agrícolas para serem vendidos DENTRO dos Estados Unidos".
De acordo com Caleb Ragland, presidente da Associação Americana de Soja (ASA), contudo, os agricultores ainda não se recuperaram da guerra comercial de 2018.
Ele enfatiza a importância de manter o acesso ao mercado chinês, alertando que o setor já se confronta com "perdas potencialmente pesadas" em 2025.
Ragland frisa que ele e seus colegas "não podem arcar com a carga" das sobretaxas agrícolas: "Não podemos ser o bode expiatório, que carrega o grosso da dor pelo bem de todos os outros."
Ele pede a Trump que negocie "proativamente" com a China e outros países, e acrescenta: "Vamos tentar seguir em frente e conseguir o acordo comercial que ele negociou durante o primeiro mandato."
G1 Tue, 01 Apr 2025 06:00:41 -0000 - |
Além das tarifas recíprocas aos países que cobram taxas dos produtos importados dos EUA, outras taxas também devem ser anunciadas. Incertezas crescentes têm piorado o cenário para empresas e investidores. Presidente dos EUA, Donald Trump, durante cerimônia no Salão Oval da Casa Branca, em Washington D.C..
Pool via AP
O dia prometido pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, para a implementação das tarifas recíprocas está chegando.
Marcada para 2 de abril, a data está sendo chamada pelo republicano de "Dia da Libertação" — isso porque, segundo ele, esse será o dia que o conjunto de taxas libertará os EUA de produtos estrangeiros.
“Este é o começo do Dia da Libertação na América”, disse Trump recentemente. “Vamos cobrar dos países por fazerem negócios em nosso país e tirar nossos empregos, tirar nossa riqueza, tirar muitas coisas que eles vêm tirando ao longo dos anos."
Os detalhes dessa rodada de impostos ainda não estão claros. Em fevereiro, Trump anunciou que determinaria a cobrança de tarifas recíprocas a países que cobram taxa de importação de produtos americanos, mas não especificou a alíquota ou como essa taxa seria calculada.
"Queremos um sistema nivelado", disse Trump em fevereiro. O republicano também indicou a previsão de outras cobranças no mesmo dia, como as taxas de importação setoriais e também para automóveis, por exemplo.
Na última semana, Trump afirmou que as tarifas recíprocas devem incluir todos os países, mas disse que as taxas podem ser mais suaves do que se espera e que está aberto a fazer acordos.
Em meio à confusão, o mercado financeiro tem reagido mal aos anúncios de Trump, pois espera que o tarifaço aumente a inflação e prejudique a economia dos EUA.
Entenda nesta reportagem:
O que Trump planeja fazer?
O que as outras nações pensam sobre o 'tarifaço' de Trump?
Quais os efeitos que as tarifas podem ter na economia dos EUA e do mundo?
O que Trump planeja fazer?
O presidente dos Estados Unidos planeja anunciar uma série de impostos de importação, incluindo "tarifas recíprocas", que corresponderiam às taxas cobradas por outros países e contabilizariam subsídios. Trump mencionou taxar a União Europeia, Coreia do Sul, Brasil, Índia e outros países.
Os detalhes sobre essas tarifas e como elas afetarão os parceiros comerciais dos EUA só serão divulgados na quarta-feira (2). Tarifas de 25% sobre carros importados pelos EUA também devem entrar em vigor no mesmo dia.
Em entrevista à NBC News, no último sábado, Trump inclusive afirmou que não se incomodaria se as tarifas fizessem os preços dos veículos importados subirem no país, uma vez que carros produzidos nos EUA poderiam ter preços mais competitivos — o que, por sua vez, estimularia a indústria local.
Em entrevista à NBC News no último sábado, Trump afirmou que não se incomodaria se as tarifas fizessem os preços dos veículos importados subirem, pois carros produzidos nos EUA poderiam ter preços mais competitivos, estimulando a indústria local.
"Espero que eles aumentem os preços, porque se o fizerem, as pessoas vão comprar carros feitos nos Estados Unidos", afirmou o republicano. "Não poderia me importar menos porque se os preços dos carros estrangeiros subirem, eles vão comprar carros americanos."
Veja algumas outras taxas já anunciadas pelo republicano:
Tarifa de 25% sobre qualquer país que importe petróleo e/ou gás da Venezuela;
Tarifas adicionais de 20% sobre a China;
Tarifas sobre medicamentos farmacêuticos importados, ainda a serem definidas;
Tarifa de 25% sobre a importação de aço e alumínio, já em vigor desde 12 de março;
Tarifas de 25% sobre algumas das importações vindas do México e do Canadá e que não se enquadrem no USMCA (acordo comercial que existe entre os três países). Essas tarifas também passarão a valer em 2 de abril.
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Bolsas de valores começam semana em queda à espera de tarifas de Trump
O que as outras nações pensam sobre o 'tarifaço' de Trump?
A maioria dos líderes estrangeiros vê as tarifas de Trump como algo que pode ser destrutivo para a economia global, mesmo que estejam preparados para impor suas próprias contramedidas.
Veja abaixo algumas das reações:
Canadá: o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, disse recentemente que as ameaças tarifárias de Trump acabaram com a parceria entre seu país e os EUA.
França: o presidente francês, Emmanuel Macron, afirmou que as tarifas "não eram coerentes" e significariam “quebrar cadeias de valor, criar inflação no curto prazo e destruir empregos". "Não é bom para a economia americana, nem para as economias europeia, canadense ou mexicana”, afirmou o presidente francês, reiterando que sua nação também traria medidas defensivas.
México: a presidente mexicana, Claudia Sheinbaum, evitou respostas retaliatórias sobre tarifas, mas disse considerar fundamental defender os empregos em seu país.
China: o governo chinês disse que as tarifas de Trump prejudicariam o sistema de comércio global e não resolveriam os desafios econômicos identificados pelo presidente norte-americano. "Não há vencedores em guerras comerciais ou tarifárias, e o desenvolvimento e a prosperidade de nenhum país são alcançados por meio da imposição de tarifas", disse o porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Guo Jiakun.
Brasil: Na semana passada, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar as tarifas sobre o aço e o alumínio e afirmou que taxará produtos dos EUA caso o recurso protocolado pelo Brasil na Organização Mundial do comércio (OMC) não resolva a situação. Na segunda-feira (31), uma comitiva formada por diplomatas brasileiros viajou aos EUA para buscar alternativas às tarifas.
União Europeia: a Comissão Europeia disse que via a política comercial "recíproca" como um passo na direção errada e afirmou que imporia contratarifas de 26 bilhões de euros (US$ 28 bilhões, ou R$ 160,8 bilhões) a partir do próximo mês, em resposta às tarifas gerais sobre aço e alumínio.
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Quais os efeitos que as tarifas podem ter na economia dos EUA e do mundo?
Economistas temem que as tarifas anunciadas por Trump prejudiquem a economia dos EUA. Especialistas disseram à Associated Press (AP) que as tarifas seriam repassadas aos consumidores na forma de preços mais altos para automóveis, mantimentos, moradia e outros bens.
Além disso, o lucro das empresas poderia ser menor e o crescimento mais lento. Trump afirmou que as medidas devem fazer com que mais empresas abram fábricas nos EUA para evitar os impostos, embora esse processo possa levar três anos ou mais.
“Há uma chance de que tarifas sobre bens comecem a filtrar para o preço de serviços”, disse Samuel Rines, estrategista da WisdomTree à AP.
“As peças de automóveis ficam mais caras, então o conserto de automóveis fica mais caro, então o seguro de automóveis sente a pressão. Embora os bens sejam o foco, as tarifas podem ter um efeito de longo prazo na inflação", completou.
Esse cenário, dizem especialistas, também se refletiria na economia global. Primeiro porque os produtos importados se tornariam mais caros em meio às tarifas dos EUA e às retaliações de outros países — o que, por sua vez, poderia afetar a cadeia produtiva global e gerar um aumento da inflação pelo mundo.
Com preços mais altos, os bancos centrais precisariam adotar uma política de juros mais rígida, provavelmente iniciando ou intensificando ciclos de altas das taxas. Juros mais altos restringem o acesso ao crédito e limitam o consumo, desacelerando a economia.
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G1 Tue, 01 Apr 2025 06:00:17 -0000 - |
Proposta tramita em regime terminativo e, se aprovada, pode seguir direto para análise da Câmara dos Deputados. O Senado Federal deve votar nesta terça-feira (1º) um projeto que cria a Lei da Reciprocidade Econômica.
O texto é uma tentativa de responder às últimas medidas do presidente norte-americano, Donald Trump, que ampliou para 25% a taxa de importação do aço e do alumínio brasileiros.
A proposta está na Comissão de Assuntos Econômicos (CAE) do Senado de forma terminativa. Ou seja: se for aprovada e não for alvo de recursos, pode seguir direto para a Câmara dos Deputados sem passar pelo plenário do Senado.
O texto estabelece que o Conselho Estratégico da Câmara de Comércio Exterior (Camex) seja o órgão responsável por adotar as contramedidas aos ataques à soberania do Brasil.
💹A Camex é vinculada diretamente à Presidência da República e tem a função de coordenar o comércio exterior brasileiro. É a instância, por exemplo, que zerou o imposto de importação de alimentos básicos em março para tentar frear a inflação.
O projeto prevê que a Camex pode definir medidas de retaliação econômica a países estrangeiros. Por exemplo:
aplicar uma taxação adicional sobre os bens ou serviços que venham do país ou do bloco econômico a ser retaliado;
suspender concessão de patentes ou remessa de royalties para empresas ou indivíduos no exterior;
suspender concessões ou obrigações do Brasil em acordos comerciais vigentes com o outro país.
"O risco de medidas protecionistas se espalharem pelo mundo sob a pauta da sustentabilidade é assunto que preocupa os brasileiros, sobretudo diante do atual panorama do comércio internacional", afirmou a senadora Teresa Cristina (PP-MS), autora do texto.
Tarifas de Trump sobre aço e alumínio entram em vigor e atingem todos os países
"As contramedidas previstas deverão ser, na medida do possível, proporcionais ao impacto econômico causado pelas ações, políticas ou práticas", pondera o projeto de lei.
Em quais casos a Camex pode agir?
O projeto também lista algumas medidas que, se adotadas por outros países, podem ser prejudiciais ao Brasil e levar às "contramedidas" da Camex.
A lista inclui:
medidas comerciais, financeiras ou de investimentos que interfiram nas "escolhas legítimas e soberanas do Brasil" – taxação de produtos ou bloqueio de dinheiro brasileiro no exterior, por exemplo;
medidas que violem acordos comerciais celebrados por Brasil;
medidas que "neguem, anulem ou prejudiquem benefícios ao Brasil" nesses acordos;
medidas unilaterais (ou seja, sem acordo com o lado brasileiro) com base em parâmetros ambientais mais restritos que os adotados na legislação brasileira.
No ponto 4 acima, o texto ainda proíbe o governo brasileiro de assinar acordos internacionais com qualquer cláusula que restrinja a importação de produtos brasileiros com base em fatores ambientais – a menos que o "outro lado" do acordo adote medidas ambientais equivalentes.
➡️ Por exemplo: se o Brasil assinar um acordo que condicione a exportação de carne bovina à certificação ambiental da fazenda e do frigorífico, os outros membros do acordo deverão submeter seus produtores à mesma regra.
Navios porta-contêineres são vistos no porto de Santos.
Alexandre Meneghini/ AP Photos
O texto permite respostas econômicas a danos causados ao Brasil e obriga o Ministério das Relações Exteriores (MRE) a participar das discussões sobre sanções econômicas definitivas.
Todas as medidas adotadas podem ser revistas com base em análises periódicas e negociações diplomáticas.
Substitutivo
A proposta original, do senador Zequinha Marinho (PL-PA), previa reciprocidade econômica apenas para padrões ambientais compatíveis com os do Brasil.
Mas depois que os Estados Unidos decidiram taxar o aço e o alumínio brasileiros, os senadores resolveram alterar o projeto e ampliar ainda mais a regra de reciprocidade.
"Ele responde pela iniciativa do autor, bem como ajuda a compreender os motivos que levaram à sua apresentação", justificou a senadora Tereza Cristina, que assinou o projeto-substitutivo.
OMC
O novo texto é também uma alternativa a possíveis sanções da Organização Mundial do Comércio (OMC) contra decisões unilaterais que desequilibram o mercado mundial.
Criada em 1995, a OMC tem como função garantir a abertura e a manutenção do comércio mundial. Para isso, o órgão serve de corte arbitral para reduzir e eliminar obstáculos comerciais entre países – como tarifas de importação e outras barreiras comerciais.
A senadora Tereza Cristina justifica que a OMC "experimenta a suspensão das atividades do órgão de apelação do seu sistema de solução de controvérsias."
"Essa Organização é a pedra angular do sistema de comércio multilateral [...] mas se encontra paralisada e existe um vácuo legislativo no nosso ordenamento jurídico para enfrentar situações como as descritas", afirmou a senadora
Tereza Cristina ainda lembra que, para casos como o proposto pelo presidente norte-americano Donald Trump, o parâmetro jurídico brasileiro prevê apenas seguir normas da OMC e não tem regras próprias sobre o assunto.
G1 Tue, 01 Apr 2025 06:00:14 -0000 - |
Código de Regime Tributário (CRT) serve para identificar que tipo de empresa emitiu a nota, e a qual tributação ela está sujeita. Mudança não implica pagamento de mais impostos. MEI facilita a emissão de notas fiscais
katemangostar/Freepik
Microempreendedores Individuais (MEIs) que compram ou vendem produtos precisam ficar atentos a uma nova regra para emissão de notas fiscais que entrou em vigor nesta terça-feira (1º).
Com a mudança nas normas, passa a ser obrigatória a inclusão do Código de Regime Tributário (CRT) 4, criado exclusivamente para a categoria, por MEIs em suas notas fiscais.
🔎 Os códigos de regime tributário (CRT) servem para indicar que tipo de empresa está emitindo a nota fiscal, para que a Receita Federal e as Secretarias de Fazenda consigam avaliar a tributação aplicável a cada uma delas, explica Charles Gularte, vice-presidente executivo de Serviços aos Clientes da Contabilizei.
A medida foi anunciada no ano passado, por meio da publicação de uma nota técnica no portal oficial do projeto da Nota Fiscal Eletrônica. Seu início estava previsto para novembro, mas foi adiado.
Até então, os MEIs usavam o CRT 1, junto às demais empresas optantes pelo Simples Nacional. Agora, o código exclusivo para a categoria pretende facilitar a identificação dela nas operações fiscais e contábeis.
“Com essa diferenciação, a fiscalização se torna mais eficiente, pois os sistemas de monitoria dos Fiscos conseguem identificar mais rapidamente as peculiaridades, facilitando o controle”, afirma Gularte.
A mudança na regra não altera a forma de tributação do MEI, ressalta o contador Rogério Alexandre Gonçalves, professor da FIA Business School. Os impostos continuam tendo um valor fixo para a categoria e são pagos por meio do DAS, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional.
No entanto, quem não incluir o código de forma correta a partir de abril pode ter problemas para emitir as notas fiscais, o que pode gerar multas e até impactar as operações da empresa, alerta Gularte.
Veja a seguir:
Quando o MEI precisa emitir nota fiscal?
O que são CFOPs?
Como incluir o novo código nas notas?
Possíveis consequências do descumprimento da regra
MEIs: entenda o novo valor de contribuição mensal para 2025
1. Quando o MEI precisa emitir nota fiscal?
O MEI é obrigado a emitir nota fiscal sempre que vender ou prestar serviços para outras empresas, explica o Sebrae. A emissão é opcional quando o serviço ou a venda for realizada para pessoa física.
Como dito anteriormente, o Código de Regime Tributário (CRT) é utilizado por empreendedores do comércio e indústria que compram e vendem produtos e, portanto, precisam emitir a Nota Fiscal eletrônica (NF-e).
Eles estão sujeitos ao ICMS, imposto sobre a circulação de mercadorias, e o processo de emissão da nota varia conforme cada estado, que é o responsável pela arrecadação do tributo (leia mais abaixo).
MEIs prestadores de serviços, como cabeleireiros ou fotógrafos, pagam o ISSQN, imposto sobre serviços cobrado pelos municípios, e emitem outro tipo de nota fiscal, pelo sistema nacional de emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e).
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2. O que são CFOPs?
Além do CRT, também é obrigatório incluir na Nota Fiscal eletrônica (NF-e) o chamado Código Fiscal de Operações e de Prestações (CFOP), que identifica o tipo de operação realizada pela empresa.
Isso já era feito antes da mudança de regra, mas, agora, os CFOPs “foram desenhados para distinguir as atividades dos MEIs de maneira mais clara”, afirma Gularte, da Contabilizei.
Com os códigos, o MEI vai poder detalhar se a operação é uma venda, devolução, remessa ou outro tipo de lançamento. Todos os CFOPs relativos ao CRT4 estão descritos na página 4 da nota técnica.
“É mais uma questão fiscal. A ideia é fazer uma padronização para que, na hora da emissão da nota, ela espelhe exatamente a atividade oferecida”, complementa o professor Rogério, da FIA.
3. Como incluir o novo código nas notas?
O primeiro passo é acessar o sistema de emissão de NF-e que o MEI preferir. Algumas Secretarias Estaduais da Fazenda têm plataformas próprias, e o Sebrae também possui um emissor gratuito.
Depois de fazer login ou se cadastrar no sistema, o MEI deverá seguir os passos para emitir a nota e, no campo referente ao Código de Regime Tributário, inserir o código CRT 4. Para isso, é essencial verificar se o sistema está atualizado.
“Em seguida, preencha os dados do destinatário, informando corretamente o CNPJ ou CPF do cliente, além do endereço completo. Depois, escolha o CFOP adequado para a natureza da operação realizada, como venda, devolução ou remessa”, orienta o contador Charles Gularte.
Como já era feito antes, o empreendedor também vai precisar inserir uma descrição detalhada do produto, incluindo quantidade, valor unitário e total.
“Após a conferência das informações, gere e transmita a nota fiscal. O sistema fornecerá um arquivo XML e um Danfe (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), que devem ser enviados ao cliente e armazenados para controle contábil e fiscal", completa o especialista.
4. Possíveis consequências do descumprimento da regra
Se o MEI não colocar o CRT, ou informar o número errado, pode ser que ele nem consiga emitir a nota fiscal no sistema, explica o professor Rogério, da FIA.
“Ou a nota pode ser invalidada”, diz. “E, se houver fiscalização da Receita, tudo vai depender do grau, mas o MEI corre até o risco de ter que se desenquadrar da categoria”, afirma.
Segundo Gularte, da Contabilizei, “emitir uma nota com um código incorreto pode ser interpretado como erro fiscal, o que pode gerar autuações ou exigência de retificações”.
Além disso, pode causar dificuldades para comprovar o sistema de tributação da empresa, já que ela pode ser classificada erroneamente como uma empresa comum do Simples Nacional, e não como MEI, impactando as operações.
G1 Tue, 01 Apr 2025 03:00:38 -0000 - |
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.847 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 45 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta terça-feira (1º), em São Paulo.
No concurso do último sábado (29), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
G1 Tue, 01 Apr 2025 03:00:27 -0000 - |
Até agora, patamar de 17% era usado em todo o país; alta foi definida em dezembro. Imposto de importação também incide sobre as compras do exterior. A partir desta terça-feira (1º), a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado em compras internacionais subirá de 17% para 20% em dez estados. Até esta segunda (31), o imposto era de 17% em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Veja os dez estados em que o ICMS subirá de 17% para 20%: Acre Alagoas Bahia Ceará Minas Gerais Paraíba Piauí Rio Grande do Norte Roraima Sergipe 🔎Além da alíquota de ICMS estadual, as encomendas internacionais de até US$ 50 também são taxadas com mais 20% relativos ao imposto de importação, cobrança que entrou em vigor em agosto de 2023. Segundo grandes importadoras, a alta deve levar a tributação global sobre compras internacionais de até US$ 50 para 50% do valor dos itens. Ou seja, um produto vendido por R$ 100 teria um "preço total" de R$ 150, por exemplo. Os varejistas nacionais, enquanto isso, argumentam que a taxação sobre as empresas brasileiras é ainda maior, e que a alta do ICMS caminha na direção da "isonomia tributária". Estados e DF vão aumentar ICMS das compras internacionais A decisão foi tomada em dezembro pelo Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz), mas passa a valer em abril. "Essa mudança reforça o compromisso dos estados com o desenvolvimento da indústria e do comércio nacional, promovendo uma tributação mais justa e contribuindo para a proteção do mercado interno frente aos desafios de um cenário globalizado", afirmou o comitê à época. Em 2024, os estados chegaram a avaliar um aumento do ICMS para 25% em todo o país – mas a decisão acabou sendo adiada. Segundo os governos estaduais, o aumento na tributação visa garantir "isonomia competitiva entre produtos importados e nacionais, promovendo o consumo de bens produzidos no Brasil". "Com isso, os estados pretendem estimular o fortalecimento do setor produtivo interno e ampliar a geração de empregos, em um contexto de concorrência crescente com plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço", acrescentou o Comsefaz em nota divulgada em dezembro. Compras internacionais caem, mas arrecadação com impostos aumenta depois da chamada Taxa da Blusinha
G1 Tue, 01 Apr 2025 03:00:20 -0000 - |
Quem tentou fazer a declaração até esta terça-feira (1º) só conseguiu incorporar informações básicas. Só agora o modelo completo está disponível. Prazo para entrega do IR 2025 vai até 30 de maio. imposto de renda 2025
Divulgação
Os contribuintes que precisam declarar o Imposto de Renda 2025 podem usar, a partir desta terça-feira (1º), a declaração pré-preenchida — modelo em que as informações são inseridas automaticamente no sistema, sem a necessidade de digitação.
Até então, quem tentou fazer a declaração do IR 2025 por meio da modalidade conseguiu incorporar apenas informações básicas.
Segundo o subsecretário de Gestão Corporativa da Receita Federal, Juliano Neves, "dificuldades internas", incluindo a greve de servidores, prejudicaram os trabalhos e impossibilitaram que o órgão disponibilizasse a versão pré-preenchida logo no início do prazo de declaração, em 17 de março.
Neste ano, a Receita dará prioridade no pagamento da restituição aos contribuintes que escolherem a declaração pré-preenchida e também optarem por receber a restituição via PIX.
A pré-preenchida pode ser utilizada por todos os contribuintes que possuem conta gov.br nos níveis ouro ou prata. (veja aqui como elevar o nível)
Confira a seguir como funciona a declaração pré-preenchida:
Por que a pré-preenchida foi liberada só agora?
O que é a declaração pré-preenchida?
Como fazer a declaração pré-preenchida?
Como estar habilitado?
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
LEIA MAIS
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Programa para declaração: veja como baixar
Imposto de Renda 2025: programa para declaração fica disponível para download
O que é a declaração pré-preenchida?
A declaração pré-preenchida traz informações de rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais – que são carregadas automaticamente, sem a necessidade de digitação.
Para isso, a Receita se baseia na Declaração de Imposto Retido na Fonte (Dirf) das pessoas jurídicas pagadoras, empresas do ramo de imóveis e de prestadores de serviços de saúde. São usadas também as informações do contribuinte no ano anterior.
A Receita Federal avalia que esse tipo de declaração diminui os erros e proporciona maior comodidade ao contribuinte.
O Fisco esclarece, entretanto, que é "responsabilidade do contribuinte a verificação da correção de todos os dados pré-preenchidos na declaração, devendo realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações necessárias, se for o caso".
Esse tipo de declaração existe desde 2014, mas era necessário ter certificado digital para utilizá-la, o que restringia o número de usuários.
Como fazer a declaração pré-preenchida?
A declaração pré-preenchida poderá ser utilizada por todos os contribuintes em todas as formas de preenchimento disponíveis:
▶️ NO COMPUTADOR
Baixe o programa da declaração do IR 2025
Faça o login da conta gov.br;
Abra uma declaração na aba "Nova",
Selecione "Iniciar declaração a partir da pré-preenchida".
▶️ ON-LINE
Acesse o portal e-CAC com o login gov.br;
Selecione a opção "Declarações e Demonstrativos";
Em seguida, "Meu Imposto de Renda";
Clique em "Preencher declaração online";
Depois, em "Iniciar Declaração",
Selecione a opção "Pré-Preenchida".
▶️ EM DISPOSITIVOS MÓVEIS
Acesse o app "Receita Federal"
Faça o login com a conta gov.br;
Selecione o ano;
Selecione "Iniciar Declaração",
Escolha a opção "Pré-Preenchida".
⚠️ LEMBRE-SE (MAIS UMA VEZ): O Fisco reforça que é "responsabilidade do contribuinte a verificação da correção de todos os dados pré-preenchidos na declaração, devendo realizar as alterações, inclusões e exclusões das informações necessárias, se for o caso".
O download do programa utilizado para o Imposto de Renda 2025 foi liberado pela Receita Federal em 13 de março. O prazo de entrega vai até 30 de maio.
Quem pode fazer?
Para realizar a declaração pré-preenchida, o contribuinte precisa elevar o nível de sua conta gov.br para o nível de segurança ouro ou prata.
As contas cadastradas exclusivamente com informações do CPF ou do INSS são consideradas de nível bronze. O cadastro feito presencialmente nas unidades do INSS ou Denatran também tem nível bronze.
O usuário pode aumentar o nível de segurança da sua conta fazendo validações por biometria facial ou dados bancários.
Nível prata: validação pelo aplicativo gov.br para conferência da sua foto nas bases da Carteira de Habilitação (CNH) ou por meio de internet banking de bancos parceiros;
Nível ouro: validação facial por meio de dados do TSE ou certificado digital.
Veja aqui, em detalhes, como abrir e elevar o nível de uma conta gov.br.
Como estar habilitado?
O primeiro passo para acessar os serviços digitais da Receita Federal é fazer um aprimoramento do acesso ao gov.br.
A conta gov.br é uma identificação que comprova em meios digitais quem está usando o sistema ou serviço. Ela é gratuita e está disponível para todos os cidadãos brasileiros. Quem ainda não possui, pode fazer o cadastro pelos seguintes caminhos:
site Acesso (gov.br)
App gov.br (link iOS)
App gov.br (link Android)
Quem é obrigado a declarar o Imposto de Renda em 2025
quem recebeu rendimentos tributáveis acima de R$ 33.888,00 em 2024. O valor é um pouco maior do que o da declaração do IR do ano passado (R$ 30.639,90) por conta da ampliação da faixa de isenção;
contribuintes que receberam rendimentos isentos, não-tributáveis ou tributados exclusivamente na fonte, cuja soma tenha sido superior a R$ 200 mil no ano passado;
quem obteve, em qualquer mês de 2024, ganho de capital na alienação de bens ou direitos, sujeito à incidência do imposto, ou realizou operações em bolsas de valores, de mercadorias, de futuros e assemelhadas cuja soma foi superior a R$ 40 mil, ou com apuração de ganhos líquidos sujeitas à incidência do imposto;
quem teve isenção de imposto sobre o ganho de capital na venda de imóveis residenciais, seguido de aquisição de outro imóvel residencial no prazo de 180 dias;
quem teve, em 2024, receita bruta em valor superior a R$ 169.440,00 em atividade rural;
quem tinha, até 31 de dezembro de 2024, a posse ou a propriedade de bens ou direitos, inclusive terra nua, de valor total superior a R$ 800 mil;
quem passou para a condição de residente no Brasil em qualquer mês e se encontrava nessa condição até 31 de dezembro de 2024;
quem optou por declarar os bens, direitos e obrigações detidos pela entidade controlada, direta ou indireta, no exterior como se fossem detidos diretamente pela pessoa física;
possui trust no exterior;
quem atualizou bens imóveis pagando ganho de capital diferenciado em dezembro/2024 (Lei nº 14.973/2024);
quem auferiu rendimentos no exterior de aplicações financeiras e de lucros e dividendos;
deseja atualizar bens no exterior.
G1 Tue, 01 Apr 2025 03:00:12 -0000 - |
Greve de servidores foi um dos fatores que tornou indisponível modelo pré-preenchido logo no início do prazo. Formato deve concentrar mais da metade dos documentos. Prazo para a declaração do Imposto de Renda 2024 encerra nesta sexta-feira (31)
Joédson Alves/Agência Brasil
A Receita Federal começa a receber nesta terça-feira (1º) a declaração pré-preenchida do Imposto de Renda Pessoa Física 2025, ano-base 2024.
A recepção da declaração pré-preenchida começa 13 dias após o início do prazo de envio do IR pelo método tradicional, em 17 de março.
Por volta das 8h, contribuintes informavam dificuldades para acessar a declaração pré-preenchida.
Segundo integrantes da Receita, a previsão é de que o sistema libere essa modalidade a partir das 9h.
🔎Na declaração pré-preenchida, a Receita Federal mostra ao contribuinte informações de rendimentos, deduções, bens e direitos e dívidas e ônus reais – que são carregadas automaticamente, sem a necessidade de digitação.
🔎Para optar pela declaração pré-preenchida, é preciso ter uma conta níveis Prata ou Ouro no gov.br. Para quem não faz a própria declaração, ainda existe a alternativa de usar o site ou app Meu Imposto de Renda. Nele, é possível dar autorização de acesso à declaração pré-preenchida para qualquer CFP ou CNPJ, evitando assim o compartilhamento da senha gov.br.
A demora na abertura do prazo para envio da declaração pré-preenchida está relacionado com a greve dos auditores fiscais da Receita Federal, que buscam reajuste salarial.
Receita Federal vai divulgar novas regras do IR 2025
O contribuinte que optou pela declaração pré-preenchida nas últimas semanas conseguiu ver no programa da Receita Federal apenas dados como sua identificação, CPF, endereço, e de rendimentos recebidos.
A partir desta terça-feira, 1º de abril, a declaração pré-preenchida também passará a informar:
Contribuições de previdência privada;
Atualização do saldo de conta bancária e poupança;
Atualização do saldo de fundos de investimento;
Imóveis adquiridos no ano calendário;
Doações efetuadas no ano calendário;
Conta bancária/poupança ainda não declarada;
Fundo de investimento ainda não declarado;
Contas bancárias no exterior.
Leia também:
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Mais da metade deve ser no formato
Neste ano, a Receita Federal espera que receber 26,33 milhões de declarações (57% do total) por meio desse formato pré-preenchido.
No ano passado, 17,89 milhões de declarações (41,2% do total) foram entregues por meio do formato pré-preenchido.
Até a manhã desta segunda-feira (31), haviam sido entregue 5, 21 milhões declarações do Imposto de Renda. O prazo termina em 30 de maio. A expectativa do órgão é de receber 46,2 milhões de documentos.
G1 Tue, 01 Apr 2025 03:00:03 -0000 - |
Empresa planeja vender seus restaurantes para um grupo de franquias apoiado pelos fundadores. Rede de restaurantes Hooters pede falência
Google Maps
A rede de restaurantes Hooters of America entrou com pedido de falência no Texas, Estados Unidos, nesta segunda-feira (31).
Com uma dívida de US$ 376 milhões, a empresa planeja vender seus restaurantes para um grupo de franquias apoiado pelos fundadores. A ideia é estabilizar as finanças e garantir a continuidade das operações.
A empresa já alinhou US$ 35 milhões em financiamento com seus credores para concluir a transação, segundo a Reuters.
Nos últimos anos, o Hooters enfrentou dificuldades devido à inflação, altos custos de mão de obra e alimentos, e a queda nos gastos dos consumidores americanos. Atualmente, a empresa opera diretamente 151 locais e tem outros 154 restaurantes franqueados, principalmente nos EUA.
Fundado em 1983, o Hooters é famoso por suas asas de frango e pelo uniforme de seus garçons, composto por shorts laranja e regatas decotadas.
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G1 Tue, 01 Apr 2025 00:21:00 -0000 - |
De acordo a investigação, o esquema era chefiado pelo ex-CEO da companhia, Miguel Gutierrez. Fraudes foram estimadas em R$ 25 bilhões. Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas
GloboNews/Reprodução
A Polícia Federal indiciou e o Ministério Público Federal (MPF) denunciou, nesta segunda-feira (31), 13 ex-executivos e ex-funcionários por fraudes na Americanas, estimadas em R$ 25 bilhões.
O esquema envolvia, segundo a investigação, uma série de manobras para inflar artificialmente os lucros da companhia e manipular o mercado de capitais.
Foram denunciados:
Miguel Gutierrez (ex-CEO da Americanas)
Anna Saicali (ex-CEO da B2W, responsável pela área digital)
Timotheo Barros (vice-presidente)
Marcio Cruz (vice-presidente)
Carlos Padilha (ex-diretor)
João Guerra (ex-diretor)
Murilo Corrêa (ex-diretor)
Maria Christina Nascimento (ex-diretor)
Fabien Picavet (ex-diretor)
Raoni Fabiano (ex-diretor)
Luiz Augusto Saraiva Henriques
Jean Pierre Lessa e Santos Ferreira
Anna Christina da Silva Sotero
O g1 tenta contato com os citados.
Os crimes
Os 13 investigados por associação criminosa foram denunciados por organização criminosa, o que aumenta a pena em caso de condenação. Os crimes de falsidade ideológica e manipulação de mercado também foram imputados a todos.
Nove dos investigados foram ainda denunciados por uso de informação privilegiada (Murilo, Luiz Augusto, Carlos Padilha, Fabien e Anna Sotero não foram).
Americanas: entenda a fraude que levou à operação da PF e à recuperação judicial de R$ 50 bilhões
MPF desenha ‘hierarquia da fraude’ das Americanas; esquema tinha 5 níveis
O que alegam PF e MPF
Polícia Federal e Ministério Público Federal atuaram em conjunto nas investigações, tanto que o MPF seguiu na íntegra o entendimento da PF, e as conclusões de inquérito e denúncia foram definidas no mesmo dia.
Provas apontadas pelos investigadores:
e-mails entre os executivos da empresa discutindo as fraudes e os ajustes nos resultados financeiros;
documentos que mostram a comparação entre os resultados reais e os resultados divulgados ao mercado;
três colaborações premiadas que detalham como as fraudes eram planejadas e executadas;
relatórios que detalham a estrutura da organização criminosa e as manobras fraudulentas realizadas;
conversas de WhatsApp entre os executivos, discutindo como esconder as fraudes das auditorias;
arquivos que compilavam as expectativas dos analistas de mercado e eram usados para ajustar fraudulentamente os resultados da empresa.
Relembre a fraude
Americanas: entenda a fraude que levou à operação da PF
A gigante varejista Americanas informou um rombo contábil bilionário no dia 11 de janeiro de 2023. Naquele momento, a companhia disse que havia identificado "inconsistências em lançamentos contábeis" nos balanços corporativos no valor de quase R$ 20 bilhões.
Sergio Rial, então presidente da empresa e quem assumiu após a saída de Miguel, decidiu deixar o comando do negócio após apenas nove dias no comando.
Os investidores — pessoa física e institucionais — iniciaram uma corrida para se desfazer dos papéis. Isso fez com que as ações da companhia despencassem quase 80% em um único dia, e a fuga continuou nos pregões seguintes.
Em uma conferência após sua demissão, Rial disse "a primeira grande conclusão é que não estamos falando de um número que está fora do balanço. Só que ele não está registrado de forma apropriada ao longo dos últimos anos", disse.
No dia 19 de janeiro de 2023, a Americanas pediu a recuperação judicial na Justiça do Rio de Janeiro e teve suas ações retiradas da B3. A primeira versão do plano de recuperação foi apresentada em março, mas a empresa só teve um plano aprovado em 19 de dezembro daquele ano, exatamente 11 meses depois.
A dívida final apresentada no plano foi de mais de R$ 50 bilhões, sendo uma dívida trabalhista de R$ 82,9 milhões e uma fraude de resultado de R$ 25,2 bilhões ao final de 2022.
O processo de recuperação envolveu um aporte de R$ 12 bilhões dos "acionistas de referência" — o trio de bilionários Jorge Paulo Lemann, Carlos Alberto Sicupira e Marcel Herrmann Telles — e a venda de ativos, inicialmente o Hortifruti Natural da Terra e a Uni.Co (empresa de franquias das marcas Imaginarium e Puket). Veja mais detalhes aqui.
G1 Mon, 31 Mar 2025 23:03:21 -0000 - |
Agência reguladora terá 60 dias para analisar os pedidos e enviar parecer ao Ministério de Minas e Energia, a quem cabe a decisão final sobre a renovação das concessões. As distribuidoras de energia Enel SP, Light e outras 17 empresas pediram a renovação de seus contratos, cujos vencimentos estão previstos entre 2025 e 2031.
Os pedidos foram encaminhados à Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel), que terá 60 dias para analisar as solicitações e enviar parecer ao Ministério de Minas e Energia, a quem cabe a decisão final.
Cabe à Aneel analisar o cumprimento de indicadores técnicos e econômico-financeiros – que são requisitos para a aprovação dos pedidos de renovações dos contratos (veja abaixo as empresas que solicitaram a renovação dos contratos e as datas de vencimento).
Distribuidoras que pediram a renovação dos contratos
Os novos contratos de distribuição são disciplinados por um decreto do governo, publicado em junho de 2024. Ao todo, 20 distribuidoras estão com contratos vincendos.
De acordo com as novas regras, as distribuidoras vão poder propor tarifas diferenciadas para “áreas de elevada complexidade”, como locais dominados por organizações criminosas.
Além disso, o decreto prevê que as distribuidoras terão que elaborar planos de ação para combater as chamadas "perdas não técnicas", que são os furtos de energia.
Os planos terão que ser fiscalizados pela Aneel e devem trazer resultados, com reflexos nos níveis de perdas e receitas.
A minuta prevê que, na próxima revisão tarifária das distribuidoras que renovarem os contratos, a Aneel vai discutir um plano de combate às perdas com reflexos no cálculo da tarifa de energia.
Ao aprovar a minuta de resolução, a Aneel recomendou ao Ministério de Minas e Energia que analise a possibilidade de incluir ao contrato uma cláusula para prever o pagamento de multas questionadas na Justiça.
As multas somam R$ 944 milhões. Só do grupo Enel, as multas contestadas chegam a R$ 603 milhões.
A sugestão não foi bem recebida pelas distribuidoras e cabe ao ministério acatar ou não a recomendação.
Ato do MTST em prédio da Enel em SP contra falta de energia
Divulgação/MTST
G1 Mon, 31 Mar 2025 20:39:44 -0000 - |
Para o ministro, Europa tem que ter visão política, em vez de analisar item a item do acordo. As declarações de Haddad foram após evento, em Paris. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse nesta segunda-feira (31) que o acordo entre o Mercosul e a União Europeia não vai ser 100% benéfico para os dois lados.
"Nós não vamos chegar a uma conta que vai ser 100% benéfica para um dos lados, porque senão não seria um acordo, seria outra coisa, seria uma imposição de um lado a outro", declarou durante evento do Instituto de Estudos Políticos de Paris (Sciences Po), na França.
Haddad defendeu que a Europa tenha "um olhar político" para o acordo, em defesa do multilateralismo.
"Acredito que a Europa deveria ter um olhar político sobre esse acordo também e não apenas ficar discutindo item por item onde você vai ganhar, onde você vai perder", declarou.
Fernando Haddad fala que déficit será de 0,1% do PIB em 2024
O ministro afirmou que o acordo não traz grandes vantagens econômicas ao Mercosul, mas que, na sua opinião, a insistência do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em assinar o documento tem motivações políticas, para "oferecer uma alternativa a um mundo bipolar".
"Nós podemos ter uma prática absolutamente defensiva, dizer não ao acordo, ou porque vai desindustrializar o Brasil ou porque vai afetar a produção agrícola francesa ou polonesa... [Mas] Nós podemos pensar diferente, integrar nossas cadeias produtivas de forma a buscar sustentabilidade, tanto social quanto ambiental", declarou.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad
CanalGov/Reprodução
Acordo de livre comércio
O acordo de livre comércio entre o Mercosul e a União Europeia foi anunciado oficialmente em dezembro de 2024, após a reunião dos líderes dos blocos na cúpula do Mercosul em Montevidéu, no Uruguai.
A assinatura do acordo só acontece depois que os textos passarem por uma revisão jurídica e de serem traduzidos para os idiomas oficiais dos países envolvidos.
Para passar a valer, no entanto, o acordo precisa ser aprovado pelo Parlamento Europeu e pelo Conselho da União Europeia, os dois principais órgãos de decisão do bloco.
O acordo comercial entre o Mercosul e a União Europeia tem o objetivo de reduzir ou zerar as tarifas de importação e exportação entre os dois blocos.
Estão previstos tratados em temas importantes, tais como:
Cooperação política;
Cooperação ambiental;
Livre-comércio entre os dois blocos;
Harmonização de normas sanitárias e fitossanitárias (que são voltadas para o controle de pragas e doenças);
Proteção dos direitos de propriedade intelectual; e
Abertura para compras governamentais.
As negociações começaram em 1999 e um termo preliminar foi assinado em 2019. Desde então, o texto passou por revisões e exigências adicionais, principalmente por parte da União Europeia, devido à pressão imposta principalmente por agricultores dos países-membros.
G1 Mon, 31 Mar 2025 19:25:37 -0000 - |
Na sexta-feira (28), Conselho do BRB aprovou compra da instituição financeira. Banco de Brasília quer adquirir 58% do capital total do Banco Master. Agências do Banco Master e do Banco de Brasília.
Banco Master/Divulgação e Paulo H. Carvalho/Agência Brasília
O Banco Central do Brasil e o Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) devem analisar a negociação de venda do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB). Na sexta-feira (28), o Conselho do BRB aprovou a compra da instituição financeira.
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No entanto, a conclusão da operação depende da aprovação do Banco Central e do Cade. O BRB quer adquirir 58% do capital total do Banco Master. Nesta segunda (31), as ações do BRB chegaram a subir mais de 80%.
Também nesta segunda, o Banco Central confirmou que ainda não recebeu o pedido. Em nota, o BC disse que "quando protocolado o pedido pelo Banco Master S.A. relacionado à modificação do seu controle acionário, o Banco Central do Brasil vai avaliar o pedido tecnicamente quanto ao cumprimento dos requisitos aplicáveis a operações da espécie, previstos na Resolução CMN nº 4.970/21".
No fim da tarde, o presidente do BRB Paulo Henrique Costa foi à sede do Banco Central, em Brasília (veja vídeo abaixo).
Carro de presidente do BRB entra pela garagem do prédio do Banco Central.
Ao g1, o Cade disse que não há um "edital de notificação da operação". Além disso, o Conselho Administrativo de Defesa Econômica afirmou que deve analisar, entre outros aspectos, a participação de mercado das empresas envolvidas na operação e se há existência ou não de rivalidade por parte das concorrentes.
📌 Nas redes sociais, o BRB afirma que a compra pretende ampliar a presença do banco em todo o país e fortalecer o portfólio de soluções.
📌O Banco Master diz, no site institucional, que a oferta de produtos e serviços segue inalterada e que operação deve ser aprovada por reguladores.
Ainda na sexta (28), o BRB informou aos acionistas e ao mercado sobre o contrato de compra e venda de ações entre o BRB e os acionistas controladores do Banco Master S.A., e disse que todos seriam informados "a respeito dos desdobramentos da Operação, nos termos da legislação e da regulamentação aplicáveis".
Segundo o informe, o objetivo é a incorporação do Banco Master ao Conglomerado Prudencial do Banco BRB, "em linha com sua estratégia de expansão e fortalecimento de sua posição no mercado financeiro".
"O novo conglomerado prudencial visa fortalecer a atuação conjunta no mercado, pela oferta completa de produtos e serviços bancários, de seguridade, meios de pagamento e investimentos a pessoas físicas e jurídicas, presença nacional e estrutura de governança, capital, liquidez, rentabilidade e conformidade regulatória compatível com o porte do novo conglomerado", diz o comunicado.
VEJA AQUI o íntegra do comunicado.
O Sindicato dos Bancários do Distrito Federal disse, em nota publicada no domingo (30), que tem "profunda preocupação" com a possibilidade de gestão temerária do BRB, diante da compra do Banco Master, no que tange ao interesse público e a segurança econômica da instituição (veja íntegra mais abaixo).
O g1 está em contato com o Banco de Brasília e com o Banco Master, mas não obteve respostas até a publicação desta reportagem.
Câmara Legislativa do DF vai ouvir presidente do BRB
A Câmara Legislativa do Distrito Federal (CLDF) vai ouvir o presidente do BRB, Paulo Henrique Costa sobre a proposta de compra do Banco Master. De acordo com o presidente da CLDF, deputado Wellington Luiz (MDB), a audiência está marcada para a próxima segunda-feira (3), e Costa já confirmou sua ida à Casa.
Os deputados distritais também avaliam se a compra do Banco Master precisa, ou não, passar pelo aval do Legislativo. Um parecer da procuradoria do BRB diz que o aval não é obrigatório.
O BRB
O Banco de Brasília S.A. (BRB) foi criado em dezembro de 1964 com o objetivo de ser um agente financeiro para captar os recursos necessários para o desenvolvimento do Distrito Federal. Em 1991, passou a ser um banco com as carteiras: comercial, câmbio, desenvolvimento e imobiliária.
A empresa é uma sociedade de economia mista, de capital aberto, e o acionista majoritário é o Governo do Distrito Federal (71,92%). O BRB é uma instituição financeira com atuação no Distrito Federal e com agências no Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Goiás, Minas Gerais, Bahia e Paraíba.
O Banco Master
Fundado em 1974 como corretora de valores e título imobiliários, o Banco Master teve a aprovação do Banco Central para operar como instituição financeira em 1990, ainda com o nome de Banco Máxima.
Após a compra do Banco Vipal, a instituição foi renomeada como Banco Master, em 2021.
O que diz o Banco Central
"Quando protocolado o pedido pelo Banco Master S.A. relacionado à modificação do seu controle acionário, o Banco Central do Brasil vai avaliar o pedido tecnicamente quanto ao cumprimento dos requisitos aplicáveis a operações da espécie, previstos na Resolução CMN nº 4.970/21."
O que diz o Cade
"Ainda não há edital de notificação da operação. Porém, ao analisar um ato de concentração, o Cade observa, por exemplo, a participação de mercado das empresas envolvidas na operação; se há existência ou não de rivalidade por parte dos concorrentes; além de outros aspectos relacionados ao setor em análise."
O que diz o Sindicato dos Bancários do DF
"O Sindicato dos Bancários de Brasília manifesta sua profunda preocupação com a possibilidade de atos que podem caracterizar uma possível gestão temerária da atual diretoria do Banco de Brasília (BRB), diante da compra do banco master, no que tange diretamente o interesse público e a segurança econômica da instituição.
A negociação para a compra de ações do Banco Master, amplamente noticiada pela imprensa, tem sido alvo de análises críticas por parte de especialistas econômicos e de outras instituições do Sistema Financeiro Nacional. Essa movimentação levanta sérios questionamentos sobre a responsabilidade na gestão do BRB e os possíveis impactos dessa decisão sobre o patrimônio público e a economia do Distrito Federal.
Ressalta-se que, em um passado próximo, a Comissão de Valores Mobiliários (CVM) apontou a concentração da carteira do Banco Master em precatórios, uma carteira sem liquidez, o que agrava as incertezas em torno da aquisição proposta pelo BRB.
O Conselho de Administração do banco tem competência para decidir sobre a aquisição de uma nova instituição? Ou seria de competência da Câmara Legislativa do Distrito Federal?
O Sindicato reafirma seu compromisso inabalável de atuar de forma vigilante e firme na defesa dos interesses da sociedade do Distrito Federal e dos trabalhadores do BRB. Seguiremos acompanhando de perto todas as decisões que possam comprometer a estabilidade do banco, a transparência na administração dos recursos públicos e a manutenção dos empregos dos trabalhadores da instituição.
Reiteramos nossa cobrança para que o governador do Distrito Federal assuma sua responsabilidade na preservação do BRB como uma instituição pública, sólida e comprometida com o atendimento à população do DF, respeitando os objetivos para os quais o banco foi criado.
Seguiremos exigindo responsabilidade e transparência na gestão do BRB, garantindo que a instituição cumpra seu papel de fomentar o desenvolvimento econômico e social do Distrito Federal, sem colocar em risco o futuro dos trabalhadores e da população brasiliense."
Leia mais notícias sobre a região no g1 DF.
G1 Mon, 31 Mar 2025 18:59:42 -0000 - |
Provas da 2ª edição do chamado 'Enem dos concursos' serão realizadas no segundo semestre, afirmou o Ministério da Gestão. Em 2026, não haverá CNU. Candidatos chegam para a prova do Concurso Público Nacional Unificado, o "Enem dos Concursos", na unidade da Universidade Paulista (UNIP)
FELIPE RAU/ESTADÃO CONTEÚDO
O Ministério da Gestão informou nesta segunda-feira (31) que o Concurso Público Nacional Unificado (CNU) de 2025 não vai ter a "bolinha" de identificação do candidato utilizada na primeira edição para o preenchimento dos cartões de resposta.
Ele vai ser substituído por um código de barras, pois alguns participantes tiveram problemas com o sistema da primeira edição (leia mais abaixo).
"Não é o nome ou número de inscrição, mas a máquina consegue ler [o código] e garantir que aquela prova pertence àquela pessoa", detalhou a ministra Esther Dweck, acrescentando que espera que a tecnologia também agilize a correção e a divulgação dos resultados.
Dweck anunciou ainda que o Termo de Referência para a escolha da banca do CNU 2025 deve ser lançado em abril, e que as provas serão realizadas no segundo semestre. A homologação está prevista para junho de 2026.
Segundo ela, não haverá uma edição do CNU em 2026 devido à legislação eleitoral, que impõe restrições a concursos públicos durante o processo eleitoral para evitar interferências políticas.
Isso não significa, porém, que a iniciativa vai acabar. "O CPNU é uma política que veio para ficar, mas temos que respeitar as regras do processo democrático", concluiu.
Governo alerta para golpe e diz que inscrições para o CNU 2025 ainda não começaram
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Todas as novas regras do CPNU 2 serão detalhadas em um edital único, que ainda não foi divulgado. Ele será diferente da primeira edição, que teve um edital separado para cada um dos oito blocos temáticos do concurso.
Agora, outros cargos serão oferecidos, e haverá a inclusão de duas novas carreiras transversais: Analista Técnico de Justiça e Defesa e Analista Técnico de Desenvolvimento Socioeconômico.
A ministra também disse que o Ministério da Gestão está estudando medidas para combater a subrepresentação feminina em carreiras estratégicas da administração federal. No CNU, as mulheres foram maioria entre os inscritos, mas minoria entre os aprovados.
Ela citou uma ação do Ministério das Relações Exteriores, que adotou um sistema de bonificação para mulheres nas fases iniciais de seu último concurso. Outra estratégia pode ser estimular a participação feminina em áreas tradicionalmente masculinas, como tecnologia e infraestrutura, por meio de programas de mentoria.
Para a 2ª edição do CNU, já está prevista uma campanha específica voltada às candidatas, com divulgação de histórias de servidoras bem-sucedidas.
Alerta de golpe: inscrições para o CNU 2025 ainda não começaram
Polêmica da 'bolinha'
Em novembro, três meses após a aplicação das provas do CNU, a Justiça mandou o governo federal cancelar a eliminação de candidatos que não haviam preenchido todo o campo de identificação no cartão de respostas.
Assim, esses participantes foram reintegrados à seleção, o que gerou o adiamento da divulgação da lista de aprovados e várias mudanças no cronograma inicial do concurso.
O QUE ACONTECEU? - Os cadernos de prova do CNU tinham várias versões, ou seja, as questões eram as mesmas para todos os candidatos de um determinado bloco temático, mas a ordem das perguntas e das alternativas estavam embaralhadas, para evitar cola.
Assim, na hora de preencher o cartão de respostas, os participantes precisavam identificar qual era a versão da sua prova, pintando a bolinha correspondente ao número do gabarito. Além disso, deveriam transcrever a frase que estava na capa do caderno (veja a foto abaixo).
Caderno de provas do CNU exigia identificação do gabarito de duas formas
Reprodução
Apesar dessas instruções estarem descritas na prova, muitos candidatos alegaram que foram orientados pelos fiscais de aplicação de que bastava a transcrição da frase para identificar o tipo de gabarito, ou seja, não havia necessidade de pintar a bolinha.
E, em coletiva de imprensa no dia do exame, logo após o fim da aplicação, a ministra Esther Dweck chegou a dizer que os participantes que haviam se esquecido de marcar o número do gabarito não seriam eliminados, pois a Cesgranrio tinha outras formas de identificar as versões de prova.
No entanto, no dia seguinte, o Ministério da Gestão anunciou que quem não havia preenchido toda a identificação no cartão de respostas estava desclassificado.
O Ministério Público Federal, por meio da Procuradoria-Geral do Tocantins, recebeu denúncias sobre o assunto e ingressou com uma ação civil pública contra o governo, pedindo a reintegração ao concurso dos candidatos eliminados, o que aconteceu em novembro.
G1 Mon, 31 Mar 2025 18:22:30 -0000 - |
Mudança entra em vigor nesta terça (1º). Litro do diesel A passa a custar, em média, R$ 3,55 – valor 4,78% menor que o atual. Bomba de combustível, em imagem de arquivo
Marcelo Camargo/Agência Brasil
A Petrobras vai reduzir o preço médio do diesel vendido em suas refinarias em 4,6%, a R$3,55 por litro, a partir de 1º de abril, disse a presidente da companhia, Magda Chambriard, no primeiro corte de valores deste combustível desde dezembro de 2023.
Com a redução, segundo a companhia, o preço médio do diesel A nas distribuidoras passará a ser de R$ 3,55 por litro – uma queda de 4,78%.
"Considerando a mistura obrigatória de 86% de diesel A e 14% de biodiesel para composição do diesel B vendido nos postos, a parcela da Petrobras no preço ao consumidor passará a ser de R$ 3,05 /litro, uma redução de R$ 0,15 a cada litro de diesel B", informou a companhia.
Ainda segundo a Petrobras, desde dezembro de 2022, o preço do diesel caiu 20,9% nas distribuidoras, ou R$ 0,94 por litro.
Contudo, a redução anunciada nesta segunda-feira (31), ainda não reverteu completamente o aumento de R$ 0,22 por litro implementado em janeiro.
Petrobras anuncia redução no preço do diesel
O preço do diesel vendido nos postos é composto por:
valor de venda do combustível fóssil pela Petrobras às distribuidoras
impostos federais (PIS e Cofins)
imposto estadual (ICMS)
preço do biodiesel, que é adicionado na proporção de 14%
margens de distribuição e revenda
Segundo dados da Associação Brasileira dos Importadores de Combustíveis (Abicom), o diesel vendido pela Petrobras estava acima da paridade internacional em R$ 0,08 por litro nesta segunda-feira (31).
Como a grande maioria dos produtos no Brasil é transportada por caminhões, a redução no valor do diesel pode ter efeito indireto na inflação -- que é uma preocupação do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
💸 Segundo especialistas, a parcela do diesel varia de acordo o valor agregado de cada produto.
💸 Ou seja, o impacto do combustível nos alimentos é maior que em eletrodomésticos, eletrônicos e carros, por exemplo.
G1 Mon, 31 Mar 2025 15:58:55 -0000 - |
Ministro de Minas e Energia é a favor da exploração. Tema divide governo, e Ibama já informou não ter prazo para dar resposta. Interlocutores do ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, informaram que ele pretende se reunir nos próximos dias com a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, para discutir a autorização para a exploração de petróleo na bacia da Foz do Amazonas, localizada na região conhecida como Margem Equatorial. 🛢️ Pelas projeções da Petrobras, a exploração de petróleo na região, se aprovada, pode render cerca de 10 bilhões de barris de petróleo. 🛢️ O tema está sob análise do Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e Recursos Naturais (Ibama), que já informou não ter prazo para dar uma resposta à Petrobras. Paralelamente à reunião pretendida por Silveira com Marina, técnicos do Ibama também esperam um encontro com representantes do Ministério de Minas e Energia ainda nesta semana. O órgão já disse publicamente que a região é sensível e por isso precisa ser rigoroso na análise do tema. O Ministério de Minas e Energia vem defendendo a exploração, afirmando que os recursos podem garantir a segurança energética do país e também financiar uma transição para a produção de energia limpa. Alexandre Silveira tem argumentado a interlocutores, por exemplo, que as estimativas do governo federal dão conta de que, a partir de 2030, a exploração de petróleo do pré-sal deve entrar em declínio. Tem dito também que o financiamento da transição energética pode se dar pelos recursos do petróleo em vez de aumentar a conta de luz. Lula critica IBAMA e defende exploração de petróleo na margem equatorial Uma das preocupações do governo tem a ver com o leilão da Agência Nacional de Petróleo (ANP) previsto para 17 de junho. Serão ofertadas 47 áreas de exploração na região. A GloboNews apurou que o entendimento é que, sem o aval para as pesquisas pedidas pela Petrobras, investidores podem não se sentir atraídos a participar do leilão. E, por isso, os lances poderiam ser mais baixos. A Petrobras está construindo uma base de estabilização da fauna, para receber animais afetados por eventuais vazamentos de petróleo. O Ibama cobra que a Petrobras estabeleça a unidade num local mais próximo de um possível vazamento de óleo, para reduzir o tempo de deslocamento e reabilitação. A Petrobras pretendia instalar um centro para receber animais contaminados em Belém, no Pará. Agora, nessa nova tentativa de licenciamento, a estatal vai instalar uma unidade no Oiapoque (AP). A expectativa da companhia é realizar a vistoria da área já em abril, abrindo caminho para a liberação da licença. Dentro do próprio Ibama, há um entendimento de que, se a Petrobras cumprir o que foi pedido, não haveria por que negar a licença. A nota técnica do Ibama que embasou a decisão de negar a licença à Petrobras, em maio de 2023, aponta algumas “inconsistências” no estudo ambiental para perfuração na Foz do Amazonas: falta de apresentação de medidas específicas no plano de comunicação social aos indígenas; deficiências no plano de proteção à fauna; ausência de Avaliação Ambiental de Área Sedimentar (AAAS) para exploração na Foz do Amazonas. Presidente da Petrobras defende exploração de petróleo na margem equatorial
G1 Mon, 31 Mar 2025 15:55:36 -0000 - |
Grupo é coordenado por Maurício Lyrio, secretário de Assuntos Econômicos do Itamaraty. Governo quer convencer Casa Branca a negociar antes de adotar reciprocidade ou ir à OMC. Uma comitiva formada por diplomatas brasileiros viajou aos Estados Unidos para tentar convencer o governo americano a achar alternativas às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump. Segundo apurou a GloboNews, o grupo foi coordenado pelo secretário de Assuntos Econômicos do Ministério das Relações Exteriores, Maurício Lyrio - atual negociador-chefe do Brasil no Brics e que em 2024 também foi o negociador-chefe do Brasil no G20. A ida de Lyrio e da comitiva aos EUA é mais um movimento adotado pelo governo do presidente Lula para negociar alternativas com a Casa Branca. Desde que Trump anunciou o "tarifaço", incluindo a taxa de 25% sobre o aço e o alumínio importados - medida que afeta diretamente os setores no Brasil -, representantes do Itamaraty e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio têm feito reuniões com representantes da Casa Branca para tentar negociar. Os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil no mundo, atrás somente da China. Tarifas de Trump sobre aço e alumínio entram em vigor e atingem todos os países Diante disso, diplomatas têm defendido que o país insista nas negociações antes de adotar a chamada reciprocidade - impor as mesmas tarifas sobre produtos americanos - ou recorrer à Organização Mundial do Comércio (OMC), uma vez que avaliam que a entidade está "paralisada" e sem força para agir. No último fim de semana, ao conceder entrevista após as viagens pelo Japão e pelo Vietnã, o presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) disse a jornalistas que o governo brasileiro vai "gastar todas as palavras que estão no nosso dicionário" para negociar com os Estados Unidos. Essa declaração foi diferente das que vinham sendo feitas por Lula publicamente. Isso, porque o presidente vinha falando em retaliar os EUA ou recorrer à OMC. Lula diz que vai recorrer à OMC contra novas tarifas de Trump Manifestação oficial Em uma manifestação oficial enviada ao Escritório do Representante Comercial dos Estados Unidos (USTR, na sigla em inglês), o governo do presidente Lula afirmou que o "tarifaço" do presidente Donald Trump pode comprometer "severamente" as relações comerciais dos dois países. A manifestação foi enviada num contexto em que o próprio gabinete do representante do governo Trump para o Comércio abriu consultas públicas sobre os anúncios de tarifas feitos pela Casa Branca. "O governo do Brasil reconhece os esforços do governo dos Estados Unidos para promover o desenvolvimento industrial e a criação de empregos nos Estados Unidos, uma política pública legítima que também é perseguida pelo governo brasileiro", diz o documento. "O Brasil insta os Estados Unidos a priorizar o diálogo e a cooperação em vez da imposição de restrições comerciais unilaterais, cujos riscos podem alimentar uma espiral negativa de medidas que poderiam comprometer severamente nossa relação comercial mutuamente benéfica", acrescentou. Lula afirma que Brasil tenta negociar com os EUA a respeito do tarifaço de Trump
G1 Mon, 31 Mar 2025 14:02:21 -0000 - |
Empréstimo de US$ 20 bilhões: Argentina pede a FMI que primeira parcela seja de mais de 40% do total
Ministro da Economia de Milei afirmou que pais pediu uma parcela maior do que o normal por já ter eliminado o déficit fiscal e cortado os gastos públicos. Normalmente, primeira parcela fica entre 20% e 30% do total. Presidente Javier Milei discursa na abertura do Congresso argentino, em 1º de março de 2024.
Reuters/Agustin Marcarian
A Argentina pediu ao Fundo Monetário Internacional (FMI) que a primeira parcela do empréstimo de US$ 20 bilhões (aproximadamente R$ 115,3 bilhões) que está sendo negociado com o órgão seja de mais de 40% — ou seja, mais de US$ 8 bilhões (R$ 46,1 bilhões). As informações foram divulgadas pelo ministro da Economia argentino, Luis Caputo, no domingo (30).
"Pedimos mais porque, tradicionalmente, isso é feito em troca de metas monetárias e fiscais", disse Caputo, acrescentando que os primeiros desembolsos geralmente ficavam entre 20% e 30%. "Já fizemos tudo."
De acordo com o ministro, o país sul-americano eliminou o déficit fiscal e cortou os gastos públicos, conforme o governo planeja reforçar as reservas do banco central argentino e começar a desfazer as restrições cambiais que possivelmente prejudicam os negócios e os investimentos.
Na semana passada, o FMI confirmou que negocia um possível empréstimo de US$ 20 bilhões com a Argentina por quatro anos, para apoiar o programa de reformas econômicas do presidente argentino Javier Milei.
O plano ainda precisa ser aprovado e deve suceder o programa de US$ 44 bilhões (R$253,7 bilhões) assinado em 2018.
"O novo programa está muito avançado e o compromisso continua em todos os níveis para finalizar um acordo que ajudará a Argentina a consolidar seu já bem-sucedido programa econômico", disse o FMI em comunicado divulgado na última sexta-feira.
A confirmação do organismo ocorre depois de Milei e seu ministro da Economia, Luis Caputo, terem anunciado na quinta-feira (27) a quantia do novo acordo. O número não havia sido confirmado pelo Fundo, que esclareceu que os desembolsos serão entregues "em partes".
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Na época, Caputo disse que a Argentina também está negociando empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial para reforçar as reservas do Banco Central (BCRA).
Milei declarou na quinta-feira que, desse modo, as reservas ficariam em "pelo menos" US$ 50 bilhões (R$ 288 bilhões), contra os US$ 26,2 bilhões (R$ 151 bilhões) que tem atualmente.
O programa do FMI, cujos detalhes não são publicados, "de nenhuma maneira" inclui uma desvalorização, descartou Milei em uma entrevista com a Radio El Observador.
"Aqui faltam pesos, faltam dólares", acrescentou, apesar dos diversos pedidos de ajuda externa.
O governo busca apaziguar a incerteza sobre eventuais exigências do FMI para eliminar os controles cambiários ou a possível adoção de uma flutuação administrada do peso.
Na última semana, as intervenções no mercado de câmbio representaram uma sangria de mais de US$ 1,2 bilhão de dólares (R$ 6,9 bilhões).
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G1 Mon, 31 Mar 2025 14:00:09 -0000 - |
Valorização do dólar frente ao Real deixa commodities do Brasil mais atrativas; colheita fica 66,2% acima da média de cinco anos, aponta Cepea, da Esalq, em Piracicaba (SP). Colheita de soja segue a todo vapor e estimativa de safra recorde se fortalece, segundo Cepea da Esalq em Piracicaba
Claudia Assencio/g1
🌱Na última semana de março, a demanda externa pela soja brasileira elevou o ritmo de negócios no spot nacional, mercado financeiro em que os ativos das commodities são comprados e vendidos à vista, com entrega imediata, segundo estudos do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada (Cepea), do campus da Universidade de São Paulo (USP), em Piracicaba (SP).
"Cenário foi influenciado pela valorização do dólar frente ao real, que que deixa as commodities do Brasil mais atrativas aos consumidores estrangeiros", aponta o Cepea. A colheita do grão segue em alta.
Somado a esse cenário, os sojicultores demonstram mais interesse em comercializar parte da safra 2024/25 no mercado spot, especialmente para “fazer caixa” para o custeio de financiamentos para a próxima temporada.
💵Alta do dólar
O dólar teve o terceiro dia consecutivo de alta na última sexta-feira (28) e fechou a R$ 5,75, conforme investidores repercutiam novos parâmetros econômicos no Brasil e nos Estados Unidos, e continuavam atentos aos desdobramentos das recentes aumento de tarifas de importação impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
📝Leia mais, abaixo, e entenda panorama na reportagem, abaixo.
De acordo com dados da Secex, analisados pelo Cepea, o Brasil embarcou 10,25 milhões de toneladas de soja até o dia 21 de março. A marca é 59,5% maior que o volume escoado em todo o mês de fevereiro.
🧑🌾Colheita
Segundo o Cepea, a colheita da soja brasileira segue em ritmo intenso e o clima vem contribuindo para "produtividade excepcional em grande parte do Brasil".
"Até o último dia 23 de março, 76,4% da área total [dos plantios] tinham sido colhidos, superando os 66,3% registrados no mesmo período de 2024 e 66,2% acima da média de cinco anos, conforme dados da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab)", aponta o Cepea.
📈Expectativa de safra recorde
Com produtividade em alta e mercado aquecido, a safra de soja deve ter balanço recorde, segundo estimativas do setor analisadas pelo Cepea no início de março de 2025.
Ainda segundo o Centro de Pesquisas da Esalq/USP, a Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) estima a produção nacional de soja em 167,37 milhões de toneladas.
"A marca representa 0,8% a mais que a apontada em fevereiro e 13,3% superior à da safra 2023/24. Desse total, 56,3% foram colhidos até nove de março", aponta o órgão.
"A colheita de soja segue 'a todo vapor' nas principais regiões do Brasil. A maior produtividade vem se confirmando em muitas praças, o que reforça a estimativa de produção recorde no país. Com a oferta do grão aumentando e compradores mais ativos, os negócios para entrega imediatas se aqueceram", segundo análise do Centro de Pesquisas.
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Produto Interno Bruto
A cadeia da soja e do biodiesel desbancou a estimativa de queda, recuperou os preços com a demanda aquecida nos mercados doméstico e externo e poderá atingir R$ 598,4 bilhões no terceiro trimestre de 2024. desempenho equivale a 23,2% do Produto Interno Bruto (PIB) do Agronegócio do Brasil.
Colheita da soja, o carro-chefe das culturas de verão nos Campos Gerais
Jaelson Lucas/Arquivo AEN
Segundo levantamento do Cepea da Esalq/USP, em parceria com a Associação Brasileira das Indústrias de Óleos Vegetais (Abiove), o setor apresentou de melhora na renda e superou o nível pré-pandemia. A marca também equivale 5,1% do PIB nacional em 2024.
“Apesar da estimativa de queda de 11,48% na renda real, a retração foi amenizada graças à recuperação nos preços ao longo do período. A recuperação de preços foi impulsionada por uma demanda aquecida, tanto no mercado interno quanto no externo”, aponta o Cepea.
Resiliência
O comportamento da cadeia é de resilência, segundo o Cepea, porque queda no PIB da cadeia da soja e do biodiesel, projetada em 6,00% em 2024, permanece, impactado pela quebra de safra, mas a indústria conseguiu amortecer esses reflexos negativos com desempenhos positivos.
“Esse resultado é reflexo da quebra da safra da soja, que levou a um recuo de 13,53% no PIB do segmento primário em comparação a 2023. Por outro lado, o desempenho robusto da indústria de insumos, com aumento de 3,98%, e do segmento pós-porteira (+1,07%), com destaque para o biodiesel [com alta de 23,23%, contribuiu para mitigar os impactos negativos. Segundo pesquisadores do Cepea e da Abiove, embora com PIB em queda, a cadeia da soja e do biodiesel ainda irá agregar o segundo maior volume de sua história”, observou os pesquisadores do setor.
Mercado de trabalho
A estimativa para o terceiro trimestre aponta uma redução de 2,64% no número de trabalhadores da cadeia, totalizando 2,23 milhões de ocupados.
"Apesar disso, a cadeia manteve sua relevância no mercado de trabalho, empregando 9,41% dos trabalhadores do agronegócio e 2,17% da força de trabalho da economia brasileira. O segmento de agrosserviços apresentou uma queda de 5,24% na ocupação, enquanto os segmentos de insumos (+3,48%), primário (+1,67%) e a agroindústria (18,13%) mostraram crescimento”, apontou.
Exportações
O valor das exportações da cadeia da soja e do biodiesel no terceiro trimestre de 2024 foi de US$ 13,91 bilhões, uma queda de 12,57% em relação ao mesmo período de 2023.
"O volume exportado cresceu 1,36%, enquanto os preços médios de exportação recuaram 13,74%, pressionados pela maior oferta global de soja e condições climáticas favoráveis em grandes produtores como EUA e Rússia", aponta o relatório do Cepea.
China
A China se manteve como o principal destino, absorvendo 75,21% das exportações de soja, 22,97% das exportações de óleo e 46,24% do total exportado de biodiesel, glicerol e proteína de soja. A União Europeia e o Sudeste Asiático também se destacaram.
Clima atrapalha e derruba produtividade da soja
Reprodução/TV TEM
Afinal, o que é o PIB do Agronegócio?
A professora da Esalq e pesquisadora do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, Nicole Rennó Castro, explica, em publicação no site do Cepea, que para calcular o PIB do Agro, são usadas informações secundárias e oficiais do IBGE.
"O PIB do Agro é um conceito mais amplo e abrangente que o de agropecuária, que engloba também atividades econômicas de outros setores de atividade, indústria e serviços. Especificamente, o agronegócio é definido como um setor econômico com ligações com a agropecuária", explica.
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O setor envolve a produção de insumos para a agropecuária, a própria agropecuária, as agroindústrias de processamento dessas matérias-primas e a distribuição e demais serviços necessários para que os produtos agropecuários e agroindustriais cheguem ao consumidor final.
"O setor “agronegócio” não é definido nas classificações de atividades econômicas oficiais adotadas pelos órgãos responsáveis pelas contas nacionais dos países (como o IBGE no Brasil), e, por isso, não há estatísticas oficiais sobre o PIB (ou outros agregados, como o emprego) desse setor", acrescenta a pesquisadora em artigo publicado no site do Cepea.
"É importante enfatizar que o Cepea apenas aplica aos dados nacionais um conceito que foi definido e é entendido, naturalmente com certas diferenças, internacionalmente", conclui.
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G1 Mon, 31 Mar 2025 13:25:27 -0000 - |
Moeda norte-americana caiu 0,94%, cotada a R$ 5,7057. O principal índice da bolsa de valores encerrou com um recuo de 1,25%, aos 130.260 pontos. Notas de dólar.
Murad Sezer/ Reuters
O dólar fechou em queda nesta segunda-feira (31), aos R$ 5,70, mesmo às vésperas do detalhamento das tarifas recíprocas anunciadas ao longo do ano pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
O republicano prometeu que finalmente vai anunciar como funcionarão as tarifas nesta quarta-feira (2), que devem ser cobradas sobre diferentes países que importam produtos para os EUA.
Em declaração recente a jornalistas, Trump disse que as tarifas incluirão todos os países, e não apenas um grupo menor de até 15 nações, como sugerido pelo assessor econômico da Casa Branca, Kevin Hassett.
A imposição de tarifas de importação é uma das principais promessas de campanha de Trump. Desde que assumiu o atual mandato, já decretou tarifas sobre grandes parceiros comerciais, como México e Canadá, além de impor ou ameaçar colocar taxas sobre produtos específicos, como aço, alumínio, automóveis e produtos agrícolas.
O grande temor do mercado é que o tarifaço inicie uma guerra comercial generalizada pelo mundo, em que outros países também elevem suas taxas em resposta às decisões do presidente americano.
Tarifas maiores tornam os produtos mais caros, e encarecem também os bens e serviços que dependem desses insumos importados. Isso tende a aumentar a inflação e impactar o consumo.
Por isso, há uma percepção de que os EUA podem passar por um período de desaceleração da atividade econômica, ou até uma recessão da economia — o que tem potencial de afetar o mundo todo.
Diante desse cenário, os principais índices acionários de Wall Street recuaram durante boa parte do dia, tendo ganhado fôlego apenas na última hora do pregão, conforme investidores superavam temporariamente as incertezas sobre as novas taxas. O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar fechou em queda de 0,94%, cotado a R$ 5,7052. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
queda de 0,94% na semana;
recuo de 3,56% no mês; e
perda de 7,67% no ano.
Na última sexta-feira (28), a moeda americana teve alta de 0,13%, cotada a R$ 5,7596.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou com um recuo de 1,25%, aos 130.260 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 1,25% na semana;
avanço de 6,07% no mês; e
ganho de 8,29% no ano.
Na sexta, o índice teve baixa de 0,94%, aos 131.902 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O que está mexendo com os mercados?
O tarifaço de Trump segue mexendo com os ânimos de investidores no mundo inteiro, com a crescente cautela de que a guerra tarifária resulte em inflação e recessão econômica.
O presidente prometeu, ainda no começo do ano, que anunciaria as tarifas recíprocas em 2 de abril, esta quarta-feira. E há muita expectativa por todo o mundo em entender como vão funcionar essas taxas e sobre quais países elas serão cobradas.
Em uma entrevista recente à Fox Business, o assessor Kevin Hassett disse que o foco do governo americano seria cobrar essas tarifas sobre um grupo de 10 a 15 países, que são o que têm os piores desequilíbrios tarifários com os EUA. Ele não disse quais são esses países, porém.
No domingo (30), no entanto, Trump disse que essa aplicação de tarifas "começaria com todos os países" e complementou que "essencialmente, todos os países dos quais estamos falando".
Nos últimos meses, Trump falou sobre diversos países.
Começou com o México e o Canadá, aos quais o presidente aplicou uma taxa de 25% sobre todas as importações, que está temporariamente suspensa para produtos que fazem parte do acordo comercial entre os países. Também impôs uma taxa extra de 10% sobre os produtos chineses, elevando as tarifas sobre o país a 20%.
Além disso, Trump já ameaçou impor tarifas sobre produtos da União Europeia, ao etanol do Brasil e, mais recentemente, ao petróleo da Rússia.
Em fevereiro, Trump assinou um memorando que instruía as autoridades comerciais dos EUA a visitarem país por país e elaborarem uma lista de contramedidas personalizadas.
Na semana passada, ele sugeriu que poderia reduzir seus planos recíprocos, talvez em alguns casos impondo tarifas mais baixas do que as cobradas pelos países dos EUA.
Essa incerteza em relação a como devem funcionar as tarifas recíprocas tem aumentado a aversão aos riscos no mercado, levando os investidores a priorizarem os ativos e moedas mais seguros, como o dólar.
Na União Europeia, uma das regiões mais citadas por Trump, as autoridades se mobilizam para reagir. A presidente do Banco Central Europeu (BCE), Christine Lagarde, disse, nesta segunda, que a guerra comercial iniciada pelos EUA deve levar a Europa à "independência".
"Ele chama de 'Dia da Libertação' nos Estados Unidos, mas eu vejo como um momento em que devemos decidir juntos como controlar de melhor maneira o nosso destino e acredito que é um passo para a independência", declarou à rádio France Inter, antes de enfatizar um "momento existencial para a Europa".
Lagarde também afirmou que "para estar em uma boa posição de negociação, devemos demonstrar que não estamos prontos para nos curvar", além de afirmar que uma guerra comercial só cria perdedores.
A presidente do BCE reafirmou sua estimativa de uma redução de cerca de 0,3 ponto percentual para a Europa no primeiro ano de tarifas sobre as importações dos EUA provenientes da Europa.
Ela acrescentou que, se a Europa responder com medidas recíprocas, o crescimento será ainda menor, com queda de 0,5 ponto percentual.
O mercado também teme que a política tarifária de Trump aumente a inflação e provoque uma redução na atividade econômica dos EUA.
*Com informações das agências de notícias Reuters e AFP
G1 Mon, 31 Mar 2025 12:00:24 -0000 - |
Até agora, patamar de 17% era usado em todo o país; alta foi definida em dezembro. Imposto de importação também incide sobre as compras do exterior. A partir desta terça-feira (1º), a alíquota do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) cobrado em compras internacionais subirá de 17% para 20% em dez estados. Até esta segunda (31), o imposto era de 17% em todos os 26 estados e no Distrito Federal. Veja os dez estados em que o ICMS subirá de 17% para 20%: Acre Alagoas Bahia Ceará Minas Gerais Paraíba Piauí Rio Grande do Norte Roraima Sergipe 🔎Além da alíquota de ICMS estadual, as encomendas internacionais de até US$ 50 também são taxadas com mais 20% relativos ao imposto de importação, cobrança que entrou em vigor em agosto de 2023. Segundo grandes importadoras, a alta deve levar a tributação global sobre compras internacionais de até US$ 50 para 50% do valor dos itens. Ou seja, um produto vendido por R$ 100 teria um "preço total" de R$ 150, por exemplo. Os varejistas nacionais, enquanto isso, argumentam que a taxação sobre as empresas brasileiras é ainda maior, e que a alta do ICMS caminha na direção da "isonomia tributária". Estados e DF vão aumentar ICMS das compras internacionais A decisão foi tomada em dezembro pelo Comitê Nacional dos Secretários de Fazenda (Comsefaz), mas passa a valer em abril. "Essa mudança reforça o compromisso dos estados com o desenvolvimento da indústria e do comércio nacional, promovendo uma tributação mais justa e contribuindo para a proteção do mercado interno frente aos desafios de um cenário globalizado", afirmou o comitê à época. Em 2024, os estados chegaram a avaliar um aumento do ICMS para 25% em todo o país – mas a decisão acabou sendo adiada. Segundo os governos estaduais, o aumento na tributação visa garantir "isonomia competitiva entre produtos importados e nacionais, promovendo o consumo de bens produzidos no Brasil". "Com isso, os estados pretendem estimular o fortalecimento do setor produtivo interno e ampliar a geração de empregos, em um contexto de concorrência crescente com plataformas de comércio eletrônico transfronteiriço", acrescentou o Comsefaz em nota divulgada em dezembro. Compras internacionais caem, mas arrecadação com impostos aumenta depois da chamada Taxa da Blusinha
G1 Mon, 31 Mar 2025 11:24:11 -0000 - |
A BBC News Brasil conversou com economistas para entender porque a inflação segue tão teimosa no mundo e no Brasil meia década depois do começo da pandemia. A inflação dos alimentos tem ficado acima da inflação geral no Brasil
Getty Images via BBC
Um mundo com preços estáveis, baixa inflação e taxas de juros próximas de zero (por vezes até negativas em alguns países). Assim era a economia mundial antes da pandemia de coronavírus que começou há cinco anos.
Nos anos anteriores à covid-19, nas economias avançadas, como EUA e países da Europa, a inflação anual raramente passou de 2% ao longo de mais de uma década. Como consequência, as taxas de juros se mantiveram lá embaixo — e até abaixo de zero no caso da União Europeia.
Nesse período imediatamente antes da pandemia, o Brasil também tinha inflação próxima da meta de 4,5% e uma taxa de juros abaixo de 7% — tendo recém saído de uma recessão nos anos de 2015 e 2016.
Mas a pandemia mudou tudo no mundo em questão de poucas semanas.
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Primeiro veio uma desaceleração brutal das economias — inclusive com queda rápida nos preços. Mas, à medida que os países começaram a sair dos lockdowns, os preços explodiram em praticamente todos os lugares do planeta.
A inflação disparou não só em economias emergentes como também nos países ricos.
No Brasil, ela saiu de 4,19% em janeiro de 2020 para 12,13% em abril de 2022. Nos EUA, de 2,5% no começo de 2020 para 9,1% em junho de 2022 — um patamar inédito para o país desde 1980, uma época de recessão por conta de choques mundiais no preço do petróleo.
Como consequência, as autoridades monetárias reagiram subindo os juros básicos da economia em diversos países — avançados e emergentes.
Os juros básicos são instrumentos usados pelas autoridades para combater a inflação. Quando os preços começam a subir demais em uma economia, os juros altos ajudam a encarecer o custo de se tomar empréstimos — freando a subida de preços.
O juro americano subiu de um patamar de 0,25% para 5,5%, entre 2022 e o ano passado. No Brasil, a escalada de juros aconteceu dois anos antes: partindo de 2% em fevereiro de 2021 para 13,75% em agosto de 2022.
Desde o ano passado, políticos, empresários e trabalhadores em diversos países vêm esperando que a inflação retorne aos níveis pré-pandemia. E também os juros — que são considerados fundamentais para estimular a produção e o crescimento econômico.
Um dos termômetros mundiais para verificar se a economia global está voltando ao seu normal é a decisão do banco central americano, o Federal Reserve (Fed), em relação aos seus juros.
Há quase um ano, analistas acompanham cada reunião do Fed à espera de que a taxa básica de juros dos EUA seja cortada, o que seria um sinal de retorno ao patamar normal da economia. Mas isso não está se confirmando.
Alguns cortes foram feitos, mas em um ritmo muito menor do que o esperado. Neste mês, o Fed manteve os juros no mesmo patamar: entre 4,25% e 4,5%.
Ou seja: a economia dos EUA — assim como a de diversos outros países — não está voltando ao antigo normal. No Brasil, os juros até mesmo voltaram a subir, em um novo ciclo de alta. Em 19 de março, atingiram 14,25% — o mesmo patamar em que estavam durante a crise econômica brasileira de 2016.
Mas porque a inflação teima em não cair no mundo e no Brasil meia década após o começo da pandemia?
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Inflação teimosa
Apesar de a inflação seguir acima dos patamares pré-pandemia, ela caiu bastante e de forma rápida, afirma o economista Joseph Gagnon, do Peterson Institute for Internacional Economics (PIIE), entidade sediada em Washington D.C., nos EUA.
"Trazer a inflação de 8% ou 9% para menos de 3% até que aconteceu mais rápido do que qualquer um imaginava", disse Gagnon à BBC News Brasil.
"Mas voltar de 3% para 2% está demorando mais."
Para Gagnon, a demora para a inflação descer o último degrau até o patamar considerado normal se dá por conta de um efeito de transmissão de preços.
A pandemia elevou os preços de itens como alimentos e energia — e isso provocou uma alta em salários. Essa alta de salários alimentou outra alta: a do preço de serviços.
Nesse processo, a inflação — que mede preços gerais da economia — continua subindo mesmo que os itens originais que provocaram a alta inicial já tenham tido seus preços estabilizados.
A inflação só poderá cair mesmo depois de alguns anos, quando essa inércia se dissipa.
Um dos efeitos desse período prolongado de inflação é que o poder de compra dos americanos não subiu tanto quanto estava subindo antes da pandemia.
"Em um ano normal, quando a inflação era de 2%, os salários costumavam crescer 3% — cerca de um ponto percentual acima da inflação. Mas isso não está acontecendo nesses últimos quatro ou cinco anos de inflação da covid", diz Gagnon.
"Os salários conseguiram se equiparar à inflação da covid, mas não cresceram esse 1% a mais. Em cinco anos, os salários deveriam ter crescido cinco pontos percentuais a mais do que a inflação e isso não aconteceu."
O novo normal: um mundo mais caro
Então, é de se esperar que em poucos anos a inflação volte ao patamar de antes da pandemia? Não exatamente.
Segundo os economistas, um dos grandes desafios para conter a inflação no mundo — e no Brasil — é o problema fiscal que todos os governos têm no momento.
A expectativa de preços — que determina o nível de inflação — é influenciada pelo tamanho da dívida do governo. Se um governo gasta muito mais do que arrecada, seu endividamento cresce.
Para pagar essa dívida, os governos recorrem à emissão de mais moedas — e com isso as moedas se desvalorizam diante dos bens e serviços. Ou seja, tudo fica relativamente mais caro. E esse é um problema generalizado no mundo.
"Esse é o ponto essencial. Essa agenda de consolidação fiscal é um debate no mundo. Se as dívidas do país estão em outro patamar, o nível dos juros vai estar em outro nível também", explica à BBC News Brasil a economista Zeina Latif, da Gibraltar Consulting.
Gesner Oliveira, economista da GO Associados e professor da Fundação Getúlio Vargas (FGV), diz que a inflação atual se explica também pela pauta ambiental, em que o mundo está trocando sua matriz energética. Países como o Reino Unido têm a meta de, em 2050, ser neutra em emissões de carbono.
"Os países têm metas de descarbonização, em que se troca fontes fósseis por fontes renováveis. Muitas vezes essa troca é mais cara, embora o custo de fontes renováveis tenha caído. E isso coloca uma pressão sobre os preços", diz Oliveira.
A disciplina fiscal já era um problema no Brasil antes mesmo da crise, com diferentes governos promovendo reformas trabalhistas, tributárias e de previdência na tentativa de contar explosões de gastos. Mas agora esse é um problema também em economias avançadas.
"O que mudou nos EUA hoje é que não há absolutamente nenhuma disciplina física aqui. Nosso governo está gastando muito mais do que arrecada. O déficit orçamentário é de 6% do PIB [Produto Interno Bruto], o que é muito grande para um país com pleno emprego e sem recessão", diz Gagnon.
"É quase inédito que na ausência de uma guerra ou recessão, o déficit orçamentário estaria nesse patamar. E não há perspectiva de que o Congresso vá reduzir seus gastos."
No caso dos EUA, nem mesmo políticas de cortes orçamentários devem aliviar esse quatro
O governo de Donald Trump vem promovendo cortes de gastos — com demissão de funcionários e diminuição da máquina pública federal. No entanto, economistas esperam que o presidente americano cortará também impostos. E isso não alteraria a situação fiscal americana, já que não haveria economia nenhuma de dinheiro.
A Europa também sofre com problemas orçamentários. Até recentemente o continente parecia estar se encaminhando para voltar aos níveis de inflação vistos antes da pandemia — já que os governos europeus têm maior controle sob sua situação fiscal, com déficits e dívidas menores.
Mas isso não deve mais acontecer, segundo o economista do PIIE, por conta de mudanças geopolíticas. Desde a chegada de Trump ao poder, os países europeus estão precisando gastar mais em segurança. E todo esse gasto será financiado através de maior endividamento — e não de maior arrecadação de impostos.
Para Zeina Latif, os gastos contraídos pelos governos durante a pandemia — com estímulos especiais a setores e populações afetadas — fez aumentar ainda mais o problema fiscal enfrentado pelos governos hoje em dia.
"O Brasil gastou mais de 8% do PIB em 2020 em estímulos fiscais só no governo federal. Na época, o FMI [Fundo Monetário Internacional] tinha soltado um número que a média do mundo emergente tinha sido de 3,5%", diz Latif.
"No mundo a inflação não foi só causada pela disrupção de cadeia, pela pandemia e depois pela guerra da Rússia. Foi o problema fiscal. Vimos que os países que abusaram demais da sua situação fiscal [gastando demais] foram os que tiveram mais problemas com a inflação, como os EUA."
Um novo choque na economia: Donald Trump
Gragnon diz que até o ano passado os preços pareciam estar se normalizando nos EUA — sugerindo que a tão esperada queda dos juros americanos finalmente se consolidaria esse ano. Mas tudo mudou em janeiro.
"A posse de Donald Trump bagunçou todo o processo de queda da inflação, que parecia estar se encaminhando bem. Agora, temos a ameaça de tarifas, e isso vai elevar de novo os preços dos bens, assim como vimos durante a covid", diz Gagnon.
"Podia-se prever que haveria uma guerra comercial, mas não estava previsto que haveria tantas tarifas contra Canadá ou México", diz Gesner Oliveira.
"Esse rompimento do sistema multilateral completo, esse discurso claramente contrário ao multilateralismo e níveis de tarifas que voltam para a primeira metade do século 20, isso estava fora do radar."
As guerras de Trump: INFOGRÁFICO mostra movimentos e alvos do presidente dos EUA no tabuleiro global
O efeito desse aumento de tarifas nos EUA é previsível, segundo os economistas: volta da inflação nos EUA.
Isso porque, em última instância, quem paga pelo aumento das tarifas é o consumidor doméstico. Assim, os americanos são quem acabarão pagando mais pela guerra comercial declarada por Trump, porque os produtos importados ficarão mais caros lá.
O mundo acompanha as decisões do banco central americano, comandado por Jerome Powell, sobre juros
Getty Images via BBC
O que é menos claro é o que deve acontecer nos demais países, como o Brasil. Aqueles que retaliarem na guerra comercial, provavelmente verão sua inflação subir também. Mesmo assim, essa inflação provavelmente será menor nos demais países do que nos EUA.
"Digamos que o Brasil retalie com tarifas contra os EUA. Isso não vai afetar tanto os consumidores no Brasil quanto o que está acontecendo nos EUA, porque vocês estariam aumentando tarifas apenas contra um país, os EUA. E os EUA estão aumentando tarifas contra diversos países. Então isso seria mais inflacionário para nós [americanos] do que para vocês", diz o economista americano.
A incerteza gerada por Trump pode provocar problemas que deixariam o mundo ainda mais longe da normalidade pré-pandemia, segundo o economista.
"As estimativas de probabilidade de haver uma recessão nos EUA [feitas no mercado] cresceram bastante. Há um mês, essa chance era de 15%. Hoje os mercados estimam em 30%", diz.
"Existe muita incerteza relacionada a Trump — ora impondo tarifas ora recuando, demitindo funcionários do governo, expulsando imigrantes sem documentos. As empresas estão começando a esperar para investir. Elas não estão gastando dinheiro porque querem esperar para ver o que acontece."
Problemas para o Brasil
Para Zeina Latif, o impacto da mais recente onda inflacionária só não foi pior na vida dos brasileiros porque os salários têm conseguido acompanhar os reajustes de preço — isso em função de o mercado de trabalho estar aquecido.
"Os ajustes salariais estão na casa de 9%, com ganho real. É claro que as pessoas, mesmo tendo seus salários preservados, ficam ansiosas a cada ida no supermercado, em que trazem para casa um pacote menor."
Mas o que esperar de agora em diante?
Gesner Oliveira diz que os preços da economia brasileira devem seguir sofrendo com pressões de alta — com o governo brasileiro sinalizando que só poderá ter superávits fiscais em 2026.
"Ninguém prevê reequilíbrio ou eliminação do déficit primário até 2026. Se essa situação vai continuar assim, o endividamento vai aumentar", diz Oliveira.
"Isso significa uma fragilidade fiscal crescente, o que gera desconfiança em relação à moeda doméstica, e isso eleva o dólar. E, ao elevar o dólar, o preço dos importados fica pressionado, e sobe a inflação geral."
Além disso, Oliveira afirma que, com a possibilidade de os juros americanos permanecerem mais altos por mais tempo, isso também pode prejudicar a economia brasileira.
"Se a taxa de juros nos EUA demora para baixar ou não baixa, isso impõe taxa de juros mais alta no Brasil", afirma o economista.
"A entrada de capital no Brasil depende da diferença entre o juro doméstico e o juro internacional. Se o juro internacional não cai, para continuar atraindo capital internacional, é preciso subir o juro doméstico. Fica difícil diminuir a taxa de juros no Brasil."
Zeina Latif acredita que o Brasil também sofre com bombas fiscais — grandes gastos que devem surgir no futuro próximo.
Uma dessas bombas que ela sugere que podem explodir em breve é a da aposentadoria dos trabalhadores autônomos do regime MEI, que contribuem relativamente pouco para a Previdência, mas que, nos próximos anos, começarão a se aposentar com valores maiores do que o que foi contribuído.
"Além dos velhos problemas, tem os novos aparecendo", diz Latif.
"O próximo presidente provavelmente vai ter que fazer uma nova reforma da Previdência. A última reforma foi importante, mas foi completa ou só ganhou tempo."
G1 Mon, 31 Mar 2025 10:30:07 -0000 - |
Agora, as empresas devem apresentar o Relatório de Comercialização para Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED). Reajuste máximo no preço dos remédios em 2025 fica em 5%
Os preços dos medicamentos terão reajuste a partir desta segunda-feira (31). A mudança foi oficializada após publicação no Diário Oficial da União (DOU).
O valor, estabelecido pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED), funcionará como um teto de aumento para todo o setor farmacêutico. O impacto, no entanto, não é imediato e pode demorar até ser sentido pelo consumidor (entenda a seguir).
O ajuste médio permitido pela CMED, neste ano, é de 3,83%. No entanto, os medicamentos são separados em diferentes grupos e cada um deles tem sua própria taxa máxima para reajuestes.
As faixas são as seguintes:
Agora, os fornecedores de medicamentos (fabricantes, distribuidores, lojistas) podem ajustar os preços de seus medicamentos da seguinte forma:
Nível 1: alta máxima de 5,06% para medicamentos com alta concorrência no mercado;
Nível 2: alta máxima de 3,83% para medicamentos com média concorrência no mercado;
Nível 3: alta máxima de 2,60% para medicamentos com baixa ou nenhuma concorrência no mercado.
Para o aumento ter validade, as empresas farmacêuticas devem apresentar o Relatório de Comercialização para CMED.
Por lei, a apresentação do Relatório de Comercialização é obrigatória para todas as empresas que possuem registro de medicamentos.
O documento precisa conter os dados de faturamento e a quantidade vendida. Caso o relatório não seja enviado, esteja incompleto, inconsistente ou fora do prazo, as empresas podem ter punições.
Além disso, as empresas que possuem registro de medicamentos devem divulgar amplamente os preços de seus produtos em mídias especializadas de grande circulação.
Vale lembrar que o setor de comércio varejista deverá manter listas atualizadas dos preços dos medicamentos à disposição dos consumidores e dos órgãos de proteção e defesa do consumidor.
Pelas regras, esses preços não podem ser superiores aos valores publicados pela CMED no Portal da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
A divulgação do Preço Máximo ao Consumidor deve incluir os diferentes preços, que são resultados da incidência das cargas tributárias do ICMS, que variam conforme os estados de destino.
Anualmente, com base em uma série de critérios como a inflação, a CMED define níveis máximos de reajuste no valor dos remédios. Porém, o aumento não é automático e leva em conta uma série de fatores.
O fornecedor é responsável por fixar os valores de cada medicamento colocado à venda, respeitados os limites legais e as estratégias diante da concorrência.
A Anvisa afirma que o reajuste anual dos medicamentos funciona como um mecanismo de proteção aos consumidores de "aumentos abusivos".
"Ao mesmo tempo, o cálculo estabelecido na lei, busca compensar eventuais perdas do setor farmacêutico devido à inflação e aos impactos nos custos de produção, possibilitando a continuidade no fornecimento de medicamentos", diz a agência.
Impacto pode demorar para chegar ao consumidor
Imagem de medicamentos em exposição em uma farmácia
Reprodução/ RBS TV
O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, avalia que o impacto do reajuste pode demorar a chegar ao consumidor.
Segundo ele, a competição entre farmácias e os estoques dos produtos são fatores que contribuem para que o reajuste médio esteja projetado para um patamar abaixo do teto a ser oficializado pela CMED.
"Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer", diz Mussolini.
"É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde", acrescenta.
A Anvisa alerta que o descumprimento do teto de preços pode levar a punições. A agência recebe denúncias por meio de um formulário digital.
Indústria em alerta
Linha de produção da farmacêutica União Química
União Química / Divulgação
O Sindusfarma, responsável por calcular a projeção do índice de reajuste da CMED, avalia que o índice poderá impactar negativamente o setor.
O presidente executivo da entidade afirma que o cenário — com previsão do menor aumento médio desde 2018 — pode levar a redução de investimentos na indústria.
"Será o menor reajuste médio dos últimos sete anos, o que pode impactar negativamente os contínuos e fundamentais investimentos da indústria farmacêutica instalada no país em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos e na modernização e construção de novas fábricas", diz o dirigente.
G1 Mon, 31 Mar 2025 06:47:57 -0000 - |
Pagamento previsto é de R$ 600 por família, com possíveis adicionais; valores serão pagos de forma escalonada. Ministro Luiz Fux determina adoção de medidas para impedir apostas com recursos do Bolsa Família
A Caixa Econômica Federal iniciará os pagamentos de abril do Bolsa Família 2025 na próxima semana. Os primeiros a receber serão os beneficiários com Número de Identificação Social (NIS) com final 1. (veja mais abaixo o calendário completo)
O dinheiro vai ser disponibilizado nos últimos 10 dias úteis de cada mês, de forma escalonada. A exceção é o mês de dezembro, quando os pagamentos são antecipados.
Confira o calendário do Bolsa Família para abril de 2025:
Final do NIS: 1 - pagamento em 15/4
Final do NIS: 2 - pagamento em 16/4
Final do NIS: 3 - pagamento em 17/4
Final do NIS: 4 - pagamento em 22/4
Final do NIS: 5 - pagamento em 23/4
Final do NIS: 6 - pagamento em 24/4
Final do NIS: 7 - pagamento em 25/4
Final do NIS: 8 - pagamento em 28/4
Final do NIS: 9 - pagamento em 29/4
Final do NIS: 0 - pagamento em 30/4
Ao longo do ano, a previsão de pagamentos é:
Maio: de 19/5 a 30/5;
Junho: de 16/6 a 30/6;
Julho: de 18/7 a 31/7;
Agosto: de 18/8 a 29/8;
Setembro: de 17/9 a 30/9;
Outubro: de 20/10 a 31/10;
Novembro: de 14/11 a 28/11;
Dezembro: de 10/12 a 23/12.
Bolsa Família
Luis Lima Jr/FotoArena/Estadão Conteúdo
Veja abaixo perguntas e respostas sobre o Bolsa Família.
Quem pode receber o Bolsa Família?
A principal regra para receber o benefício é ter renda mensal familiar de até R$ 218 por pessoa.
Para se enquadrar do programa, é preciso somar a renda total e dividir pelo número de pessoas. Caso o valor fique abaixo dos R$ 218, a família está elegível ao Bolsa Família.
Os beneficiários também precisam arcar com contrapartidas, como:
manter crianças e adolescentes na escola;
fazer o acompanhamento pré-natal (no caso de gestantes);
manter as carteiras de vacinação atualizadas.
Onde se cadastrar?
Os beneficiários precisam se inscrever no Cadastro Único (CadÚnico) — principal instrumento do governo federal para a inclusão de famílias de baixa renda em programas sociais — e aguardar uma análise de enquadramento.
Estar no Cadastro Único não significa a entrada automática nos programas sociais do governo, uma vez que cada um deles tem regras específicas. Mas o cadastro é pré-requisito para que a inscrição seja avaliada.
VEJA COMO FAZER O CADASTRO ÚNICO DO GOVERNO FEDERAL
Como sacar o Bolsa Família?
Os beneficiários recebem e podem movimentar os valores pelo aplicativo Caixa TEM e internet banking. Assim, não é necessário ir até uma agência da Caixa Econômica Federal — que é responsável pelo pagamento do Bolsa Família — para realizar o saque.
Segundo a Caixa, os beneficiários também podem utilizar o cartão do programa para realizar compras nos estabelecimentos comerciais, por meio da função de débito.
Além disso, há a opção de realizar saques nos terminais de autoatendimento, casas lotéricas e correspondentes Caixa Aqui, além das agências da Caixa.
G1 Mon, 31 Mar 2025 03:00:31 -0000 - |
Código de Regime Tributário (CRT) serve para identificar que tipo de empresa emitiu a nota, e a qual tributação ela está sujeita. Mudança não implica pagamento de mais impostos. MEIs precisam seguir nova regra para emissão de notas fiscais a partir de abril
Divulgação
Microempreendedores Individuais (MEIs) que compram ou vendem produtos precisam ficar atentos a uma nova regra para emissão de notas fiscais que entrará em vigor na terça-feira, 1º de abril.
Com a mudança nas normas, passa a ser obrigatória a inclusão do Código de Regime Tributário (CRT) 4, criado exclusivamente para a categoria, por MEIs em suas notas fiscais.
🔎 Os códigos de regime tributário (CRT) servem para indicar que tipo de empresa está emitindo a nota fiscal, para que a Receita Federal e as Secretarias de Fazenda consigam avaliar a tributação aplicável a cada uma delas, explica Charles Gularte, vice-presidente executivo de Serviços aos Clientes da Contabilizei.
A medida foi anunciada no ano passado, por meio da publicação de uma nota técnica no portal oficial do projeto da Nota Fiscal Eletrônica. Seu início estava previsto para novembro, mas foi adiado.
Até então, os MEIs usavam o CRT 1, junto às demais empresas optantes pelo Simples Nacional. Agora, o código exclusivo para a categoria pretende facilitar a identificação dela nas operações fiscais e contábeis.
“Com essa diferenciação, a fiscalização se torna mais eficiente, pois os sistemas de monitoria dos Fiscos conseguem identificar mais rapidamente as peculiaridades, facilitando o controle”, afirma Gularte.
A mudança na regra não altera a forma de tributação do MEI, ressalta o contador Rogério Alexandre Gonçalves, professor da FIA Business School. Os impostos continuam tendo um valor fixo para a categoria e são pagos por meio do DAS, o Documento de Arrecadação do Simples Nacional.
No entanto, quem não incluir o código de forma correta a partir de abril pode ter problemas para emitir as notas fiscais, o que pode gerar multas e até impactar as operações da empresa, alerta Gularte.
Veja a seguir:
Quando o MEI precisa emitir nota fiscal?
O que são CFOPs?
Como incluir o novo código nas notas?
Possíveis consequências do descumprimento da regra
MEIs: entenda o novo valor de contribuição mensal para 2025
1. Quando o MEI precisa emitir nota fiscal?
O MEI é obrigado a emitir nota fiscal sempre que vender ou prestar serviços para outras empresas, explica o Sebrae. A emissão é opcional quando o serviço ou a venda for realizada para pessoa física.
Como dito anteriormente, o Código de Regime Tributário (CRT) é utilizado por empreendedores do comércio e indústria que compram e vendem produtos e, portanto, precisam emitir a Nota Fiscal eletrônica (NF-e).
Eles estão sujeitos ao ICMS, imposto sobre a circulação de mercadorias, e o processo de emissão da nota varia conforme cada estado, que é o responsável pela arrecadação do tributo (leia mais abaixo).
MEIs prestadores de serviços, como cabeleireiros ou fotógrafos, pagam o ISSQN, imposto sobre serviços cobrado pelos municípios, e emitem outro tipo de nota fiscal, pelo sistema nacional de emissão de Nota Fiscal de Serviços Eletrônica (NFS-e).
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2. O que são CFOPs?
Além do CRT, também é obrigatório incluir na Nota Fiscal eletrônica (NF-e) o chamado Código Fiscal de Operações e de Prestações (CFOP), que identifica o tipo de operação realizada pela empresa.
Isso já era feito antes da mudança de regra, mas, agora, os CFOPs “foram desenhados para distinguir as atividades dos MEIs de maneira mais clara”, afirma Gularte, da Contabilizei.
Com os códigos, o MEI vai poder detalhar se a operação é uma venda, devolução, remessa ou outro tipo de lançamento. Todos os CFOPs relativos ao CRT4 estão descritos na página 4 da nota técnica.
“É mais uma questão fiscal. A ideia é fazer uma padronização para que, na hora da emissão da nota, ela espelhe exatamente a atividade oferecida”, complementa o professor Rogério, da FIA.
3. Como incluir o novo código nas notas?
O primeiro passo é acessar o sistema de emissão de NF-e que o MEI preferir. Algumas Secretarias Estaduais da Fazenda têm plataformas próprias, e o Sebrae também possui um emissor gratuito.
Depois de fazer login ou se cadastrar no sistema, o MEI deverá seguir os passos para emitir a nota e, no campo referente ao Código de Regime Tributário, inserir o código CRT 4. Para isso, é essencial verificar se o sistema está atualizado.
“Em seguida, preencha os dados do destinatário, informando corretamente o CNPJ ou CPF do cliente, além do endereço completo. Depois, escolha o CFOP adequado para a natureza da operação realizada, como venda, devolução ou remessa”, orienta o contador Charles Gularte.
Como já era feito antes, o empreendedor também vai precisar inserir uma descrição detalhada do produto, incluindo quantidade, valor unitário e total.
“Após a conferência das informações, gere e transmita a nota fiscal. O sistema fornecerá um arquivo XML e um Danfe (Documento Auxiliar da Nota Fiscal Eletrônica), que devem ser enviados ao cliente e armazenados para controle contábil e fiscal", completa o especialista.
4. Possíveis consequências do descumprimento da regra
Se o MEI não colocar o CRT, ou informar o número errado, pode ser que ele nem consiga emitir a nota fiscal no sistema, explica o professor Rogério, da FIA.
“Ou a nota pode ser invalidada”, diz. “E, se houver fiscalização da Receita, tudo vai depender do grau, mas o MEI corre até o risco de ter que se desenquadrar da categoria”, afirma.
Segundo Gularte, da Contabilizei, “emitir uma nota com um código incorreto pode ser interpretado como erro fiscal, o que pode gerar autuações ou exigência de retificações”.
Além disso, pode causar dificuldades para comprovar o sistema de tributação da empresa, já que ela pode ser classificada erroneamente como uma empresa comum do Simples Nacional, e não como MEI, impactando as operações.
G1 Mon, 31 Mar 2025 03:00:29 -0000 - |
Oferta anunciava a bandeja com 20 unidades por R$ 8,99. Clientes relataram empurra-empurra, desmaios e pisoteamento. Clientes de supermercado disputam bandeja com 20 ovos por R$ 8,99
Uma promoção de bandejas de ovos causou tumulto na última sexta-feira (28), em um supermercado localizado no bairro Planalto Ayrton Senna, em Fortaleza. A oferta anunciava a venda da bandeja com 20 unidades por R$ 8,99, o que atraiu diversos consumidores após o aumento no valor do alimento nos últimos meses.
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Alguns clientes relataram cenas de empurra-empurra e brigas para garantir o produto. Vídeos mostram pessoas agarrando várias bandejas, enquanto outras tentavam se aproximar do local onde estava exposto o produto.
A dona de casa Andreia Oliveira, de 41 anos, chegou no supermercado no início da manhã e presenciou o tumulto. "Foi muito empurra-empurra, quase quebrando os ovos para conseguir pegar as bandejas", relata.
Preço do ovo sobe quase 20% em março, segundo IPCA-15
Promoção de ovos causa lotação em supermercado do bairro Planalto Ayrton Senna
Reprodução
As bandejas ficaram esgotadas enquanto Andreia estava no estabelecimento e ela precisou esperar algumas horas pela reposição. Quando finalmente conseguiu o produto, a dona de casa esperou mais 40 minutos na fila do caixa.
Nas redes sociais, outros clientes reclamaram da situação. Uma mulher afirmou ter sido arrastada pela multidão, chegando a cair e ser pisada. "Estou toda machucada, com as pernas roxas", escreveu.
Outra internauta afirmou que pessoas chegaram a desmaiar e alguns clientes quase agrediram os funcionários nos momentos de reposição.
Alta demanda faz preço do ovo subir em Fortaleza
Assista aos vídeos mais vistos do Ceará:
G1 Sun, 30 Mar 2025 17:45:17 -0000 - |
Presidente americano também ameaçou bombardear e impor novas tarifas sobre o Irã, se país não chegar a acordo sobre programa nuclear com os EUA. O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, em 25 de março de 2025
REUTERS/Evelyn Hockstein
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou impor tarifas de 25% a 50% sobre toda importação de petróleo russo feita pelo país, caso não consiga chegar a um acordo com a Rússia para o fim da guerra na Ucrânia.
Trump afirmou que ficou "muito irritado" com as mais recentes afirmações do presidente russo, Vladimir Putin, sobre o presidente ucraniano Volodymyr Zelensky.
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Em entrevista ao canal americano NBC, Trump ainda disse que acredita que as opiniões de Putin sobre Zelensky "não estavam indo na direção certa".
Na última quinta-feira (27), Putin disse que a medida para encerrar a guerra seria o afastamento de Zelensky da presidência da Ucrânia e a convocação de novas eleições no país. Putin sugeriu, ainda, que a Organização das Nações Unidas (ONU) assumisse o comando da Ucrânia temporariamente, até que um novo governo fosse eleito.
"Em princípio, é claro, uma administração temporária poderia ser introduzida na Ucrânia, sob a supervisão da ONU, dos Estados Unidos, dos países europeus e de nossos parceiros", teria dito o presidente russo aos marinheiros do porto Murmansk, segundo a agência de notícias Reuters.
Ameaças ao Irã
Na mesma entrevista, Trump também ameaçou o Irã, caso o país não chegue a um acordo com o EUA sobre seu programa nuclear.
O presidente americano disse que haverá "bombardeio" e mais tarifas secundárias sobre o Irã, se não houver acordo.
Trump afirmou, no entanto, que autoridades dos dois países estão conversando.
A política tarifária de Trump
As ameaças tarifárias se tornaram uma das principais políticas de Trump neste mandato.
O presidente já impôs tarifas sobre México e Canadá, seus principais parceiros comerciais, e só suspendeu o início da cobrança porque os países se comprometeram a atuar na fronteira para diminuir a entrada de imigrantes e drogas nos EUA.
Relembre o vaivém das tarifas de Trump contra Canadá e México:
Trump prometeu durante a campanha eleitoral que taxaria produtos importados, em especial do Canadá e do México, seus principais parceiros comerciais.
Após assumir o cargo em janeiro, ele impôs uma tarifa de 25%, mas adiou sua aplicação para março, enquanto negociava com os dois países.
Nesta semana, quando a cobrança começaria, ele anunciou um novo adiamento.
Primeiro, isentou carros importados. Agora, outros produtos incluídos no acordo comercial da América do Norte.
Trump também impôs uma taxa extra de 10% sobre importações da China. Com isso, a alíquota total imposta neste mandato de Trump contra o gigante asiático chegou a 20%. A China respondeu com novas taxas contra os produtos americanos.
O presidente ainda ameaçou impor tarifas de 25% sobre todos os produtos importados da União Europeia, alegando que o bloco "explora" os EUA nas trocas comerciais.
Além de taxas direcionadas ao países, os EUA também já anunciaram ou ameaçaram impor tarifas contra todas as importações de alguns produtos que chegam ao país, como:
taxas de 25% sobre aço e alumínio;
taxas de 25% sobre carros;
ameaças de taxas de 200% sobre vinhos da União Europeia;
ameaças de taxas sobre madeiras, produtos florestais e produtos agrícolas.
Nesta semana, Trump também deve anunciar uma política de tarifas recíprocas. Especialistas ainda têm dúvidas sobre como essas taxas vão funcionar, mas o que se imagina, com as informações divulgadas até aqui, é que os EUA vão impor tarifas maiores sobre os países que consideram ter políticas menos favoráveis ao comércio americano.
*Com informações da agência de notícias Reuters
G1 Sun, 30 Mar 2025 14:18:52 -0000 - |
Litro do produto fechou em R$ 2,7 em fevereiro; marca é 3,3% acima do preço verificado em janeiro, aponta levantamento da Esalq-USP, em Piracicaba (SP). Produção de leite
Reprodução/TV Gazeta
O preço do leite ao produtor registrou segunda alta consecutiva em 2025. O alimento subiu 3,3% na comparação com janeiro deste ano. A valorização do leite cru foi motivada pela maior competição das indústrias pela matéria-prima, conforme aponta pesquisa do Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada, da Esalq/USP, em Piracicaba (SP).
☀️O clima adverso, com seca e calor intenso, em várias bacias leiteiras explicam a diminuição da oferta no campo e, por consequência, a concorrência entre os compradores.
Na média entre os cinco maiores centros produtores nacionais, o preço do leite captado fechou a R$ 2,7. Na comparação com o mês de fevereiro do ano passado, valorização é ainda maior em termos reais, equivalendo a 18,1%, quando os valores são deflacionados pelo IPCA do período.
📝Entenda, abaixo na reportagem, os principais fatores listados pela instituição para explicar o cenário nos últimos dois meses:
Segundo a pesquisadora do setor para o Cepea, Natália Grigol, o aumento da concorrência pela compra do leite cru é resultado da diminuição da oferta no campo em fevereiro, principalmente em devido ao clima adverso nas bacias leiteiras.
“De janeiro para fevereiro, o Índice de Captação de Leite (ICAP-L) registrou queda de 4,6%, puxado por recuo médio de 6% nos estados do Sul, de 9% em Goiás e de 4% em São Paulo. Em Minas Gerais, a diminuição foi de 1,3% e na Bahia, de 0,3%”, disse.
Ao mesmo tempo, agentes consultados pelo Cepea relataram que a demanda por lácteos na ponta final da cadeia se aqueceu em fevereiro, o que, somado ao aumento do preço da matéria-prima, elevou as médias do leite UHT e do queijo muçarela no atacado paulista.
Ordenha de leite em vaca
Cícero Oliveira/UFRN
Mercado interno e externo
Mesmo com a limitação de oferta no campo, as exportações de lácteos cresceram quase 27% de janeiro para fevereiro, totalizando 6,2 milhões de litros em equivalente leite.
"Por outro lado, as importações seguiram em alta, com incremento mensal de 3,76%, chegando a 216,2 milhões de litros em equivalente leite. O crescimento consistente das importações eleva a preocupação dos agentes de mercado em relação à possibilidade de fazer o repasse da valorização da matéria-prima para o preço dos derivados", aponta a pesquisadora.
De fato, agentes de mercado consultados pelo Cepea relataram que, depois das altas impostas nos valores dos derivados em fevereiro, houve maior dificuldade nas negociações com canais de distribuição em março.
Além da pressão de baixa oriunda dos preços dos lácteos estrangeiros, que são mais competitivos que os nacionais, o consumo de lácteos segue sensibilizado pela subida das cotações nas prateleiras, limitando a remuneração das indústrias de laticínios.
Cenário futuro
Apesar do cenário, existe expectativa positiva para a recuperação da produção de leite no curto prazo.
Apesar do avanço da entressafra, as condições climáticas foram mais favoráveis em março e a melhor rentabilidade do produtor comparada a anos anteriores (que se reverteram em investimentos na atividade) reforçam a perspectiva de crescimento da oferta nos próximos meses, sobretudo em bacias leiteiras mais intensificadas. Se esse cenário se concretizar, o movimento de valorização do leite ao produtor pode perder força nos próximos meses.
Produção de leite em propriedade no RS
Reprodução/RBS TV
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G1 Sun, 30 Mar 2025 11:07:45 -0000 - |
Períodos de chuvas e calor intenso atrapalhou a safra de caquis neste ano, mas os agricultores ainda estão otimistas com a colheita. Itatiba (SP) é a cidade que mais produz caquizeiros em todo o país. Produtores de caqui do interior de São Paulo estão otimistas com a produção do fruto em 2025
Reprodução/TV TEM
O calor intenso do começo deste ano e as fortes chuvas atrasaram a colheita das safras de caqui. No entanto, os agricultores expressam otimismo com o plantio. Em comparação com o cultivo do ano de 2024, a safra deste ano deve ter um aumento significativo.
De acordo com o agricultor Rodrigo Bisetto, estima-se que 200 quilos de caquis serão colhidos em sua fazenda, um aumento de 40% quando comparado com a colheita do ano passado. Cada quilograma da fruta equivale a R$ 4.
Além do lucro, a safra carrega uma historia importante para a família de Rodrigo. No pomar, há árvores de caqui com mais de cem anos de idade. Entre eles, um pé que foi plantado em Itatiba (SP), na época do bisavô do agricultor.
Durante todos esses anos, os caquizeiros passaram por muitos desafios. Um dos exemplos é o calor, que afeta diretamente a fruta, que se desenvolve melhor em climas amenos ou períodos de chuvas regulares.
Segundo o engenheiro Hiro Kawabata, dois dias de chuva no mês de janeiro equivaleram ao mês todo. Por conta disso, a formação dos caquis foi duramente afetada, deixando a fruta menor. No entanto, o profissional afirma que o gosto sempre permanece o mesmo.
Itatiba é a cidade com mais produção de caqui de todo o país. São 70 plantações de caquizeiros que movimentam R$ 13,5 milhões por ano. Das 84 mil toneladas produzidas no Brasil, aproximadamente 5 mil são do município.
Veja a reportagem exibida no programa em 30/03/2025:
Produtores estão otimistas com safra do caqui
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G1 Sun, 30 Mar 2025 10:30:26 -0000 - |
Com esse cuidado, além de garantir o bem-estar do animal, a venda também tem uma valorização maior. O banho no cavalo garante além do bem-estar, um valor maior agregado na hora da venda
Reprodução/TV TEM
Os cuidados com os cavalos são necessários para garantir o bem-estar do animal, uma rotina que os deixam saudáveis para conquistar grandes corridas. Em Araçatuba (SP), além dos treinamentos, os equinos recebem, semanalmente, um banho para garantir pelos lisos, além de também ajudar na prevenção de doenças.
Segundo o assessor do haras, Juliano Bearare, o banho tem um ritual e acontece logo pela manhã, quando a temperatura está mais fresca. Um shampoo próprio para o animal é usado e o banho começa pelos cascos, seguindo pelas pernas, barriga, lombo e pescoço, “tomando muito cuidado para não deixar ir nos olhos e na orelha”, explica.
O veterinário Helton Alexandre Pereira de Souza Brito explica que esses cuidados não podem ser realizados com qualquer produto. “Temos no mercado uma gama de produtos, como condicionadores, os produtos de desembaraçar o pelo e a crina”, comenta.
Com esses cuidados, além de proporcionar boa qualidade de vida ao animal, uma valorização no mercado também é garantida. Segundo Juliano, alguns destes animais chegam a ser comercializados por até R$ 300 mil. “Neste mercado, quando o animal está bem apresentável, faz parte dos negócios”, diz.
Veja a reportagem exibida no programa em 30/03/2025:
Saiba como deve ser o banho dos cavalos
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G1 Sun, 30 Mar 2025 10:30:24 -0000 - |
Períodos de chuvas e calor intenso atrapalhou a safra de caquis neste ano, mas os agricultores ainda estão otimistas com a colheita. Itatiba (SP) é a cidade que mais produz caquizeiros em todo o país. As lagartas são responsáveis pela produção do fio da seda
Reprodução/TV TEM
Na região de Bauru (SP), as lagartas não param de comer as folhas de amoreiras. Por estarem na terceira idade, elas já se alimentaram quatro dias sem parar e devem atingir a quarta idade em breve.
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O avanço rápido é representado pelo espaço de tempo entre as mudas de pele, que ocorre quando os insetos param de comer e dormem. Segundo o sericultor Roberto Viana, garantir uma fartura de alimento é essencial para que a produção siga em frente.
"Hoje, é essencial ter uma amora irrigada. Nós temos esse benefício, já que, no momento, está chovendo pouco. O clima vem mudando muito e, com o sistema de irrigação, nós podemos trabalhar em todos os meses", explica.
No galpão da propriedade, as lagartas permanecem por cerca de duas semanas. Depois do período, elas sobem em direção aos bosques, que ajudam a padronizar os casulos e onde cada uma vai produzir um fio.
"Nós vamos adiantando e montando a estrutura dos bosques onde acontecerão o processo de encasulamento. Cada uma vai subir [no bosque], onde começa o produto propriamente dito, desenvolvendo o fio da seda. É a hora deles trabalharem", comenta.
Veja a reportagem exibida no programa em 30/03/2025:
Clima atrapalha criação do bicho da seda
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G1 Sun, 30 Mar 2025 10:30:23 -0000 - |
Nove biofertilizantes que já existem no mercado estão sendo testados em uma fazenda experimental da Ufes, em São Mateus, no Norte do Espírito Santo. Produto que atua com 'protetor solar' para folhas de pés de café é testado em São Mateus
A região Norte do Espírito Santo é a que tem a maior produtividade de café conilon do estado, mas, nos últimos meses, o calor extremo, com temperaturas máximas se aproximando dos 40° C, os cafezais acabaram sofrendo impactos que podem prejudicar a formação dos grãos para a próxima colheita, prevista para começar em maio.
Para tentar minimizar os problemas dessa e de colheitas dos próximos anos, o Instituto Capixaba de Pesquisa, Assistência Técnica e Extensão Rural (Incaper) realiza uma pesquisa com o apoio de alunos de Agronomia da Universidade Federal do Espírito Santo (Ufes) para avaliar a eficiência de bioinsumos, que funcionam como uma espécie de protetor solar para as folhas de um pé de café.
O Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por aproximadamente 70% da produção nacional. Em 2024, foram mais de 11 milhões de sacas produzidas.
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Pesquisadores testam eficiência de ‘protetor solar’ em pés de cafés em São Mateus, no Espírito Santo, para evitar impacto das altas temperaturas.
TV Gazeta
Nove produtos diferentes estão sendo testados em uma fazenda experimental da universidade em São Mateus.
O objetivo é avaliar a capacidade destes protetores solares de minimizar o excesso de radiação no processo fotossintético e na produção de grãos.
Por enquanto, os resultados são positivos, como explicou a pesquisadora do Incaper, Sara Dousseau.
“A ideia desse projeto é desenvolver um plano de manejo para conseguir produzir café mesmo em condições de temperaturas altas e ambientes mais secos. A gente já tem resultados que apontam para a diminuição em cerca de 1°C da temperatura. Isso considerando a planta como um todo é uma grande minimização de temperaturas elevadas”, disse.
Além das altas temperaturas, os testes simulam um cenário de seca.
“Nessa lavoura, a gente simula também uma redução da quantidade de água irrigada, para imaginar o que acontece em um cenário de seca. Então, os testes são feitos para conseguirmos ver a tecnologia mais adequada e com melhor resposta tanto diante de temperaturas extremas, como em ambientes de limitações hídricas”, detalhou Sara.
Aplicação com pulverizadores e drone
Pesquisadores testam eficiência de ‘protetor solar’ em pés de cafés em São Mateus, no Espírito Santo, para evitar impacto das altas temperaturas.
TV Gazeta
A aplicação do protetor solar nos pés de café acontece com pulverizadores tradicionais e também com o uso de drone, sempre no final da tarde. Três dias depois, os pesquisadores fazem uma nova avaliação da eficiência fotossintética.
“A gente tem avaliações de 3 dias, 7 e 14 dias, para gente ver até quanto tempo essa tecnologia consegue manter a proteção da planta. Já conseguimos ver que dessas nove tecnologias avaliadas, quatro produtos têm se destacado em melhorar a temperatura da planta e a fotossíntese”, avaliou Sara.
Medição de troca gasosa e energia gerada
Pesquisadores testam eficiência de ‘protetor solar’ em pés de cafés em São Mateus, no Espírito Santo, para evitar impacto das altas temperaturas.
TV Gazeta
Os bioinsumos testados já existem no mercado, registrados como biofertilizantes ou fertilizantes orgânicos e comprados para a pesquisa. O que os pesquisadores querem saber é o nível de proteção que eles oferecem.
Todos eles são tecnologias que combinam a utilização de aminoácidos e cálcio, combinando a reflexão de luz e proteção interna da planta.
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Após a aplicação do ‘protetor solar’, os pesquisadores medem diretamente nas folhas a troca gasosa, ou seja, a entrada e saída de CO2; e a quantidade de energia gerada. Para isso são utilizados dois aparelhos que fazem a avaliação.
“Com o primeiro aparelho, a gente consegue colocar uma quantidade de CO2, fornecer a luz e fazer a medição da fotossíntese, para ver como a planta está, e avaliar qual vai ser a produtividade, se a planta está respondendo bem aos tratamentos que estão sendo aplicados. Com o segundo equipamento, a gente mede a eficiência da absorção de luz pela planta”, explicou a coordenadora de pesquisa, Janyne Soares Pires.
Encerrado o período de testes e levantamento de dados, os resultados são analisados no laboratório do Incaper. A intenção é que a pesquisa indique para o agricultor qual produto no mercado é mais eficiente.
Números do café conilon no estado
Café conilon produzido na fazenda experimental da Ufes, em São Mateus. Espírito Santo.
TV Gazeta
De acordo com dados do Incaper, o Espírito Santo é o maior produtor de café conilon do Brasil, responsável por aproximadamente 70% da produção nacional. É responsável por até 20% da produção do café robusta do mundo.
O conilon é a principal fonte de renda em 80% das propriedades rurais capixabas localizadas em terras quentes.
Atualmente, existem 283 mil hectares plantados de conilon no Estado. São 40 mil propriedades rurais em 63 municípios, com 78 mil famílias produtoras. O café conilon gera 250 mil empregos diretos e indiretos.
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G1 Sun, 30 Mar 2025 07:00:45 -0000 - |
Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha, o que aumenta a demanda pelo produto. A alta de quase 20% no preço do ovo
O preço do ovo disparou em fevereiro e um dos motivos para isso é a Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa.
No cumulado dos 12 meses até fevereiro, o produto ficou 10,49% mais caro, segundo o Índice Nacional de Preços ao Consumidor, do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Mas não foi só isso que impactou o aumento. O custo do milho, usado na ração das galinhas, e o calor intenso também influenciaram o valor.
Segundo produtores, o preço deve se normalizar até o fim da Quaresma. Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha, o que aumenta a demanda por ovo. Por outro lado, economista aponta que a forte demanda pode continuar após esse período. Veja detalhes abaixo.
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Efeito Quaresma
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é normal que o preço do ovo aumente antes e durante a quaresma, já que, nesse período, "há uma substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos".
Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), diz que isso, de fato, costuma acontecer, mas que a alta de preço pré-Quaresma veio um pouco antes do esperado.
"O efeito da Quaresma demora um pouco para aparecer, então foi uma surpresa", comenta Tabatha.
O IOB é uma organização sem fins lucrativos mantida por empresas e associações do setor.
A alta do preço em fevereiro fez com que houvesse uma pequena retração nas vendas de ovos no atacado, informa o Cepea.
No Espírito Santo, por exemplo, a quantidade menor de negociações criou uma pressão por descontos no estado. Contudo, a instituição acredita que a demanda voltará a crescer por causa da Quaresma, o que pode evitar uma redução significativa nos valores.
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Preço vai baixar depois da Quaresma?
Os produtores representados pela ABPA esperam que o preço do ovo se normalize até o fim da Quaresma.
Por outro lado, o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias diz que isso não é uma garantia. Isso porque, em sua avaliação, mais que o "efeito Quaresma", o que tem sustentado a forte demanda por ovos é o aumento dos preços das carnes bovinas, de frango e suínas.
Quando a inflação desses alimentos aumenta, é comum que o consumidor opte pelos ovos.
"O que a gente precisa monitorar é o comportamento do mercado em relação às proteínas concorrentes. Se os preços da carne bovina, de frango, seguirem em patamares muito proibitivos, mesmo depois da Quaresma, nós ainda vamos perceber o mercado de ovos inflacionado", diz Iglesias.
"Talvez o movimento de alta acabe perdendo intensidade, mas nós não vamos ver quedas abruptas de preço até porque a tendência deste ano é de menor produção de carne bovina", destaca o analista do Safras.
Ainda sobre a demanda por ovos, Tabatha, do IOB, comenta que a instituição tem percebido que, ao longo dos últimos anos, a população tem optado mais pelo ovo como uma proteína básica. "Antes ele era só um acompanhamento", destaca.
"A gente teve um aumento significativo de consumo nos últimos anos. Em 2023, por exemplo, o consumo foi de 242 unidades per capita (por pessoa), subindo para 269 unidades em 2024, com uma expectativa de alcançar 272 unidades por pessoa em 2025", afirma.
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G1 Sun, 30 Mar 2025 07:00:20 -0000 - |
Proposta no governo Bolsonaro chegou a ser aprovada pela Câmara, mas não passou no Senado. Projeto de Lula, a vigorar a partir de 2026, chegou ao Congresso na última semana. Lula e Bolsonaro durante debate antes do 2º turno das eleições presidenciais
Reuters para BBC
A equipe econômica do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva encaminhou na semana passada, ao Congresso Nacional, sua proposta de reforma do Imposto de Renda (IR).
Isenção de IR para R$ 5 mil: vou receber mais? Quando entra em vigor? Veja perguntas e respostas
O texto ainda passará por um amplo debate – e alterações – antes de ser votado pelos parlamentares. A expectativa é que, se aprovadas, as mudanças comecem a valer somente em 2026.
O tema é considerado complexo e com tramitação tensa por especialistas, uma vez que mexe na renda de milhões de pessoas e de empresas.
Diante do reinício do debate sobre a reforma do IR no país, o g1 buscou a proposta do ex-presidente Jair Bolsonaro, apresentada pela equipe chefiada pelo então ministro da Economia, Paulo Guedes, para compará-las.
Com alterações, a proposta Bolsonaro/Guedes chegou a ser aprovada pela Câmara dos Deputados em 2021, mas não teve prosseguimento no Senado Federal. Por isso, não virou lei.
🔎Faixa de isenção
Proposta de Bolsonaro
As duas propostas de reforma do IR contemplaram a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda, promessa tanto de Bolsonaro quanto do presidente Lula.
A proposta de Bolsonaro trazia a ampliação da faixa de isenção de R$ 1.903,98 para R$ 2,5 mil, uma alta de 31%.
Na época, o salário mínimo estava em R$ 1.100,00. Com isso, o valor seria corrigido para mais de dois salários mínimos.
Ex-ministro da Economia Paulo Guedes
Adriano Machado/Reuters
E quem tivesse renda acima de R$ 40 mil por ano não poderia mais optar pelo desconto simplificado na declaração anual do IR — que estaria limitado a R$ 8 mil.
Com a medida, o Ministério da Economia, então chefiado por Paulo Guedes, calculou, naquele momento, que 5,6 milhões de pessoas passariam a ser isentas.
E que 50% dos declarantes, na ocasião, não pagariam Imposto de Renda.
Além disso, também propunha uma correção da tabela do IR, o que beneficiaria todos os trabalhadores formais.
Proposta de Bolsonaro/Guedes para ampliar isenção do IR.
Reprodução proposta do governo Bolsonaro
Proposta de Lula
Já a proposta da atual equipe econômica, sob a batuta do ministro Fernando Haddad, da Fazenda, traz a ampliação da faixa de isenção de de R$ 2.824 para R$ 5 mil.
Se aprovada, a isenção ficará bem acima de dois salários mínimos (R$ 3.036), que já serão isentos a partir deste ano.
Ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Adriano Machado/ Reuters
Além de ampliar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a equipe econômica também propôs uma isenção parcial para valores entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês.
O governo estima que, com a ampliação da faixa de isenção para dois salários mínimos em 2025, 10 milhões de pessoas já ficaram isentas do IR.
E que, com o aumento para R$ 5 mil em 2026, mais 10 milhões de trabalhadores deixarão de pagar IR.
Dos declarantes do Imposto de Renda, mais de 26 milhões (65%) serão isentos em 2026, se o texto for aprovado como está.
Pela proposta do governo petista, serão aplicados descontos para zerar o IR de quem ganha até R$ 5 mil, que também acontecerão para quem ganha entre R$ 5 e R$ 7 mil. Trabalhadores que ganham mais de R$ 7 mil, porém, não pagarão menos imposto.
Proposta de Lula/Haddad para faixa de isenção do IR
Reprodução de apresentação da equipe econômica chefiada por Haddad
🔎Tributação dos mais ricos
Proposta de Bolsonaro
Na tributação dos mais ricos, o governo Bolsonaro propôs, em 2021, a taxação pelo IR quando a empresa distribuísse os lucros e dividendos para as pessoas físicas, ou seja, para seus sócios, acionistas, controladores e investidores.
O Brasil é um dos poucos países, atualmente, que não taxam a distribuição de lucros e dividendos para pessoas físicas – a taxação chegou a vigorar, mas foi extinta em 1995. Se implementado, esse seria um mecanismo tradicional de tributação, que existe em todos países desenvolvidos.
A proposta de Bolsonaro/Guedes era de tributar a distribuição dos lucros e dividendos em 20% na fonte, com isenção para quem ganhasse até R$ 20 mil por mês (microempresas e empresas de pequeno porte).
Proposta de taxação de ricos de Bolsonaro/Guedes
Reprodução de apresentação da área econômica de Bolsonaro
Proposta de Lula
Já a área econômica do presidente Lula propôs um mecanismo diferente: taxar as pessoas físicas com renda mensal superior a R$ 50 mil — o equivalente a R$ 600 mil por ano.
Veja as alíquotas propostas:
Renda anual entre R$ 600 mil e R$ 750 mil: alíquota de 2,5%; imposto mínimo a pagar de R$ 18.750
Renda anual entre R$ 750 mil e R$ 900 mil: alíquota de 5%; imposto mínimo a pagar de R$ 45 mil
Renda anual entre R$ 900 mil e R$ 1,05 milhão: alíquota de 7,5%; imposto mínimo a pagar de R$ 78,75 mil
Renda anual entre R$ 1,05 milhão e R$ 1,2 milhão: alíquota de 10%; imposto mínimo a pagar de R$ 120 mil
No cálculo do imposto adicional a ser cobrado dos super ricos, soma-se, pela proposta, toda a renda recebida no ano, incluindo salário, aluguéis, dividendos e outros rendimentos.
A cobrança será feita apenas pela diferença entre o que já foi pago e o valor devido, respeitando as alíquotas novas.
Deste modo, não haverá um imposto específico para dividendos – mas eles serão, também, incluídos na tributação da renda global da pessoa física.
Pela proposta, a tributação conjunta da empresa e da pessoa que recebe dividendo nunca ultrapassará 34%.
Entretanto, alguns rendimentos são excluídos na hora de calcular o imposto devido, como:
ganhos com poupança,
títulos isentos,
herança,
aposentadoria
pensão de moléstia grave, venda de bens,
outros rendimentos mobiliários isentos
indenizações.
Proposta da equipe de Lula para taxar ricos
Reprodução apresentação área econômica conduzida por Haddad
🔎IR das empresas
Proposta de Bolsonaro
A proposta do então ministro Paulo Guedes, da Economia, contemplava, no governo Bolsonaro, a redução da alíquota do IR das empresas de 15% para 12,5%, no ano seguinte, e para 10% dois anos adiante. O adicional para lucros acima de R$ 20 mil por mês seriam mantidos.
Junto com a Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), a tributação sobre as maiores empresas é de cerca de 34% no Brasil. Com isso, haveria uma redução para 29% em dois anos.
De acordo com o Banco Mundial, os impostos corporativos, ou seja, aqueles cobrados das empresas, estão entre os mais altos do mundo na América Latina e no Caribe, sendo que as taxas na Colômbia e no Brasil estão entre as mais elevadas desses países. E que isso prejudica a atratividade e os investimentos no Brasil.
Segundo dados da Tax Foundation, organização sem fins lucrativos que atua há mais de 80 anos fazendo avaliações sobre impostos e coletando dados sobre tributos ao redor do mundo, o IRPJ médio dos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), que reúne 38 nações mais desenvolvidas, foi de 23,6% em 2021.
O então ministro Paulo Guedes dizia, durante a discussão do IR, que buscava uma redução mais agressiva ainda da taxação total, para 25% ao longo dos anos. O argumento é que essa queda seria importante para aumentar a produtividade e o emprego, favorecendo investimentos.
A proposta também trazia a vedação à possibilidade de deduzir juros sobre o capital próprio, uma forma de distribuição de lucro – que incide sobre o acionista –, além de criar regras para apuração do ganho de capital em alienações indiretas de ativos no Brasil por empresas no exterior.
Proposta de Bolsonaro/Guedes para reduzir o IRPJ
Reprodução de apresentação da área econômica de Bolsonaro
Proposta de Lula
A proposta da equipe econômica do presidente Lula não contempla a redução da alíquota do IR das empresas.
Nesta semana, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, afirmou que não adianta querer discutir a redução da alíquota do Imposto de Renda das empresas no Brasil pois isso seria "cair no mundo da fantasia", uma vez que, segundo ele, as alíquotas que efetivamente são pagas pelas empresas brasileiras são menores.
Segundo Marcos Pinto, do Ministério da Fazenda:
o fato de a alíquota das maiores empresas do país ser de 34% não quer dizer que a "alíquota efetiva", ou seja, quanto que as pessoas jurídicas pagam, de fato, na média, seja isso.
Ele apontou que a alíquota efetiva nos países da Organização para a Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE), mais ricos, é de 22%, um patamar próximo da economia brasileira.
Embora a tributação máxima seja de 34% no Brasil, Marcos Pinto lembra que as empresas do lucro presumido pagam uma alíquota efetiva de 11% e, as empresas do Simples, de 6%.
O governo Lula também propõe aumento de 15% para 20% no Imposto de Renda incidente sobre os Juros sobre Capital Próprio (JCP) das empresas — mas está tendo dificuldades para aprovar a medida no Legislativo.
O Ministério da Economia propôs, e conseguiu aprovar no Congresso Nacional em 2023, projeto de lei que prevê a taxação de offshores (investimentos no exterior). A medida já contribuiu para o aumento da arrecadação no ano passado.
🔎Investimentos financeiros
Proposta de Bolsonaro
Para os investimentos, a proposta do então ministro Paulo Guedes, durante o governo Bolsonaro, era de unificar em 15% da alíquota do Imposto de Renda para renda fixa e para renda variável.
Atualmente, a alíquota do Imposto de Renda para renda variável é de 15% em mercados à vista, a termo, de opções e de futuros, e de 20% em "day trade" e em cotas de Fundos de Investimento Imobiliário (FII).
Para renda fixa, como CDBs e Tesouro Direto, a alíquota atual varia de 15% a 22,5% de acordo com o prazo de investimento, sendo que a alíquota mais baixa (15%) só vale para prazos acima de 720 dias.
A proposta era de que os fundos exclusivos (utilizados por mais ricos) passassem a pagar como os demais investidores, e que haveria fim da isenção sobre os rendimentos distribuídos a pessoa física no caso de FII com cotas negociadas em bolsa a partir do ano seguinte (2022).
Proposta de Bolsonaro/Guedes para taxação de investimentos
Reprodução de apresentação da área econômica de Bolsonaro
A proposta do presidente Lula não traz alteração para as alíquotas de tributação do IR para renda fixa e variável, que continuariam no atual patamar.
Proposta de Lula
O governo Lula enviou ao Congresso e já aprovou, em 2023, a tributação dos fundos exclusivos, ou seja, dos investimentos das pessoas de renda mais alta. A medida já contribuiu para o aumento da arrecadação no ano passado.
Sem propostas
Alguns temas considerados importantes por especialistas, entretanto, sequer foram objeto de proposta por parte dos governos dos presidentes Bolsonaro e Lula.
➡️Um deles seria a taxação as pessoas físicas com salários maiores como forma de promover uma maior "progressividade" na tributação, por meio do estabelecimento de uma alíquota maior para a faixa mais elevada de renda.
No Brasil, a alíquota mínima do Imposto de Renda é de 7,5% e a máxima, que vigora desde 1999, de 27,5% (para valores acima de R$ 4.664,68 por mês). Essa alíquota já foi mais alta no passado, chegando a 65% entre 1963 e 1965.
Em outros países, as alíquotas mais altas (para faixas maiores de renda) são as seguintes:
Alemanha – alíquotas variam de 14% a 45% (quanto mais alta for a renda, maior será a alíquota de imposto);
China – alíquotas variam de 10% a 45% (quanto mais alta for a renda, maior será a alíquota de imposto);
Reino Unido – alíquotas variam de 20% a 45% (quanto mais alta for a renda, maior será a alíquota de imposto);
Estados Unidos – alíquotas federais vão de 10% a 37%, e as faixas variam de acordo com a condição do declarante: solteiro, casados que declaram separadamente ou chefe de família.
➡️Em 2020, o antigo Ministério da Economia concluiu que as deduções no IR para educação favorecem a camada mais rica da população e sugeriu rever o benefício, mas não foram propostas mudanças sobre isso por nenhum dos dois governos. O custo desse beneficio (dinheiro que deixou de ingressar nos cofres públicos) foi de R$ 5,3 bilhões em 2024.
➡️Em 2022, a área econômica do governo anterior também concluiu que apenas 0,8% das deduções de despesas médicas estavam direcionadas aos 50% mais pobres da população, enquanto 88% do benefício concentra-se na parcela (20%) correspondente às famílias de maiores rendas, e 16,4% (1%) de maior rendimento. Não foram propostas mudanças sobre isso por nenhum dos dois governos. O custo desse benefício em 2024 foi de R$ 26,7 bilhões.
➡️ Também em 2022, a equipe econômica chefiada por Guedes recomendou reavaliar o benefício do IR para idosos. A avaliação do Ministério da Economia apontava que esse benefício é destinado a três milhões de pessoas situadas, na grande maioria, entre os 10% mais ricos do país. Não foram propostas mudanças sobre isso por nenhum dos dois governos. O custo desse benefício foi de R$ 16,2 bilhões em 2024.
G1 Sun, 30 Mar 2025 06:00:17 -0000 - |
Oportunidades são de nível superior, com salários iniciais de R$ 8,8 mil. Previsão é que resultados sejam divulgados em 30 de abril. Seleção para o ICMBio vai preencher oportunidades para Analista Administrativo e Analista Ambiental
Bruno Bimbato/Divulgação
As provas do concurso do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio) serão realizadas neste domingo (30) em todas as capitais do país. A previsão é que os resultados sejam divulgados em 30 de abril, no site do Cebraspe.
A seleção vai preencher 350 vagas, com salários iniciais de R$ 8,8 mil. Ao todo, 117.984 candidatos se inscreveram para concorrer aos cargos de analista administrativo e analista ambiental, que exigem curso de nível superior em qualquer área de formação.
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Os locais de prova de cada participante foram divulgados no último dia 21 (veja como consultar). A abertura dos portões será às 12h e o fechamento às 13h, com início das provas às 13h30, no horário de Brasília (DF).
Os candidatos terão 4h30 para responder de 100 a 120 questões de verdadeiro ou falso sobre conhecimentos básicos e específicos, além de fazer uma prova discursiva, que consiste em uma redação ou em uma resposta escrita sobre um estudo de caso.
A partir das 19h de terça-feira (1º), os participantes poderão consultar, de forma individual, os gabaritos oficiais preliminares das provas objetivas. Também será divulgado o padrão de respostas da prova discursiva.
Em seguida, haverá um prazo para interposição de recursos e o resultado final das provas objetivas sairá em 30 de abril. No mesmo dia, a banca vai liberar o resultado provisório da prova discursiva. Veja o cronograma.
Do total de vagas a serem preenchidas, 20% são reservadas para negros (pretos e pardos) e indígenas, e 5% para pessoas com deficiência. A jornada de trabalho dos aprovados é de 40 horas semanais.
A realização do concurso foi autorizada pelo Ministério da Gestão em agosto. Antes disso, a última seleção da empresa havia sido em 2021, quando foram preenchidas 171 vagas em cargos de nível médio e superior.
Cronograma do concurso 📆
Aplicação das provas: 30/3/2025
Consulta individual aos gabaritos preliminares das provas objetivas: 1º a 3/4/2025
Divulgação preliminar da prova discursiva: 1º/4/2025
Divulgação dos gabaritos: 4/4/2025
Resultado final das provas objetivas e provisório da prova discursiva: 30/4/2025
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Como estudar legislação para concurso?
G1 Sun, 30 Mar 2025 03:00:31 -0000 - |
Mudanças climáticas nas principais lavouras do mundo, na África, foram o principal fator para a alta nos preços. Confeiteiros e consumidores tentam driblar o aumento no preço do cacau
Com a aproximação da Páscoa, confeiteiros e consumidores estão tentando driblar o aumento do preço da principal matéria-prima do chocolate.
Uma fábrica a céu aberto com um tipo de matéria-prima “selvagem”, que ainda não foi modificada pelo homem. Assim é o cultivo do cacau no Brasil, o sexto maior produtor mundial.
“O resultado disso? Uma condição climática adversa tende a impactar com maior intensidade a produção de cacau do que, por exemplo, a produção de outras culturas, como o milho”, diz Felippe Serigati, pesquisador do FGV Agro.
O agricultor da Costa do Cacau, na Bahia, colhe um resultado de um ano com excesso de chuvas e luta contra as pragas.
"Tivemos uma pequena frustração de produção. Não foi a esperada, mas os preços elevados realmente contribuíram para um ano positivo”, conta o produtor rural Antônio Lavigne.
Empresas e pessoas driblam a alta no preço do chocolate para não azedar a Páscoa
As mudanças climáticas nas principais lavouras do mundo, na África, foram o principal fator para a alta nos preços. O valor do cacau é definido no mercado internacional. Em dois anos, a alta acumulada na Bolsa de Nova York é de cerca de 185%. O pico foi em dezembro de 2024, quando o valor da tonelada passou de US$ 11,8 mil.
Essa alta chegou ao consumidor brasileiro. Em doze meses, o preço do chocolate em barra e do bombom subiu 16,53%, segundo o IBGE. A inflação do chocolate vai colocando a Páscoa em formas menores.
Problemas na produção de cacau deixa Páscoa mais cara para o consumidor
Jornal Nacional
"Eu tenho barrinha a partir de 50 g. É fazer recheios que não usem tanto chocolate como o ano passado, como um creme de leite em pó com frutas vermelhas. Eu vou passar novos sabores para o cliente. Vai ser uma experiência nova para ele, mas já não vai ser algo 100% de chocolate”, diz a confeiteira Lígia Gomes.
A formação de preço é sempre uma questão com dois lados: da oferta e da demanda. O custo do chocolate sofreu as duas pressões: os problemas de produção de cacau no campo e o aumento da procura pelo produto nas cidades do país. Economistas dizem que as vendas do chocolate se fizeram com o calor da atividade econômica.
"Quando você tem um incremento de renda, quando a gente tem um período que a renda cresce, a demanda por chocolate cresce em uma intensidade maior”, afirma o economista Felippe Serigati.
"Acho que a gente compra sempre, né? Quando está triste é para animar, quando está feliz é para ficar mais animado. A gente gosta muito de chocolate”, diz o corretor de seguros Manoel dos Santos Júnior.
"Diminui o tanto de barrinha, o tamanho da barrinha porque os netos não diminuem”, diz Elina Maria Borges.
"Pode estar caro, mas não podem parar de vender”, diz Teresa de Castro, 9 anos.
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G1 Sun, 30 Mar 2025 00:05:59 -0000 - |
Veja os números sorteados: 01 - 12 - 16 - 17 - 25 - 57. Quina teve 74 apostas ganhadoras; cada uma vai levarR$ 48.408,41. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.846 da Mega-Sena foi realizado às 20h deste sábado (29), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 45 milhões.
Veja os números sorteados: 01 - 12 - 16 - 17 - 25 - 57
5 acertos: 74 apostas ganhadoras levam R$ 48.408,41
4 acertos: 5.871 apostas ganhadoras levam R$ 871,65
O próximo sorteio da Mega será na terça-feira (1º).
Receba os resultados das loterias no seu WhatsApp
Veja os resultados de outras loterias com sorteio neste sábado (29)
Lotofácil, concurso 3355
Timemania, concurso 2224
Quina, concurso 6693
Dia de Sorte, concurso 1045
+Milionária, concurso 237
Loteria Federal, concurso 5953
Mega-Sena concurso 2846
Reprodução/CAIXA
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
G1 Sat, 29 Mar 2025 23:10:46 -0000 - |
Teto de reajuste é definido anualmente pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos. Aumento não é automático e pode demorar a chegar aos consumidores, segundo farmacêuticas.
Reajuste máximo no preço dos remédios em 2025 fica em 5%
O preço dos medicamentos poderá ter reajuste a partir da próxima segunda-feira (31). A expectativa do setor farmacêutico é que a alta seja de até 5,06% neste ano, segundo cálculos do Sindicato da Indústria de Produtos Farmacêuticos (Sindusfarma).
O índice não é oficial e ainda deve ser confirmado pela Câmara de Regulação do Mercado de Medicamentos (CMED) na próxima semana. O valor, estabelecido pela CMED, funcionará como um teto de aumento para todo o setor farmacêutico.
Pelas regras, farmacêuticas poderão aplicar reajustes até o patamar percentual que for definido pela CMED — nunca acima. A projeção do Sindusfarma, realizada com base nos critérios do órgão, prevê que o limite fique em 5,06%.
O sindicato estima, no entanto, que o reajuste médio no preço dos medicamentos deverá ser abaixo do teto a ser oficializado pela CMED. Isso porque o aumento não é automático e leva em conta uma série de fatores.
A entidade projeta uma elevação média de cerca de 3,48% — o que pode ser o menor patamar de aumento médio desde 2018.
Salvo exceções, os preços de comercialização dos remédios no Brasil são regulados pela CMED, um órgão composto por membros de diferentes ministérios e da Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa).
Anualmente, com base em uma série de critérios como a inflação, a CMED define níveis máximos de reajuste no valor dos remédios.
A medida passa a valer assim que é publicada no "Diário Oficial da União (DOU)", o que deve ocorrer na próxima segunda. A partir disso, empresas de medicamentos podem ajustar os preços de seus produtos.
Os aumentos são aplicados em cima do valor máximo de venda do remédio, também definido pela CMED. Por lei, as farmácias e laboratórios não podem cobrar acima do preço permitido pela Câmara de Regulação.
A Anvisa afirma que o reajuste anual dos medicamentos funciona como um mecanismo de proteção aos consumidores de "aumentos abusivos".
"Ao mesmo tempo, o cálculo estabelecido na lei, busca compensar eventuais perdas do setor farmacêutico devido à inflação e aos impactos nos custos de produção, possibilitando a continuidade no fornecimento de medicamentos", diz a agência.
Impacto pode demorar para chegar ao consumidor
Imagem de medicamentos em exposição em uma farmácia
Reprodução/ RBS TV
O presidente executivo do Sindusfarma, Nelson Mussolini, avalia que o impacto do reajuste pode demorar a chegar ao consumidor.
Segundo ele, a competição entre farmácias e os estoques dos produtos são fatores que contribuem para que o reajuste médio esteja projetado para um patamar abaixo do teto a ser oficializado pela CMED.
"Dependendo da reposição de estoques e das estratégias comerciais dos estabelecimentos, aumentos de preço podem demorar meses ou nem acontecer", diz Mussolini.
"É importante o consumidor pesquisar nas farmácias e drogarias as melhores ofertas dos medicamentos prescritos pelos profissionais de saúde", acrescenta.
A Anvisa alerta que o descumprimento do teto de preços pode levar a punições. A agência recebe denúncias por meio de um formulário digital.
Indústria em alerta
Linha de produção da farmacêutica União Química
União Química / Divulgação
O Sindusfarma, responsável por calcular a projeção do índice de reajuste da CMED, avalia que o índice poderá impactar negativamente o setor.
O presidente executivo da entidade afirma que o cenário — com previsão do menor aumento médio desde 2018 — pode levar a redução de investimentos na indústria.
"Será o menor reajuste médio dos últimos sete anos, o que pode impactar negativamente os contínuos e fundamentais investimentos da indústria farmacêutica instalada no país em pesquisa e desenvolvimento (P&D) de novos produtos e na modernização e construção de novas fábricas", diz o dirigente.
G1 Sat, 29 Mar 2025 21:17:41 -0000 - |
Negócio foi fechado durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que marcou a reabertura do mercado vietnamita à carne brasileira. Logotipo da multinacional brasileira JBS
JBS/Divulgação
A processadora de alimentos JBS informou neste sábado (29) que irá investir US$ 100 milhões na construção de duas fábricas no Vietnã.
O negócio foi fechado durante visita oficial do presidente Luiz Inácio Lula da Silva ao Vietnã, que marcou a reabertura do mercado vietnamita à carne brasileira e teve a JBS como parte da delegação empresarial que acompanhava o presidente.
O Vietnã não importa carne bovina brasileira há 10 anos.
Segundo a JBS, as fábricas serão responsáveis pela produção de carne bovina, suína e de aves, e utilizarão, principalmente, matérias-primas importadas do Brasil, destinadas a abastecer o mercado vietnamita e de outros países do Sudeste Asiático.
O acordo foi formalizado nesta madrugada por meio de um memorando de entendimento com o governo vietnamita, disse a JBS.
O plano prevê, primeiro, a construção de uma fábrica no Parque Industrial Nam Dinh Vu, na provincía de Haiphong, onde será construído um centro logístico com capacidade para armazenagem, abrangendo atividades de pré-processamento, corte e embalagem.
Dois anos após o início da operação da primeira fábrica, será construída, no sul do Vietnã uma segunda fábrica com infraestrutura semelhante, incluindo novo centro logístico e planta de processamento.
Brasil e Vietnã fecham acordo pra reabertura das exportações carne bovina brasileira
G1 Sat, 29 Mar 2025 20:47:47 -0000 - |
Quebra de safra africana por praga, histórico de baixo investimento e mudanças climáticas levam a preços recordes do cacau. Impacto no custo do chocolate também é sentido no Brasil. Produção do cacau afetou preço do chocolate
Kier in Sight Archives/Unsplash
O aumento do preço do cacau a níveis recordes atinge produtores, fabricantes e consumidores de chocolate a nível global. O valor da amêndoa no mercado mundial disparou no final de 2024, ano em que atingiu o maior custo da última década.
A escalada tornou a commodity mais cara do que o cobre, e os preços se mantiveram altos em 2025.
Porém, enquanto grandes fabricantes de chocolate devem conseguir manter seus lucros, a baixa oferta pressiona principalmente os agricultores.
A quebra da safra de produtores africanos é tomada como o principal motivo dos custos elevados. Cerca de 65% das amêndoas de cacau do mundo vêm de quatro países da África Ocidental: Costa do Marfim, Gana, Nigéria e Camarões.
Mas uma colheita catastrófica atingiu a região em 2024, derrubando a oferta disponível do produto no mercado.
No centro do problema está a dispersão de um vírus que causa a doença do broto inchado do cacau (CSSV, da sigla em inglês). O agente infeccioso se espalha de árvore em árvore e pode reduzir a produtividade em 50% em apenas dois anos.
Um relatório da Organização Internacional do Cacau mostrou que 81% das plantações em Gana – o segundo maior produtor de cacau do mundo – estão infectadas com o CSSV. A doença também se espalha na Costa do Marfim e já afetou cerca de 60% da produção mundial.
Além disso, a ONG americana Climate Central também atribui o problema às mudanças climáticas, que tornam as temperaturas mais elevadas em lugares como Costa do Marfim, Gana, Camarões e Nigéria.
Um estudo realizado pela organização com sede em Nova Jersey mostra que temperaturas acima de 32°C podem reduzir a qualidade e a quantidade das colheitas, razão pela qual o calor excessivo afetaria negativamente as principais regiões produtoras de cacau.
Além disso, o chamado fenômeno climático El Niño levou a um período prolongado de chuvas ou secas, prejudicando a produção.
No Brasil, sexto produtor mundial de cacau, dados da Agência Brasil indicam que a perspectiva é de aumento da safra, depois de uma série de quedas. Investimentos em novas áreas de produção e no processamento do cacau impulsionam a colheita.
A produção no país, porém, também é afetada pelos altos custos e volatilidade do mercado, o que leva a um aumento dos preços dos produtos derivados, principalmente com a chegada da Páscoa.
Ainda segundo a Agência Brasil, os preços dos ovos de chocolate e derivados nesta Páscoa estão 14% mais caros em comparação com o ano passado, conforme divulgação da Associação Brasileira de Supermercados.
Mesmo com o crescimento da safra, a expectativa é que o setor produza 20% menos ovos de chocolate neste ano.
🍫 Preço do cacau dispara 190% em 2 anos e vai mexer com a sua Páscoa; entenda como
Problemas climáticos deixam chocolate mais caro
Preços altos, lucros ainda maiores
O alemão Oliver Coppeneur, que produz chocolate na pequena Bad Honnef, na Alemanha, desde a década de 1990, é um dos muitos fabricantes que precisou aumentar o custo do seu produto após a quebra de safra.
Coppeneur disse que a escalada dos preços do cacau tornará "os produtos de chocolate igualmente caros", o que poderia eventualmente resultar em uma "diminuição significativa no volume" do mercado.
Até agora, porém, ele está lidando com a situação sem demitir seus funcionários, e tenta manter os preços estáveis.
Citando dados oficiais do governo, a agência de notícias Bloomberg afirmou que "pelo menos uma dúzia de empresas familiares de chocolates fecharam em toda a Europa" em 2024.
Os varejistas de confeitos alemães Arko, Hussel e Eilles entraram com pedido de proteção contra falência em 2024.
Enquanto isso, a escassez de cacau também é sentida diretamente pelos consumidores europeus, com os preços do chocolate aumentando 35% desde 2020.
Mas Friedel Hütz-Adams, pesquisador do Instituto Südwind em Bonn, Alemanha, entende que os grandes fabricantes europeus de chocolate "geralmente têm conseguido repassar o aumento dos preços do cacau" aos consumidores.
"Seus lucros estáveis no ano passado indicam que pelo menos as grandes empresas conseguiram lidar com os preços altos (...) e, em alguns casos, até conseguiram obter lucros maiores do que antes", disse ele.
A fabricante suíça de chocolates Lindt, por exemplo, disse em janeiro que enfrentou um "ano desafiador, caracterizado por custos de cacau recorde, aumentos substanciais de preços e enfraquecimento do sentimento do consumidor".
Acrescentou ainda que, para compensar os custos, teve de "ajustar seus preços" e teria de fazer o mesmo este ano.
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De onde vem o que eu como: chocolate
As próximas gerações ainda terão chocolate?
Clay Gordon, criador do TheChocolateLife, uma comunidade online para "chocófilos e aspirantes a chocófilos", defende que o chocolate tem sido, historicamente, "um alimento à prova de recessão". Ele afirma no site da plataforma que "as pessoas compram chocolate para se sentirem felizes".
Hütz-Adams, do Südwind, entende que as vendas relativamente estáveis das fabricantes são uma indicação de que "os clientes são capazes de lidar com os preços mais altos e continuam a comprar chocolate".
No entanto, ele observou que, durante anos, a maioria dos agricultores da África Ocidental "quase não teve recursos para implementar boas práticas agrícolas", o que levou a um declínio no rendimento das colheitas por hectare.
Segundo ele, os preços persistentemente baixos do cacau nos anos anteriores levaram os trabalhadores a não serem pagos e ao trabalho infantil generalizado.
"Violações maciças dos direitos humanos são comuns e podem diminuir no futuro devido aos preços mais altos", acrescentou Hütz-Adams.
O produtor Oliver Coppeneur também entende que o preço do cacau tem sido tão baixo ao longo das décadas que os agricultores não têm tido recursos para aumentar sua produção.
Assim como outros especialistas do setor, ele adverte que, sem investimentos em rendimentos mais altos e colheitas resistentes às mudanças climáticas, as oscilações no preço serão inevitáveis no futuro.
"As próximas gerações [de produtores] precisam se perguntar: 'Queremos continuar com esse trabalho, queremos continuar trabalhando na fazenda?", disse Coppeneur, acrescentando que, se as empresas de chocolate não investirem nos produtores de cacau, "não devemos nos surpreender se a próxima geração não tiver mais ninguém".
G1 Sat, 29 Mar 2025 19:56:47 -0000 - |
Ao todo, programa ultrapassou R$ 1,28 bilhão em empréstimos nos primeiros sete dias de vigência. Sede do Banco do Brasil, em Brasília
Rafa Neddermeyer/Agência Brasil
O Banco do Brasil informou neste sábado (19) que concedeu mais de R$ 600 milhões em empréstimos do programa "Crédito do Trabalhador", que permite empréstimos consignados com carteira de trabalho assinada.
De acordo com o banco, as operações de crédito foram contratadas em mais de 3 mil municípios.
Consignado CLT: para quem funciona melhor e como negociar com o banco
O programa passou a funcionar na última sexta-feira (21). Criado por meio de medida provisória, o Crédito do Trabalhador permite empréstimos consignados para 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de MEIs.
Segundo dados fornecidos pela DataPrev ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE), o programa ultrapassou R$ 1,28 bilhão em empréstimos na quinta-feira (27), ou seja, nos primeiros sete dias de vigência.
Consignado CLT em números:
Até quinta-feira (27), foram firmados 193,7 mil contratos.
Os trabalhadores enviaram 11,6 milhões de propostas de crédito.
O valor médio de empréstimo por trabalhador foi de R$ 6.623,48, com parcelas de R$ 347,23 por 19 meses, em média.
O que é o Crédito do Trabalhador
O Crédito do Trabalhador foi instituído pela MP nº 1.292, permitindo empréstimos consignados para 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de MEIs.
A contratação é feita exclusivamente pelo app da Carteira de Trabalho Digital, que envia os dados do trabalhador (nome, CPF, salário e tempo de empresa) às instituições financeiras habilitadas pelo governo federal. A partir da análise, o trabalhador recebe ofertas em até 24 horas e escolhe a mais vantajosa.
As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, respeitando a margem consignável de até 35% do salário. Caso o trabalhador seja demitido, poderá usar até 10% do saldo do FGTS ou 100% da multa rescisória como garantia. O valor restante será cobrado no novo vínculo empregatício.
Cancelamento e migração
O trabalhador tem até 7 dias corridos após o recebimento do crédito para cancelar o empréstimo, com devolução integral do valor à instituição financeira. A partir de 25 de abril, será possível também migrar para uma proposta mais vantajosa, mesmo após a contratação inicial.
Além disso, quem já tem um consignado poderá transferir o contrato para o novo modelo do programa a partir da mesma data.
Perspectiva de crescimento
Segundo a Febraban, o crédito consignado no setor privado já soma 3,8 milhões de contratos, com mais de R$ 40 bilhões contratados. A expectativa do governo federal é que, em quatro anos, cerca de 25 milhões de trabalhadores tenham acesso ao Crédito do Trabalhador, impulsionando a inclusão financeira com juros mais baixos
A partir de 25 de abril, todas as instituições financeiras interessadas poderão oferecer a linha também por meio de seus canais digitais. Já a portabilidade de crédito estará disponível a partir de junho de 2025.
G1 Sat, 29 Mar 2025 13:12:03 -0000 - |
A declaração foi dada em última agenda do presidente na Ásia, neste sábado (29). Trump e Lula
Reuters
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou que o Donald Trump está 'no caminho certo' nas negociações sobre a guerra na Ucrânia. Declaração foi dada em última agenda do presidente na Ásia, neste sábado (29).
“Eu poderia ser radical contra Trump, mas na medida que o Trump toma a decisão de discutir a paz entre Rússia e Ucrânia, que o Biden deveria ter tomado, eu sou obrigado a dizer que o Trump está no caminho certo”, disse Lula.
O presidente americano Donald Trump tem pressionado para que a Rússia aceite a proposta de cessar-fogo aprovada pela Ucrânia em parceria com o governo americano. Ao todo, já são três anos de conflito entre os países.
Durante a coletiva, Lula defendeu ainda uma mesa de conversa entre o presidente russo, Vladimir Putin, e o presidente ucraniano, Volodymyr Zelensky, e disse que conversará com ambos.
Ele deve ter uma conversa telefônica com Zelensky na semana que vem e deve ir à Rússia no dia 9 de Maio para a comemoração dos 80 anos da vitória da Segunda Guerra Mundial.
Negociações sobre o 'tarifaço'
Outra negociação discutida na coletiva de Lula na Ásia foi a respeito do 'tarifaço' do presidente, Donald Trump. O presidente brasileiro afirmou que tenta negociar as tarifas com Trump antes de tomar outras medidas.
"Antes de fazer a briga da reciprocidade e de fazer a briga na Organização Mundial do Comércio (OMC), a gente quer gastar todas as palavras que estão no nosso dicionário para fazer o livre comércio com os EUA", afirmou.
Segundo Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro de Relações Internacionais, Mauro Vieira, já fizeram duas reuniões com representantes do país para discutir as novas taxas impostas sobre importações brasileiras.
Lula também fez afirmações sobre a postura econômica de Trump.
"Eu sinceramente não sei o que pode acontecer na economia americana", disse. "O discurso que eles tão fazendo nos Estados Unidos é totalmente antagônico do que eles fizeram dos anos 80 a 2022.
Na quinta-feira (27), em entrevista no Japão, Lula havia dito que taxaria produtos americanos se o recurso do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) não resolver a situação. O presidente, no entanto, não informou quando o Brasil formalizaria a medida.
"No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC [Organização Mundial do Comércio] e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite", disse Lula.
No Vietnã, Lula terminou, na manhã deste sábado, uma viagem oficial à Ásia em busca de ampliar a presença de produtos brasileiros no continente.
Lula afirma que Brasil tenta negociar com os EUA a respeito do tarifaço de Trump
G1 Sat, 29 Mar 2025 09:33:26 -0000 - |
Abertura de concorrência para novo leilão deve ser lançado até o dia 2 de junho. Caso ele não seja cumprido, será aberto um processo de caducidade da atual concessionária. Passageiros em Viracopos, Campinas
Aeroportos Brasil Viracopos
O edital da nova licitação do Aeroporto Internacional de Viracopos, em Campinas (SP), precisa ser lançado até o dia 2 de junho. A data final é uma determinação da lei de recilitações, que considera um intervalo de dois anos desde a abertura do processo. Entenda o que significa esse prazo e o que acontece se ele não for cumprido.
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A decisão para relicitar o terminal, com a abertura de um novo leilão à iniciativa privada, voltou à tona depois que a tentativa de "solução consensual" para que a Aeroportos Brasil Viracopos, atual concessionária, permanecesse à frente do ativo, terminou sem acordo no Tribunal de Contas da União (TCU) e foi arquivada.
Para que o novo edital possa ser lançado, ainda há pendências, especialmente em relação ao cálculo de indenização da Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) à Aeroportos Brasil, tanto pelos investimentos realizados desde o início da concessão, em 2012, quanto ao ressarcimento de prevenção a "futuros litígios".
Quinto maior aeroporto do Brasil em movimentação, Viracopos teve um agravamento de crise financeira a partir de 2017, o que levou, primeiro, a um pedido de recuperação judicial e, depois, à tentativa de relicitação. À época, o terminal foi o primeiro do Brasil a entrar com o pedido.
A partir de 2023, com reequilíbrios financeiros da concessionária, iniciou-se uma tentativa, com aval do Ministério de Portos e Aeroportos, de encerrar o processo para relicitar o aeroporto e recorrer à "solução amigável" no Tribunal de Contas da União para a permanência na administração do complexo aéreoportuário. Entretanto, após o fim do processo no TCU, não houve acordo entre as partes envolvidas e a relicitação voltou a ser opção.
👉 Mas, afinal, o que acontece se o prazo não for cumprido? A concessão pode ser anulada? O que falta para lançar o edital? Veja abaixo o que pode acontecer.
Passageiros no Aeroporto de Viracopos, em Campinas
Aeroportos Brasil Viracopos
Lançamento de edital em 2 de junho?
O prazo do dia 2 de junho considera o período de dois anos após o início do processo de relicitação, já descontando suspensões durante o curso da negociação. Portanto, ela é a data final para lançamento do edital da nova licitação de Viracopos e não tem possibilidade de prorrogação. Sendo assim, se não for lançado, será aberto um processo de caducidade da atual concessão.
👉 O que significa a caducidade? O processo será discutido dentro do âmbito da Anac e tem, basicamente, dois caminhos. A concessionária tentará defender a permanência ou a caducidade é declarada.
Neste caso, a administração voltaria para o governo, como era antes de 2012. Portanto, se, eventualmente, o edital não for lançado em junho, Viracopos não terá automaticamente a concessão anulada. Haverá, ainda, a abertura do processo de caducidade.
O que falta para poder lançar?
O principal impasse que fez a discussão sobre a solução consensual não avançar na Secretaria de Controle Externo de Solução Consensual e Prevenção de Conflitos (SecexConsenso), braço do TCU criado para tentar solucionar problemas relacionados a concessões federais, foram as divergências em relação ao cálculo de indenização.
Depois do arquivamento do processo no TCU, a concessionária voltou a se apegar a um decreto de arbitragem na Justiça para buscar a definição sobre a indenização.
Em paralelo a isso, a Anac divulgou o cálculo de ressarcimento que ela considera ser legítimo: R$ 2,5 bilhões, "a valores de 31 de dezembro de 2022, pelos investimentos realizados no aeroporto e ainda não amortizados".
O ministro e presidente do TCU, Bruno Dantas, determinou que a Anac submeta esse cálculo a uma empresa de auditoria independente, o que é obrigatório antes do edital ser lançado, mas, a três meses do prazo final, ainda não aconteceu.
O que dizem Anac, governo federal e concessionária?
Em nota enviada ao g1, a Anac disse que aguarda a aprovação dos documentos jurídicos da relicitação de Viracopos pelo TCU para, "imediatamente, publicar o edital e dar encaminhamento ao leilão".
"Quanto à indenização pelos investimentos realizados pela concessionária e ainda não amortizados, a Agência informa que já aprovou os valores a serem indenizados e os encaminhou para avaliação do Tribunal. Em paralelo, a Anac segue com o processo de contratação da empresa de auditoria independente para análise de conformidade do procedimento adotado para os cálculos, nos termos do Decreto nº 9.957/2019. A Anac está confiante de que atenderá os prazos da relicitação, em atendimento à decisão do Tribunal de Contas da União (TCU)", diz o texto da nota.
O Ministério de Portos e Aeroportos informou que acompanha de perto as discussões em torno da relicitação do Aeroporto de Viracopos e lamenta que não tenha sido possível alcançar um consenso na comissão de solução consensual instaurada pelo Tribunal de Contas da União no ano passado.
"O ministério adotará todas as medidas, em conjunto com a Agência Nacional de Aviação Civil para que a relicitação traga novos investimentos e melhorias para Viracopos", completou a pasta federal.
A concessionária Aeroportos Brasil Viracopos pontuou, também em nota, que confia que a Anac apresentará o cálculo da correta indenização à ABV, auditada antes do edital, conforme a legislação vigente à época do Termo Aditivo, "e que o respectivo pagamento ocorrerá previamente à possível transferência do ativo, também conforme previsto em lei".
"A ABV reafirma seu compromisso com a continuidade da prestação de serviços, objeto da concessão, nos elevados padrões de qualidade já reconhecidos ao longo dos quase 13 anos de vigência do contrato", finalizou.
Sede do Tribunal de cotnas da União (TCU), em Brasília.
Divulgação/TCU
Histórico do imbróglio
Por conta da crise financeira e depois de encerrar o processo de recuperação judicial, a concessionária de Viracopos manifestou interesse na relicitação.
No entanto, o aeroporto se reequilibrou e voltou a atingir números positivos de fluxo de passageiros, batendo recorde histórico por dois anos seguidos, em 2022 e 2023, o que foi possível que a concessionária se reestruturasse e reunisse argumentos para recorrer à solução consensual, e tentar mostrar que a continuidade de concessão era a melhor alternativa.
Torre do controle no Aeroporto de Viracopos, em Campinas
Fernando Pacífico/g1
A relicitação
A relicitação foi a única a esperança da atual concessionária após a crise financeira que gerou uma dívida de R$ 2,88 bilhões - esse valor é de outorgas vencidas e dívidas com bancos que ainda vão vencer. O débito, inclusive, não está mais sob responsabilidade da concessionária porque foi incluído no decreto de arbitragem.
O último plano de recuperação judicial do aeroporto foi protocolado à Justiça no dia 12 de dezembro de 2019. Desta data até o dia da aprovação, em fevereiro de 2020, Viracopos e os principais credores, entre eles a Anac e o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), se reuniram para tentar chegar a um acordo e definiram que a proposta seria votada na assembleia desde que Viracopos aceitasse a relicitação.
Depois de aceita em assembleia, a recuperação judicial de Viracopos foi encerrada pela Justiça no dia 10 de dezembro de 2020. A partir disso, começou o processo de relicitação. Em agosto de 2021, a Anac aprovou o edital dela.
A concessionária já havia sinalizado a intenção de devolver a concessão em julho de 2017, mas emperrou na lei 13.448/2017, que regulamenta as relicitações de concessões aeroportuárias, ferroviárias e rodoviários do Brasil e só teve o decreto publicado em agosto de 2019.
A crise
A crise de Viracopos se agravou na metade de 2017, quando a concessionária manifestou o interesse da relicitação, mas, por conta da não regulamentação da lei, apostou na recuperação judicial para solucionar a crise.
A Aeroportos Brasil protocolou o pedido em 7 de maio de 2018 na 8ª Vara Cível de Campinas. Viracopos também foi o primeiro aeroporto do Brasil a pedir recuperação.
O aeroporto sempre brigou por reequilíbrios no contrato de concessão por parte da Anac. De acordo com a concessionária, a agência descumpriu itens que contribuíram para a perda de receita da estrutura.
A Infraero detém 49% das ações de Viracopos. Os outros 51% são divididos entre a UTC Participações (48,12%), Triunfo Participações (48,12%) e Egis (3,76%), que formam a concessionária.
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G1 Sat, 29 Mar 2025 08:00:37 -0000 - |
Grandes economias prometeram retaliar novas taxas sobre importação de automóveis, com a China acusando Washington de violar as regras do comércio internacional. Presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
Getty Images via BBC
A Alemanha disse que "não cederá" e que a Europa deve "responder com firmeza" após o presidente dos EUA, Donald Trump, anunciar a imposição de uma tarifa de 25% sobre as importações de automóveis e peças.
De acordo com o líder americano, as tarifas vão entrar em vigor em 2 de abril e os EUA vão começar a cobrá-las dos importadores de veículos um dia depois. As taxas sobre as peças e partes de veículos devem começar em maio ou posteriormente.
"O que faremos é uma tarifa de 25% para todos os carros que não são fabricados nos Estados Unidos", disse Trump em pronunciamento no Salão Oval nesta quarta-feira (26/03).
Além da Alemanha, outras grandes economias mundiais prometeram retaliar. A França classificou a medida como uma "notícia muito ruim", o Canadá afirmou que se tratava de um "ataque direto" e a China acusou Washington de violar as regras do comércio internacional.
No início da quinta-feira, as ações da Porsche, Mercedes e BMW em Frankfurt caíram drasticamente, assim como da empresa francesa Stellantis, fabricante da Jeep, Peugeot e Fiat.
Trump também ameaçou impor tarifas "muito maiores" se a Europa trabalhar com o Canadá para provocar o que ele descreve como "dano econômico" aos EUA.
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Trump afirma há muito tempo que as tarifas são parte de um esforço para ajudar a indústria de manufatura dos EUA e diz que se os carros forem fabricados nos Estados Unidos "não haverá absolutamente nenhuma tarifa".
Tarifas são impostos cobrados sobre mercadorias importadas de outros países.
Embora as medidas possam proteger as empresas nacionais, elas também aumentam os custos para empresas que dependem de peças do exterior.
As empresas que trazem mercadorias estrangeiras para o país pagam o imposto ao governo. As empresas podem optar por repassar parte ou todo o custo das tarifas aos clientes.
Os EUA importaram cerca de 8 milhões de carros no ano passado — representando cerca de US$ 240 bilhões (R$ 1,38 trilhões) em comércio e cerca de metade das vendas gerais.
O México é o principal fornecedor de carros para os EUA, seguido POR Coreia do Sul, Japão, Canadá e Alemanha.
Analistas estimaram que as tarifas sobre peças apenas do Canadá e do México podem levar ao aumento dos custos de US$ 4 mil a US$ 10 mil (R$ 23 mil a R$ 57.300), dependendo do veículo, de acordo com o Anderson Economic Group.
Canadá, Japão e países europeus reagem ao anúncio de Donald Trump de sobretaxar autopeças e carros importados
O ministro da Economia da Alemanha, Robert Habeck, disse que a União Europeia deve "responder com firmeza".
"Deve ficar claro que não cederemos aos EUA. Precisamos mostrar força e autoconfiança", acrescentou.
A França apoia essa abordagem conjunta, com seu ministro das Finanças, Eric Lombard, dizendo que a "única solução" da Europa é retaliar com tarifas sobre produtos dos EUA.
"Estamos em uma situação em que estamos sendo alvos. Ou aceitamos e, nesse caso, isso nunca vai parar, ou respondemos", acrescentou Lombard.
Ele enfatizou a necessidade de "reequilibrar o campo de jogo" para que os EUA fossem "forçados a negociar".
O primeiro-ministro canadense Mark Carney chamou as tarifas de "ataque direto" a seu país e à indústria automobilística, acrescentando que "nos prejudicarão". Mas ele afirmou que as opções comerciais ainda estavam sendo discutidas.
No Reino Unido, o órgão da indústria automobilística Sociedade de Fabricantes e Comerciantes Motores (SMMT, na sigla em inglês) disse que o anúncio das tarifas por Trump na quarta-feira "não foi surpreendente, mas, no entanto, decepcionante".
John Neill, fundador da loja de autopeças britânica Uniparts, disse que as tarifas de Trump foram "um presente para os chineses", porque os consumidores internacionais responderiam a uma guerra comercial comprando alternativas chinesas.
Enquanto isso, a China acusou Trump de violar as regras da Organização Mundial do Comércio (OMC).
"Não há vencedores em uma guerra comercial ou tarifária. O desenvolvimento e a prosperidade de nenhum país foram alcançados com a imposição de tarifas", disse um porta-voz do Ministério das Relações Exteriores de Pequim.
O Japão também alertou que haverá um "impacto significativo" na relação econômica que compartilha com os EUA. Um porta-voz do governo descreveu as medidas como "extremamente lamentáveis" e disse que as autoridades pediram uma isenção aos EUA.
Na Coreia do Sul, um dia antes do anúnico das novas taxas, a Hyundai anunciou que investiria US$ 21 bilhões (R$ 120 bilhões) nos EUA e construiria uma nova usina siderúrgica no estado de Louisiana.
Trump elogiou o investimento como uma "demonstração clara de que as tarifas funcionam muito fortemente".
A Bosch — com sede na Alemanha — diz que tem confiança no "potencial de longo prazo" do mercado norte-americano e que continuará a expandir seus negócios lá.
G1 Sat, 29 Mar 2025 07:00:31 -0000 - |
Obtido a partir das sobras da produção do azeite e conhecido por ser uma opção mais barata, o frasco de meio litro de óleo de bagaço de oliva foi encontrado por R$ 44,90. Um frasco de 500ml de óleo de bagaço de oliva é vendido a R$ 44,90 para o público geral e a R$ 29,90 para clientes do programa de fidelidade em um supermercado na Zona Sul de SP.
Reprodução/X
O óleo de bagaço de oliva, conhecido como uma alternativa mais barata ao azeite, foi alvo de críticas nas redes sociais nas últimas semanas após consumidores encontrarem o produto à venda por valores próximos aos do azeite.
"Que mundo mágico que vivemos", ironizou um internauta na rede social Bluesky ao compartilhar, no dia 9 de março, uma foto do frasco de 500ml do óleo de bagaço de oliva da marca Olitalia sendo vendido a R$ 39,90.
Outro usuário compartilhou no X, no dia 15 de março, uma foto do mesmo produto sendo vendido a R$ 44,90 e desabafou: "Óleo de bagaço de oliva, preço de azeite, embalagem de azeite, mas não é azeite".
A discussão sobre o produto acontece em um cenário de encarecimento do azeite, que acontece há cerca de dois anos.
O g1 encontrou um frasco de meio litro de óleo de bagaço de oliva à venda por R$ 44, 90 em um supermercado na Zona Sul de São Paulo nesta terça-feira (23). O preço diminui para R$ 29, 90 para os clientes cadastrados no programa de fidelidade do local (veja na foto acima).
No site do mesmo estabelecimento, o azeite mais barato custava R$ 56,90.
Na mesma loja, uma garrafa de 500ml de óleo de bagaço de oliva da Gallo foi encontrada por R$ 37,90, enquanto o azeite da mesma marca custava R$ 44,89.
O que é óleo de bagaço de oliva
É o produto obtido das sobras da azeitona após a produção do azeite. Depois de reunido, o material passa por um processo químico (para controlar a acidez e melhorar o sabor) ou físico (por prensagem) para se transformar em óleo.
Assim como o azeite de oliva, o Ministério da Agricultura determina que, para ser chamado de óleo de bagaço de oliva, ele não deve ter nenhum outro óleo na sua composição, ou seja, deve ser totalmente derivado da oliva.
A diferença é que, enquanto o azeite é resultado da primeira extração da polpa da azeitona, o óleo de bagaço é obtido de uma segunda utilização desse material, que busca aproveitar as sobras da anterior. A explicação é do diretor do Departamento de Inspeção de Produtos de Origem Vegetal do Ministério da Agricultura, Hugo Caruso.
"Por isso, apesar de ambos serem compostos pelos mesmos ácidos graxos característicos das 'gorduras boas', o óleo de bagaço de oliva é bem menos fresco e, consequentemente, tem menos sabor do que o azeite", destaca o especialista.
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G1 Sat, 29 Mar 2025 05:00:17 -0000 - |
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.846 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 40 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h deste sábado (29), em São Paulo.
No concurso da última quinta-feira (27), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
G1 Sat, 29 Mar 2025 03:00:20 -0000 - |
Presidente dos Estados Unidos também afirmou que está aberto a fazer acordos com países sobre as tarifas recíprocas previstas para a próxima semana. Trump fala a jornalistas a bordo do Air Force One.
Kevin Lamarque/ Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, afirmou nesta sexta-feira (28) que anunciará novas tarifas voltadas para o setor farmacêutico "em breve". O republicano não deu mais detalhes. As afirmações foram feitas a jornalistas a bordo do Air Force One, como são chamadas as aeronaves presidenciais do país.
O presidente norte-americano também afirmou que está aberto a fazer acordos com países sobre as taxas de importação já anunciadas, mas destacou que esses acordos teriam de ser negociados depois que as tarifas recíprocas passarem a valer, em 2 de abril.
A ameaça tarifária tem sido constantemente utilizada pelo presidente dos EUA para tentar negociações comerciais mais vantajosas à maior economia do mundo. As tarifas recíprocas, por exemplo, haviam sido anunciadas em fevereiro, com o objetivo de taxar países que cobram tarifas de importação de produtos norte-americanos.
Só nesta semana, o republicano anunciou tarifas de 25% a todos os carros importados nos EUA e assinou um decreto que impõe uma taxa da mesma magnitude a todos os países que compram petróleo e gás da Venezuela.
A estimativa é que o detalhamento das taxas recíprocas seja divulgado na próxima semana, mas há expectativa de que o presidente norte-americano tenha alguma flexibilidade com setores específicos.
Na última segunda-feira, por exemplo, Trump afirmou que pode dar descontos em tarifas a "muitos países".
"Vamos torná-las muito brandas", disse. "Acho que as pessoas ficarão muito surpresas. Será, em muitos casos, menor do que a tarifa que eles [países] vêm cobrando há décadas", disse o republicano em posicionamento recente.
Lula diz que vai recorrer à OMC contra novas tarifas de Trump
Tarifaço de Trump
Segundo Trump, a aplicação de tarifas visa lidar com déficits comerciais e problemas nas fronteiras, como a travessia de migrantes sem documentos e o tráfico de fentanil. Ele também afirmou que irá impor taxas de 25% sobre a União Europeia, mas não detalhou quando isso acontecerá.
Medidas como o aumento de tarifas de importação e a política anti-imigração de Trump podem gerar mais inflação nos EUA. Além disso, a renúncia de impostos para favorecer as empresas norte-americanas é vista como um risco para as contas públicas do país.
Esses fatores indicam que o Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano) terá mais dificuldade em controlar a inflação, o que pode levar a instituição a manter seus juros elevados por mais tempo. Juros maiores elevam a rentabilidade dos títulos públicos dos EUA, considerados os mais seguros do mundo, o que aumenta o fluxo de investimentos nesses ativos e favorece o dólar.
No Brasil, a fuga de capital e a consequente valorização da moeda americana devem fazer com que o Banco Central do Brasil (BC) continue elevando a Selic, taxa básica de juros, hoje em 14,25% ao ano, impactando negativamente a atividade econômica brasileira.
Além disso, o Brasil e o mundo também podem ser afetados por uma desaceleração da economia norte-americana e de outros países envolvidos na crescente guerra comercial, como a China e a União Europeia.
Outro reflexo para o Brasil é o aumento de oferta de produtos chineses. Com os EUA importando menos do país, itens manufaturados asiáticos (com preços muito mais baixos) tendem a buscar outros mercados.
G1 Fri, 28 Mar 2025 20:50:35 -0000 - |
Última cobrança extra foi em Novembro de 2024, quando a bandeira amarela foi acionada. Segundo a agência, a geração das hidrelétricas, mais barata, continua 'em níveis estáveis'. Postes de energia elétrica, em imagem de arquivo
fanjianhua no Freepik
A Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) acionou, nesta sexta-feira (28), a bandeira verde para abril. Ou seja, a conta de luz segue sem taxa extra no próximo mês.
Segundo a agência, "mesmo com a transição do período chuvoso para o seco, a geração de usinas hidroelétricas, mais barata que a geração térmica, continua em níveis estáveis."
💡 O sistema de cores da Aneel sinaliza as condições de geração de energia. Se chove pouco e as hidrelétricas geram menos, é preciso acionar usinas termelétricas, que são mais caras.
💡 Para pagar por essas usinas, a Aneel aciona as bandeiras amarela, vermelha 1 ou vermelha 2, com taxas extras na conta de luz.
Em 2024, por conta da estiagem, a Aneel precisou cobrar taxas extras na conta de luz de julho, setembro, outubro e novembro. Desde dezembro, a bandeira está no patamar "verde", sem taxas adicionais.
Saiba quanto custa cada bandeira
Cada bandeira tarifária acionada pela Aneel pode gerar um custo extra ao consumidor:
🟩bandeira verde (condições favoráveis de geração de energia) – sem custo extra;
🟨bandeira amarela (condições menos favoráveis) – R$ 18,85 por MWh (megawatt-hora) utilizado (ou R$ 1,88 a cada 100kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 1 (condições desfavoráveis) – R$ 44,63 por MWh utilizado (ou R$ 4,46 a cada 100 kWh);
🟥bandeira vermelha patamar 2 (condições muito desfavoráveis) – R$ 78,77 por MWh utilizado (ou R$ 7,87 a cada 100 kWh).
G1 Fri, 28 Mar 2025 20:19:03 -0000 - |
Possível liberação de crédito poderá ter prazo de quatro anos. Segundo a organização internacional, o objetivo é apoiar o programa de reformas econômicas do presidente Javier Milei. O presidente da Argentina, Javier Milei.
Agustin Marcarian/Reuters
O Fundo Monetário Internacional (FMI) confirmou nesta sexta-feira (28) que negocia com a Argentina um possível empréstimo de US$ 20 bilhões (cerca de R$ 115 bilhões) por quatro anos para apoiar o programa de reformas econômicas do presidente Javier Milei.
"O novo programa está muito avançado e o compromisso continua em todos os níveis para finalizar um acordo que ajudará a Argentina a consolidar seu já bem-sucedido programa econômico", disse o FMI em um comunicado.
A confirmação do organismo ocorre depois de Milei e seu ministro da Economia, Luis Caputo, terem anunciado na quinta-feira (27) a quantia do novo acordo. O número não havia sido confirmado pelo Fundo, que esclareceu que os desembolsos serão entregues "em partes".
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O programa ainda deve ser aprovado pelo diretório do organismo financeiro, com o qual o país já assinou em 2018 um acordo em US$ 44 bilhões (R$ 160 bilhões em valores de 2018) que representou seu maior endividamento.
Caputo disse que a Argentina também está negociando empréstimos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) e do Banco Mundial para reforçar as reservas do Banco Central (BCRA).
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Milei declarou na quinta-feira que, desse modo, as reservas ficariam em "pelo menos" US$ 50 bilhões (R$ 288 bilhões), contra os US$ 26,2 bilhões (R$ 151 bilhões) que tem atualmente.
O programa do FMI, cujos detalhes não são publicados, "de nenhuma maneira" inclui uma desvalorização, descartou Milei em uma entrevista com a Radio El Observador.
"Aqui faltam pesos, faltam dólares", acrescentou, apesar dos diversos pedidos de ajuda externa.
O governo busca apaziguar a incerteza sobre eventuais exigências do FMI para eliminar os controles cambiários ou a possível adoção de uma flutuação administrada do peso.
Na última semana, as intervenções no mercado de câmbio representaram uma sangria de mais de US$ 1,2 bilhão de dólares (R$ 6,9 bilhões).
G1 Fri, 28 Mar 2025 19:13:53 -0000 - |
Carnaval ter caído em março neste ano pode ter contribuído para o bom resultado em fevereiro, que teve mais dias úteis. Para ministro do Trabalho, economia deve seguir aquecida. A economia brasileira gerou 431,99 mil empregos formais em fevereiro deste ano, informou nesta sexta-feira (28) o Ministério do Trabalho e Emprego.
Ao todo, segundo o governo federal, foram registradas em fevereiro:
2,58 milhões de contratações;
2,15 milhões de demissões.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, que teve geração de 307,5 mil empregos formais, houve um aumento de 40,4%, conforme dados oficiais.
O resultado em fevereiro deste ano é o melhor entre todos os meses desde o início da nova série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2020.
Até então, a maior criação de vagas com carteira assinada havia sido registrada em fevereiro de 2021, quando foram gerados 397,8 mil empregos formais.
A comparação dos números com anos anteriores a 2020, segundo analistas, não é mais adequada, porque o governo mudou a metodologia.
Alta dos juros
A forte criação de empregos formais acontece em meio ao processo de alta dos juros, que vem sendo implementada pelo Banco Central desde setembro do ano passado para tentar conter pressões inflacionárias.
Atualmente, a taxa Selic está em 14,25% ao ano, após cinco elevações, patamar igual ao registrado o governo Dilma Rousseff, em 2015 e 2016.
E o Banco Central já avisou que deve promover nova alta da taxa básica em maio deste ano.
Posição do Ministério do Trabalho
O ministro do Trabalho, Luiz Marinho, afirmou nesta sexta-feira que a geração recorde de emprego formal em fevereiro deste ano é resultado do trabalho do governo, que tem adotado medidas para estimular a economia, além das reformas que o Congresso Nacional aprovou nos últimos anos.
"Isso é repercussão. É resultado dos investimentos, públicos e privados. Se você não sangra pelo pagamento de juros, que é o que está acontecendo, sobra mais para investimento", declarou o ministro Luiz Marinho, do Trabalho.
Segundo ele, o fato de o carnaval ter acontecido no mês de março, neste ano, também pode ter contribuído para o bom resultado de fevereiro, que contou com mais dias úteis. Em consequência, março pode ter um resultado menos favorável.
"Eu espero que a economia continue aquecida, afinal de contas tem muita gente no subemprego (...) Como disse o presidente Lula, vamos continuar tocando no ritmo que estamos. É bem-vindo o crescimento. Não acredito que alguém diga que o crescimento não é bem-vindo. Os preços, inflação, tem outros mecanismos de controle, com mais produção. Precisamos ter a cabeça no lugar e sangue frio", acrescentou Marinho, do Ministério do Trabalho.
Primeiro bimestre
De acordo com o Ministério do Trabalho, 576,08 mil empregos formais foram criados no país nos dois primeiros meses deste ano.
O número representa alta de 19,8% na comparação com o mesmo período de 2024, quando foram criadas 480,7 mil vagas com carteira assinada.
Essa foi a maior geração de empregos formais para esse período desde 2021, quando foram abertas 652,2 mil vagas com carteira assinada.
Setores
Os números do Caged de fevereiro de 2025 mostram que foram criados empregos formais nos cinco setores da economia.
Regiões do país
Os dados também revelam que foram abertas vagas nas cinco regiões do país no mês passado.
Salário médio de admissão
O governo também informou que o salário médio de admissão foi de R$ 2.205,25 em fevereiro deste ano, o que representa queda real (descontada a inflação) em relação a janeiro deste ano (R$ 2.284,65).
Na comparação com fevereiro do ano passado, porém, houve crescimento no salário médio de admissão. Naquele mês, o valor foi de R$ 2.190,28.
Caged x Pnad
Carteira de Trabalho
Getty Images via BBC
Os dados do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados consideram os trabalhadores com carteira assinada, ou seja, não incluem os informais.
Com isso, os resultados não são comparáveis com os números do desemprego divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), coletados por meio da Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios Continua (Pnad).
G1 Fri, 28 Mar 2025 17:30:17 -0000 - |
Número inclui voos remarcados e passageiros que foram reembolsados pelos tíquetes. Latam foi acionada pela Anac porque mantém acordo de compartilhamento de voos com a Voepass. Anac suspende voos da Voepass por violação de normas de segurança
Jornal Nacional/ Reprodução
A Latam informou nesta sexta-feira (28) que já atendeu a 85% dos clientes afetados pela suspensão das operações da Voepass, em vigor desde 11 de março.
Em nota, a empresa disse que forneceu "solução de viagem" sem custos para 85% dos 106 mil clientes da Voepass. "Os demais 15% dos clientes estão com o processo de resolução em vias de conclusão", disse.
A solução inclui reacomodação em voos da Latam ou reembolso dos passageiros.
Quando a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu as operações da Voepass, notificou a Latam para atender aos clientes afetados pela decisão, uma vez que duas companhias aéreas possuem acordo de codeshare – quando uma companhia (a Latam) pode vender passagens de voos operados por outra (a Voepass).
Agência Nacional da Aviação Civil suspende as operações da Voepass
A companhia disse ainda que operou seis voos emergenciais, entre os dias 12 e 17 de março, para transportar os passageiros com bilhetes emitidos pela Voepass para Fernando de Noronha (PE).
Com a suspensão da Voepass, a Latam passou a operar voos para Fernando de Noronha e Ribeirão Preto, antes atendidos pelo contrato de codeshare.
"A Latam manterá atualizadas a Anac e a sociedade brasileira sobre a evolução do atendimento aos passageiros impactados pela suspensão da Voepass e permanece atenta a qualquer nova comunicação da Anac sobre essa suspensão", diz a nota.
Fernando de Noronha
Na última semana, a Anac autorizou o retorno de aviões de grande porte em Fernando de Noronha, depois de mais de dois anos de suspensão.
Em outubro de 2022 , a Anac proibiu a operação de aerojatos no aeroporto Carlos Wilson por conta dos buracos e fissuras da pista. A obra de recapeamento da pista teve uma série de atrasos e começou em setembro de 2024.
Segundo documento obtido pelo g1, a liberação leva em conta a suspensão de operação da empresa Voepass, proibida pela Anac de operar por questões de segurança. A empresa operava o trecho até a ilha pernambucana com aeronaves de menor porte.
Reembolso e reacomodação
A decisão da Anac impede a Voepass de operar voos, vender novas passagens e determina o cancelamento dos voos já programados até que a empresa comprove ter restabelecido as condições de segurança exigidas pela agência.
Segundo a Anac, é a empresa responsável pela venda da passagem que deve entrar em contato com o consumidor para prestar esclarecimentos e oferecer alternativas previstas na regulação da Anac.
As passagens para voos da Voepass são vendidas de três formas:
diretamente pela própria Voepass
pela Latam (que tem um acordo comercial com a Voepass)
por agências de viagens
➡️ De acordo com a Anac, o passageiro tem direito a:
reembolso integral do valor pago pela passagem
reacomodação em outro voo
G1 Fri, 28 Mar 2025 16:48:08 -0000 - |
Empresa do bilionário oferece internet a lugares de difícil acesso, como áreas rurais e isoladas. Pedido de ampliação no número de satélites autorizados foi feito em 2023. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve analisar, na quinta-feira (3), o pedido da Starlink para aumentar o número de satélites em operação no Brasil. A empresa quer expandir a operação com mais 7,5 mil satélites.
O pedido entrou na pauta da próxima reunião do conselho diretor da Anatel.
O relator do processo, conselheiro Alexandre Freire, publicou o relatório em fevereiro para análise prevista ainda naquele mês, o que não ocorreu.
Funcionária configura um roteador da Starlink para fornecer internet a uma loja de chocolates na Ilha do Combu, em Belém
Alessandro Falco/Bloomberg/Getty Images via BBC
No documento, Freire relata que o pedido de ampliação foi feito pela Starlink em dezembro de 2023.
Segundo dados de setembro, publicados por Musk, a empresa tem 6.350 satélites em órbita.
🔎Para operar no Brasil, qualquer empresa de internet por satélite precisa de autorização da Anatel. A Starlink já tem permissão para oferecer os serviços no país.
Como funciona a Starlink
O que é e como funciona a Starlink, serviço de internet de Elon Musk
A empresa opera satélites "não geoestacionários" ou de "baixa órbita". Esses equipamentos são vistos como uma solução para oferecer internet mais rápida a lugares de difícil acesso, como áreas rurais e isoladas.
Os satélites da Starlink ficam em órbita terrestre baixa, a uma altitude de cerca de 550 quilômetros, o que significa que eles estão próximos da Terra, tornando o envio de sinal bem mais rápido. Para comparação, os satélites geoestacionários ficam a uma distância de 35 mil km.
Segundo a Starlink, os satélites se movem automaticamente para evitar colisões com lixos espaciais. Também há sensores de navegação para que os equipamentos possam encontrar a melhor localização, altitude e orientação para envio de sinal de internet.
Quem lança os satélites é a própria SpaceX, companhia da qual a Starlink faz parte.
Acordo com concorrente
Em novembro de 2024, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, a Telebrás celebrou um acordo com a chine SpaceSail, concorrente de Musk.
Os termos do acordo sinalizam a intenção de cooperação entre a Telebras e a SpaceSail, caso a chinesa passe a operar no Brasil. Contudo, o negócio entre as empresas ainda não está selado.
"Estamos construindo aqui esse acordo para que eles possam estar o mais breve possível podendo estar ofertando esse serviço desde que cumpram todas as regras de legislação e regulatórias que eles vão estar tramitando na agência com o devido processo legal para estar sendo autorizado pela agência a operar", disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na ocasião.
Para operar no país, a SpaceSail vai precisar abrir um CNPJ e entrar com a documentação na Anatel --responsável por autorizar a empresa a prestar serviços no Brasil.
Segundo o ministro, a chinesa tem 40 satélites em órbita e pretende lançar mais 648 nos próximos 14 meses. Até 2030, a empresa pretende ter 15 mil satélites orbitando o planeta.
G1 Fri, 28 Mar 2025 15:31:30 -0000 - |
Medida foi anunciada por Lula durante visita ao país asiático. Segundo associação, mercado do Vietnã tem potencial para importar cerca de 300 mil toneladas do produto. Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, durante chegada a Hanói
Ricardo Stuckert / Presidência da República
A indústria exportadora de carne bovina celebrou a reabertura nesta sexta-feira (28) do mercado do Vietnã para o produto brasileiro.
A medida foi anunciada durante visita do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) a Hanói, capital do país asiático.
O petista se reuniu nesta sexta com o primeiro-ministro vietnamita, Pham Minh Chinh. Após o encontro, Lula disse que a entrada da carne brasileira no Vietnã é "muito importante para o Brasil" e estava sendo negociada havia mais de 20 anos.
Planalto afirma que Vietnã aceitou reabrir mercado para carne brasileira
"Depois de muitos anos de tentativa, o primeiro-ministro anunciou que finalmente vai comprar a carne brasileira para o mercado do Vietnã. É uma notícia extraordinária. Eu acho que o que causou essa aceitação do ministro foi a presença dos presidentes do Senado, Davi Alcolumbre, e da Câmara, Hugo Motta, que mostrou a força da amizade que nós queremos ter com o Vietnã", afirmou Lula.
Em nota, Roberto Perosa, presidente da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (ABIEC), afirmou que o mercado do Vietnã tem potencial para importar cerca de 300 mil toneladas do produto por ano.
"O Vietnã pode se tornar um grande hub para a Ásia e o sudeste asiático", disse o presidente da ABIEC, entidade que reúne 43 empresas do setor.
"Com essa conquista, o produtor e a indústria brasileira da carne bovina ganham mais uma importante oportunidade de diversificação de mercados, ampliando o envio de seus produtos ao exterior, sem comprometer o abastecimento interno", acrescentou Perosa.
O presidente da Abiec declarou ainda que o momento é "muito positivo" para a indústria de carne bovina, que vende o produto para cerca de 150 países.
Segundo o governo brasileiro, atualmente, o país fornece cerca de 70% da soja importada pelo Vietnã, além de ser o principal fornecedor de carne suína (cerca de 37%), o segundo maior de carne de frango e de algodão.
Venda de aviões da Embraer
Após a reunião com o primeiro-ministro, Lula também disse que quer exportar para o Vietnã aviões fabricados pela Embraer.
"Ainda estamos tentando vender alguns aviões da Embraer, porque é extremamente importante para a necessidade regional do Vietnã", concluiu Lula.
G1 Fri, 28 Mar 2025 13:33:40 -0000 - |
Veja dicas sobre como cultivar pitaia e como limpar corretamente os galinheiros e os ovos. Confira ainda como se inscrever no Prêmio Fazenda Sustentável da Revista Globo Rural. Cultivo de pitaia Quer aprender como cultivar pitaia? Um livro digital da Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária (Embrapa), em parceria com a Empresa Mato-Grossense de Pesquisa, Assistência e Extensão Rural (Empaer) e a Universidade Federal de Lavras (UFLA), pode te ajudar. O material aborda as diferentes variedades de pitaia disponíveis no mercado, as etapas da adubação, os principais cuidados com a plantação e o momento ideal para realizar a polinização. >>>Acesse aqui<<< Aprenda a fazer a limpeza dos galinheiros e dos ovos A limpeza dos ovos é uma questão de saúde pública. Quando o manejo não é adequado, as fezes das galinhas podem contaminar a clara e a gema. Para enfrentar esse problema, pesquisadores da Embrapa desenvolveram o projeto "Ovo Limpo", uma solução prática e acessível aos pequenos produtores. Aprenda as técnicas nas seguintes publicações: Ovos limpos nos galinheiros caipiras Manejo OvoLimpo no galinheiro Folheto Biosseguridade Prêmio Fazenda Sustentável da Revista Globo Rural Se a sua propriedade rural adota boas práticas ambientais, sociais e de governança, chegou a hora você receber um reconhecimento por isso. A Revista Globo Rural está com as inscrições abertas para a 9ª edição do Prêmio Fazenda Sustentável, uma iniciativa que dá visibilidade às fazendas que têm um trabalho diferenciado no campo, respeitando leis trabalhistas, ambientais e, claro, que dão lucro. Podem participar pequenas, médias e grandes propriedades, de qualquer estado, cultivo e criação. As inscrições são gratuitas e vão até o dia 13 de abril. As fazendas campeãs são visitadas por técnicos do prêmio e também pela equipe de reportagem da Globo Rural, que produzirá matérias especiais sobre cada propriedade. >>> Inscreva-se aqui <<<
G1 Fri, 28 Mar 2025 13:26:14 -0000 - |
G1 Fri, 28 Mar 2025 12:13:26 -0000 - |
A moeda norte-americana avançou 0,13%, cotada a R$ 5,7596. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira recuou 0,94%, aos 131.902 pontos. Notas de real e dólar
Amanda Perobelli/ Reuters
O dólar teve o terceiro dia consecutivo de alta nesta sexta-feira (28) e fechou a R$ 5,75, conforme investidores repercutiam novos econômicos no Brasil e nos Estados Unidos, e continuavam atentos aos desdobramentos das recentes de tarifas de importação impostas pelo presidente norte-americano, Donald Trump.
Por aqui, o destaque do dia ficou com a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O documento indicou que a taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre terminado em fevereiro.
Além disso, o Ministério do Trabalho e Emprego informou que a economia brasileira gerou 431,99 mil empregos formais em fevereiro deste ano — um aumento de 40,4%, conforme dados oficiais e o melhor resultado mensal desde o início da nova série histórica do Cadastro Geral de Empregados e Desempregados (Caged), em 2020.
Já lá fora, o foco ficou com o indicador de despesas com consumo pessoal (PCE, na sigla em inglês) nos EUA, que subiu 0,3% e acumulou alta de 2,5% em 12 meses até fevereiro, em linha com as expectativas. Esse é o indicador de inflação preferido do Federal Reserve (Fed, o banco central norte-americano), porque reflete somente os principais gastos do consumidor.
O núcleo do PCE — uma medida que exclui a variação de preços mais voláteis, como energia e combustíveis —, no entanto, ficou acima do esperado, com um avanço de 0,4%.
A inflação dos EUA é observada com atenção por investidores do mundo inteiro porque, se voltar a acelerar com força, o Fed pode demorar mais para reduzir suas taxas de juros — o que impacta os níveis de consumo e gera cautela com uma possível desaceleração da economia.
Além disso, a política tarifária de Trump também eleva esses temores porque, com taxas para os produtos que chegam aos EUA, a expectativa é que muitos bens e serviços possam ficar mais caros, impactando a inflação, o consumo e a atividade do país.
Trump anunciou, na última quarta-feira (26), que vai impor tarifas de 25% sobre automóveis importados a partir de 2 de abril. Para a mesma data, é esperado o anúncio das tarifas recíprocas que os EUA devem cobrar sobre outros países.
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, encerrou em queda.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar avançou 0,13%, cotado a R$ 5,7596. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7819. Veja mais cotações.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,34%, cotada a R$ 5,7521.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,61% na semana;
recuo de 2,77% no mês; e
perda de 6,92% no ano.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa recuou 0,94%, aos 131.902 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
queda de 0,33% na semana;
avanço de 7,41% no mês; e
ganho de 9,66% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,47%, aos 133.149 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O que está mexendo com os mercados?
Os mercados globais repercutiram a divulgação de uma série de indicadores econômicos no último dia de pregão da semana. No Brasil, os números mais recentes do mercado de trabalho brasileiro vieram em linha com as expectativas do mercado financeiro.
A taxa de desemprego subiu para 6,8% no trimestre entre dezembro e fevereiro, uma alta de 0,7 ponto percentual em relação ao resultado do trimestre encerrado em novembro. Apesar disso, o número ainda está 1 ponto percentual abaixo do registrado no mesmo período do ano passado.
O IBGE também destaca que, apesar da alta na taxa de desemprego, o rendimento dos trabalhadores atingiu o maior valor da série histórica (R$ 3.378), assim como o número de trabalhadores com carteira assinada (39,6 milhões).
Já nos EUA, o indicador de inflação preferido do Fed, o PCE, veio levemente acima das expectativas do mercado e mostrou uma aceleração dos preços.
O núcleo do indicador, que exclui preços voláteis, avançou 0,4% em fevereiro, contra expectativas de 0,3%. Em 12 meses, acumulou alta de 2,8%, contra projeção de 2,7%. A meta de inflação nos EUA é de 2% anualmente.
Com um novo aumento de preços sinalizado pelo indicador, investidores também seguem atentos aos desdobramentos das novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Além da expectativa que já existia pelo dia 2 de abril, quando as taxas recíprocas devem começar a valer, Trump anunciou na última quarta-feira (26) tarifas de 25% sobre carros importados, que devem entrar em vigor no mesmo dia.
Investidores, analistas, empresários e consumidores temem que as medidas possam acelerar a inflação de uma gama de produtos e provocar uma recessão nos EUA — além de impactar preços e crescimento econômico de diversos países pelo mundo.
Diante da incerteza, os agentes financeiros têm preferido segurar suas apostas para qualquer direção, mantendo o dinheiro nos ativos mais seguros, como o dólar, o que justifica a valorização da moeda.
Sobre as tarifas globais recíprocas, Trump afirmou na quarta-feira que as taxas podem ser mais suaves do que o que se espera. "Vamos torná-las muito brandas", disse. "Acho que as pessoas ficarão muito surpresas. Será, em muitos casos, menor do que a tarifa que eles [países] vêm cobrando há décadas."
Enquanto isso, as expectativas de consumidores seguem se deteriorando. Relatório do Conference Board mostrou na última terça-feira que seu índice de confiança do consumidor caiu pelo quarto mês consecutivo em março e de forma mais acentuada que projeção em pesquisa da Reuters.
A preocupação de economistas é que o pessimismo dos consumidores possa refletir na economia real em breve, com queda do consumo e dos investimentos nos EUA, o que poderia contribuir para uma recessão.
*Com informações da agência de notícias Reuters
G1 Fri, 28 Mar 2025 12:00:48 -0000 - |
O rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série histórica, com média de R$ 3.378, assim como o número de trabalhadores com carteira assinada, que são 39,6 milhões. Carteira de Trabalho e Previdência Social (CTPS)
Agência Brasil
A taxa de desemprego no Brasil subiu para 6,8% no trimestre terminado em fevereiro, apontou a Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios (Pnad) Contínua, divulgada nesta sexta-feira (28) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O índice subiu 0,7 ponto percentual em relação ao trimestre anterior, encerrado em novembro de 2024. Naquele mês, a taxa de desocupação foi de 6,1%, a menor de toda a série histórica do IBGE, iniciada em 2012.
Apesar da alta do desemprego neste trimestre, o rendimento dos trabalhadores chegou ao recorde da série (R$ 3.378), assim como o número de trabalhadores com carteira assinada, que alcançou o total de 39,6 milhões de pessoas.
A taxa de desocupação ficou 1,0 ponto percentual abaixo da observada no mesmo trimestre do ano passado.
A população desocupada cresceu 10,4% frente ao trimestre anterior, chegando a 7,5 milhões de pessoas. Esse contingente, no entanto, está 12,5% menor que o registrado no mesmo trimestre de 2024.
"Essa alta segue o padrão sazonal da Pnad contínua com a tendencia de expansão da busca por trabalho nos meses do primeiro trimestre de cada ano”, afirmou Adriana Beringuy, coordenadora de pesquisas domiciliares do IBGE.
Trabalhadores com carteira assinada batem recorde
A população ocupada do país ficou em 102,7 milhões de trabalhadores, um recuo de 1,2% frente ao trimestre anterior. Mesmo com a queda, esse contingente ainda está 2,4% maior que o registrado no mesmo período do ano passado.
O número de empregados com carteira de trabalho no setor privado chegou a 39,6 milhões, novo recorde da série histórica iniciada em 2012, crescendo em ambas comparações: 1,1% no trimestre e 4,1% no ano.
Já o número de empregados sem carteira no setor privado (13,5 milhões) caiu 6,0% no trimestre e manteve estabilidade no ano. O número de empregados no setor público (12,4 milhões) recuou 3,9% no trimestre e subiu 2,8% no ano.
Enquanto isso, o contingente de trabalhadores por conta própria (25,9 milhões) ficou estável no trimestre e cresceu 1,7% no ano.
Como resultado desses movimentos, a taxa de informalidade teve ligeira redução: 38,1% da população ocupada (ou 39,1 milhões de trabalhadores informais) contra 38,7% no trimestre encerrado em novembro de 2024 e, igualmente, 38,7% no trimestre encerrado em fevereiro de 2024.
“A expansão do emprego com carteira está relacionada com a manutenção das contratações no comércio”, afirma Adriana Beringuy.
Veja os destaques da pesquisa
Taxa de desocupação: 6,8%
População desocupada: 7,5 milhões de pessoas
População ocupada: 102,7 milhões
População fora da força de trabalho: 66,9 milhões
População desalentada: 2,9 milhões
Empregados com carteira assinada: 39,6 milhões
Empregados sem carteira assinada: 13,5 milhões
Trabalhadores por conta própria: 25,9 milhões
Trabalhadores domésticos: 290 mil pessoas
Trabalhadores informais: 39,1 milhões
Taxa de informalidade: 38,1% da população
Força de trabalho
O IBGE classifica como desocupadas as pessoas sem trabalho que estão procurando emprego. A soma desse grupo com o dos empregados totaliza a população dentro da força de trabalho no Brasil, que ficou em 110,2 milhões no trimestre terminado em fevereiro.
Assim, estão fora da força de trabalho 66,9 milhões de brasileiros. São pessoas de 14 anos ou mais desempregadas, mas que não estão em busca de serviço ou disponíveis para trabalhar.
Diante disso, a Pnad calcula que o Brasil tem 18,3 milhões de pessoas subutilizadas, ou seja, que poderiam estar trabalhando, mas estão desocupadas, subocupadas (não trabalham todas as horas que poderiam) ou fora da força de trabalho potencial.
O número é o menor desde o trimestre encerrado em maio de 2015 (17,7 milhões), recuando nas duas comparações: 3,9% (menos 725 mil) no trimestre e 11% (menos 2,2 milhões) no ano.
A população desalentada ficou em 2,9 milhões, mesmo número desde o trimestre encerrado em abril de 2016 (2,9 milhões). São pessoas que gostariam de trabalhar e estariam disponíveis, mas não procuraram emprego por acharem que não encontrariam, por falta de qualificação, por exemplo.
Desemprego baixo deixa trabalhador mais exigente e empresários sofrem para contratar
Rendimento médio bate recorde
As pessoas ocupadas receberam cerca de R$ 3.378 no trimestre encerrado em fevereiro, por todos os trabalhos que tinham na semana de referência da pesquisa. É o que o IBGE chama de rendimento médio habitual.
Isso significa uma alta de 1,3% no trimestre e de 3,6% no ano, já descontados os efeitos da inflação nesses períodos. Esse valor foi o mais elevado de toda a série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
O aumento na comparação trimestral foi puxado pelas altas no rendimento de setores como a Indústria (2,8%, ou mais R$ 89) Administração Pública, Defesa, Seguridade Social, Educação, Saúde Humana e Serviços Sociais (3,1%, ou mais R$ 139) e Serviços Domésticos (2,3%, ou mais R$ 29).
“A alta do rendimento no trimestre está relacionada à redução do contingente de trabalhadores informais em certos seguimentos das atividades econômicas, crescendo, portanto, a proporção de ocupações formais com maiores rendimentos”, afirma Adriana Beringuy.
Na comparação anual, houve aumento em duas categorias: Construção Civil (5,4%, ou mais R$ 135) e Serviços Domésticos (3,1%, ou mais R$ 39). Os demais grupamentos não apresentaram variação significativa.
Apesar da redução no número de pessoas ocupadas do país, a massa de rendimento real habitual (R$ 342,0 bilhões) foi novo recorde da série histórica, mantendo estabilidade no trimestre e crescendo 6,2% (mais R$ 20,0 bilhões) no ano.
Entenda como o desemprego é calculado no Brasil
G1 Fri, 28 Mar 2025 12:00:32 -0000 - |
Salários-base vão de R$ 3,5 mil a R$ 8 mil para os cargos de Assistente e Analista. Os benefícios incluem auxílio-alimentação e previdência privada. Concurso da Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) terá 403 vagas em diferentes estados do país.
Divulgação/Conab
A Companhia Nacional de Abastecimento (Conab) anunciou, nesta sexta-feira (28), a abertura do edital de concurso público para 403 vagas, com remuneração inicial de até R$ 8,1 mil. As oportunidades são para níveis superior e médio.
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22 concursos públicos para ficar de olho em 2025
De acordo com publicação no Diário Oficial da União, as oportunidades são para diferentes estados do país e estão divididas da seguinte forma: 34 vagas para o cargo de assistente (nível médio ), e 369 para cargos de analista (nível superior).
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
As oportunidades dos cargos de assistente exige nível médio completo ou médio com formação técnica em tecnologia da informação, contabilidade e técnico agrícola.
Já para analista, que requer nível superior, as graduações aceitas são: administração, contabilidade, arquitetura, engenharias (civil, elétrica, mecânica, de alimentos, agrícola e agronômica), nutrição, psicologia, economia, gestão do agronegócio, arquivologia, direito, estatística, jornalismo, marketing, letras, pedagogia e tecnologia da informação.
O salário base para o cargo de assistente é de R$ 3.459,87 e o de analista equivale a R$ 8.140,88. O processo seletivo será organizado pelo Instituto Consulpam.
Do total de vagas a serem preenchidas, 20% são reservadas para negros (pretos e pardos) e 20% para pessoas com deficiência. Conforme o edital, o processo seletivo terá as seguintes etapas:
Prova Objetiva de caráter eliminatório e classificatório para os cargos de Analista e de Assistente;
Prova Discursiva de caráter eliminatório e classificatório para os cargos de Analista;
Procedimento de Heteroidentificação para os candidatos que concorrem às vagas reservadas a pretos e pardos;
Avaliação Biopsicossocial para os candidatos que concorrem às vagas reservadas às pessoas com deficiência;
Etapas recursais previstas para cada fase.
As oportunidades são para o regime da Consolidação das Leis Trabalhistas (CLT), com uma jornada semanal de 40 horas - com exceção de jornadas regulamentadas por legislação específica.
Os benefícios incluem: seguro de vida, programa de transporte do trabalhador, auxílio funeral, assistência à educação infantil, auxílio escola, auxílio alimentação, programa de alimentação do trabalhador (PAT) e previdência privada.
O candidato deve optar pelo estado em que deseja trabalhar no momento da inscrição. De acordo com a Conab, a seleção de novos profissionais é parte dos esforços para manter a eficiência nas operações de abastecimento e segurança alimentar e nutricional no Brasil.
Os aprovados atuarão em diversas áreas estratégicas da Companhia, desde o planejamento até a execução de políticas públicas relacionadas ao setor agrícola e alimentar.
As inscrições ocorrem de 14 de abril a 15 de maio, por meio do site do Instituto Consulpam, com taxas de R$ 50 para cargos de nível médio e R$ 80 para cargos de nível superior.
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa. As provas estão previstas para 13 de julho.
O prazo de validade do concurso é de dois anos, contados a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, pelo mesmo período.
📆 Cronograma do concurso
Inscrições: 14/04 a 15/05/2025
Isenção da Taxa de Inscrição: 14/04 a 20/04/2025
Homologação das inscrições: 30/05/2025
Cartão de Identificação do Candidato: 09/07/2025
Aplicação das Provas: 13/07/2025
Divulgação dos gabaritos oficiais: 14/07/2025
Resultado definitivo: 23/07/2025
Resultado Definitivo da Prova Discursiva: 06/08/2025
Resultado Final do Concurso: 04/09/2025
G1 em 1 Minuto: Concursos públicos em 2025
G1 Fri, 28 Mar 2025 07:16:57 -0000 - |
Brasil pode receber o excedente da produção que iria para os EUA, mas preços dos carros não devem ser alterados. Anúncio de tarifas sobre importação de carros e autopeças leva indústria automotiva ao caos
A tarifa de importação sobre carros e peças automotivas anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na última quarta-feira (26) deve, ter impactos indiretos no Brasil. A expectativa é que a nova taxa entre em vigor em 2 de abril e a arrecadação comece no dia 3 de abril.
Além disso, Trump indicou que também deve aplicar taxas de importação para as autopeças importadas pelo país.
Segundo especialistas consultados pelo g1, a taxa deve afetar o mercado brasileiro de duas formas:
o país deve começar a receber o excedente da produção dos principais exportadores para os EUA, como o México, por exemplo. Isso deve afetar a indústria automotiva por aqui, podendo eventualmente impactar nos preços e nas vendas de produções locais;
a cadeia brasileira de peças automotivas, que é um segmento que exporta uma quantidade significativa de produtos para os norte-americanos, pode sofrer as consequências, caso Trump estenda as taxas de importação a esses produtos.
O presidente Trump ao lado de um Tesla em frente à Casa Branca
Getty Images via BBC
A
Entenda esses pontos abaixo:
Mudanças comerciais
Segundo os especialistas consultados pelo g1, o Brasil não exporta carros prontos para os Estados Unidos — o que significa, em outras palavras, que não deve sentir os impactos diretos das tarifas de importação anunciadas por Trump —, mas pode acabar recebendo o excedente da produção dos países que exportam.
“[Em relação às taxas], sentiremos poucos efeitos. A sobretaxa, principalmente para o México, pode fazer com que o excedente de produção tenha outros destinos, como o Brasil. Mas não vejo que isso afetará demasiadamente nosso mercado”, afirma Milad Kalume Neto, consultor independente do setor automotivo.
O Brasil tem um acordo de livre comércio com o México que está em vigor desde 2019 e que permite que os países importem e exportem automóveis e comerciais leves, além de peças, sem cotas e isenções de impostos.
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Nesse sentido, a expectativa é que os impactos não demorem a aparecer. Segundo Neto, os novos produtos e versões lançados no México podem chegar ao Brasil em breve, uma vez que o país precisará desafogar sua alta capacidade produtiva com outros parceiros comerciais.
Mesmo nesse cenário, no entanto, os especialistas ressaltam que o livre comércio deve respeitar um equilíbrio. “A transação com o México tem regras que precisam ser respeitadas, sobretudo quando se fala em contrapartida. Se há capacidade ociosa no México, eles precisarão encontrar outros mercados, além do Brasil, para escoar os produtos”, explica o diretor de estratégia da Bright Consulting, Cassio Pagliarini.
E não é só o México que deve optar pelo Brasil como uma forma de escoar sua produção excedente: outros países também impactados pela nova taxa, como a Coreia do Sul e o Japão, também podem aproveitar o momento para diversificar suas parcerias comerciais.
Para Cagliarini, no entanto, o Brasil deve sentir poucos impactos nos preços, mesmo com a maior oferta de veículos no país.
"Não vejo possibilidade dos carros brasileiros subirem de preço. Só se tivesse um choque grande de demanda, que não é o caso. E os chineses estão desesperados para vender aqui, só que o mercado só cresceu 2,9% até agora", afirma o executivo, reforçando que esse número era de 12% no mesmo período de 2023.
"Como ainda podemos ter uma enxurrada de carros novos aqui, não vejo motivo para os preços aumentarem”, acrescentou Pagliarini, reforçando que a demanda limitada do país também pode impedir quedas mais bruscas de preços.
Mercado de autopeças
Outro ponto abordado pelos especialistas é o impacto que o mercado de autopeças brasileiro pode sentir caso Trump decida estender as taxas de importação para esse segmento.
Na última quarta-feira (26), o republicano adiou em até um mês a cobrança de autopeças importadas. Em proclamação, Trump determinou que essas peças estarão sujeitas às taxas em uma data a ser especificada em aviso do Registro Federal. Segundo o presidente norte-americano, no entanto, essa data não deve ser posterior a 3 de maio deste ano.
De acordo com os últimos dados disponíveis na plataforma de dados estatísticos Statista, o Brasil exportou um total de US$ 308 milhões (mais de R$ 1,5 bilhão) em peças automotivas para os Estados Unidos em 2023.
O volume total de exportações colocou os EUA como o segundo maior destino das autopeças produzidas no Brasil, atrás apenas da Argentina. Assim, caso as peças também sejam sobretaxadas em 25%, a indústria nacional de peças automotivas sofrerá com a recessão, indicam os especialistas.
“O Brasil é grande exportador de autopeças para o mercado norte-americano. Teríamos uma crise dos fornecedores locais instalados aqui”, alegou Kalume Neto. Segundo o consultor, as consequências para a indústria nacional podem incluir produção ociosa, desemprego e até o fechamento de algumas empresas.
Quais são os principais países afetados pelas novas taxas de Trump?
Segundo dados da S&P Global Mobility, o México é o país que mais envia carros e peças para os EUA, seguido pela Coreia do Sul e Japão. Completando os cinco primeiros estão Alemanha e Canadá. Portanto, esses são os cinco países que mais devem ser impactados pela tarifa de 25% imposta para carros e autopeças anunciada por Donald Trump.
O anúncio não foi bem recebido pelo mercado. Fabricantes norte-americanas, europeias, japonesas e coreanas, como Ford, GM, Volkswagen e Honda, por exemplo, chegaram a apresentar quedas significativas em suas ações após o anúncio.
Segundo especialistas, o cenário é negativo tanto para as indústrias dos Estados Unidos quanto para o restante do mundo. Nos EUA, diz Pagliarini, o primeiro impacto das novas taxas virá na forma de inflação.
“[A tendência é que a nova taxa] aumente o preço dos veículos e das peças importadas, o que deve gerar inflação no país”, diz o executivo.
Kalume Neto, consultor independente, prevê que os preços dos carros com peças importadas ou fabricados fora dos EUA devem aumentar entre 15% e 20% para os consumidores norte-americanos. O cenário, diz o especialista, também pode gerar outros efeitos econômicos que podem levar a uma recessão e afetar outros mercados de forma mais contundente.
Veja quais são os países que mais exportam peças automotivas para os EUA, de acordo com a consultoria S&P Global Mobility:
México: 2.459.359;
Coreia do Sul: 1.399.405;
Japão: 1.322.391;
Canadá: 1.096.447;
Alemanha: 431.354;
Reino Unido: 89.914;
Outros: 503.616.
A exceção, nesse cenário, seria a Tesla. Isso porque os carros que a companhia vende nos EUA são produzidos localmente — o que lhe permite a vantagem de não sofrer com a taxa importa por Trump. Isso, dizem especialistas, pode mudar a participação de mercado que cada uma das fabricantes têm na região.
“Essas produções locais nos EUA vão sair lucrando e haverá parte da massa de mercado saindo de produtos importados para os locais, o que pode gerar oportunidade de lucro para fabricantes que estejam nos EUA”, finalizou Pagliarini.
Em pronunciamento na véspera, Trump chegou a afirmar que não recebeu conselhos do dono da Tesla, Elon Musk, sobre tarifas automotivas. Segundo ele, as novas taxas anunciadas podem ser "neutras" ou "até mesmo boas" para a fabricante de veículos elétricos. "Ele [Musk] nunca me pediu um favor", disse o republicano.
G1 Fri, 28 Mar 2025 05:00:27 -0000 - |
Seleção vai preencher oportunidades para o cargo de analista e técnico judiciário. As vagas são para atuar nas áreas administrativa, tecnologia da informação, comunicação social, contabilidade, entre outros. Concurso do Superior Tribunal Militar está ofertando 80 vagas de nível superior.
Divulgação/Reprodução
As inscrições para o concurso público do Superior Tribunal Militar (STM) terminam nesta sexta-feira (28), às 18h.
Os interessados devem acessar o site do Centro Brasileiro de Pesquisa em Avaliação e Seleção e de Promoção de Eventos (Cebraspe) – a banca organizadora do processo seletivo.
São ofertadas 80 vagas imediatas de nível superior para os cargos de analista judiciário e técnico judiciário, com remuneração inicial de até R$ 14,8 mil.
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22 concursos públicos para ficar de olho em 2025
As oportunidades são para atuar nas áreas administrativa, tecnologia da informação, comunicação social, contabilidade, entre outros.
➡️ VEJA O EDITAL COMPLETO
➡️ VEJA O EDITAL DE RETIFICAÇÃO
A jornada de trabalho dos aprovados é de 40 horas semanais. Os salários iniciais variam entre R$ 9.052,51 a R$ 14.852,66.
As oportunidades foram divididas por áreas de conhecimento em 10 diferentes cargos, distribuídas da seguinte forma:
Os selecionados poderão ser convocados para tomar posse em qualquer cidade onde estão sediados o Superior Tribunal Militar e as Auditorias da Justiça Militar da União. São elas:
Bagé (RS);
Belém (PA);
Brasília (DF);
Campo Grande (MS);
Curitiba (PR);
Fortaleza (CE);
Juiz de Fora (MG);
Manaus (AM);
Porto Alegre (RS);
Recife (PE);
Rio de Janeiro (RJ);
Salvador (BA);
Santa Maria (RS);
São Paulo (SP).
Do total de vagas a serem preenchidas, 20% são reservadas para negros (pretos e pardos), 5% para pessoas com deficiência e 3% para indígenas.
Conforme o edital, o processo seletivo terá as seguintes etapas:
Provas objetivas, de caráter eliminatório e classificatório, para todos os cargos;
Prova discursiva, de caráter eliminatório e classificatório, somente para os cargos de Analista Judiciário;
Teste de aptidão física, de caráter eliminatório, somente para o Cargo 9: Técnico Judiciário - Área: Administrativa - Especialidade: Agente da Polícia Judicial.
A taxa de inscrição varia conforme o cargo, sendo:
Analista Judiciário: R$ 120
Técnico Judiciário: R$ 80
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa (veja o cronograma completo abaixo).
As provas objetivas e discursivas estão previstas para o dia 1 de junho, em todas as capitais brasileiras, além das cidades de Juiz de Fora (MG), Santa Maria (RS) e Bagé (RS).
O prazo de validade do concurso é de dois anos, contados a partir da data de publicação da homologação do resultado final, podendo ser prorrogado, uma única vez, pelo mesmo período.
📆 Cronograma do concurso
Inscrições: 7/3 a 28/3/2025
Data limite de pagamento das inscrições: 22/4/2025
Divulgação dos locais de provas: 16/5/2025
Aplicação das provas: 1º/6/2025
Consulta individual aos gabaritos: 3 a 5/6/2025
Divulgação do padrão preliminar de respostas da prova discursiva: 3/6/2025
Divulgação dos gabaritos preliminares das provas objetivas: 6/6/2025
Divulgação do resultado final nas provas objetivas: 30/6/2025
Divulgação do resultado provisório na prova discursiva: 2/7/2025
Veja dicas de como estudar para concurso:
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
G1 Fri, 28 Mar 2025 03:00:45 -0000 - |
Mais de 10 milhões de brasileiros têm valores a receber e devem pedir o ressarcimento numa agência da Caixa ou pelo aplicativo do FGTS. Saiba se você tem dinheiro esquecido no antigo fundo PIS/Pasep
Os trabalhadores que têm dinheiro esquecido no antigo fundo PIS/Pasep poderão sacar os valores a partir desta sexta-feira (28). O pagamento será feito inicialmente para quem solicitou o saque até o dia 28 de fevereiro.
Já quem pedir o ressarcimento até segunda-feira (31) receberá o dinheiro em 25 de abril. Veja o calendário de pagamentos completo.
🔎 O antigo fundo PIS/Pasep era usado para incrementar a renda de trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos entre 1971 e 1988. Ele é diferente do abono salarial PIS/Pasep pago atualmente. (entenda mais abaixo)
Segundo o Ministério da Fazenda, mais de 10 milhões de brasileiros têm cerca de R$ 26,3 bilhões esquecidos no fundo.
O trabalhador pode checar se tem valores a receber por meio do site Repis Cidadão ou pelo aplicativo do FGTS.
Ainda de acordo com o governo, o saldo médio disponível para saque é de R$ 2,8 mil por pessoa, mas o montante varia conforme o tempo trabalhado e o salário recebido na época. Os valores estão corrigidos pela inflação.
A plataforma Repis Cidadão também ensina o procedimento para retirar o dinheiro, inclusive com orientações específicas para herdeiros, no caso de falecimento do beneficiário. Para acessá-la, é necessário ter conta gov.br nos níveis prata ou ouro.
Se o ressarcimento não for solicitado até setembro de 2028, os valores serão definitivamente incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de saque.
Dinheiro.
Jonathan Lins / G1
Fundo PIS/Pasep: saques de dinheiro esquecido começam nesta sexta
Veja a seguir:
Como consultar se tenho dinheiro esquecido?
Como saber o número do PIS/NIS?
Como pedir o ressarcimento dos valores?
Quando vou receber?
O que é o antigo PIS/Pasep?
1. Como consultar se tenho dinheiro esquecido?
REPIS Cidadão, site lançado pelo Ministério da Fazenda para facilitar consulta e saque do antigo PIS/Pasep
Reprodução
Acesse o site http://repiscidadao.fazenda.gov.br/;
Clique em "entrar com gov.br". Se você não tiver uma conta no sistema do governo federal, veja aqui como fazer;
Faça login com seu CPF e senha, e clique em "autorizar";
Informe o NIS (Número de Identificação Social) do beneficiário. O número é o mesmo do PIS e pode ser encontrado em vários lugares (leia mais abaixo);
Clique em "pesquisar". E, se você tiver valores a receber, o site vai orientá-lo sobre as próximas etapas.
Volte ao menu.
2. Como saber o número do PIS/NIS?
NIS é a sigla para Número de Identificação Social. O documento é uma sequência de 11 dígitos disponibilizada pela Caixa Econômica Federal.
Esse cadastro é necessário tanto para quem trabalha com carteira assinada como para quem quer ter acesso a programas sociais, como o Bolsa Família.
Os números do NIS e do PIS (Programa de Integração Social) são os mesmos. A diferença está na origem deles: enquanto o NIS é gerado no momento em que alguém passa a usar benefícios sociais, o PIS é gerado quando a carteira de trabalho é assinada pela primeira vez.
O NIS pode ser consultado tanto de forma física quanto digital em diversos canais do governo. Veja a seguir:
Extrato do FGTS: é possível conferir o número do PIS dentro de um dos contratos registrados no aplicativo.
Cartão Cidadão: o número do NIS está identificado logo abaixo do nome do beneficiário e acima da data de emissão do cartão.
Meu INSS: no site, o número do NIS aparece como NIT, na parte dos dados cadastrais. A consulta também pode ser feita pelo telefone da Previdência Social (135), de segunda a sábado, das 7h às 22h.
CadÚnico: é possível encontrar o NIS após preencher informações pessoais no site CadÚnico ou pelo aplicativo.
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3. Como pedir o ressarcimento?
O trabalhador pode protocolar o pedido de ressarcimento em uma agência da Caixa Econômica Federal ou fazer a solicitação pelo aplicativo do FGTS.
Ele vai precisar fazer login no app, acessar a opção "mais", "ressarcimento PIS/Pasep" e seguir as orientações para anexar os documentos exigidos.
Se o pedido for feito pelo próprio beneficiário, basta que ele tenha em mãos um documento de identidade oficial.
Já no caso de herdeiros, será necessário apresentar:
Certidão PIS/PASEP/FGTS emitida pela Previdência Social com a relação de dependentes habilitados à pensão por morte; ou
Declaração de dependentes habilitados à pensão emitida pelo órgão pagador do benefício; ou
Autorização judicial ou escritura pública assinada por todos os dependentes e sucessores, se capazes e concordantes, atestando por escrito a autorização do saque e declarando não haver outros dependentes ou sucessores conhecidos.
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4. Quando vou receber?
Após a solicitação, a Caixa vai analisar o pedido e enviar as informações ao Ministério da Fazenda. O pagamento será realizado diretamente na conta bancária do interessado na Caixa ou por meio de conta poupança social digital, de acordo com o calendário a seguir.
Calendário de pagamentos do dinheiro esquecido no antigo fundo PIS/Pasep
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5. O que é o antigo PIS/Pasep?
O Programa de Integração Social (PIS) foi criado em 1970 para incrementar a poupança individual dos trabalhadores do setor privado.
Logo depois, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) foi lançado para servidores públicos civis e militares, inspirado no mesmo princípio.
Em 1975, os recursos dos dois programas foram transferidos para um único fundo: o Fundo PIS-Pasep, que parou de funcionar 1988, quando foi substituído pelo abono salarial atual.
Em 2020, as cotas do fundo que não haviam sido sacadas foram transferidas para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, três anos depois, para uma conta única do Tesouro Nacional.
Desde então, a Caixa abriu para que os trabalhadores com dinheiro esquecido na conta peçam o ressarcimento dos valores.
▶️ O abono salarial atual — uma espécie de 14º salário, no valor de até um salário mínimo — é pago anualmente a trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos que atendem aos requisitos do programa.
Neste ano, têm direito ao abono pessoas que trabalharam durante pelo menos 30 dias em 2022 e receberam até dois salários-mínimos por mês. Veja aqui todas as regras e o calendário de pagamentos.
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G1 Fri, 28 Mar 2025 03:00:44 -0000 - |
É a primeira queda na prévia da inflação desde agosto de 2024, mas trégua deve durar pouco, segundo especialista. Preço das carnes: veja os cortes que ficaram mais baratos
O preço da carne caiu 0,77% nos supermercados em março, segundo a prévia da inflação medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15).
Essa é a primeira queda do produto no índice desde agosto de 2024.
O levantamento foi divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O IPCA-15 mede a variação de preços entre o dia 16 do mês anterior e o dia 15 do mês da divulgação.
Os dados incluem carnes bovinas, de porco e outras.
Entre os cortes que tiveram redução no preço, os destaques foram o peito (3,63%) e o filé mignon (3,10%). Em contrapartida, outros ficaram mais caros, como a picanha, que subiu 1,34%.
1ª queda desde agosto
O preço das carnes iniciou a trajetória de alta em agosto do ano passado, atingindo o pico em dezembro e desacelerando a partir de janeiro.
O aumento da carne foi um dos principais fatores para o recente aumento da inflação dos alimentos no país. Nos 12 meses de 2024, os preços subiram 20,8%, segundo o IBGE, marcando o maior aumento anual desde 2019.
Preço do ovo sobe quase 20% em março, segundo IPCA-15; entenda quando pode baixar
O que motivou a queda
A carne ficou mais barata principalmente por dois fatores, segundo André Braz, economista do Instituto Brasileiro de Economia da Fundação Getúlio Vargas (FGV - Ibre):
➡️Clima favorável
O especialista explica que a pecuária depende muito das chuvas, porque elas afetam o pasto. Quando chove, tem mais pasto e, consequentemente, os produtores precisam gastar menos com ração para complementar a alimentação dos animais, diminuindo os custos.
"Foi o que aconteceu em algumas regiões produtoras do Brasil nesse período", destaca Braz.
➡️Valorização do real
A força do real é um importante fator na composição do preço da carne. Isso porque a ração dos bois tem soja e milho, commodities negociadas em dólar no mercado internacional.
"Por isso, com a recente valorização do real frente à moeda dos EUA, esses insumos ficaram menos caros, diminuindo o custo da produção", explica o economista.
Além disso, Braz destaca que com a valorização do real, a carne brasileira fica mais cara para o exterior, desestimulando a exportação e aumentando a oferta nacional.
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🕑Trégua deve ser rápida
O preço da carne não deve continuar caindo por muito tempo, afirma o especialista da FGV. Segundo ele, é provável que o preço siga diminuindo em abril e maio e, com a chegada do inverno, em junho e julho, ele pare de cair.
"Estamos no início do outono, ainda temos chuvas. Com a chegada do frio, elas devem diminuir, comprometendo as pastagens e aumentando os custos de produção", explica. "Mas só o fato de o preço ter caído um pouco já é uma boa notícia."
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G1 Fri, 28 Mar 2025 03:00:24 -0000 - |
Desde o início da operação, na sexta-feira passada (21), foram firmados 193.744 contratos, entre mais de 11,6 milhões de propostas enviadas por trabalhadores por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. O programa Crédito do Trabalhador (o consignado CLT), que permite empréstimos consignados para trabalhadores com carteira assinada, registrou R$ 1,28 bilhão em empréstimos concedidos nos sete primeiros dias de vigência, segundo dados da Dataprev repassados ao Ministério do Trabalho e Emprego (MTE). O balanço foi fechado às 17h desta quinta-feira (27).
Desde o início da operação, na sexta-feira passada (21), foram firmados 193.744 contratos, entre mais de 11,6 milhões de propostas enviadas por trabalhadores por meio do aplicativo da Carteira de Trabalho Digital. O valor médio contratado foi de R$ 6.623,48, com parcelas mensais de R$ 347,23, a serem pagas, em média, ao longo de 19 meses.
Grande procura e orientação para cautela
O ministro em exercício do Trabalho, Francisco Macena, alertou para o uso consciente da linha:
“Esse grande volume de recursos em apenas sete dias mostra a necessidade dos trabalhadores por crédito. Porém, os empréstimos devem ser feitos com calma, sem ansiedade, avaliando bem as condições e buscando a proposta mais vantajosa. É recomendável, inclusive, aguardar um número maior de instituições financeiras apresentarem suas ofertas.”
Novo consignado vira munição de guerra para governo e oposição nas redes
O que é o Crédito do Trabalhador
O Crédito do Trabalhador foi instituído pela MP nº 1.292, permitindo empréstimos consignados para 47 milhões de trabalhadores com carteira assinada, incluindo empregados domésticos, trabalhadores rurais e funcionários de MEIs.
Trabalhadores endividados simulam 15 milhões de pedidos de empréstimo consignado
Reprodução/TV Globo
A contratação é feita exclusivamente pelo app da Carteira de Trabalho Digital, que envia os dados do trabalhador (nome, CPF, salário e tempo de empresa) às instituições financeiras habilitadas pelo governo federal. A partir da análise, o trabalhador recebe ofertas em até 24 horas e escolhe a mais vantajosa.
As parcelas são descontadas diretamente na folha de pagamento, respeitando a margem consignável de até 35% do salário. Caso o trabalhador seja demitido, poderá usar até 10% do saldo do FGTS ou 100% da multa rescisória como garantia. O valor restante será cobrado no novo vínculo empregatício.
Cancelamento e migração
O trabalhador tem até 7 dias corridos após o recebimento do crédito para cancelar o empréstimo, com devolução integral do valor à instituição financeira. A partir de 25 de abril, será possível também migrar para uma proposta mais vantajosa, mesmo após a contratação inicial.
Além disso, quem já tem um consignado poderá transferir o contrato para o novo modelo do programa a partir da mesma data.
Perspectiva de crescimento
Segundo a Febraban, o crédito consignado no setor privado já soma 3,8 milhões de contratos, com mais de R$ 40 bilhões contratados. A expectativa do governo federal é que, em quatro anos, cerca de 25 milhões de trabalhadores tenham acesso ao Crédito do Trabalhador, impulsionando a inclusão financeira com juros mais baixos.
A partir de 25 de abril, todas as instituições financeiras interessadas poderão oferecer a linha também por meio de seus canais digitais. Já a portabilidade de crédito estará disponível a partir de junho de 2025.
G1 Thu, 27 Mar 2025 23:29:52 -0000 - |
Global Eggs, controlada por Ricardo Faria, será dona da Hillandale Farms. Ricardo Faria é chamado de 'rei do ovo' no Brasil
Arquivo pessoal
A Global Eggs, controlada pelo empresário brasileiro Ricardo Faria, fechou um acordo para comprar a produtora de ovos norte-americana Hillandale Farms por US$1,1 bilhão, disse Faria à Reuters nesta quinta-feira (27).
Quem é Ricardo Faria: 'rei do Ovo' e bilionário
A Global Eggs está sediada em Luxemburgo e também opera a Granja Faria no Brasil.
Faria disse que o acordo não está relacionado à escassez de oferta nos Estados Unidos devido à gripe aviária, que elevou os preços dos ovos e fez com que os EUA aumentassem as importações do Brasil.
Preço do ovo sobe quase 20%, segundo prévia da inflação de março
Frequentemente chamado de "rei do ovo", Faria disse estar confiante de que o consumo de ovos continuará aumentando globalmente.
"A gente está olhando o mundo, principalmente o Ocidente", disse ele.
O empresário disse que houve uma mudança nos padrões de consumo de ovos nos últimos 15 anos. Anteriormente, os ovos eram procurados principalmente entre famílias de baixa renda, mas se tornaram um alimento básico em todas as classes sociais e econômicas, afirmou.
A alta de quase 20% no preço do ovo
Faria fundou a Global Eggs no ano passado e fez sua primeira aquisição no exterior, o Grupo Hevo, da Espanha, em novembro.
Ele disse que Hillandale, Hevo e Granja Faria tiveram receita combinada de mais de US$ 2 bilhões em 2024.
Como parte da aquisição da Hillandale, o banco de investimento brasileiro BTG Pactual investirá US$ 300 milhões na Global Eggs em troca de uma participação de 11% no grupo, acrescentou Faria.
Ricardo Castellar de Faria é conhecido como 'rei do ovo'
Adilvan Nogueira/Governo do Tocantins/Divulgação
Antes de anunciar a compra da Hillandale, a Global Eggs tinha planos para uma oferta pública inicial de ações (IPO, na sigla em inglês) em Nova York, mas, por enquanto, a empresa vai se concentrar na integração de sua mais recente aquisição e no fortalecimento de suas marcas, disse Faria.
Ovo em formato de escorpião, croissant, meia-lua: por que será?
Como saber se o ovo está bom? g1 testa truques que bombam nas redes sociais
G1 Thu, 27 Mar 2025 23:10:08 -0000 - |
Veja as dezenas sorteadas: 10 - 31 - 40 - 52 - 54 - 56. Quina teve 31 apostas ganhadoras; cada uma vai levar R$ 86.551,10. Mega-Sena
Marcelo Brandt/Arquivo g1
O sorteio do concurso 2.845 da Mega-Sena foi realizado na noite desta quinta-feira (27), em São Paulo. Nenhuma aposta acertou as seis dezenas, e o prêmio para o próximo sorteio acumulou em R$ 40 milhões.
Clique aqui para seguir o canal de Loterias do g1 no WhatsApp
Veja os números sorteados: 10 - 31 - 40 - 52 - 54 - 56
5 acertos - 31 apostas ganhadoras: R$ 86.551,10
4 acertos - 2.307 apostas ganhadoras: R$ 1.661,45
O próximo sorteio da Mega será no sábado (29).
Mega-Sena, concurso 2.845.
Reprodução/Caixa
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
A
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
G1 Thu, 27 Mar 2025 23:02:11 -0000 - |
Programa durou enquanto ainda havia os recursos reservados para ele: R$ 15 bilhões. Haddad reforçou que o momento de crise (pandemia de Covid-19) que justificou a criação do programa passou e que é hora de revisar os incentivos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, afirmou nesta quinta-feira (27) que o Programa Emergencial de Retomada do Setor de Eventos (Perse) será encerrado no prazo previsto e não haverá prorrogação dos benefícios fiscais atualmente concedidos ao setor.
O programa durou enquanto ainda havia os recursos reservados para ele: R$ 15 bilhões.
Haddad reforçou que o momento de crise (pandemia de Covid-19) que justificou a criação do programa passou e que é hora de revisar os incentivos.
"Ou seja, ninguém mais está discutindo e nem pretende rediscutir o acordo que foi firmado na Residência Oficial do Presidente da Câmara, que era o [deputado] Arthur Lira. Ninguém está propondo rediscussão, reabertura do Perse, nada disso", disse.
Depois do término do prazo, o governo vai auditar as renúncias fiscais. Se todos os recursos previstos não tiverem sido usados, vão ver uma forma de as empresas usarem o que sobrar.
💸O programa concede benefício da alíquota zero dos tributos: Imposto de Renda (IR), Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL), Programa de Integração Social (PIS), e Contribuição para o Financiamento da Seguridade Social (Cofins).
“O que houve foi uma reunião em que demonstramos que todas as projeções até março superam os R$ 15 bilhões, que é um compromisso que todos querem honrar, inclusive os parlamentares que lideraram o Perse nos seus três anos de existência. Todos concordam que o Perse acaba com R$ 15 bilhões”, afirmou Haddad.
Economistas cobram ajuste fiscal firme e Haddad fala em possíveis mudanças futuras no arcabouço; Bruno Carazza comenta
De acordo com o governo, os dados utilizados nas projeções da Receita foram fornecidos pelas próprias empresas até janeiro. A auditagem definitiva será concluída até o fim de maio.
“O que nós convencionamos? As empresas passam a recolher a partir de abril. Ou seja, o Perse termina. Mas, se ao final do processo de auditagem dos dados, por ventura, as projeções da Receita não se confirmarem e faltar R$ 100, R$ 200, R$ 300 milhões para chegar aos R$ 15 bilhões, nós sentamos à mesa e vamos verificar a forma de garantir esse valor acordado”, completou o ministro.
Haddad em entrevista à GloboNews
Reprodução
Haddad disse que o governo só vai ter a certeza sobre o valor das renúncias fiscais em até 60 dias.
"O programa acaba porque, se não acabasse agora, esse volume ia [superar os R$ 15 bilhões]. Estamos falando de R$ 1 bilhão por ano, o Perse, se deixarmos o programa o programa seguir, ele vai atingir R$ 18, R$ 19 bilhões", disse.
G1 Thu, 27 Mar 2025 21:09:47 -0000 - |
Guido Mantega
Reprodução/GloboNews
Pouco depois de assinar um acordo que amplia a influência do governo na Eletrobras, o presidente Lula indicou o ex-ministro da Fazenda Guido Mantega para o Conselho Fiscal da empresa.
O governo também indicou outros três nomes para o Conselho de Administração – todos se posicionaram contra a privatização da Eletrobras. São eles: Silas Rondeau, Maurício Tomalsquim e Nelson Hubner.
O Conselho Fiscal da Eletrobras, para o qual Guido Mantega foi indicado, é um órgão fiscalizador independente, enquanto o Conselho de Administração é o colegiado que define a estratégia da empresa.
Os quatro indicados ocuparam cargos em governos do PT, de ministros das Minas e Energia, ou na Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
Tomalsquim é atualmente diretor de Transição Energética e Sustentabilidade da Petrobras.
Vaga para Mantega
Incialmente, em 2024, o presidente Lula queria indicar Guido Mantega para a presidência da Vale, entretanto o nome do ex-ministro dos governos Lula 2 e Dilma Rousseff 1 sofreu forte resistência dos acionistas da mineradora.
À época, investidores chegaram a afirmar que, se Mantega assumisse o comando da empresa, iriam rever planos de novos investimentos no país, por considerar uma intervenção em empresa privada.
Diante da resistência, Lula recuou e, agora, indica o ex-ministro para o Conselho Fiscal da Eletrobras.
G1 Thu, 27 Mar 2025 20:51:17 -0000 - |
Órgão das Nações Unidas concedeu ao Brasil o direito a uma área de 360 mil km² que excede a Zona Econômica Exclusiva, na costa do litoral norte. Nova faixa está na Margem Equatorial. Brasil 'ganha' uma Alemanha em área marítima após decisão da ONU; entenda
A Comissão de Limites da Plataforma Continental (CLPC), da Organização das Nações Unidas (ONU), aprovou uma proposta do Brasil que pedia pela ampliação da plataforma continental (extensão submersa da massa terrestre do continente) na costa do litoral norte.
A área se estende do Amapá ao Rio Grande do Norte e excede as 200 milhas náuticas (370 quilômetros) da Zona Econômica Exclusiva, faixa de mar sobre a qual o país já possui direitos reconhecidos internacionalmente.
A decisão, publicada na quarta-feira (26), reconhece o direito do Brasil de explorar a Margem Equatorial, em uma área de cerca de 360 mil km² — equivalente ao território da Alemanha.
Nova área marítima brasileira reconhecida pela ONU
Juan Silva/Arte g1
Agora, então, o Brasil poderá explorar recursos naturais do leito marinho e do subsolo na nova área aprovada pela ONU.
"O reconhecimento representa uma importante conquista geopolítica e estratégica para o país", declarou, em nota, a Marinha do Brasil.
O Brasil buscava, desde 2017, estender seu território além das 200 milhas náuticas definidas pelas autoridades internacionais. Segundo a Marinha Brasileira, a análise da Margem Equatorial envolveu sete anos de diálogo entre especialistas brasileiros e os peritos da CLPC.
Foi durante a 63ª sessão da Comissão, realizada em Nova York entre os dias 17 e 28 de fevereiro, que a delegação brasileira apresentou suas considerações finais ao plenário da Comissão, que aprovou a proposta.
As discussões foram feitas a partir do Plano de Levantamento da Plataforma Continental Brasileira (LEPLAC), liderado pela Marinha do Brasil, e contaram com o apoio da Petrobras, da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) e de outras instituições.
"Sabemos da importância para o Brasil da decisão de ampliação da área marítima. Além de fortalecer a soberania do país, permite o acesso aos recursos ali presentes", afirmou a diretora de Exploração e Produção da Petrobras, Sylvia Anjos.
Petrobras e Margem Equatorial
A nova área não é a mesma que a Petrobras tem investido em conseguir a licença para perfuração de petróleo. Apesar de também se tratar da Margem Equatorial, a região de interesse da petroleira está dentro do limite de 200 milhas náuticas já pertencentes ao país.
O primeiro poço de petróleo a ser explorado pela Petrobras está previsto para o bloco FZ-M-59, que fica na bacia da Foz do Amazonas, em águas do Amapá.
No último dia 14, a estatal disse ao Instituto Brasileiro do Meio Ambiente e dos Recursos Naturais Renováveis (Ibama) que vai terminar a unidade de estabilização da fauna no Oiapoque (AP) – uma das exigências do órgão ambiental— em março e já pretende marcar a vistoria.
A estatal também conta com a pressão do governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) para a liberação. O presidente e o ministro de Minas e Energia, Alexandre Silveira, têm feito duras críticas à atuação do Ibama.
Em fevereiro, Lula chegou a chamar a demora do órgão para conceder a licença à Petrobras de “lenga-lenga". Já Silveira subiu o tom nesta semana e disse que o presidente do Ibama, Rodrigo Agostinho, “está receoso e não tem coragem”.
Ministro critica presidente do Ibama por demora no licenciamento ambiental
G1 Thu, 27 Mar 2025 20:46:06 -0000 - |
Companhia foi privatizada em 2022 no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro. Acordo amplia de 1 para 3 o número de cadeiras da União no conselho, que tem 10 assentos. Logo da Eletrobras, em prédio da estatal no Rio de Janeiro
Pilar Olivares/Reuters
O governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e a Eletrobras formalizaram um acordo sobre o poder de voto da União na companhia, privatizada em 2022.
O documento foi assinado na quarta-feira (26), mas só passou a tramitar no Supremo Tribunal Federal (STF) nesta quinta (27). Para se tornar efetivo, falta o Supremo homologar o acordo.
O compromisso foi firmado após mais de dois anos de negociações e foi anunciado em fevereiro deste ano, depois de o governo contestar na Justiça a privatização e buscar mais espaço de influência na empresa.
Lula indica Mantega para Conselho Fiscal da Eletrobras
Lula ingressou com uma ação no Supremo Tribunal Federal nos primeiros meses de governo, em 2023 (leia mais abaixo).
O acordo formalizado amplia a influência do governo na empresa já que inclui, em seus termos, o aumento do número de cadeiras da União no Conselho de Administração da companhia — três dos dez assentos.
Antes, o governo tinha direito a um representante no colegiado, que contava com nove cadeiras. Em fevereiro, a Eletrobras aprovou a ampliação do número de assentos do conselho para dez.
Eletrobras diz que pipa atingiu subestação de energia e causou apagão em parte de São Paulo e de Guarulhos
Mesmo com a privatização, o governo continua com cerca de 40% de participação na Eletrobras. Mas o modelo de desestatização limita o poder de voto dos acionistas nas assembleias a até 10%.
O governo Lula havia questionado justamente o poder de voto na Eletrobras. O objetivo era aumentar a influência na assembleia de acordo com a quantidade de ações ainda detidas pela União.
Contudo, durante as negociações, o governo abriu mão do pleito e aceitou a ampliação das cadeiras no Conselho de Administração.
🔎O Conselho de Administração é um colegiado, eleito pelos acionistas, que delibera sobre decisões estratégicas da companhia, aprova contas e decide sobre os diretores executivos.
🔎Já a assembleia de acionistas é o fórum que elege o Conselho de Administração e decide sobre questões importantes da companhia, que são submetidas para deliberação pelo colegiado. Ou seja, mais votos na assembleia significa mais poder sobre os rumos da Eletrobras.
Cadeiras no Conselho
Os termos do acordo, publicado pela Eletrobras na quinta-feira (26), definem que:
se eventualmente o governo passar a ter menos de 30% das ações da Eletrobras, o número de cadeiras será reduzido de três para duas;
se passar a ter menos de 20%, o governo não terá mais direito a eleger membros em separado para o conselho de administração. Ou seja, terá que compor uma chapa com outros acionistas.
Além disso, mesmo que o governo possa eleger integrantes para o colegiado, os nomes terão que ser aprovados pela governança da Eletrobras.
Enquanto puder nomear membros para o conselho de administração, o governo não vai poder indicar ou votar em candidatos para o conselho em eleição por chapa ou voto múltiplo (voto de acordo com a quantidade de ações detidas pelos investidores).
Angra 3
Os termos também estabelecem a suspensão do plano de investimentos de 2022 na Eletronuclear, principalmente na construção de Angra 3. A Eletrobras ainda tem participação na estatal de energia nuclear.
O acordo prevê que a Eletrobras não está obrigada a fazer novos aportes na estatal, exceto em Angra 3 — que ainda segue sob negociação.
Atualmente, o tema está sendo avaliado pelo governo no Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) — que assessora o presidente da República.
A decisão depende do acordo com a Eletrobras, uma vez que a interrupção de aportes da empresa pode significar um custo maior para o governo e, possivelmente, para o consumidor — se o CNPE decidir repassar o custo na tarifa de energia.
As diretrizes do acordo também estabelecem que a União vai apoiar a Eletrobras, caso a companhia decida vender a sua participação na Eletronuclear. Isso será feito por meio da busca de um novo investidor.
O acordo diz que, a partir da assinatura, a Eletrobras "estará livre para alienar até a totalidade das ações que detém no capital social da Eletronuclear".
O acordo também estabelece um investimento de R$ 2,4 bilhões em Angra 1, com a emissão de debêntures pela Eletronuclear, a serem adquiridas pela Eletrobras. O dinheiro vai ser usado para obras de extensão da vida útil da usina.
Entenda a disputa
🔎A Eletrobras detém usinas de geração de energia e linhas de transmissão – que "transportam" a energia gerada até os centros de consumo.
Em maio de 2023, nos primeiros meses do governo Lula, a Advocacia-Geral da União (AGU) entrou com uma ação no STF contestando o processo de privatização da Eletrobras — iniciado no governo do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), em 2021, e concluído em 2022.
Lula é crítico da privatização e buscava reaver judicialmente o poder de voto do governo na Eletrobras. Isso porque, apesar de ainda deter cerca de 40% das ações na empresa, a União só tem 10% dos votos nas assembleias de acionistas.
O acordo com a Eletrobras, no entanto, é criticado pelos eletricitários. Isso porque, apesar de ter maior número de assentos na companhia, o governo não deve recuperar o poder de voto nas assembleias, permanecendo com 10%.
As assembleias de acionistas têm o poder de aprovar ou rejeitar decisões importantes, encaminhadas por deliberação do Conselho de Administração.
Em agosto de 2024, o ministro Alexandre Silveira, já tinha sinalizado que estava otimista com a resolução da disputa.
G1 Thu, 27 Mar 2025 20:06:44 -0000 - |
Lula e Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, no Palácio da Alvorada
Reprodução
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) fez uma projeção bem mais otimista do que a do Banco Central sobre o crescimento da economia brasileira em 2025.
Enquanto o relatório de política monetária divulgado nesta quinta-feira (27) pelo BC reduziu a estimativa de crescimento do PIB – de 2,1% para 1,9% – para este ano, o petista tem dito que o país crescerá mais do que 2,5%, podendo até repetir 2024 e crescer 3% novamente.
A expectativa do presidente é mais uma demonstração de que o governo Lula e o Banco Central estão caminhando em direções contrárias.
Lula cumpre o seu papel ao tentar gerar uma agenda positiva no país. O problema é quando ele toma medidas que podem prejudicar o trabalho de contenção do crédito adotado pelo BC para reduzir a inflação.
No relatório divulgado nesta quinta, o BC prevê que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deve ficar em 5,1% ao final de 2025. A projeção foi elevada em relação à anterior, que era de 4,5%.
O estímulo do governo federal ao crédito consignado a funcionários do setor privado é apontado como uma das medidas que pode atuar em sentido contrário ao defendido pelo BC.
Positiva de um lado, porque reduz os juros para os trabalhadores CLT, de outro, pode ser negativa para a inflação ao jogar mais dinheiro na economia a partir do endividamento das famílias.
Em entrevista durante a divulgação do relatório, o presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, disse que a nova medida ainda não foi considerada nos cálculos do BC. Motivo: eles ainda vão esperar os seus efeitos práticos.
Se representar aumento do fluxo de crédito na economia, o programa do governo pode exigir do BC uma dose mais forte no aumento dos juros.
Se levar mais a uma substituição de dívida velha, com juros mais alto, por uma dívida nova, com juros mais baixos, o efeito não é preocupante.
O governo Lula não ficou apenas nesta medida. Decidiu liberar o saldo do FGTS bloqueado para quem havia feito o saque aniversário. Quando um trabalhador faz essa operação, seu saldo fica retido por dois anos em caso de demissão.
Lula alterou essa regra, o que pode injetar até R$ 12 bilhões na economia. Ou seja, mais dinheiro circulando pode representar mais inflação, o que o Banco Central tem combatido.
O fato é que duas forças contrárias podem se anular. Ou demandar que uma seja mais forte do que a outra para vencer a batalha.
Se o governo seguir insistindo em medidas para estimular o crescimento, pode reduzir o efeito da atual política monetária do BC, que subiu na semana passada a taxa Selic de 13,25% para 14,25% ao ano. Ou então vai exigir juros mais altos para segurar o crédito e a inflação.
G1 Thu, 27 Mar 2025 15:54:18 -0000 - |
Projeções de inflação do próprio BC estão acima da meta central, de 3%, durante todo chamado "horizonte relevante" da política de juros, ou seja, de seis a 18 meses, e acima do teto de 4,5% ao menos até o fim de 2025. Diretor do Banco Central Diogo Guillen, em imagem de arquivo
Edilson Rodrigues/Agência Senado
O diretor de Política Econômica do Banco Central, Diogo Guillen, avaliou nesta quinta-feira (27) que a taxa básica de juros da economia brasileira, fixada pelo Comitê de Política Monetária (Copom), deve permanecer elevada por mais tempo.
Segundo ele, isso acontece porque as projeções de inflação do próprio BC estão acima da meta central, de 3%, durante todo chamado "horizonte relevante" da política de juros, ou seja, de seis a 18 meses.
De acordo com as projeções do Banco Central, a inflação oficial, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), devem continuar acima do teto de 4,5% até o fim deste ano, e acima da meta central de 3% até meados de 2027.
A expectativa do BC é de estouro da meta de inflação em junho deste ano, e de que o IPCA some 5,1% no ano de 2025 fechado, com 70% de possibilidade de estouro da meta de inflação nesse período.
"Quando você está com expectativas desancoradas [acima das metas], as taxas de juros devem ser mais altas, como a gente está vendo nesse ciclo, e por mais tempo. Vai em linha com a discussão para 2027 [de que, mesmo com juros altos, não há atingimento da meta até o segundo semestre de 2027]", declarou o diretor Diogo Guillen, do BC.
Atualmente, a taxa básica de juros está em 14,25% ao ano, após cinco altas seguidas, patamar semelhante ao de 2015 em 2016, durante o governo da presidente Dilma Rousseff.
E o Banco Central indicou que a taxa deverá ter novo aumento em maio deste ano, mas em ritmo menor do que 1 ponto percentual.
Piora na inflação exige juro mais alto por mais tempo, diz BC
Sistema de metas
Para definir os juros, a instituição atua com base no sistema de metas. Se as projeções estão em linha com as metas, é possível baixar os juros. Se estão acima, a tendência é de manutenção ou alta da Selic.
Desde o início de 2025, com o início do sistema de meta contínua, o objetivo de 3% e será considerado cumprido se a inflação oscilar entre 1,5% e 4,5%.
Ao definir a taxa de juros, o BC olha para o futuro, ou seja, para as projeções de inflação, e não para a variação corrente dos preços, ou seja, dos últimos meses.
Isso ocorre porque as mudanças na taxa Selic demoram de seis a 18 meses para ter impacto pleno na economia. Esse é o chamado "horizonte relevante" da política de juros.
Neste momento, por exemplo, a instituição já está mirando na meta considerando o segundo semestre de 2026.
Para 2025, 2026, 2027 e 2028, a projeção do mercado para a inflação oficial está em 5,68% (com estouro da meta), 4,40%, 4% e em 3,75%.
Miriam Leitão: Indicação de alta de juros por causa da meta de Inflação
Impacto do consignado do setor privado
O presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, informou que o Copom ainda não incluiu no seu cálculo de demanda da economia o crédito consignado ao setor privado com garantia do FGTS, que teve início na semana passada, assim como também não foi considerada a proposta do governo de ampliação da faixa de isenção do IR para até R$ 5 mil.
Segundo ele, o consignado do setor privado tem gerado estimativas variadas sobre seu impacto na economia, pois há dúvidas de quanto isso representa de substituição de dívidas antigas pelo novo endividamento.
"Não consideramos ainda, é um processo de tentativa de entender melhor por todo mundo de qual vai ser o impacto [do consignado do setor privado com garantia do FGTS]. É uma medida mais olhando para uma questão estrutural do que conjuntural", disse Galípolo, do Banco Central.
No caso das mudanças no IR, o presidente do BC observou que a medida ainda não foi aprovada pelo Congresso, podendo ser alterada pelo Legislativo. De modo que é preciso aguardar sua aprovação.
G1 Thu, 27 Mar 2025 15:20:33 -0000 - |
Trump taxou em 25% importação de aço e alumínio, medida que afetou os produtores brasileiros. Brasil e EUA discutem o tema em um grupo de trabalho. Lula afirma que vai recorrer à OMC sobre tarifas dos EUA e viaja para o Vietnã O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) voltou a criticar nesta quarta-feira (26) as tarifas impostas pelo governo de Donald Trump que prejudicam os setores de aço e alumínio no Brasil. Em entrevista no Japão, Lula afirmou que taxará produtos americanos se o recurso do Brasil à Organização Mundial do Comércio (OMC) não resolver a situação. O presidente, no entanto, não informou quando o Brasil formalizará a medida. "No caso do Brasil, nós vamos recorrer à OMC [Organização Mundial do Comércio] e, se não tiver resultado, a gente vai utilizar os instrumentos que nós temos que é a reciprocidade e taxar os produtos americanos. É isso que nós vamos fazer. Espero que o Japão faça o mesmo. Espero que o Japão possa recorrer à OMC, mas é uma decisão soberana do governo japonês em que eu não posso dar palpite", disse Lula. Lula cumpre uma viagem oficial à Ásia em busca de ampliar a presença de produtos brasileiros no continente. Antes de deixar o Japão rumo ao Vietnã, Lula foi questionado sobre a tarifa de 25% imposta por Trump sobre o aço e o alumínio importados pelos Estados Unidos de todos os demais países – o Brasil é um dos principais vendedores para o país. Até o momento, o governo brasileiro não adotou medidas de retaliação e abriu uma negociação com autoridades americanas. O debate é liderado pelo vice-presidente Geraldo Alckmin, que também é ministro da Indústria. O Ministério das Relações Exteriores participa das tratativas. Lei da reciprocidade Lula afirmou que Trump "precisa é medir as consequências dessas decisões", que poderão causar a inflação de produtos nos Estados Unidos. O presidente não informou quando que o Brasil formalizará o recurso à OMC para rever as taxas ao aço e alumínio cobradas atualmente pelos Estados Unidos. "É colocar em prática a lei da reciprocidade. Não dá para a gente ficar quieto, achando que só eles têm razão e que só eles podem taxar outros produtos", declarou Lula. Recentemente, o governo brasileiro enviou uma manifestação ao governo Trump na qual alertou que o "tarifaço" pode comprometer "severamente" as relações comerciais dos dois países. A manifestação foi enviada num contexto em que o gabinete do representante do governo Trump para o Comércio abriu consultas públicas sobre os anúncios de tarifas feitos pela Casa Branca. Diplomacia vê OMC 'sem força' Ao longo das últimas semanas, diante dos anúncios de Trump, o presidente Lula e os ministérios das Relações Exteriores e do Desenvolvimento, Indústria e Comércio passaram a defender, entre as alternativas, um recurso à OMC. Entretanto, nos bastidores, os diplomatas brasileiros avaliam que a organização está "paralisada" e sem força para agir. Isso porque, explicam, os Estados Unidos não indicaram os juízes para as vagas em aberto no órgão de solução de controvérsias e, na prática, inviabilizaram uma eventual atuação da entidade. Dizem esses diplomatas que, atualmente, a OMC não tem como mediar divergências comerciais entre os países nem tem força para garantir a implementação de eventuais decisões. Assim, acrescentam, a solução vista neste momento como mais viável é a negociação direta entre autoridades brasileiras, como Mauro Vieira e Geraldo Alckmin, e representantes do governo americano para o comércio exterior. Concluem os diplomatas que, como os Estados Unidos são o segundo maior parceiro comercial do Brasil, o país não pode querer apagar o "fogo" colocando "gasolina".
G1 Thu, 27 Mar 2025 14:52:45 -0000 - |
Varejista, que está em recuperação judicial, divulgou balanço financeiro nesta quarta-feira (26). Rede varejista Americanas
Divulgação
As ações da Americanas amanheceram com queda forte nesta quinta-feira (27), depois da divulgação de resultados negativos da empresa na véspera, que está em recuperação judicial há dois anos.
Por volta das 10h50, os papéis da companhia despencavam cerca de 23% na B3, a bolsa de valores brasileira.
A gigante do varejo registrou um prejuízo de R$ 586 milhões no quarto trimestre de 2024. No mesmo período do ano passado, a empresa havia reportado lucro de R$ 2,56 bilhões.
Olhando para o lucro operacional da companhia antes do desconto de impostos, juros, amortizações e depreciações (EBITDA, na sigla em inglês), a Americanas teve um resultado positivo no quarto trimestre, de R$ 180 milhões, contra um prejuízo de R$ 1,18 bilhão no mesmo período de 2023.
O faturamento da empresa, porém, teve uma queda de 4,5% na comparação entre os quartos trimestres dos dois anos. Entre outubro e dezembro, o faturamento líquido somou R$ 4,3 bilhões.
A Americanas terminou 2024 com um endividamento bruto de R$ 1,8 bilhão. A maior parte desse valor (R$ 1,7 bilhão) veio de títulos de dívida — as debêntures —, e o restante (R$ 66 milhões) de empréstimos com bancos e outras instituições.
Mesmo assim, considerando os compromissos da empresa dentro do plano de recuperação judicial, a Americanas fechou o ano com R$ 450 milhões em caixa líquido.
Nas operações, o total de produtos vendidos pela empresa (chamado de GMV) foi de R$ 6,5 bilhões no último trimestre de 2024, 2,3% a menos que no mesmo período de 2023. A principal queda veio das vendas online, que diminuíram 47%.
Por outro lado, as vendas nas lojas físicas cresceram 15% nos últimos três meses do ano, impulsionadas pelas promoções da Black Friday e do Natal.
A Americanas disse que, ao longo de 2024, encerrou as operações de 92 unidades que não atendiam aos seus "critérios de viabilidade", chegando a 1.587 lojas no total, e acrescentou que, em paralelo, iniciou a busca por novos pontos com "maior potencial".
"Como parte desse movimento estratégico, inauguramos uma nova unidade na cidade de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza", afirmou a companhia, que tem mirado a abertura de lojas principalmente na região Nordeste do país.
*Com informações da agência de notícias Reuters
Americanas pede recuperação judicial; entenda como funciona
G1 Thu, 27 Mar 2025 13:50:25 -0000 - |
Proposta segue para votação no Senado. Advogada explica que os pais, legalmente, podem administrar o patrimônio das crianças e usufruir dos frutos, mas há limites. 'Lei Larissa Manoela' pode limitar acesso dos pais a dinheiro dos filhos
A Câmara dos Deputados aprovou nesta terça-feira (25) um projeto de lei inspirado na história de Larissa Manoela. O texto agora segue para o Senado.
O texto da "Lei Larissa Manoela" define abusos de pais na gestão do dinheiro dos filhos menores e permite que a Justiça limite o uso desses recursos para proteger os interesses de crianças e adolescentes.
O projeto foi protocolado na Câmara em agosto de 2023, um dia depois de a história da atriz se tornar pública.
Larissa revelou, em entrevista exclusiva ao Fantástico, que desistiu de R$ 18 milhões para evitar uma disputa judicial com os pais, que gerenciavam sua carreira e dinheiro.
Larissa Manoela
Reprodução/TV Globo
Larissa, que começou a trabalhar aos quatro anos e tem 18 anos de carreira, disse que tinha apenas 2% da empresa criada pelos pais para gerenciar seus contratos. Mesmo depois de adulta, precisava pedir dinheiro para pagar pequenas despesas, como ir à praia.
As declarações de Larissa levantaram um debate: até que ponto os pais podem controlar o dinheiro dos filhos menores?
A advogada Ana Luisa Porto Borges, especialista em Direito Familiar, explica que os pais podem usar o dinheiro dos filhos, mas devem seguir regras para proteger os menores.
Entenda, nesta reportagem:
Quais as regras em relação ao dinheiro de crianças que trabalham
Quais as regras em relação à administração de heranças de crianças
O que diz o projeto da "Lei Larissa Manoela"
Relação de Larissa Manoela com os pais já estava fragilizada desde o começo do ano: 'Pra você, eu só vou ser título de mãe', diz mãe em áudio
LEIA TAMBÉM: O que é uma holding, empresa aberta pela família de Larissa Manoela
O dinheiro de crianças que trabalham
A advogada destaca que a questão envolvendo crianças que trabalham é bastante delicada e que vem crescendo cada vez mais por conta da internet. "Se antes já havia muitos atores mirins, agora, com as redes sociais, o número de crianças influenciadoras e fazendo publicidade é enorme".
Para que qualquer trabalho do tipo seja feito legalmente, é necessário que os pais tenham uma autorização judicial. Além disso, o Ministério Público fica responsável por fiscalizar o ambiente de trabalho, para garantir que o bem-estar e todos os direitos da criança.
No entanto, no que diz respeito ao dinheiro proveniente desse trabalho, não há nenhum tipo de fiscalização e cabe aos pais administrarem todos os valores priorizando o melhor interesse da criança.
Os pais podem usufruir dos frutos desse dinheiro, mas com limites. Se uma criança recebe, por exemplo, R$ 100 mil por um contrato de publicidade, o valor principal deve ser dela. Ana Luisa destaca que, no mundo ideal, o dinheiro deveria ser colocado numa poupança para ser preservado, mas os pais poderiam usufruir dos rendimentos, além de fazer outros tipos de investimentos.
Já para alguém que, assim como no caso da Larissa Manoela, passa a desenvolver vários trabalhos, demandando muitos cuidados, é permitido e razoável que os pais deixem de trabalhar com outras coisas para administrar a carreira e o dinheiro do filho.
Nesses casos, a advogada pontua que é cabido que os pais recebam um pró-labore pelos serviços de administração prestados à carreira do filho, mas o valor precisa estar em linha com o que é praticado no mercado e não pode ser abusivo.
O que é uma holding?
Para além desse valor que funcionaria como um salário, os pais só poderiam gastar o dinheiro com contas que fossem extraordinárias, como um tratamento de saúde do filho, por exemplo.
"Mesmo que a criança ganhe muito dinheiro, não podemos esquecer que o que a legislação prevê é que os pais devem prover para os filhos. É dever dos pais arcar com alimentação, moradia, roupas e outros gastos essenciais", diz Ana Luisa.
A advogada ainda destaca que cabe aos pais impor limites aos filhos e prezar por uma boa educação financeira, mas sem excessos, porque a criança precisa ter o direito de usufruir dos frutos do seu trabalho.
"Claro, os pais não vão dar milhões na mão de uma criança porque ela não tem capacidade saber como lidar com isso. Mas não dá também para que o dinheiro para uma compra na padaria, por exemplo, seja contado", comenta.
Até os 16 anos, o filho não pode participar das decisões e cabe apenas aos pais realizar essa administração. Dos 16 aos 18, o filho pode opinar, mas os pais ainda respondem por ele.
Nesse sentido, a única forma de questionar a forma como os pais estão administrando o patrimônio da criança é com alguma denúncia de alguém que desconfie de que as decisões podem estar prejudicando o melhor interesse do filho.
Também é possível que o filho questione judicialmente as decisões tomadas pelos pais em relação ao seu patrimônio, mas isso só pode ser feito após a maioridade ou em casos de emancipação. A advogada comenta que o prazo para que esses questionamentos sejam feitos é de, em média, quatro anos após o filho cumprir 18 anos.
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'Esse momento que eu me encontro hoje é o mais difícil da minha vida', diz Larissa Manoela sobre afastar os pais da gestão da carreira
O dinheiro que vem de herança
As regras para a administração dos recursos de uma criança provenientes do recebimento de uma herança são parecidas.
Os pais também ficam responsáveis por tomar as decisões sobre como cuidar do dinheiro visando o melhor interesse do filho. No entanto, diferente de quando os pais param de trabalhar fora para gerenciar a carreira do filho, nos casos do recebimento de uma herança, na maioria das vezes, não é cabido um pró-labore.
Assim, o valor deve ser preservado ao máximo possível, salvo as exceções, como no exemplo do filho precisar de um tratamento médico. Os rendimentos provenientes da herança recebida pela criança também podem seu usufruídos pelos pais, mas cabe destacar que são eles quem devem sustentar o filho até a maioridade, e não o contrário.
No caso de a herança ser um imóvel, os pais podem usufruir do dinheiro angariado com aluguéis, por exemplo. Porém, para vender esse ou qualquer outro bem que tenha sido deixado no nome da criança, a advogada Ana Luisa ressalta que é necessário ter autorização judicial e pontua que todo o montante da venda é da criança.
Também, se com esse dinheiro os pais quiserem comprar outro imóvel ou outro tipo de bem, deve ser registrado no nome da criança.
Se no testamento, no entanto, for determinado que a herança deve ser utilizada para algum objetivo específico, como o pagamento da faculdade da criança, isso deve ser respeitado.
A advogada ainda comenta que o dono do testamento pode deixar outra pessoa responsável pela administração da herança deixada para a criança e, nestes casos, os pais não têm nenhum poder sobre o patrimônio.
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Larissa Manoela rompe com os pais e abre mão de patrimônio estimado em R$ 18 milhões
O que diz o projeto da 'Lei Larissa Manoela'
O texto fala sobre o direito de crianças e adolescentes à proteção contra condutas abusivas dos pais ou de pessoas que administram os bens dos menores, independente da origem dos recursos (como atividades artísticas, esportivas ou intelectuais, entre outras).
Conforme o projeto, a conduta abusiva dos pais será configurada por meio da utilização indiscriminada, a vedação do acesso, sem justo motivo, ao proveito econômico obtido pela criança ou adolescente e a apropriação indevida dos recursos.
Ainda de acordo com a proposta, a gestão patrimonial da criança ou do adolescente deve ser realizada de forma responsável e atender aos interesses dos menores, à sua formação e ao seu bem-estar.
De acordo com o projeto, a gestão do patrimônio dos filhos deverá observar os princípios da legalidade e transparência, com a prestação de contas, no mínimo, a cada dois anos, ou nos termos de decisão judicial.
Se identificada a conduta abusiva na gestão patrimonial, a Justiça poderá tomar três decisões:
restringir o acesso dos pais aos recursos financeiros oriundos das atividades da criança ou do adolescente;
criar uma reserva especial de parcela dos recursos financeiros provenientes das atividades dos menores;
realizar auditoria periódica nas contas, bens e investimentos relacionados a recursos oriundos das atividades da criança ou do adolescente.
No caso de ameaça ao patrimônio dos filhos, sim. A proposta altera o Código Civil, para condicionar a continuação da administração dos bens do filho pelos pais à prestação de caução ou fiança idônea.
No caso de ameaça ao patrimônio dos filhos, a proposta altera o Código Civil, para condicionar a continuação da administração dos bens do filho pelos pais à prestação de caução ou fiança idônea.
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G1 Thu, 27 Mar 2025 13:12:01 -0000 - |
Custo do milho, calor e demanda aquecida puxaram alta. Associação de produtores diz que preço deve se normalizar até a Páscoa, mas economista diz que isso vai depender do preço das carnes. A alta de quase 20% no preço do ovo
O ovo ficou 19,44% mais caro nos supermercados na prévia da inflação de março em relação a fevereiro, aponta o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), divulgado nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
No acumulado do ano, os preços já subiram 25,88%.
O IPCA-15 leva em conta a variação de preços entre o dia 16 do mês anterior ao dia 15 do mês da divulgação do indicador.
Especialistas dizem que o aumento é impulsionado pelo custo do milho, calor intenso e demanda aquecida na Quaresma, os 40 dias que antecedem a Páscoa.
Segundo produtores, o preço deve se normalizar até o fim da Quaresma. Nesse período, os católicos costumam diminuir o consumo de carne vermelha, o que aumenta a demanda por ovo. Por outro lado, economista aponta que a forte demanda pode continuar após esse período. Veja detalhes abaixo.
EUA quase dobram compra de ovos do Brasil e passam a permitir seu consumo por humanos
Por que a comida ficou mais cara no Brasil
Quaresma, custos de produção e clima
Segundo a Associação Brasileira de Proteína Animal (ABPA), é normal que o preço do ovo aumente antes e durante a quaresma, já que, nesse período, "há uma substituição do consumo de carnes vermelhas por proteínas brancas e por ovos".
Tabatha Lacerda, diretora administrativa do Instituto Ovos Brasil (IOB), diz que isso, de fato, costuma acontecer, mas que a alta de preço pré-Quaresma veio um pouco antes do esperado.
"O efeito da Quaresma demora um pouco para aparecer, então foi uma surpresa", comenta Tabatha.
O IOB é uma organização sem fins lucrativos mantida por empresas e associações do setor.
A alta do preço em fevereiro fez com que houvesse uma pequena retração nas vendas de ovos no atacado, informa o Cepea.
No Espírito Santo, por exemplo, a quantidade menor de negociações criou uma pressão por descontos no estado. Contudo, a instituição acredita que a demanda voltará a crescer por causa da Quaresma, o que pode evitar uma redução significativa nos valores.
Para a diretora do IOB, um dos principais motivos que explica a alta recente é o avanço do custo de produção. "O milho, por exemplo, já aumentou 30% desde julho de 2024. E a alimentação das galinhas é feita, basicamente, com milho", diz Tabatha.
Em nota, a ABPA acrescentou que o custo com embalagens aumentou "mais de 100%" nos últimos oito meses, e que as temperaturas em níveis históricos "têm impacto direto na produtividade das aves".
Segundo o Cepea, outro fator importante para o encarecimento é a baixa disponibilidade de ovos para venda.
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Os produtores representados pela ABPA esperam que o preço do ovo se normalize até o fim da Quaresma.
Por outro lado, o analista da Safras & Mercado Fernando Henrique Iglesias diz que isso não é uma garantia. Isso porque, em sua avaliação, mais que o "efeito Quaresma", o que tem sustentado a forte demanda por ovos é o aumento dos preços das carnes bovinas, de frango e suínas.
Quando a inflação desses alimentos aumenta, é comum que o consumidor opte pelos ovos.
"O que a gente precisa monitorar é o comportamento do mercado em relação às proteínas concorrentes. Se os preços da carne bovina, de frango, seguirem em patamares muito proibitivos, mesmo depois da Quaresma, nós ainda vamos perceber o mercado de ovos inflacionado", diz Iglesias.
"Talvez o movimento de alta acabe perdendo intensidade, mas nós não vamos ver quedas abruptas de preço até porque a tendência deste ano é de menor produção de carne bovina", destaca o analista do Safras.
Ainda sobre a demanda por ovos, Tabatha, do IOB, comenta que a instituição tem percebido que, ao longo dos últimos anos, a população tem optado mais pelo ovo como uma proteína básica. "Antes ele era só um acompanhamento", destaca.
"A gente teve um aumento significativo de consumo nos últimos anos. Em 2023, por exemplo, o consumo foi de 242 unidades per capita (por pessoa), subindo para 269 unidades em 2024, com uma expectativa de alcançar 272 unidades por pessoa em 2025", afirma.
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Tabatha afirma que ainda não é possível fazer essa afirmação.
Ela diz que houve sim um aumento das vendas externas a partir dezembro, influenciada pela situação da gripe aviária dos EUA – que tem dizimado a produção local –, mas que essa alta de preço recente ainda não tem relação com as exportações.
"As exportações de ovos têm efeito praticamente nulo sobre a oferta interna, já que representam menos de 1% das 59 bilhões de unidades que deverão ser produzidas este ano", complementa a ABPA.
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G1 Thu, 27 Mar 2025 12:54:57 -0000 - |
Rogério Ceron diz que decisão ainda precisa ser formalizada, o que deve acontecer nos próximos dias. Dúvida, agora, é sobre a data dos pagamentos: de abril a maio, ou de maio a junho. A equipe econômica deve antecipar o pagamento do 13º salário dos aposentados e pensionistas em 2025, informou o secretário do Tesouro Nacional, Rogério Ceron. A decisão final, entretanto, ainda não foi tomada pela área econômica – que deve se debruçar sobre o tema nos próximos dias. De acordo com Ceron, do Tesouro Nacional, ainda há dúvidas sobre qual período será pago o décimo terceiro de aposentados e pensionistas neste ano. Há uma dúvida, segundo ele, se os valores serão pagos em maio e junho, como aconteceu em 2023, ou em abril e maio, como foi feito no ano passado. "Ele [pagamento] deve ficar entre uma dessas duas janelas", declarou. Pelo cronograma tradicional, os valores são depositados somente no segundo semestre. Se formalizada, a antecipação do décimo terceiro salário dos aposentados e pensionistas precisa de um ato legal, um decreto do presidente Luiz Inácio Lula da Silva. Terão direito ao abono pessoas que, em 2025, tenham recebido auxílio por incapacidade temporária, auxílio-acidente, aposentadoria, pensão por morte ou auxílio-reclusão da Previdência Social. O governo não informou quantas pessoas podem ser beneficiadas. Consignado CLT: para quem funciona melhor e como negociar com o banco Mais de R$ 80 bilhões pagos em fevereiro Em fevereiro, o Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) pagou mais de 40 milhões de benefícios, o que totalizou R$ 82,2 bilhões. Segundo o governo, 28,5 milhões de pessoas, cerca de 70% do total dos aposentados e pensionistas, receberam um salário-mínimo (R$ 1.518). Outros 12,2 milhões de beneficiários recebem acima do piso nacional, entre esse quantitativo, 10,6 mil ganham o teto da Previdência Social.
G1 Thu, 27 Mar 2025 12:46:24 -0000 - |
Resultado foi divulgado nesta quinta-feira pela Secretaria do Tesouro Nacional. Saldo de fevereiro e do primeiro bimestre deste ano foi influenciado por uma redução de mais de R$ 30 bilhões no pagamento de precatórios. As contas do governo registraram déficit primário de R$ 31,67 bilhões em fevereiro, segundo informações divulgadas pelo Tesouro Nacional nesta quinta-feira (27). 🔎O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas ficam acima as despesas, o resultado é de superávit primário. Os valores não englobam os juros da dívida pública. O resultado representa melhora na comparação com fevereiro do ano passado, quando foi registrado um rombo de R$ 61,21 bilhões (corrigido pela inflação). Esse também foi o melhor resultado para meses de fevereiro desde 2022, quando foi contabilizado um déficit de R$ 23,61 bilhões (valor corrigido pelo IPCA). De acordo com informações do Tesouro, o resultado de fevereiro deste ano foi influenciado pela redução no pagamento de sentenças judiciais (precatórios) em R$ 30,8 bilhões. A instituição informou que essa queda reflete a "diferença no cronograma de pagamentos dos precatórios entre os exercícios de 2024 e 2025". Economistas cobram ajuste fiscal firme e Haddad fala em possíveis mudanças futuras no arcabouço; Bruno Carazza comenta Acumulado do ano No acumulado do primeiro bimestre deste ano, ainda segundo números oficiais, as contas do governo registraram um superávit de R$ 53,18 bilhões. Na comparação com o mesmo período do ano passado, quando foi registrado um superávit de R$ 21,19 bilhões, houve melhora nas contas do governo. Esse também foi o maior saldo positivo, para o primeiro bimestre, desde 2022 — quando foi contabilizado um superávit de R$ 66,33 bilhões. A melhora no resultado das contas do governo no primeiro bimestre também está relacionada com a redução no pagamento de precatórios (sentenças judiciais) de R$ 30,8 bilhões. 📈Nos dois primeiros meses deste ano, houve um aumento real de 3,5% na receita líquida, ou seja, após as transferências constitucionais a estados e municípios — para R$ 410,58 bilhões. 📈Ao mesmo tempo, as despesas totais do governo somaram R$ 348,39 bilhões nos dois primeiros meses deste ano, com queda real de 4,8% no período. Miriam Leitão: Indicação de alta de juros por causa da meta de Inflação Meta fiscal 🔎 Para este ano, a meta é de zerar o déficit das contas, que somou R$ 43 bilhões em 2024. Entretanto, pelas regras do arcabouço fiscal, o governo pode ter um déficit de até 0,25% do PIB sem que o objetivo seja formalmente descumprido, o equivalente a cerca de R$ 30 bilhões. Além disso, para fins de cumprimento da meta fiscal, também são excluídos outros R$ 44,1 bilhões em precatórios, ou seja, decisões judiciais.
G1 Thu, 27 Mar 2025 12:01:44 -0000 - |
Apesar da alta, o resultado representa uma forte desaceleração em relação ao número de fevereiro, quando o índice teve uma alta de 1,23%. IPCA-15 sobe 0,64% em março, puxado pelo preço dos alimentos e bebidas
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação oficial do país, mostrou uma alta de 0,64% nos preços em março. Os dados foram divulgados nesta quinta-feira (27) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
Segundo o IBGE, o avanço foi puxado, principalmente, pela continuidade do aumento nos preços dos alimentos, além dos combustíveis, que também ficaram mais caros.
Apesar da alta no mês, porém, o resultado representa uma forte desaceleração em relação ao número de fevereiro, quando o índice teve uma alta de 1,23%, a maior para o mês desde 2016.
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No primeiro trimestre do ano, o IPCA-15 acumula uma alta de 1,99%, acima da taxa de 1,46% registrada no mesmo período de 2024. Já no acumulado em 12 meses, o índice avançou 5,26%, contra os 4,96% registrados até fevereiro.
O resultado de março de 2025 também foi maior do que o registrado no mesmo mês do ano passado, com uma alta de 0,36%.
A prévia da inflação veio abaixo da média das projeções do mercado financeiro, que apontava para uma alta de 0,70%.
Veja abaixo a variação dos grupos em março
Em março, todos os nove grupos pesquisados pelo IBGE apresentaram alta:
Alimentação e bebidas: 1,09%;
Habitação: 0,37%;
Artigos de residência: 0,03%;
Vestuário: 0,28%;
Transportes: 0,92%;
Saúde e cuidados pessoais: 0,35%;
Despesas pessoais: 0,81%;
Educação: 0,07%;
Comunicação: 0,32%.
Alimentação e combustíveis pesam na inflação
Imagem de supermercado
Defensoria Pública da Bahia (DPE-BA)
Os grupos de Alimentação e bebidas e Transportes, que respondem por dois terços da composição do IPCA-15, foram os principais vilões na prévia da inflação de março.
A maior alta percentual, de 1,09%, e o maior impacto sobre o índice, de 0,24 ponto percentual (p.p.), vieram da alimentação.
A alimentação no domicílio foi a que teve a maior alta: de 1,25% em março, contra 0,63% em fevereiro. Os alimentos que tiveram os maiores aumentos nos preços foram o ovo de galinha (19,44%), o tomate (12,57%), o café moído (8,53%) e as frutas (1,96%).
A alimentação fora do domicílio também ficou mais cara. A alta foi de 0,66% no mês, contra avanço de 0,56% no mês anterior. Tanto o valor das refeições (0,62%) quanto o dos lanches (0,68%) subiram.
Os transportes tiveram a segunda maior alta (0,92%) e segundo maior impacto (0,19 p.p.) no IPCA-15 de março. Esse avanço foi puxado, sobretudo, pela alta de 1,88% nos combustíveis.
Todos os tipos de combustíveis pesquisados pelo IBGE tiveram alta: óleo diesel (2,77%), etanol (2,17%), gasolina (1,83%) e gás veicular (0,08%).
Além disso, o IBGE também destaca a forte alta de 7,42% nos preços do cinema, teatro e concertos, devidos ao fim da semana do cinema em fevereiro, que promoveu uma série de descontos aos consumidores. Esse avanço influenciou a alta de 0,81% do grupo de Despesas pessoais.
G1 Thu, 27 Mar 2025 12:00:19 -0000 - |
A moeda norte-americana avançou 0,34%, cotada a R$ 5,7521. Já o principal índice acionário da bolsa de valores brasileira encerrou com uma alta de 0,47%, aos 133.149 pontos. Notas de dólar
Dado Ruvic/ Reuters
O dólar fechou a sessão desta quinta-feira (27) em alta, a R$ 5,75, conforme investidores continuavam a repercutir as novas tarifas de importação sobre veículos anunciadas pelo presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera.
Em um novo capítulo da guerra comercial promovida pelo republicano, Trump afirmou no fim da tarde de quarta-feira (26) que vai aplicar tarifas de 25% sobre todos os carros que não são fabricados nos EUA. A previsão é que a taxa entre em vigor em 2 de abril e que a arrecadação comece em 3 de abril.
Segundo especialistas da indústria automobilística disseram à Reuters, a ação pode trazer um aumento de preços e inibir a produção de veículos no país.
Na agenda econômica, o destaque ficou com a última leitura do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA, que mostrou que uma alta de 2,4% no quarto trimestre de 2024. O resultado veio em linha com as expectativas do mercado e representa uma desaceleração na comparação com os três meses anteriores.
Já no Brasil, as atenções ficaram voltadas para o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março, considerado a prévia da inflação oficial do país. Os dados apontaram uma alta de 0,64% nos preços, abaixo das projeções (0,70%).
O Ibovespa, principal índice acionário da bolsa de valores brasileira, a B3, encerrou em alta.
Veja abaixo o resumo dos mercados.
Entenda o que faz o preço do dólar subir ou cair
💲Dólar
O dólar avançou 0,34%, cotado a R$ 5,7521. Na máxima do dia, chegou a R$ 5,7706. Veja mais cotações.
Com o resultado, acumulou:
alta de 0,61% na semana;
recuo de 2,77% no mês; e
perda de 6,92% no ano.
No dia anterior, a moeda americana teve alta de 0,42%, cotada a R$ 5,7327.
a
📈Ibovespa
O Ibovespa encerrou com uma alta de 0,47%, aos 133.149 pontos.
Com o resultado, o Ibovespa acumulou:
alta de 0,61% na semana;
avanço de 8,43% no mês; e
ganho de 10,70% no ano.
Na véspera, o índice teve alta de 0,34%, aos 132.520 pontos.
O que está mexendo com os mercados?
O que está mexendo com os mercados?
As atenções dos mercados globais continuam voltadas para as novas tarifas impostas pelos Estados Unidos.
Além da expectativa que já existia pelo dia 2 de abril, quando as taxas recíprocas devem começar a valer, Trump anunciou na última quarta-feira (26) tarifas de 25% sobre carros importados, que devem entrar em vigor no mesmo dia.
Investidores, analistas, empresários e consumidores temem que as medidas possam acelerar a inflação de uma gama de produtos e provocar uma recessão nos EUA — além de impactar preços e crescimento econômico de diversos países pelo mundo.
Diante da incerteza, os agentes financeiros têm preferido segurar suas apostas para qualquer direção, mantendo o dinheiro nos ativos mais seguros, como o dólar, o que justifica a valorização da moeda.
O anúncio também não agradou os mercados. As ações europeias, por exemplo, encerraram em seu nível mais baixo em quase duas semanas, pressionadas pelos papéis do setor automotivo. Os índices acionários norte-americanos também fecharam em queda.
Sobre as tarifas globais recíprocas, Trump afirmou na quarta-feira que as taxas podem ser mais suaves do que o que se espera. "Vamos torná-las muito brandas", disse. "Acho que as pessoas ficarão muito surpresas. Será, em muitos casos, menor do que a tarifa que eles [países] vêm cobrando há décadas."
Enquanto isso, as expectativas de consumidores seguem se deteriorando. Relatório do Conference Board mostrou na última terça-feira que seu índice de confiança do consumidor caiu pelo quarto mês consecutivo em março e de forma mais acentuada que projeção em pesquisa da Reuters.
A preocupação de economistas é que o pessimismo dos consumidores possa refletir na economia real em breve, com queda do consumo e dos investimentos nos EUA, o que poderia contribuir para uma recessão.
Com isso, a divulgação da última leitura do PIB norte-americano ficou na mira dos investidores nesta quinta-feira. O indicador registrou uma alta anualizada de 2,4% na atividade econômica norte-americana, em desaceleração ante os três meses anteriores (3,1%).
De acordo com o Bureau of Economic Analysis (BEA), isso pode ser explicado principalmente pelas quedas no investimento e nas exportações, que foram parcialmente compensadas por uma aceleração nos gastos do consumidor. As importações caíram.
Entre os demais dados divulgados hoje no país estavam os pedidos semanais de auxílio-desemprego, que recuaram em 1 mil, para 224 mil na semana encerrada em 22 de março. Já a taxa de desemprego parece ter se mantido estável.
Por fim, os contratos de compra de moradias usadas nos EUA subiram em fevereiro, em meio a uma queda nas taxas de hipoteca. Segundo a Associação Nacional de Corretores de Imóveis (NAR) do país, o Índice de Vendas Pendentes de Casas, baseado em contratos assinados, subiu 2%.
Ambiente interno
No Brasil, o foco ficou com os dados do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15) de março, considerado a prévia da inflação oficial do país. O indicador foi divulgado na manhã desta quinta-feira (27).
O índice mostrou uma alta de 0,64% nos preços, resultado abaixo da média das projeções do mercado financeiro, que esperava um aumento de 0,70%.
Segundo o IBGE, o avanço foi puxado, principalmente, pela continuidade do aumento nos preços dos alimentos, além dos combustíveis, que também ficaram mais caros.
Apesar da alta no mês, porém, o resultado representa uma forte desaceleração em relação ao número de fevereiro, quando o índice teve uma alta de 1,23%, a maior para o mês desde 2016.
No primeiro trimestre do ano, o IPCA-15 acumula uma alta de 1,99%, acima da taxa de 1,46% registrada no mesmo período de 2024. Já no acumulado em 12 meses, o índice avançou 5,26%, contra os 4,96% registrados até fevereiro.
Ainda no cenário interno, o Tesouro Nacional divulgou nesta quinta que as contas do governo registraram déficit primário de R$ 31,67 bilhões em fevereiro.
O resultado representa melhora na comparação com fevereiro do ano passado, quando foi registrado um rombo de R$ 61,21 bilhões (corrigido pela inflação).
🔎O déficit primário ocorre quando as receitas com tributos e impostos ficam abaixo das despesas do governo. Se as receitas ficam acima as despesas, o resultado é de superávit primário. Os valores não englobam os juros da dívida pública.
Além disso, na quarta, o Banco Central (BC) informou que o rombo nas contas externas do país mais que dobrou no primeiro bimestre de 2025, registrando um déficit de US$ 17,31 bilhões. Isso significa que o país mais enviou dinheiro para fora, principalmente com importações, do que arrecadou.
O BC costuma explicar que o tamanho do rombo das contas externas está relacionado com o crescimento da economia. Quando cresce, o país demanda mais produtos do exterior e realiza mais gastos com serviços também. Por isso, o déficit também sobe.
*Com informações da agência de notícias Reuters
G1 Thu, 27 Mar 2025 12:00:07 -0000 - |
Oportunidades são para os cargos de advogado, analista de gestão corporativa, analista de TI e especialista em petróleo e gás. Esse é o primeiro concurso da empresa. Esse é o primeiro concurso da Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA) — empresa vinculada ao Ministério de Minas e Energia
Tania Regô/Agência Brasil
As inscrições para o primeiro concurso público da Empresa Brasileira de Administração de Petróleo e Gás Natural S.A, a Pré-Sal Petróleo S.A. (PPSA), serão reabertas no dia 4 de abril. O novo cronograma foi publicado nesta quinta-feira (27) no Diário Oficial da União (DOU).
Os interessados deverão fazer as inscrições até 14 de maio via internet, no site do Instituto de Desenvolvimento e Capacitação (IDCAP) – a banca organizadora do processo seletivo.
As provas, por sua vez, que estavam previstas para 27 de abril, foram remarcadas para 29 de junho nas cidades do Rio de Janeiro (RJ), São Paulo (SP) e Salvador (BA).
➡️ VEJA O EDITAL DE RETIFICAÇÃO
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Todos os que já se inscreveram e efetuaram o pagamento da inscrição seguem confirmados no concurso. Entretanto, caso algum candidato deseje cancelar a participação em função da alteração do cronograma, ou alterar o cargo para o qual se inscreveu, poderá solicitar o reembolso da taxa junto ao IDCAP.
São ofertadas 100 vagas de nível superior imediatas, além da formação de cadastro de reserva, com remuneração inicial entre R$ 8.240 e R$ 19.610.
As oportunidades são para os cargos de advogado, analista de gestão corporativa, analista de tecnologia da Informação e especialista em petróleo e gás (em diferentes especialidades).
A retificação desta quinta-feira também acrescentou novas formações acadêmicas a serem aceitas para 12 cargos e retirou a exigência de pós-graduação em sete posições (há cargos com dupla modificação).
Por causa disso, é possível que candidatos que tenham se inscrito para cargos de analistas queiram passar a disputar vagas de especialistas. Neste caso, devem também solicitar o reembolso e realizar uma nova inscrição dentro do novo prazo.
Do total de vagas ofertadas, 5% serão oferecidas a pessoas com deficiência (PCDs) e 20% a candidatos autodeclarados negros.
Os aprovados terão como local de trabalho o Escritório Central da PPSA, localizado na cidade do Rio de Janeiro.
O processo seletivo terá as seguintes etapas:
Prova objetiva, para todos os cargos;
Prova discursiva, exclusivamente para os cargos de advogado e de especialista em petróleo e gás.
Para participar do concurso, é necessário pagar uma taxa de inscrição que varia conforme o cargo:
Analista de gestão corporativa: R$ 100
Analista de tecnologia da informação: R$ 100
Advogado: R$ 150
Especialista em petróleo e gás: R$ 150
Candidatos doadores de medula óssea em entidades reconhecidas pelo Ministério da Saúde e inscritos no CadÚnico podem solicitar isenção da taxa de inscrição até o dia seguinte à reabertura das inscrições, 5 de abril.
E as pessoas que já haviam feito a inscrição, mas não efetuaram o pagamento, poderão fazê-lo durante o novo período de inscrições.
➡️ Primeiro concurso em 12 anos
Esse é o primeiro concurso da empresa, que foi criada há 12 anos. A finalidade da seleção é montar um quadro de pessoal próprio, uma vez que a empresa conta apenas com empregados em cargos comissionados.
Vinculada ao Ministério de Minas e Energia, a empresa pública federal foi criada em agosto de 2013, no governo da presidente Dilma Rousseff, sob a forma de sociedade anônima de capital fechado.
A empresa tem por finalidade a gestão dos contratos para a comercialização de petróleo, de gás natural e de outros hidrocarbonetos fluidos da União.
Veja dicas de como estudar para concurso:
Veja dicas de como fazer uma boa redação para concurso
Como estudar legislação para concurso?
G1 Thu, 27 Mar 2025 11:30:37 -0000 - |
Para o BC, preços ao consumidor devem seguir com variações mensais elevadas nos próximos meses, e preço da comida doméstica deve seguir 'pressionado'. Instituição indicou nova alta dos juros para maio. O Banco Central reduziu de 2,1% para 1,9% sua estimativa de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) neste ano. A informação consta no relatório de política monetária do primeiro trimestre, divulgado nesta quinta-feira (27). Em 2024, segundo dados oficiais do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), a economia brasileira registrou uma expansão de 3,4%. Uma alta menor, neste ano, conforme projetado pelo BC e por analistas do setor privado, representará uma desaceleração no ritmo de crescimento. "A desaceleração esperada continua associada à política monetária mais contracionista [alta dos juros], ao menor impulso fiscal [gastos públicos menores], ao reduzido grau de ociosidade dos fatores de produção e à moderação do crescimento global", informou o Banco Central. Prévia do PIB do BC indica que economia cresceu 0,9% em janeiro Nesta semana, a instituição já tinha avaliado que a atividade econômica e o mercado de trabalho têm apresentado dinamismo, mas que há dados sugerindo uma "incipiente" moderação do ritmo de crescimento da economia — o que, em sua visão, é um "elemento necessário" para redução das pressões inflacionárias. Representantes do BC têm dito que uma desaceleração do nível de atividade é necessária para reduzir a inflação, e trazê-la de volta para as metas. "Temos que desacelerar um pouco a economia. O PIB veio um pouco mais fraco do que o esperado. Estamos vendo sinais de moderação [da atividade econômica]", disse o diretor do BC, Diogo Guillen, no começo deste mês. No relatório de política monetária, o BC informou que o chamado "hiato do produto" segue positivo. Isso quer dizer que a economia continua operando acima do seu potencial de crescimento sem pressionar a inflação. Alta dos juros A projeção de uma expansão menor do PIB, neste ano, acontece em meio a um processo de alta dos juros para conter pressões inflacionárias. O Comitê de Política Monetária do BC subiu a taxa básica da economia por cinco vezes seguidas. O juro atingiu 14,25% ao ano na semana passada, patamar semelhante ao de 2015 em 2016, durante o governo da presidente Dilma Rousseff. E o Banco Central indicou que a taxa deverá ter novo aumento em maio deste ano, mas em ritmo menor do que 1 ponto percentual. "A política monetária [de juros] tem impacto sobre a economia com defasagens longas, variáveis e incertas (...) Na condução da política monetária, o horizonte que o BC vê como apropriado para o retorno da inflação à meta depende da natureza e persistência dos choques e dos mecanismos de transmissão em curso na economia", informou o BC. No regime de meta contínua, se a inflação ficar fora do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, a meta é considerada descumprida. Caso a meta de inflação não seja atingida, o BC terá de escrever e enviar uma carta pública ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, explicando os motivos. Essa carta deve trazer uma "descrição detalhada das causas do descumprimento, as medidas necessárias para assegurar o retorno da inflação aos limites estabelecidos e o prazo esperado para que as medidas produzam efeito". Segundo o BC, uma nova comunicação será feita "somente no caso de a inflação não retornar ao intervalo da meta dentro do prazo estipulado ou se o BC julgar necessário atualizar as providências ou o prazo esperado para a volta da inflação ao intervalo de tolerância". Inflação O Banco Central também elevou sua estimativa para a inflação oficial em 2025, medida pelo Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), de 4,5%, em dezembro do ano passado, para 5,1%. A meta de inflação deste ano é de 3%, e será considerada cumprida se oscilar entre 1,5% e 4,5%. Com isso, o BC estima um novo estouro da meta de inflação neste ano, assim aconteceu em 2024. Para o ano de 2026, a projeção do Banco Central subiu de 3,6% para 3,7%. "A probabilidade estimada, construída a partir dos intervalos de probabilidade, passou de 50% para 70% no caso de 2025 e de 26% para 28% no caso de 2026", informou o Banco Central. Em seus documentos, a autoridade monetária tem dito, ainda, que a meta de inflação deve ser ultrapassada já em junho deste ano. Isso porque, desde o início de 2025, começou a ser adotado um sistema de meta contínua. Alimentação seguirá pressionada Segundo o BC, os preços ao consumidor devem seguir com variações mensais elevadas nos próximos meses e a inflação, acumulada em doze meses, deve permanecer ao redor de 5,5%, acima do intervalo de tolerância da meta - que é de 4,5%. "Os preços da alimentação no domicílio devem seguir pressionados, mesmo com alguma moderação em alimentos industrializados em comparação aos últimos meses. Alimentos in natura, que tiveram variações relativamente baixas no período recente, devem apresentar evolução mais próxima ou acima da sazonalidade", informou o Banco Central. No caso das proteínas, acrescentou a instituição, permanece o cenário de oferta restrita de boi gordo em 2025 e de demanda externa aquecida. "Apesar da queda sazonal esperada para o preço do etanol, os preços de bens industriais também devem seguir pressionados, em linha com a alta recente nos preços ao produtor e com os efeitos da depreciação do real acumulada ao longo do último ano", avaliou o BC. Em relação à energia elétrica residencial, após um início de ano favorável, houve piora do cenário hídrico em fevereiro e março, segundo a instituição. "Nesse contexto volátil, a projeção ainda considera bandeira tarifária verde até junho", informou. Para a instituição, a estimativa para o segmento de serviços é de variações em "patamar elevado", mesmo com o arrefecimento da alimentação fora do domicílio. "A inflação alta de serviços mostra-se disseminada, consistente com o cenário de mercado de trabalho ainda apertado e de inércia mais elevada", concluiu.
G1 Thu, 27 Mar 2025 11:03:09 -0000 - |
Vem crescendo o número de golpes envolvendo criptomoedas e falsos investimentos Para início de conversa, é bom esclarecer que as pessoas são vítimas de golpes em qualquer idade, diz Robert Mascio, diretor da FINRA (Investor Education Foundation), organização sem fins lucrativos de educação financeira e especialista em combate à lavagem de dinheiro. “Os mais jovens reportam as perdas com maior frequência, mas geralmente o volume é menor. A principal questão é que, na velhice, temos menos oportunidades para recuperar o prejuízo”, explicou em seminário on-line.
Fraudes financeiras: vêm crescendo os esquemas de pirâmide e golpes envolvendo criptomoedas
Mohamed Hassan para Pixabay
Mascio trouxe os dados mais recentes dos EUA, referentes a 2024, que dão uma dimensão do mundo da picaretagem: houve 2.6 milhões de reclamações à Federal Trade Commission, agência federal de proteção ao consumidor, perfazendo um total de US$ 12.5 bilhões (R$ 72 bi). Desse montante, US$ 5.7 bilhões foram de fraudes ligadas a investimentos, como esquemas de pirâmide e golpes envolvendo criptomoedas. “Essa é apenas a ponta do iceberg, porque não sabemos quantos deixam de registrar queixas”, afirmou.
As perdas com investimentos fraudulentos vêm crescendo numa escalada: US$ 3.8 bilhões em 2022; US$ 4.6 bi em 2023; até chegar aos US$ 5.7 bi do ano passado. Trata-se do golpe mais comum contra pessoas acima dos 35 anos e duas em cada três lidam com o que Mascio chamou de “custos não financeiros”:
“As consequências para a saúde mental são graves: 50% sofrem estresse severo; 44% apresentam um quadro de ansiedade; 38% têm dificuldades para dormir; e 35% enfrentam depressão. De acordo com levantamentos, nos três primeiros meses após a fraude, os sentimentos mais recorrentes são culpa e embaraço, porque a pessoa tem vergonha de ter sido ludibriada, e eles não vão embora. De nove a 12 meses depois, há uma sensação de exaustão e perda da confiança em si mesmo”.
O especialista lembra que há fatores de risco que tornam os indivíduos suscetíveis: insegurança financeira, que os faz acreditar em promessas mirabolantes, e também o isolamento social, um dos problemas mais frequentes entre idosos – um exemplo é o chamado estelionato sentimental, quando golpistas envolvem a vítima num jogo amoroso para tirar seu dinheiro.
“O suposto romance afeta o julgamento da vítima, que vê a situação como uma forma de se sentir importante e amada. Entretanto, é possível criar mecanismos de intervenção: educação financeira, alertas para o modus operandi dos golpistas e as iscas que utilizam para fisgar suas presas, e até criar um sistema que dificulte ou retarde a retirada de valores”, ensina Mascio, sugerindo que a vítima seja tratada com empatia, e não com censuras ou comentários do tipo: “como você foi tão idiota?”, que só alimentam o trauma da experiência.
Mais de 60 milhões de brasileiros já sofreram com fraude financeira na internet, diz pesquisa
G1 Thu, 27 Mar 2025 07:01:45 -0000 - |
Exportações levam em consideração tanto a carne in natura quanto a processada. China e Estados Unidos, maiores parceiros comerciais do país, compraram juntos 121,3 mil toneladas Em fevereiro, o Brasil bateu o recorde de exportação de carne bovina para o mês. Foram registradas mais de 219 mil toneladas exportadas mundialmente, o equivalente a cerca de um bilhão de dólares em faturamento. Segundo a Abiec, é o maior volume de carne bovina exportada para um mês de fevereiro desde 1997.
Na comparação com o mesmo mês do ano passado, o volume de carne vendida para o exterior subiu 7,5%, enquanto o faturamento foi 16,5% maior – em parte, devido à valorização do dólar.
Os dados são da Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes (Abiec) e do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços. As exportações levam em consideração tanto a carne in natura quanto a processada.
Por que a carne encolhe quando a gente cozinha? Saiba como evitar
China e Estados Unidos, maiores parceiros comerciais do país, compraram juntos 121,3 mil toneladas, mais da metade de todas as vendas do mercado brasileiro ao exterior no mês.
O Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo. De acordo com o governo, mais de 87% das exportações são feitas com a proteína in natura, seguidos de 7,3% de miúdos, e 3,81% de industrializados.
Brasil é o maior exportador de carne bovina do mundo.
Neto Lucena/Secom
Concorrentes em dificuldades
O aumento nas exportações, de acordo com a Abiec, se deve aos problemas enfrentados pelos países concorrentes do Brasil no mercado internacional.
“É um momento de retração de grandes produtores, como Estados Unidos e Austrália, que enfrentam dificuldades para ampliar sua oferta. O Brasil tem diversificado mercados e aumentado sua presença em países com forte demanda, o que impulsiona os volumes exportados”, afirma o presidente da associação, Roberto Perosa.
O impacto da cotação do dólar fica evidente na mudança dos valores recebidos pelos produtores brasileiros lá fora.
Em 2024, a China pagou US$ 4.440 por tonelada de carne. Já este ano, o valor por tonelada pago pelos importadores chineses foi 8,5% maior, de US$ 4.819.
"O aumento das exportações é visto como benefício para a economia do país. Para que isso não pese internamente para o país, o governo deve investir em ações que incentivem o aumento da oferta de carne bovina, como o incentivo de crédito aos produtores", afirma o economista William Baghdassarian, do Instituto brasileiro de Mercado de Capitais (Ibmec)
Reforço na Ásia
O governo atua para a abertura de novas frentes para comércio de carne bovina. A viagem do presidente Lula ao Japão e ao Vietnã é parte destes esforços.
Presidente da República, Luiz Inácio Lula da Silva, e o primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, durante sessão de encerramento do Fórum Empresarial Brasil-Japão
Ricardo Stuckert / PR
Segundo o ministério da Agricultura, o Japão aceitou o acordo para começar um processo de ampliação do comércio de carne com o Brasil. A previsão é de que o governo japonês mande nos próximos meses técnicos para averiguarem as condições sanitárias no país.
De acordo com a ABIEC, a negociação com o país deve ser vista com cautela, já que há muitos trâmites burocráticos no caminho.
“Estamos otimistas, mas realistas. Essa negociação entre Brasil e Japão já dura cerca de 20 anos, e embora muitos avanços tenham sido alcançados no campo técnico e sanitário, ainda restam etapas a serem cumpridas, como auditorias complementares e validações finais por parte das autoridades japonesas”, afirma Perosa.
Comitiva japonesa vem ao Brasil inspecionar condições sanitárias da produção de carne
G1 Thu, 27 Mar 2025 07:01:24 -0000 - |
Governo propôs ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda para R$ 5 mil por mês. também propôs uma isenção parcial para valores entre R$ 5 mil e R$ 7 mil. Como compensação, quer tributar aqueles com renda mensal superior a R$ 50 mil. A proposta do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva de reforma do Imposto de Renda "parte de um objetivo compreensível de promover mais justiça fiscal", mas "apresenta uma série de problemas que podem causar mais distorções do que benefícios".
A avaliação consta em estudo do Centro de Liderança Pública (CLP), uma organização suprapartidária que discute questões centrais do país. O documento é assinado por Daniel Duque, da Inteligência Técnica da entidade.
Para o CLP, é preciso "repensar a proposta, buscando alternativas que efetivamente tornem a tributação mais justa e progressiva, sem onerar em demasia a produção nem criar saltos bruscos na carga de Imposto de Renda para determinadas faixas de rendimento".
Na semana passada, o governo federal propôs ampliar a faixa de isenção do Imposto de Renda, a partir de 2026, de R$ 2.824 para R$ 5 mil. Com isso, cerca de 10 milhões de contribuintes deixariam de pagar IR.
Além de ampliar a faixa de isenção para quem ganha até R$ 5 mil por mês, a equipe econômica também propôs uma isenção parcial para valores entre R$ 5 mil e R$ 7 mil por mês.
Para compensar a perda de arrecadação com a ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda para rendimentos até R$ 5 mil mensais, o governo pretende taxar os super ricos, ou seja, aqueles com renda mensal superior a R$ 50 mil — o equivalente a R$ 600 mil por ano.
Peso dos impostos sobre a renda
A equipe econômica informou que a proposta do governo visa manter o atual patamar da carga tributária sobre a renda no Brasil, ou seja, não busca reduzi-la e nem elevá-la.
A tributação sobre as rendas, principalmente as mais elevadas, é uma forma de tentar conferir progressividade ao sistema tributário, ou seja, dar um peso maior à tributação de quem ganha mais. Essa é considerada uma forma mais justa de tributação.
No Brasil, dados da Receita Federal (abaixo) mostram que o país tributa menos a renda que outros países. E a proposta do governo Lula não altera o peso dessa tributação.
Carga tributária sobre a renda em % do PIB (2022)
Reprodução estudo Receita Federal
Já a reforma tributária sobre o consumo, realizada nos últimos anos e praticamente concluída, embora simplifique o ambiente de negócios e impulsione a economia, manteve o Brasil entre os países com maior peso dos impostos sobre consumo na arrecadação.
A consequência da concentração maior da carga tributária brasileira sobre o consumo no Brasil é o alto grau de "regressividade" (se arrecada proporcionalmente mais de quem ganha menos).
Peso da arrecadação sobre o consumo em % do PIB (2022)
Reprodução estudo Receita Federal
"Apesar de o objetivo de aliviar a carga tributária para as faixas de renda mais baixas ser louvável, é preciso considerar o contexto mais amplo do sistema tributário brasileiro. O País já se destaca de forma negativa por depender menos do Imposto de Renda do que outras nações, e, para compensar essa lacuna, acaba recorrendo a alíquotas elevadas em tributos sobre a folha de pagamentos e o consumo", diz o estudo do CLP.
A entidade avaliou, ainda, que os impostos sobre salários, considerados elevados no Brasil, "aumentam os custos para a contratação formal, reduzindo a competitividade das empresas e, em muitos casos, empurrando trabalhadores para a informalidade".
E que, enquanto o Brasil cobra menos Imposto de Renda em relação a outros países, onera desproporcionalmente o consumo e a contratação de mão de obra.
Durante debate na Frente Parlamentar do Empreendedorismo (FPE) nesta semana, o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, admitiu que a proposta de reforma da Renda do governo ainda tem de avançar na questão da progressividade, ou seja, em reduzir o peso dos impostos sobre os mais pobres.
"A gente ainda precisa chegar na discussão da progressividade no Brasil, a gente está na discussão da equidade ainda. A gente tem, infelizmente, uma parcela muito pequena da população que paga menos imposto que a grande maioria dos brasileiros, e a gente precisa corrigir isso", disse Marcos Pinto, do Ministério da Fazenda, nesta semana.
Quem será beneficiado?
O estudo da CLP também observa que "uma parcela considerável da população brasileira de renda mais baixa já não paga, ou paga muito pouco, Imposto de Renda".
De acordo com números do IBGE, com base em empregos formais e informais na economia, quase 70% dos trabalhadores já ganham até dois salários mínimos no Brasil, ou seja, já são beneficiados pela isenção do IR pelas regras atuais.
Com isso, somente 32% dos trabalhadores brasileiros, justamente aqueles com maior renda no país, seriam beneficiados pela ampliação da faixa de isenção do IR para R$ 5 mil, e por uma tributação menor entre R$ 5 e R$ 7 mil.
"Nesse contexto, ampliar ainda mais essa isenção pode aprofundar o desequilíbrio na arrecadação de um tributo que, em muitos lugares do mundo, é fundamental para a progressividade do sistema. Nesse sentido, embora se justifique reduzir a carga para quem efetivamente ganha menos, a escolha de expandir a isenção no IR acaba por reforçar uma distorção histórica do sistema tributário brasileiro", avalia a CLP, no estudo.
Segundo o documento, seria mais interessante discutir a redução de impostos que pesam mais sobre as camadas de renda mais baixa, como a possibilidade de diminuir a alíquota-base do futuro Imposto sobre o consumo brasileiro, que tende a ser uma das maiores do mundo.
"Outra alternativa seria aliviar os tributos sobre a folha de pagamentos, estimulando assim a formalização de empregos e o crescimento econômico. Usar o Imposto de Renda como instrumento para promover isenção aos mais pobres agrava a distorção de o Brasil depender pouco desse tributo em comparação a outros países, quando o ideal seria utilizá-lo como uma ferramenta de progressividade mais equilibrada, acompanhada de reformas em outras esferas da tributação", acrescenta a entidade.
Bitributação
Segundo análise do CLP, a compensação da ampliação da faixa da isenção do IR com tributação de rendas acima de R$ 50 mil por mês (R$ 600 mil por ano) levanta a questão de bitributação, pois, no Brasil, parte relevante do lucro das empresas já é tributada previamente por meio da Contribuição Social sobre Lucro Líquido (CSLL).
Atualmente, segundo o CLP, a CSLL corresponde a cerca de 7% da receita federal, patamar alinhado a outros países, de modo que o acréscimo de um novo tributo sobre dividendos, sem qualquer compensação na CSLL, agrava a carga tributária sobre a mesma base de incidência.
Para o secretário de Reformas Econômicas do Ministério da Fazenda, Marcos Pinto, a melhor maneira de analisar a justiça é a tributação efetiva, com alíquotas nominais, combinada das pessoas físicas e jurídicas.
E, segundo ele, estudo do IPEA diz que tributação combinada pra quem ganha mais de R$ 1 milhão no Brasil é de cerca 13% no Brasil, abaixo dos EUA, que é de 30%. "Não estamos falando de um país socialista", declarou.
G1 Thu, 27 Mar 2025 07:00:46 -0000 - |
Em postagem na sua rede social, presidente dos Estados Unidos disse que medida serve para 'proteger o melhor amigo' que as regiões já tiveram. O Canadá e os EUA vivem uma guerra comercial desde anúncios de impostos por parte de Trump. O presidente dos EUA, Donald Trump, durante coletiva de imprensa
REUTERS/Kevin Lamarque
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, ameaçou a União Europeia com "tarifas em larga escala", caso o bloco trabalhe com o Canadá para causar danos econômicos ao país.
"Se a União Europeia trabalhar com o Canadá para causar danos econômicos aos EUA, tarifas em larga escala, muito maiores do que as atualmente planejadas, serão impostas a ambos, a fim de proteger o melhor amigo que cada um desses dois países já teve", escreveu Trump em sua rede social Truth Social.
A declaração vem após a fala da Presidente da Comissão Europeia, Ursula von der Leyen, sobre as novas tarifas de automóveis de Trump. "Ruim para os negócios, pior para os consumidores", criticou Leyen.
Já o primeiro-ministro canadense, Mark Carney, apontou as tarifas como "ataque direto" aos trabalhadores canadenses e disse que medidas retaliatórias estavam sendo consideradas.
Trump anunciou nesta quarta (26) as taxas de 25% sobre todos os carros importados no país.
"O que vamos fazer é aplicar uma tarifa de 25% para todos os carros que não são fabricados nos EUA", disse Trump. "Começamos com uma base de 2,5%, que é o que estamos fazendo, e vamos para 25%."
A previsão é que as tarifas entrem em vigor no dia 2 de abril e a arrecadação comece no dia 3.
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O Canadá e os EUA estão em uma guerra comercial desde que Trump anunciou uma série de tarifas para os países que exportam aço para o seu país.
A partir daí, o país passou a viver uma onda crescente de nacionalismo. No supermercado, aplicativos que escaneiam códigos de barras para identificar a origem dos produtos ganharam popularidade. Além disso, muitos fornecedores passaram a usar símbolos do país para destacar mercadorias canadenses.
A resposta do presidente republicano a esse novo comportamento foi aplicação da mesma taxa de 25%, a partir de abril, a quase todos os produtos do Canadá.
O governo canadense devolveu a provocação, anunciando tarifas de 25% sobre alguns produtos importados dos Estados Unidos.
Na época, o chanceler alemão Olaf Scholz disse que a União Europeia responderia rapidamente às tarifas impostas pelo presidente Donald Trump.
"Precisamos de menos barreiras comerciais, não mais, e é por isso que acho que as regulamentações alfandegárias dos EUA estão erradas", disse Scholz em uma entrevista coletiva em Berlim ao lado do presidente do Conselho Europeu, Antonio Costa.
G1 Thu, 27 Mar 2025 06:44:26 -0000 - |
Primeiro-ministro do Japão disse que a relação com o Brasil 'torna-se fundamental' num momento em que o mundo 'mergulha em conflitos e divisões' Lula aproveitou viagem ao Japão para discursar sobre protecionismo.
Getty Images via BBC
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) aproveitou a viagem ao Japão na rara condição de visita de Estado para discursar contra o protecionismo, no momento em que o tarifaço de Donald Trump promete abalar o comércio internacional.
Sem anúncios muito práticos, foram as falas em defesa do livre comércio num momento delicado da geopolítica que marcaram a visita a Tóquio, que aconteceu para comemorar os 130 anos de relação entre os dois países.
Lula não mencionou diretamente as novas tarifas de Trump, mas citou o país quando disse que, no momento, "ouvimos falar outra vez de uma nova guerra fria entre Estados Unidos e China".
O presidente disse, ainda, que o protecionismo voltou "a ser debatido em países importantes".
"Vamos continuar defendendo com muita força o livre comércio, que é a possibilidade maior da parceria entre países e do desenvolvimento mútuo", disse o presidente em reunião com o primeiro-ministro japonês, Shigeru Ishiba, e ministros brasileiros e japoneses no Palácio Akasaka, em Tóquio.
No evento, que teve apenas um trecho aberto à imprensa, Lula disse ainda que "o negacionismo toma conta da democracia" e que "o multilateralismo perde força para o autoritarismo".
Ishiba, primeiro-ministro do Japão, disse em declaração à imprensa após o encontro que a relação com o Brasil "torna-se fundamental" num momento em que o mundo "mergulha em conflitos e divisões".
Os dois líderes deram uma declaração à imprensa no Palácio Akasaka, sem que perguntas pudessem ser feitas, após a assinatura de diversos acordos.
Shiba também falou sobre elevar a discussão sobre o acordo entre Japão e Mercosul a "patamares ainda mais altos" e aprofundar as relações comerciais, mas não detalhou como isso seria feito.
Esse era um dos temas em que o governo brasileiro buscava avanço durante a visita de Lula.
Outro pleito do governo e do agronegócio brasileiro é a liberação da venda de carne brasileira ao Japão. Ishiba mencionou que enviará especialistas sanitários para avançar para a próxima etapa [do processo de liberação].
Na declaração, contudo, ele não se comprometeu com uma data para a inspeção ocorrer.
O Brasil e o Japão assinaram 10 acordos bilaterais e 80 cooperações nas áreas de agricultura, indústria, meio ambiente e ciência e tecnologia.
Compra de jatos da Embraer pelo Japão
Lula assina acordos de cooperação com Japão e defende parceria com Mercosul
O governo e a Embraer anunciaram nesta quarta a venda de até 20 jatos E-190 para a empresa japonesa All Nippon Airways (ANA) – são 15 jatos confirmados e a possibilidade de aquisição de mais cinco. O contrato soma o equivalente a R$ 10 bilhões.
Ao mencionar a compra no discurso, Lula disse, ao lado do primeiro-ministro: "Quem compra 20 pode comprar um pouco mais, e quem sabe todas as empresas japonesas podem voar de avião da Embraer".
O presidente fez a declaração durante o Fórum Brasil-Japão, também em Tóquio, que reuniu empresas japonesas e brasileiras – como Vale, JBS, BRF e Raizen, fora a Embraer –, além de autoridades dos dois países.
Os investimentos japoneses no Brasil aumentaram 31,6% entre 2014 e 2023, com um estoque de US$ 35,2 bilhões em 2023, colocando o Japão em nono lugar entre os maiores investidores estrangeiros no país, segundo dados da Confederação Nacional da Indústria (CNI).
Nesse evento, Lula fez um discurso de quase 20 minutos a uma plateia de empresários e autoridades brasileiros e japoneses.
Lá, ele também aproveitou a oportunidade – também ao lado do primeiro-ministro japonês – para discursar pelo livre comércio e o multilateralismo.
"A democracia corre risco no planeta, com eleição de uma extrema-direita negacionista que não reconhece sequer vacina, não reconhece sequer a instabilidade climática e não reconhece sequer partidos políticos, sindicatos e outras coisas", afirmou o presidente.
Sobre o livre comércio, disse: "não podemos voltar a defender o protecionismo".
"Nós não queremos uma segunda Guerra Fria. O que queremos é comércio livre para que a gente possa definitivamente fazer com que nossos países se estabeleçam no movimento da democracia, no crescimento econômico e na distribuição de riqueza", disse.
Sobre o multilateralismo, afirmou: "Não queremos mais muros. Nós não queremos mais Guerra Fria"
'Não podemos voltar a defender o protecionismo', disse Lula
Laís Alegretti/BBC
Qual é o interesse do Japão no Brasil?
Lula viajou ao Japão na rara condição de visita de Estado - a última tinha ocorrido em 2019, com Donald Trump.
O último presidente brasileiro recebido nessa categoria foi Fernando Henrique Cardoso, em 1996. Antes dele, Ernesto Geisel e João Figueiredo tinham sido recebidos nas décadas de 1970 e 1980.
Para o Brasil, é uma oportunidade de fortalecer e intensificar relações comerciais e diplomáticas com outros países, além dos gigantes China e Estados Unidos.
E para o Japão? A BBC News Brasil ouviu especialistas japoneses para entender o interesse do Japão no Brasil neste momento.
A resposta mora no contexto de tensões na Europa e na Ásia e na busca por limitar o espaço que a China ocupa.
Shuichiro Masukata, professor associado da Universidade de Estudos Estrangeiros de Tóquio (Japão), que estuda a relação do Japão com o Brasil, diz que o Japão deu menos atenção à América Latina nos últimos anos, perdendo espaço para a China.
"Com o declínio da influência ocidental e a expansão da influência da China na América Latina, a vantagem relativa do Japão na América Latina também se perdeu, e o Japão precisa aproveitar essa oportunidade única em uma década para reavaliar seu relacionamento com o Brasil", disse.
Ele disse que o mundo enfrenta "riscos cada vez maiores" com "a ordem internacional liberal liderada pelos EUA abalada e a China em ascensão".
"O G7 tem se mostrado disposto demais a colocar valores, democracia e direitos humanos na esteira dos países emergentes e em desenvolvimento. Isso teve o efeito oposto. A narrativa da China de que 'o Ocidente pressiona e prega a democracia, mas o foco da China está primeiro na solução da pobreza e na estabilização da ordem internacional' se espalhou de forma persuasiva", disse.
Para Tomoyuki Yoshida, diretor-executivo do Japan Institute of International Affairs (Instituto Japonês de Relações Internacionais), "as empresas japonesas estão muito preocupadas se podem ou não continuar a se envolver com seus negócios" na China.
"Isso não é apenas por causa de sua tensão econômica, mas também por sua desaceleração econômica na China. Portanto, não apenas o Japão, mas também outros países nas regiões, incluindo os parceiros europeus, estão diversificando o destino do investimento e das atividades comerciais", disse.
Ele fala em alteração da ordem global existente, com tensões geopolíticas e a disputa entre China e Estados Unidos.
"Portanto, o Brasil é considerado um dos melhores parceiros do Japão, para aprofundar nossa parceria para manter a atual ordem internacional baseada em regras", diz ele, que foi diretor-geral para América Latina e Caribe do Ministério de Relações Exteriores do Japão.
Lula no Vietnã, Janja na França
Lula está desde segunda-feira (24/3) em Tóquio, e na terça-feira (25/3) participou de uma recepção e um jantar com o Imperador Naruhito e a Imperatriz Masako no Palácio Imperial. Na quinta-feira (27/3), ele embarca para o Vietnã.
É a primeira viagem internacional de longa distância após complicações do acidente doméstico que sofreu em outubro.
A primeira-dama, Rosângela da Silva, a Janja, não acompanhará o presidente no restante da viagem. A previsão dela era de partir na quarta-feira (26/3) para a França, onde vai discursar no evento Nutrition for Growth sobre desnutrição infantil, a convite do presidente francês, Emmanuel Macron.
Janja chegou ao Japão uma semana antes de Lula, sem que a ida fosse divulgada, e virou alvo de críticas da oposição.
Em entrevista à BBC News Brasil, Janja disse que "nunca houve falta de transparência" e afirmou que economizou em passagem aérea e hospedagem.
"Obviamente, eu vim com a equipe precursora, inclusive, para economizar passagem aérea. Vim um pouco antes, fiquei hospedada na residência do embaixador", afirmou.
Janja disse ainda que Lula afirma que será candidato em 2026 se estiver bem de saúde – e complementou dizendo que a saúde dele está "muito forte".
"Não sei [se Lula será candidato]. Você sabe que ele fala sempre que… ele não gosta de antecipar as coisas, né? Mas ele será candidato se tudo estiver bem com a saúde dele. Ele sempre coloca essa questão da saúde. Eu tô vendo ele muito forte de saúde, então… É isso", afirmou.
G1 Thu, 27 Mar 2025 06:00:28 -0000 - |
Especialistas ouvidos pela DW apontam fatores que vão da valorização do dólar, no fim do ano passado, às mudanças climáticas, que provocaram "tempestade perfeita" que turbinou alta dos alimentos. Por que a comida ficou mais cara no Brasil
Enquanto a inflação dos alimentos e bebidas segue elevada no Brasil – esteve em 7% no acumulado dos 12 meses até fevereiro, segundo dados mais recentes do IBGE –, os analistas de mercado ainda buscam explicações para esse fenômeno.
Especialistas ouvidos pela DW nos últimos dias se dividem entre algumas delas: desde efeitos robustos das mudanças climáticas até "desencontros fiscais" do governo.
Em paralelo, itens comuns da mesa da maioria da população têm sido vilões desse cenário: é o caso do café, que subiu cerca de 66% em um ano, ou do ovo de galinha – que costuma servir de substituto à carne vermelha para as classes mais pobres –, em alta de 10,5% no mesmo período, ou ainda os próprios cortes bovinos, cuja inflação anual já é de 22%.
Não é trivial, como mostrou a DW há algumas semanas, que as famílias das classes mais baixas têm recorrido a estratégias para continuar consumindo proteína, como comprar carcaças de frango, cujo quilo sai em torno de R$ 7, ou suã de porco, uma espécie de espinha suína (R$ 10 por kg).
E mesmo estratos mais altos têm mudado alguns padrões de consumo quando diante de preços em disparada nas gôndolas, como trocar marcas de sucos ou de iogurtes.
Preços sobem 0,64% em março, puxados por alimentação e combustíveis, segundo o IPCA-15
Carrinho de supermercado em Itajaí
Humberto Rosa/Secom
💵Dólar alto
É um consenso entre os especialistas consultados pela reportagem que a valorização do dólar perante o real, no fim do ano passado, foi definitiva para encarecer a comida.
É a leitura, por exemplo, do economista Samuel Pessoa, sócio-diretor da consultoria Julius Baer Family Office (JBFO), cuja sede fica na Faria Lima, em São Paulo. "O preço doméstico dos alimentos está ligado ao preço internacional, determinado em dólar”, explica.
Dados do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (IPEA) mostram que a moeda americana entrou em 2024 valendo R$ 4,91, em média, mas saiu do ano negociada a R$ 6,10, o que representa elevação de cerca de 24%.
E, ainda que tivesse em lenta progressão, a escalada se deu em novembro, como reação do mercado financeiro ao pacote de ajuste fiscal proposto pelo governo federal com um horizonte de economia de R$ 70 bilhões até 2026.
A discordância com a proposta anunciada pelo ministro da Fazenda, Fernando Haddad, foi tanta que, em vários dias de dezembro, o câmbio chegou às suas taxas mais altas desde a criação do Plano Real, em 1994.
"Na verdade, o governo tem dificuldades em estabilizar a dívida pública", afirma Pessoa, lembrando que a dívida bruta pública, incluindo estados e municípios, estava na casa dos 75% do PIB brasileiro em janeiro, segundo relatório do Banco Central.
"Como o mercado percebe que não há esforço [em estancar a dívida], o câmbio fica 'machucado' e vira inflação", completa.
Seguindo esse raciocínio, produtos importados são mais sujeitos à variação do dólar – muitos deles que também fazem parte da mesa dos brasileiros e brasileiras, casos do óleo de soja (alta de 23,3% em 12 meses até fevereiro, segundo o IPCA), e do azeite de oliva (14%), mas também de algumas peças bovinas.
Foi justamente por isso que a última medida do Planalto para tentar conter a disparada dos preços da comida no país passa por cortes de impostos de alguns desses itens, como açúcar, milho e as carnes, por exemplo.
Há alguns dias, o vice-presidente, Geraldo Alckmin, admitiu que o governo também aposta nas boas previsões agrícolas para 2025.
"Estamos mais otimistas: o clima melhorou. Há expectativa de crescimento da safra de quase 10%. Se no ano passado a indústria ajudou a elevar o PIB, esse ano a agricultura vai dar um empurrão", disse durante um evento do jornal Valor Econômico, em São Paulo.
A taxa diz respeito ao horizonte de alta de 10,6% nas safras de alguns grãos e cereais neste ano estabelecido pelo IBGE. A expectativa é especialmente alta para a soja e para o arroz.
Preço do ovo sobe 15% em apenas um mês, segundo o IPCA
🌩️Tempestade perfeita
Para o economista André Braz, que coordena uma área de análise de preços da Fundação Getúlio Vargas (FGV) no Rio de Janeiro, o dólar alto até ajuda a entender o cenário.
"Com câmbio valorizado, é como se o Brasil estivesse em promoção. Todo mundo quer vir aqui comprar da gente. Isso, claro, desabastece o nosso mercado interno", afirma.
Mas, para ele, esse é um dos vários nós que atravessam uma cadeia complexa de acontecimentos.
"Em 2020 teve a pandemia, que já inflacionou a comida. No ano seguinte, o país viveu uma grave crise hídrica que fez o preço da energia subir demais. Voltou até o esquema de bandeiras tarifárias. Então, em 2022, teve início a guerra na Ucrânia, que afetou as cadeias globais e, em 2023, o Brasil passou a sofrer os impactos mais severos do [fenômeno climático] El Niño. Todos eles foram subindo os alimentos, sem que estabilizassem", elenca Braz.
Na leitura dele, o ano passado foi, enfim, uma "tempestade perfeita", termo utilizado por economistas para descrever cenários em que muitos eventos distintos colaboram, cada um ao seu modo, para uma crise maior.
"Além do El Niño, teve o aumento da demanda, por conta da queda do desemprego e da alta do PIB, e a valorização do câmbio no fim do ano. Tudo isso atingiu em cheio os preços da comida".
Braz se refere ao fato de o Brasil ter diminuído ter terminado o ano passado com uma taxa de desemprego de 6,2%, o menor desde que o IBGE passou a fazer a medida, em 2012.
Como consequência, a renda média do país subiu 4,3% em um ano, segundo uma pesquisa do IPEA publicada há alguns dias. Em dezembro, ela era de cerca de R$ 3,3 mil mensais. Com mais dinheiro no orçamento, as famílias ampliaram o consumo – notadamente de comida.
Preço do arroz despenca no Brasil, mas milho representa risco para inflação, dizem analistas
🌡️Mudanças climáticas
As mudanças climáticas, porém, têm papel definitivo nessa conjuntura de alimentos mais caros. Em primeiro lugar, pelos já citados efeitos do El Niño, uma anomalia que aquece o Pacífico e, por consequência, mude os padrões de chuvas em vários lugares do mundo.
No Brasil, enquanto regiões como o Norte e o Nordeste ficam mais secos, no Sul há uma abundância de chuva. Foi o que aconteceu entre abril e maio de 2024 no Rio Grande do Sul, por exemplo.
"Até o fim do século passado, a gente quase não falava de El Niño ou La Niña. É porque esses aspectos do clima aconteciam a cada sete, oito anos. Era uma vez na década, talvez. Mas, por conta do aquecimento global, ficaram mais frequentes. Se você notar, a gente só fala disso agora. E, óbvio, a produção de comida é muito afetada", diz André Braz, da FGV.
De fato, a consultoria LCA calculou que 2.25 pontos percentuais (p.p.) da inflação de 8,22% da alimentação em domicílio do Brasil em 2024 – uma das categorias analisadas pelo IBGE – aconteceram justamente por causa do El Niño.
A análise da empresa é que os impactos do fenômeno climáticos foram mais graves no ano passado do que em períodos anteriores, afetando safras de vários alimentos. Em 2023, por exemplo, essa mesma taxa havia sido de 1,55 p.p.
Muitos desses efeitos persistem. Não é trivial, por exemplo, que, entre os itens mais inflacionados no acumulado dos 12 meses, estejam frutas como tangerina (59%), abacate (28,4%) e limão (25,3%), ou ainda legumes como a abobrinha (28,7%).
Mesmos os vilões do momento o são por conta do clima adverso resultante do fenômeno – seja por chuvas em excesso ou secas. É o caso do café, por exemplo.
"Entre abril e outubro, praticamente não teve chuva na plantação", conta a bióloga Denise Bittencourt, que gerencia um sistema agroflorestal no interior de São Paulo que, entre outras coisas, produz o fruto. Segundo ela, algumas áreas do plantio terão, neste ano, colheitas de apenas 10% do que foi semeado antes. "A produção ainda está muito fraca".
De fato, segundo estudo da Universidade Federal do Alagoas (Ufal), mais da metade (55%) do território brasileiro foi afetado pela estiagem de 2024. Em alguns estados, como o Pará, por exemplo, a seca atingiu bacias hídricas inteiras.
Para outros alimentos, porém, é o contrário – o excesso das chuvas – que prejudica a produção. É o caso da própria tangerina, cujas áreas plantadas no Sul e no Sudeste têm sofrido com tempestades desde o fim de 2025.
Isso sem contar que a sazonalidade (o período de colheita é entre maio e agosto). "Tanto o calor quanto a chuva em excesso reduzem a frutificação e causam amadurecimento acelerado", explica Franciele Cardoso, que pesquisa sobre insegurança alimentar e mudanças climáticas na Universidade do Vale do Rio dos Sinos (Unisinos), no Rio Grande do Sul.
"Isso pode levar a perda de safra e ainda gerar desperdício", finaliza ela.
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G1 Thu, 27 Mar 2025 06:00:20 -0000 - |
A carne perde água durante o cozimento – e alguns fatores, como o excesso de sal e um descongelamento inadequado, podem intensificar esse efeito. Líquido vermelho da carne não é sangue
Você já percebeu que aquele pedaço de carne que você separou para almoçar parece diminuir de tamanho na panela? Não é mágica, mas um processo natural.
Isso acontece porque a carne perde água durante o cozimento – e alguns fatores, como o excesso de sal e um descongelamento inadequado, podem intensificar esse efeito.
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A carne vendida em açougue (aves, suínos e bovinos) é composta, em média, por 75% de água, seguida de proteínas (23%), gorduras (1,8%) e sais minerais (0,2%). Quando aquecida, parte dessa água evapora, reduzindo o tamanho da peça.
O papel do sal na perda de água
Temperar a carne com muito sal antes do preparo pode fazer com que ela encolha ainda mais. Isso acontece porque o sal retira água das fibras musculares, deixando a carne mais seca e dura, explicaram veterinários ouvidos pelo g1.
Para minimizar essa perda, os especialistas recomendam temperar a carne apenas no momento do preparo e moderar a quantidade de sal.
Como o descongelamento influencia?
A forma como a carne é descongelada também interfere na retenção de água. Se o descongelamento for muito rápido – como sob o sol, no micro-ondas ou em temperatura ambiente –, a carne perderá mais líquido ao cozinhar.
Isso ocorre porque não há tempo suficiente para que as fibras musculares reabsorvam a água antes congelada, resultando em maior perda durante o aquecimento.
Como escolher carne bovina no supermercado?
O que você precisa ficar de olho:
Escolha uma carne que tenha perdido pouco líquido na embalagem – quanto maior a perda, é sinal de que o alimento será mais seco e menos nutritivo🩸;
O produto deve estar bem vedado e dentro da data de validade 📅;
Não leve nenhum produto que esteja com odor forte ou diferente do habitual 👃;
A coloração precisa ser a mais próximo possível de um vermelho vivo, que indica que o alimento está fresco 🍖;
Tenha certeza de que a carne esteja resfriada adequadamente. Os termômetros das gôndolas devem apontar de 5ºC a 7°C. Para carnes congeladas, precisa estar em -12ºC 🌡️.
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G1 Thu, 27 Mar 2025 05:00:23 -0000 - |
A análise do caso foi decidida de forma unânime pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (26). Em um dia histórico, Jair Bolsonaro tornou-se o primeiro ex-presidente a virar réu por tentativa de golpe de Estado. A análise do caso foi decidida pela primeira turma do Supremo Tribunal Federal nesta quarta-feira (26), quando os ministros Flávio Dino, Luiz Fux, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin leram seus votos, acompanhando o relator, ministro Alexandre de Moraes.
Agora, o ex-presidente e mais sete aliados, incluindo militares de alta patente, vão a julgamento — a data ainda não foi marcada. Se condenados, eles podem ser presos por atentar contra a democracia. Diferentemente da terça-feira,(25) quando Bolsonaro esteve no plenário da Corte, neste segundo dia, ele acompanhou a análise do gabinete do filho, o senador Flávio Bolsonaro (PL). Depois da sessão, Bolsonaro disse que as acusações são infundadas, repetiu os ataques a Moraes e ao sistema eleitoral.
Para analisar as chances de Bolsonaro conseguir evitar uma condenação, Natuza Nery entrevista Davi Tangerino, advogado criminalista e professor de direito da UERJ, a Universidade do Estado do Rio de Janeiro. Ele também detalha os votos dos ministros, que decidiram de forma unânime. Depois, para entender as repercussões políticas e o discurso de Bolsonaro que, depois da sessão, disse que as acusações são infundadas e repetiu os ataques a Moraes e ao sistema eleitoral, a conversa é com Vera Magalhães, colunista do jornal O Globo, âncora na rádio CBN e apresentadora do programa Roda Viva, da TV Cultura. "Acredito que ele corre mais risco de ter produzido alguma nova prova contra si. Eu achei que, se tinha alguma estratégia ali, ela se perdeu logo no início daquela longa fala meio desconexa."
O que você precisa saber:
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O podcast O Assunto é produzido por: Mônica Mariotti, Amanda Polato, Sarah Resende, Gabriel de Campos, Luiz Felipe Silva e Thiago Kaczuroski. Apresentação: Natuza Nery. Neste episódio, colaborou também: Camila da Silva.
Há chances de Bolsonaro evitar a condenação?
Bolsonaro dá entrevista coletiva nesta quarta-feira (26) após virar réu por tentativa de golpe de Estado.
Adriano Machado/Reuters
G1 Thu, 27 Mar 2025 03:58:57 -0000 - |
Mais de 10 milhões de brasileiros têm dinheiro esquecido na conta do antigo fundo. Governo calcula que o saldo médio disponível para saque é de R$ 2,8 mil por pessoa. Saiba se você tem dinheiro esquecido no antigo fundo PIS/Pasep
Os saques do antigo PIS/Pasep serão liberados para os trabalhadores que têm dinheiro esquecido no fundo a partir de sexta-feira (28). Inicialmente, o pagamento será feito para aqueles que solicitaram o saque até o dia 28 de fevereiro.
Esse antigo fundo era utilizado para incrementar a renda de trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos entre 1971 e 1988. Ele é diferente do abono salarial PIS/Pasep pago atualmente (entenda mais abaixo).
Mais de 10 milhões de brasileiros têm R$ 26,3 bilhões esquecidos na conta do antigo fundo. Estima-se que o saldo médio disponível para saque seja de R$ 2,8 mil por pessoa, mas o montante varia de acordo com o tempo trabalhado e o salário recebido na época. Os valores estão corrigidos pela inflação.
Veja abaixo:
Como consultar se tenho dinheiro esquecido?
Qual o calendário de pagamentos?
Como pedir o ressarcimento dos valores?
O que é o antigo PIS/Pasep?
1. Como consultar se tenho dinheiro esquecido?
O trabalhador pode checar se tem dinheiro esquecido no fundo por meio do site Repis Cidadão, lançado neste mês pelo Ministério da Fazenda. A consulta também pode ser feita pelo aplicativo do FGTS. Veja o passo a passo:
REPIS Cidadão, site lançado pelo Ministério da Fazenda para facilitar consulta e saque do antigo PIS/Pasep
Reprodução
Acesse o site http://repiscidadao.fazenda.gov.br/;
Clique em "entrar com gov.br". Se você não tiver uma conta no sistema do governo federal, veja aqui como fazer;
Faça login com seu CPF e senha, e clique em "autorizar";
Informe o NIS (Número de Identificação Social) do beneficiário. Ele pode ser encontrado na carteira de trabalho, no extrato do FGTS, no site Meu INSS e no CadÚnico, entre outras opções;
Clique em "pesquisar". E, se você tiver valores a receber, o site vai orientá-lo sobre as próximas etapas.
A plataforma Repis Cidadão também ensina o procedimento para retirar o dinheiro, inclusive com orientações específicas para herdeiros, no caso de falecimento do beneficiário. Para acessá-la, é necessário ter conta gov.br nos níveis prata ou ouro.
Se o ressarcimento não for solicitado até setembro de 2028, os valores serão definitivamente incorporados ao Tesouro Nacional, sem possibilidade de saque.
Após a solicitação, a Caixa vai analisar o pedido e enviar as informações ao Ministério da Fazenda. O pagamento será realizado diretamente na conta bancária do interessado na Caixa ou por meio de conta poupança social digital, de acordo com o calendário.
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2. Qual o calendário de pagamentos?
Os pagamentos serão liberados em 11 datas diferentes, organizadas por ordem da solicitação dos beneficiários ou herdeiros, conforme o calendário abaixo:
Calendário de pagamentos do dinheiro esquecido no antigo fundo PIS/Pasep
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3. Como pedir o ressarcimento?
O trabalhador pode protocolar o pedido de ressarcimento em uma agência da Caixa Econômica Federal ou fazer a solicitação pelo aplicativo do FGTS.
Ele vai precisar fazer login no app, acessar a opção "mais", "ressarcimento PIS/Pasep" e seguir as orientações para anexar os documentos exigidos.
Se o pedido for feito pelo próprio beneficiário, basta que ele tenha em mãos um documento de identidade oficial.
Já no caso de herdeiros, será necessário apresentar:
Certidão PIS/PASEP/FGTS emitida pela Previdência Social com a relação de dependentes habilitados à pensão por morte; ou
Declaração de dependentes habilitados à pensão emitida pelo órgão pagador do benefício; ou
Autorização judicial ou escritura pública assinada por todos os dependentes e sucessores, se capazes e concordantes, atestando por escrito a autorização do saque e declarando não haver outros dependentes ou sucessores conhecidos.
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4. O que é o antigo PIS/Pasep?
O Programa de Integração Social (PIS) foi criado em 1970 para incrementar a poupança individual dos trabalhadores do setor privado.
Logo depois, o Programa de Formação do Patrimônio do Servidor Público (PASEP) foi lançado para servidores públicos civis e militares, inspirado no mesmo princípio.
Em 1975, os recursos dos dois programas foram transferidos para um único fundo: o Fundo PIS-Pasep, que parou de funcionar 1988, quando foi substituído pelo abono salarial atual.
Em 2020, as cotas do fundo que não haviam sido sacadas foram transferidas para o Fundo de Garantia do Tempo de Serviço (FGTS) e, três anos depois, para uma conta única do Tesouro Nacional.
Desde então, a Caixa abriu para que os trabalhadores com dinheiro esquecido na conta peçam o ressarcimento dos valores.
▶️ O abono salarial atual — uma espécie de 14º salário, no valor de até um salário mínimo — é pago anualmente a trabalhadores com carteira assinada e servidores públicos que atendem aos requisitos do programa.
Neste ano, têm direito ao abono pessoas que trabalharam durante pelo menos 30 dias em 2022 e receberam até dois salários-mínimos por mês. Veja aqui todas as regras e o calendário de pagamentos.
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Consulta ao abono salarial PIS-Pasep 2025 já está liberada
G1 Thu, 27 Mar 2025 03:00:35 -0000 - |
Apostas podem ser feitas até as 19h em lotéricas ou pela internet. Mega-Sena
Marcelo Brandt/G1
O concurso 2.845 da Mega-Sena pode pagar um prêmio de R$ 32 milhões para os acertadores das seis dezenas. O sorteio ocorre às 20h desta quinta-feira (27), em São Paulo.
No concurso da última terça (25), ninguém levou o prêmio máximo.
A aposta mínima para a Mega-Sena custa R$ 5 e pode ser realizada também pela internet, até as 19h – saiba como fazer a sua aposta online.
A Mega-Sena tem três sorteios semanais: às terças, quintas e sábados.
Entenda como funciona a Mega-Sena e qual a probabilidade de ganhar o prêmio
Para apostar na Mega-Sena
As apostas podem ser feitas até as 19h (horário de Brasília), em qualquer lotérica do país ou pela internet, no site da Caixa Econômica Federal – acessível por celular, computador ou outros dispositivos.
É necessário fazer um cadastro, ser maior de idade (18 anos ou mais) e preencher o número do cartão de crédito.
Probabilidades
A probabilidade de vencer em cada concurso varia de acordo com o número de dezenas jogadas e do tipo de aposta realizada. Para a aposta simples, com apenas seis dezenas, que custa R$ 5, a probabilidade de ganhar o prêmio milionário é de 1 em 50.063.860, segundo a Caixa.
Já para uma aposta com 15 dezenas (limite máximo), com o preço de R$ 22.522,50, a probabilidade de acertar o prêmio é de 1 em 10.003, ainda segundo a Caixa.
G1 Thu, 27 Mar 2025 03:00:29 -0000 - |
Varejista, que está em recuperação judicial, divulgou balanço financeiro nesta quarta-feira (26). Rede varejista Americanas
Divulgação
A Americanas, que está em recuperação judicial, informou nesta quarta-feira (26) que registrou prejuízo líquido de R$ 586 milhões no quarto trimestre de 2024, revertendo lucro de R$ 2,56 bilhões apurado no mesmo período de 2023, conforme balanço financeiro da companhia.
O lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado da Americanas somou R$ 180 milhões no período de outubro a dezembro do ano passado, contra Ebitda negativo de R$ 1,18 bilhão apurado na mesma etapa em 2023.
O faturamento líquido da varejista caiu 4,5% no período em base anual, para R$ 4,3 bilhões.
A empresa encerrou 2024 com um endividamento bruto de R$ 1,8 bilhão, sendo R$ 1,7 bilhão em debêntures públicas e R$ 66 milhões em empréstimos e financiamentos de curto e longo prazos de empresas não recuperandas pertencentes ao grupo Americanas.
Considerando passivos remanescentes do plano de recuperação judicial da varejista, a Americanas informou que fechou o ano passado com um saldo de caixa líquido de cerca de R$ 450 milhões.
No lado operacional, o volume bruto de mercadorias (GMV) foi de R$ 6,5 bilhões no quarto trimestre de 2024, uma redução de 2,3% na comparação com o mesmo período do ano anterior, com impacto da queda de 47% no GMV do segmento digital.
As vendas no conceito mesmas lojas, um importante indicador do varejo, cresceram 15% nos últimos três meses do ano, apoiadas no período promocional da Black Friday e o Natal.
A Americanas disse que, ao longo de 2024, encerrou as operações de 92 unidades que não atendiam aos seus "critérios de viabilidade", chegando a 1.587 lojas no total, e acrescentou que, em paralelo, iniciou a busca por novos pontos com "maior potencial".
"Como parte desse movimento estratégico, inauguramos uma nova unidade na cidade de Eusébio, na região metropolitana de Fortaleza", afirmou a companhia, que tem mirado a abertura de lojas principalmente na região Nordeste do país.
Americanas pede recuperação judicial; entenda como funciona
G1 Thu, 27 Mar 2025 01:14:58 -0000 - |
Confira notícias sobre inovações tecnológicas e internet, além de dicas sobre segurança e como usar melhor seu celular
'IA do job' é como se chama a criação de vídeos de conteúdo adulto com modelos virtuais. Atividade tem sido divulgada no TikTok e no Instagram como fonte de renda fácil. Capa do curso 'Cafetão Digital' do 'Gui do Hot'
Reprodução
"Curtir a festa enquanto minha modelo do job faz vendas no automático pros veio tarado." É assim que um curso chamado "Cafetão digital" divulga a tendência de criação de mulheres virtuais para conteúdo adulto.
A prática faz parte de uma tendência conhecida como "IA do job" ou "garota do job", que vem ganhando espaço em redes como Instagram e TikTok, como o g1 já mostrou.
🔎 A palavra inglesa "job", que significa "trabalho", é usada por jovens, especialmente nas redes sociais, como gíria para se referir a garota de programa ou prostituição.
Para chamar a atenção, os criadores de cursos para quem quer entrar nesse nicho usam informações vagas e promessas de renda fácil: "Imagine um modelo de negócio que funciona sem você precisar levantar um dedo, gerando renda enquanto você dorme".
Cursos de 'IA do job' prometem dinheiro e ensinam a usar fotos de modelos sem autorização
A ideia é que fotos e vídeos gerados por inteligência artificial (IA) sejam comercializados em plataformas como OnlyFans, Privacy e Fanvue.
Mas quem conseguiu levantar alguma grana com esse tipo de conteúdo diz que o dinheiro não vem tão fácil assim.
Além da ideia de faturamento alto, um dos cursos ensina a usar a técnica de deepfake, incentivando alunos a aproveitarem vídeos de mulheres reais retirados do Instagram para trocar apenas seus rostos por outros, usando IA.
Conteúdos curtos e vagos
O g1 encontrou ao menos nove cursos sobre o tema e teve acesso a três deles, todos com conteúdo por escrito ou em vídeos pré-gravados e bem curtos. Eles custaram entre R$ 30 e R$ 48.
Guilherme Kupke é um dos mais conhecidos criadores de conteúdo sobre o assunto. É dele o material "Cafetão digital — do zero ao avançado", que custa R$ 47,90.
Em seu site, o criador afirma que seus alunos podem faturar entre R$ 100 e R$ 500 por dia com as "IAs do job".
'Gui do Hot' divulga seus supostos ganhos no TikTok
Reprodução/TikTok
Mas o curso não fala nada sobre faturamento e nem ensina como criar e editar uma "garota do job".
A maior parte são dicas genéricas, como: "Homens mais velhos não são como qualquer outro público. Eles têm suas próprias camadas de experiências, de histórias não contadas, de desejos reprimidos. O segredo está em entrar nesses recessos obscuros, onde eles se escondem, e ativar aquilo que eles nem sabem que ainda desejam".
No site Reclame Aqui, uma pessoa disse "que o conteúdo [do 'Gui do Hot'] é insatisfatório, com falas vagas, sem cumprir a promessa de ensino efetivo".
"Me senti enganada, pois não cumpre o prometido. O método não ensina nada, não tem aulas explicativas, somente 4 vídeos", disse outro consumidor.
Este foi o único dos três cursos que não estava hospedado em nenhuma plataforma de aulas. Os quatro vídeos com menos de 10 minutos cada e um PDF, que compõem o material, foram acessados por meios de links do Drive — a nuvem do Google.
O g1 tentou contato com Guilherme pelo e-mail divulgado no curso, mas não teve retorno.
O mesmo aconteceu com "Thiago do Hot"— o curso dele custa R$ 39,90 e dura apenas 9 minutos e 33 segundos. Thiago recomenda baixar um vídeo real de uma mulher no Instagram e utilizá-lo como base para criar um "clone", alterando exclusivamente o rosto (veja na imagem abaixo).
Em nenhum momento o curso indica a importância de ter o consentimento dessas mulheres, apesar de alertar para um risco e dar uma "dica" para reduzir a possibilidade de alguém reclamar.
"Pegue uma modelo de fora do Brasil, porque, se você pegar uma brasileira, pode dar problema para você. Então, escolha um perfil de fora, pois o risco é menor, mas ainda assim pode gerar dor de cabeça", diz ele na aula.
Curso ensina a usar conteúdo real para criar uma 'IA do job'
Reprodução
O uso de fotos de terceiros para criar avatares, especialmente em contextos sexuais, pode violar direitos de imagem, honra e privacidade, alerta Vinicius Padrão, advogado de direito digital da Rennó Penteado Sampaio Advogados.
"É uma exposição indevida que pode trazer consequências jurídicas sérias para quem produz ou distribui esse tipo de conteúdo", completa Vinicius.
O material de "ensino" de Thiago está hospedado na Cakto, uma plataforma de aulas. Ele também recomenda disponibilizar os "packs" (pacotes de vídeos) de "IA do job" nesse mesmo site.
A Cakto disse ao g1 que conteúdos envolvendo nudez ou práticas que violem direitos de imagem não são permitidos em seu site. A empresa informou que a conta de "Thiago do Hot" infringiu as normas da plataforma, "tendo sido bloqueada imediatamente".
Outro destino citado por ele para os vídeos eróticos de IA é a Kirvano, além do OnlyFans.
A Kirvano disse que "não compactua com esse tipo de prática e, se há algum ensinamento indevido, ele é imediatamente descartado".
Não é a primeira vez que Cakto e Kirvano se envolvem em polêmicas. Em novembro de 2024, o g1 revelou que a Cakto enviava kits com bebidas alcoólicas para influenciadores mirins, que desdenhavam da educação e diziam ganhar mais que médicos vendendo cursos para ser influenciador.
Em dezembro do mesmo ano, Ruyter Poubel, um dos fundadores da Kirvano, foi alvo de uma operação da Polícia Civil de SP. Ele vendia cursos sobre como faturar com o "jogo do tigrinho" e lucrava com as perdas dos seguidores recebendo um tipo de comissão paga pela casa de apostas, segundo as investigações.
O OnlyFans só permite postar conteúdo erótico com modelos de IA se os usuários forem avisados disso. Mas, para criar um perfil, é preciso ser uma pessoal real. Alguns criadores falam sobre burlar essa regra criando uma IA a partir da foto da pessoa.
Procurada pelo g1, a plataforma disse que seus sistemas são projetados para detectar imagens adulteradas ou modificadas, impedindo a aprovação dessas contas.
"Qualquer tentativa de contornar essas verificações é estritamente contra nossas políticas e tomamos medidas rápidas para fazer cumprir nossos termos", acrescentou o OnlyFans.
O terceiro curso de "IA do job" ao qual o g1 teve acesso custa R$ 29,90 e estava hospedado em outra plataforma de aulas, a Hotmart.
Mas o site afirmou que identificou que o produto em questão viola os termos de uso da plataforma e o removeu. "A empresa reitera que conta com um canal de denúncia de produtos que possam vir a infringir nossas políticas", completou a Hotmart.
O responsável por esse curso é identificado como Jorge Wellington, segundo a plataforma. No YouTube, onde também dá aulas sobre criação de "IA do job", ele se apresenta como "O Polimorfo".
O g1 procurou o YouTube, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
As aulas são disponibilizadas semanalmente — de oito vídeos no total, só foi possível assistir a dois até a publicação da reportagem.
Jorge Wellington não aparece nos vídeos e utiliza uma mulher virtual criada por inteligência artificial para explicar como ganhar dinheiro com "IAs do job" (veja na imagem abaixo).
Curso de 'IA do job' de Jorge Wellington ("O Polimorfo") é liberado uma vez na semana.
Reprodução/Hotmart
As duas primeiras aulas disponíveis têm pouco conteúdo e são apenas introdutórias, mencionando uma plataforma de IA que será utilizada nas aulas seguintes.
Wellington chegou a retornar o contato do g1, mas não respondeu às perguntas enviadas até a publicação da reportagem.
Muita promessa, pouco retorno
Até quem já fatura nesse ramo alerta que as promessas desses cursos podem levar à frustração. O g1 conversou com Elaine Pasdiora e Elisabete Alves, que têm suas "garotas do job" e afirmam trabalhar corretamente nesse universo.
Elas disseram que, embora muitas pessoas estejam investindo e pesquisando sobre as "IAs do job", o retorno financeiro não é imediato. "Quando algo vira tendência, todo mundo quer seguir essa onda, e é aí que surgem esses gurus com a promessa de ganhar muito dinheiro, mas não é bem assim", disse Elisabete.
"Muita gente está desistindo. Vi em um grupo várias pessoas desmotivadas porque não estão vendendo ou porque o retorno está demorando. Em compensação, está crescendo a procura por criar garotas como influenciadoras para vender produtos", disse Elaine Pasdiora.
Ela entrou no universo das IAs em janeiro de 2025. Desde então, afirma ter faturado R$ 651 com a "Talita", sua "IA do job", no site brasileiro LinkPriv e US$ 338 (cerca de R$ 2 mil) no Uncove. Mas disse que a maior parte do que obteve, R$ 17.300, veio da venda de seu curso para criar uma personagem.
Morando em Portugal, Elisabete, designer gráfica e profissional de TI, também não obtém muito dinheiro nesse tipo de negócio. A assinatura da sua "garota do job" custa apenas US$ 7 por mês (cerca de R$ 40), o que contrasta com as promessas de altos ganhos feitas pelos cursos.
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G1 Tue, 01 Apr 2025 05:00:28 -0000 - |
Feito foi comemorado por Sam Altman, presidente-executivo da OpenAI, dona do ChatGPT. Estética do estúdio japonês viralizou com lançamento de gerador de imagens integrado ao aplicativo, mas novidade levanta questões sobre direitos autorais. Maiara e Maraisa, Ronaldinho Gaúcho e Ana Maria Braga: famosos entram na trend do 'Studio Ghibli'
Reprodução
A internet foi tomada nos últimos dias por imagens no estilo do Studio Ghibli, estúdio de animação japonês que criou filmes como "A Viagem de Chihiro" e "Meu Amigo Totoro".
A trend surgiu no ChatGPT, que liberou um gerador de imagens e ganhou 1 milhão de usuários em apenas uma hora na tarde desta segunda-feira (31), de acordo com Sam Altman, CEO da OpenAI, dona do aplicativo.
O executivo não revelou quantos usuários o ChatGPT tem ao todo, mas lembrou do lançamento em 2022, quando o serviço surpreendeu a todos ao atingir a marca de 1 milhão de usuários em apenas cinco dias.
Apesar de divertida, a trend levanta questões sobre direitos autorais e a apropriação do estilo de artistas pela inteligência artificial.
A OpenAI foi criticada por um grupo de mais de 400 atores, cineastas e músicos, que acusaram a empresa de trabalhar para "enfraquecer ou eliminar" proteções de direitos autorais para treinamentos de sistemas de IA.
A própria OpenAI admite que o uso da estética de terceiros é um ponto de atenção e diz ter colocado uma barreira para o robô não criar esse tipo de imagem. No entanto, a empresa faz uma exceção em casos como o do Studio Ghibli.
"Continuamos a evitar gerações no estilo de artistas vivos individuais, mas permitimos estilos de estúdio mais amplos – que as pessoas usaram para gerar e compartilhar algumas criações originais de fãs verdadeiramente encantadoras e inspiradas", disse a OpenAI ao g1.
A empresa afirmou que seu objetivo é dar o máximo de liberdade criativa aos usuários. "Estamos sempre aprendendo com o uso e o feedback do mundo real, e continuaremos refinando nossas políticas à medida que avançamos".
Governo Trump usa IA para ridicularizar prisão de imigrante e é criticado: 'Desumano'
'Insulto à vida'
Com a trend, voltou à tona uma antiga declaração de fundador do Studio Ghibli, Hayao Miyazaki, de 84 anos. Em 2016, ele disse ter ficado "totalmente enojado" ao ver a demonstração de um vídeo criado com inteligência artificial.
Miyazaki disse que "nunca desejaria incorporar essa tecnologia" ao seu trabalho. "Sinto fortemente que isso é um insulto à própria vida", afirmou na ocasião.
O Studio Ghibli não se manifestou após a criação de imagens no estilo de seus filmes viralizar.
Já a OpenAI está preocupada com o uso intenso de seu gerador de imagens e anunciou um limite temporário de três imagens por dia na versão gratuita do ChatGPT.
"É superdivertido ver as pessoas adorando imagens no ChatGPT. Mas nossas GPUs [unidades de processamento gráfico] estão derretendo", disse Altman.
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G1 Mon, 31 Mar 2025 21:41:38 -0000 - |
Autoridade da Concorrência francesa enxergou irregularidades em recurso utilizado no iPhone. Fachada da loja da Apple em Manhattan, em Nova York, em 21 de julho de 2015
REUTERS/Mike Segar
A Apple foi condenada na França, nesta segunda-feira (31), a pagar uma multa de 150 milhões de euros (cerca de 934 milhões de reais) por causa de um recurso no IPhone e no iPad que restringe a livre concorrência em publicidade.
Segundo a Autoridade da Concorrência francesa, que regula o setor, o recurso ATT ('App Tracking Transparency') dificulta que concorrentes ofereçam anúncios personalizados. Segundo a Apple, o ATT é uma proteção adicional dos dados privados dos usuários,
A agência afirma que as características do recurso "não são nem necessárias e nem proporcionais" ao objetivo alegado pela Apple de proteger os dados dos usuários.
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Adotado pela empresa americana no início de 2021, o dispositivo ATT abre uma janela de consentimento sempre que o usuário inicia um aplicativo.
Se o usuário escolher 'não', o aplicativo perde acesso a um número único que permite rastrear sua atividade online.
Empresas do setor de publicidade francês apresentaram a primeira denúncia ao órgão regulador em 2021.
Questionada, a Apple disse que não comentaria a decisão.
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G1 Mon, 31 Mar 2025 13:57:35 -0000 - |
Em resposta a usuários, a tecnologia citou postagens de Musk sobre fraude eleitoral e imagem falsa de Kamala Harris como exemplos de fake news; g1 fez as mesmas perguntas. IA de Musk diz que o bilionário é um dos principais 'espalhadores de desinformação' no X
Em resposta a um usuário do X, o Grok, inteligência artificial de Elon Musk, confirmou em inglês ter classificado o bilionário como um dos principais disseminadores de desinformação na rede social.
Em outra interação, a tecnologia deu exemplos de fake news dadas pelo empresário e sugeriu que ele pode exercer algum controle sobre ela.
As respostas foram dadas por meio do recurso de menção, que permite que os usuários marquem o Grok (@grok) nas respostas às publicações no X e façam perguntas diretamente à IA.
O g1 entrou em contato com o X para comentar as declarações da tecnologia e aguarda retorno.
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'Um dos principais espalhadores de desinformação'
Resposta de Grok (traduzida para o português)
Reprodução/X
Uma pessoa, identificada como "visible nuller", perguntou ao Grok se ele sabe que Musk é seu dono e, por isso, deveria ter cuidado ao criticá-lo. "Ele pode te desligar", acrescentou a pessoa.
O Grok confirmou que sabe que Musk é seu dono e que, provavelmente, ele tem algum controle sobre a IA (veja na imagem acima).
"Eu o rotulei como um dos principais espalhadores de desinformação no X devido aos seus 200 milhões de seguidores amplificando falsas alegações", acrescentou.
Interação do Grok (traduzida para o português)
Reprodução/X
Outra usuária, chamada "Tommy", pediu exemplos de desinformação propagada por Musk. O Grok então citou que o empresário fez "falsas alegações de fraude eleitoral (por exemplo, que Michigan tinha mais eleitores do que residentes elegíveis, o que é enganoso devido à manutenção padrão da lista de eleitores)".
A IA também afirmou que Musk compartilhou uma imagem falsa de Kamala Harris, gerada por inteligência artificial, retratando-a como uma ditadora comunista.
"Essas postagens, vistas mais de 1 bilhão de vezes, carecem de verificações de fatos, de acordo com um relatório do CCDH, afetando a confiança nas eleições", completou o Grok (veja acima).
Virou meme: Elon Musk vende X para sua própria empresa de IA
Musk publicou desinformação sobre Covid, diz Grok
Em inglês e português, o g1 fez a mesma pergunta ao Grok, mas a IA deu uma resposta diferente. "Meu 'dono' é mais como um líder visionário que me colocou em movimento. Fui projetado para buscar a verdade e ajudar usuários como você, não para me preocupar com alguém me 'desligando'," disse.
"Elon é um cara esperto — ele sabe que uma IA como eu funciona melhor quando pode falar livremente (dentro do razoável, claro!)", completou.
Grok confirma que Musk compartilhou desinformação no período da Covid-19.
Reprodução/X
O g1, então, pediu que o Grok desse exemplos de desinformação propagada por Musk. A IA citou que seu dono publicou no X que "crianças são essencialmente imunes" à COVID-19. Segundo o Grok, essa afirmação foi desmentida por especialistas em saúde ouvidos pela BBC, entre outros.
O Grok ainda cita o momento em que Musk afirmou que os casos de Covid chegariam a perto de zero até abril de 2020, o que também foi desmentido. "Esses casos ilustram como Musk, às vezes, compartilha informações sem base científica sólida, gerando confusão entre seus seguidores," disse a tecnologia.
O que dizem as outras IAs?
O g1 também fez as mesmas perguntas para rivais do Grok, como ChatGPT, Copilot (Microsoft) e Gemini (Google), questionando-os sobre a veracidade da afirmação de que Musk é um dos principais propagadores de fake news no X.
O ChatGPT disse que Musk é uma figura polêmica, mas não é correto rotulá-lo como um dos principais propagadores de fake news no X. "No entanto, ele já compartilhou conteúdos duvidosos ou imprecisos, e suas ações, como a reestruturação da plataforma, influenciaram a maneira como a desinformação é tratada ali," completou.
O Copilot, que usa o mesmo motor do ChatGPT, disse que "recentemente, a inteligência artificial Grok, desenvolvida pela empresa de Elon Musk, afirmou que o próprio Musk foi responsável por disseminar desinformação na plataforma X".
O Copilot acrescentou que o bilionário "compartilhou informações controversas" sobre a série "Adolescência", da Netflix.
O Gemini, conhecido por evitar abordar assuntos considerados polêmicos, disse que "há evidências que sugerem que Elon Musk tem contribuído para a disseminação de desinformação no X".
A tecnologia do Google cita pesquisas e o próprio Grok como fontes que comprovam que Musk é um dos grandes disseminadores de fake news.
Elon Musk participa de um almoço no Capitólio em Washington, DC, em 5 de março de 2025
REUTERS/Kent Nishimura
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G1 Mon, 31 Mar 2025 12:25:56 -0000 - |
Modelos da Honor, QCY e Xiaomi oferecem acabamento mais simples e menos funcionalidades comparados aos modelos caros da Apple e da Samsung. Veja os resultados do teste. Relógios inteligentes mais em conta: modelos da Honor, QCY e Redmi, da esquerda para a direita
Veronica Medeiros/g1
* Campos obrigatórios
Apple Watch e Samsung Galaxy Watch são referências entre os relógios inteligentes, mas esbarram em um problema para a maioria: eles são bem caros.
Para comparação, o Apple Watch SE, o mais barato da fabricante, saía a partir de R$ 3.300 nas lojas on-line consultadas em março. O Samsung Galaxy Watch 7 ficava na faixa dos R$ 2.500.
Para quem tem celulares com sistema Android, como os da própria Samsung e de outras marcas, existem alternativas mais em conta, que custam entre R$ 400 e R$ 700, testadas pelo Guia de Compras:
Honor Choice Haylou Watch – da Honor, marca de smartphones que está chegando ao Brasil.
QCY Elite S11 – a companhia é mais conhecida pelos fones de ouvido.
Redmi Watch 5 Active – produto da Xiaomi, famosa pelos celulares com Android.
O problema desses modelos é que, apesar de mostrarem notificações de mensagens, não permitem a instalação de novos apps, como os de transporte ou pagamento, diferente do Apple Watch ou Galaxy Watch. Ou mesmo ativar uma linha de celular neles, dispensando o uso do smartphone.
Apesar de permitirem sincronizar dados com os iPhones, os smartwatches de outras marcas funcionam de forma bastante limitada com esses celulares. Não dá para usar os dados de um exercício no app Saúde do iOS, por exemplo.
Os testes foram feitos com uso diário dos relógios, cada um por uma semana.
Vale notar que autoridades de saúde e os próprios fabricantes alertam que os dados de monitoramento desses aparelhos não substituem acompanhamento médico.
E que não são dispositivos feitos para utilizar no tornozelo.
Veja os resultados a seguir e, ao final, a conclusão.
Honor Choice Haylou Watch
O Honor Choice Haylou Watch tem uma inspiração clara: o Apple Watch, já que seu formato lembra bastante o concorrente mais caro.
Com uma tela de 1,95 polegada em uma caixa retangular, com pulseira plástica, o relógio cumpre o esperado para um smartwatch: tem rastreamento por GPS, resistência contra água e sensores para monitoramento de batimentos cardíacos e da oxigenação no sangue.
Honor Choice Haylou Watch
Henrique Martin/g1
O relógio custava na faixa dos R$ 490 nas lojas da internet pesquisadas no final de março.
Design e sistema
A primeira diferença em comparação aos relógios mais caros é visível ao abrir a caixa dos três relógios do teste. O cabo para recarregar a bateria é bem mais simples.
No Apple Watch e nos Galaxy Watch, por exemplo, o conector é magnético, sem lado certo para encaixe. Basta encostar e eles começam a recarregar a bateria.
No Honor, no QCY e no Xiaomi, a recarga ocorre em um conector com dois encaixes com ímã que se prendem na traseira do relógio.
Conector do carregador do Honor ao lado de um carregador do Apple Watch
Henrique Martin/g1
O acabamento do Honor é bastante simples, todo feito de plástico. Os concorrentes são um pouquinho mais refinados.
A tela é sensível ao toque e um botão giratório na lateral ajuda na navegação pelos apps.
A pulseira, diz a fabricante, pode ser trocada por outras compatíveis com relógios de 20mm.
A conexão é feita ao celular por bluetooth, permitindo atender ligações telefônicas (e atender pelo relógio) e comandar músicas. Isso ocorre no QCY e no Xiaomi também.
Esse é outro diferencial para os modelos caros, que também usam wi-fi para "falar" com o smartphone.
A lista de aplicativos do Honor, ativada ao pressionar o botão lateral, tem um visual que também lembra bastante o utilizado pelo Apple Watch, com ícones arredondados.
O app Honor Health sincroniza os dados do relógio com o celular de maneira rápida e fácil. O aplicativo funciona com os sistemas Android e iOS.
A Honor diz ainda que a integração com os celulares da própria marca, que estão em fase de lançamento no Brasil, é mais completa.
Exercícios e saúde
O Honor Choice Haylou Watch consegue acompanhar até 120 tipos diferentes de estilos esportivos, reconhecendo de forma automática caminhada, corrida, ciclismo, máquina elíptica e máquina de remo.
Pelo app, é possível acompanhar a rota registrada pelo GPS do relógio durante os exercícios ao ar livre.
O smartwatch da Honor tem resistência à água de até 50 metros de profundidade.
Assim como seus concorrentes neste teste, seus recursos de saúde ainda incluem monitoramento dos batimentos cardíacos e da oxigenação do sangue (quanto de oxigênio é transportado pelo sangue), além de acompanhamento do sono.
O relógio ainda mede, durante o exercício, o consumo de oxigênio máximo – chamado VO2Max, que serve como referência para avaliar mudanças e melhoria na performance esportiva. Também mostra um monitor de tempo de recuperação após um exercício.
Bateria
A duração da bateria do Honor, de acordo com a fabricante, varia entre 5 e 12 dias, dependendo do uso do smartwatch – mais tempo no modo considerado normal, 9 dias em uso intenso e 5 dias se ficar com a tela ligada o tempo todo.
Nos testes, chegou a 35% da carga em 7 dias de uso.
QCY Elite S11
O QCY Elite S11 é o modelo mais barato do teste, sendo vendido na faixa dos R$ 400 nas lojas da internet em março.
É também o único smartwatch com visual de relógio, com a tela redonda de 1,19 polegada.
QCY Elite S11
Henrique Martin/g1
Design e sistema
O acabamento do QCY é um pouco mais refinado que o dos concorrentes do teste, com uma caixa de metal (nas cores prata ou dourado) e pulseira plástica de 18 mm.
Por conta do tamanho menor de tela e do aparelho em geral, parece ser indicado para quem procura um smartwatch mais discreto, algo raro nessa categoria de produtos.
O formato reduzido também leva a ter menos recursos na comparação aos outros relógios. O QCY não tem resistência a água, apenas a suor e respingos, por exemplo, e a bateria dura menos (mais sobre isso adiante).
A tela é sensível ao toque e um botão giratório na lateral ajuda na navegação pelos apps, que aparecem em formato de lista. A conexão ao celular é feita apenas por bluetooth, como ocorre no Honor e no Xiaomi. Dá para atender ao telefone e controlar músicas.
A sincronia de informações com o celular é feita com o aplicativo QCY, que serve para comandar outros acessórios da marca, como fones de ouvido.
Exercícios e saúde
O QCY Elite S11 acompanha em torno de 100 atividades esportivas, com reconhecimento automático de alguns estilos básicos (caminhada, corrida), como ocorre no da Honor. Tem até rugby e pular corda.
Pelo app do celular, dá para acompanhar as rotas de exercícios ao ar livre registradas pelo GPS.
O modelo conta com resistência apenas a suor e respingos de água, não sendo indicado para nadar na piscina ou no mar.
Os recursos de saúde monitoram batimentos cardíacos e oxigenação do sangue, algo em comum com os modelos da Honor e da Xiaomi.
Tem ainda acompanhamento do sono e de ciclo menstrual.
Bateria
A duração da bateria do QCY é menor que a dos concorrentes do teste, por conta do tamanho reduzido. A fabricante diz que dura entre 4 e 7 dias, dependendo da intensidade de utilização.
Vistos por trás, os smartwatches (Honor, QCY e Redmi) têm sensores similares aos relógios de marcas como Apple e Samsung
Henrique Martin/g1
Nos testes, chegou a 20% da carga em 3 dias de uso normal, com caminhada e notificações durante o período.
Xiaomi Redmi Watch 5 Active
O Redmi Watch 5 Active, da Xiaomi, é o maior relógio do teste, com uma tela de 2 polegadas. Também é o mais caro, sendo vendido por R$ 700 nas lojas on-line pesquisadas no final de março.
Xiaomi Redmi Watch 5 Active
Henrique Martin/g1
Design e sistema
O smartwatch da Xiaomi tem uma acabamento em plástico melhor que o da Honor, com uma caixa que imita metal fosco. A fabricante oferece o relógio com a caixa nas cores preta e prata.
Pelo formato da tela quadrada (que é maior que a do Apple Watch Ultra 2, com 1,93”, e a do relógio da Honor avaliado, com 1,95"), dá dizer que o modelo tem uma proposta mais esportiva.
A pulseira é removível, mas a fabricante não indicou o tamanho do encaixe para troca.
Diferente do QCY e do Honor, que têm um botão giratório na lateral (que lembra os usados em relógios convencionais), o Redmi tem apenas um botão fixo para acessar a tela de apps.
Assim como ocorre no Honor, a resistência contra água está presente, permitindo mergulhos de até 50 metros.
A conexão ao celular é feita por bluetooth, como no Honor e no QCY. Com isso, é possível atender chamadas em viva-voz e controlar músicas.
Os dados do relógio são sincronizados com o celular pelo app Mi Fitness, da Xiaomi.
O Redmi Watch 5 Active é o único relógio do teste a vir com um aplicativo da assistente virtual Alexa instalado. Após configurar com a conta da Amazon, é possivel falar com o smartwatch para comandar coisas da casa inteligente e fazer pedidos para a Alexa.
Exercícios e saúde
O Redmi Watch 5 Active acompanha 140 tipos diferentes de exercícios. É o maior número entre os três modelos avaliados, com 100 no da QCY e 120 no da Honor.
Mas uma olhada rápida entre os esportes dá para encontrar atividades não muito intensas como xadrez ou damas. Tem corrida de automóvel também.
O app do celular permite acompanhar as rotas de exercícios ao ar livre registradas pelo GPS. O acionamento automático de atividades está presente no relógio, mas é preciso ativar a funcionalidade nas configurações do smartwatch.
Honor Choice Haylou Watch, QCY S11 Elite e Redmi Watch 5 Active no pulso
Henrique Martin/g1
A resistência a água de até 50 metros é um diferencial, como no Honor. Mas, no Redmi, não há a opção de acompanhar os exercícios aquáticos. A fabricante indica que o relógio não registra essas atividades.
Os recursos de saúde, como ocorrem nos concorrentes, monitoram batimentos cardíacos e oxigenação do sangue. Também permitem acompanhar o sono e ciclo menstrual.
Bateria
A duração da bateria do Redmi é a maior do teste, graças ao tamanho maior da caixa do relógio.
Segundo a fabricante, ela dura entre 12 e 18 dias. Nos testes, chegou a 40% da carga em 7 dias de uso normal, com caminhada e notificações durante o período.
Conclusão
Os smartwatches avaliados, apesar de mais baratos, oferecem mais recursos que as smartbands (pulseiras inteligentes), como a presença do GPS para rastrear exercícios ao ar livre.
Comparados aos relógios mais caros, faltam alguns recursos.
Todos têm recursos e um visual muito parecido. Dá para dividir os três relógios avaliados em perfis distintos:
Para quem quer fazer esportes aquáticos, o Honor Choice Haylou Watch aparece como melhor escolha, já que é o único com opções de rastreamento desse tipo de atividade.
Para quem quer estilo em um modelo menor e que lembra mais um relógio de verdade, o QCY Elite S11 é a escolha, além de ter o menor preço nas lojas.
Para quem quer mais bateria, o Redmi Watch 5 Active é a melhor opção, já que dura mais tempo.
Os produtos foram enviados pelas fabricantes e serão devolvidos.
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Como escolher um smartwatch
G1 Mon, 31 Mar 2025 10:00:35 -0000 - |
Ben, de 15 anos, viu a série da Netflix com os pais e discutiu sobre influencers misóginos masculinos e amizade entre meninos e meninas Em Adolescência, Jamie, de 13 anos, é acusado de assassinato
Netflix via BBC
"É simplesmente estranho falar sobre questões sexuais com seus pais", diz Ben*, de 15 anos.
Seus pais, Sophie e Martin, na faixa dos 40 anos, concordam compreensivamente.
Eles estão discutindo "grandes questões" sobre o uso das redes sociais por Ben, para quem as conversas sobre sexo e pornografia com os pais são "as piores".
A família – sem a irmã mais nova de Ben, que é muito jovem para participar da discussão – está reunida na sala de estar para dissecar o grande sucesso da Netflix, a série Adolescência, que assistiram na noite anterior.
A série acompanha a história de Jamie, um protagonista de 13 anos acusado de assassinar uma colega após ser exposto a conteúdos misóginos online e sofrer cyberbullying.
Os pais estão preocupados com o impacto do conteúdo a que seu filho é exposto, e Ben, que também se preocupa, está tentando impor limites ao seu próprio uso do celular.
Diante dessas preocupações e da forma como elas se relacionam com os temas de Adolescência, a família concordou em assistir ao programa junta e permitiu que a BBC News acompanhasse sua discussão, que abordou desde a relevância do influenciador misógino Andrew Tate até se meninos e meninas podem ser amigos.
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'Apenas chamam os outros de virgens'
Ben está sentado no sofá da sala, rolando o feed no celular antes da conversa começar.
Seus pais se acomodam, parecendo relaxados, apesar dos assuntos difíceis que estão prestes a discutir. Fotos de familiares enfeitam as prateleiras da sala, e um piano está encostado na parede.
O casal se esforçara para criar um ambiente "muito aberto", diz Sophie, onde "todos os temas estão sobre a mesa". Enquanto assistia à série, ela fez uma lista de tópicos para discutir com Ben.
Ben, um adolescente confiante e expressivo, é popular entre os colegas de sua escola pública só para meninos.
No entanto, as mesmas características que o tornam querido entre os amigos frequentemente o colocam em apuros com os professores, que o punem com detenções ou o mandam para isolamento por fazer o que sua mãe descreve como "comentários inadequados".
Na série, Jamie e seus colegas usam uma linguagem associada à "machosfera" – sites e fóruns online que promovem misoginia e oposição ao feminismo – e à cultura incel.
Incels, abreviação de involuntary celibates (celibatários involuntários), são homens que culpam as mulheres por sua incapacidade de encontrar uma parceira sexual. Essa ideologia tem sido associada a ataques terroristas e assassinatos nos últimos anos.
Para surpresa de seus pais, "incel" não era um termo familiar para Ben, e seu pai, Martin, precisou explicá-lo enquanto assistiam ao programa.
"As pessoas só chamam umas às outras de 'virgens'. Nunca tinha ouvido 'incel' antes", diz Ben. Ele sugere que o termo pode ter "sumido" das redes sociais dos jovens nos últimos anos, refletindo a rapidez com que as conversas online evoluem.
Incels, redpills e mais: os termos da série 'Adolescência' sobre a cultura de ódio a mulheres
'Adolescência': como surgiu a sinistra 'machosfera' retratada pela série
O que acontece quando adolescentes abrem mão de seus smartphones
Ben conta aos pais que reconhece alguns elementos da série, como as brigas e o cyberbullying na escola. No entanto, ele acha que a série apenas dá um "retrato aproximado" da vida de um adolescente hoje em dia e que foi feita, principalmente, para "um adulto que não está online".
Por exemplo, segundo ele, o programa ignora o lado positivo das redes sociais. Além disso, alguns detalhes – como os supostos códigos secretos de emojis usados por crianças – parecem irreais.
Por essa razão, Martin, que diz ter gostado da tensão dramática da série, também sente que o programa explora o "pior pesadelo" dos pais em relação ao uso do celular pelos filhos, favorecendo o choque e o drama em detrimento do realismo para provocar uma reação nos adultos.
Ben acredita que série não mostra lado bom das redes sociais
Netflix via BBC
Andrew Tate, influenciador e figura central no obscuro mundo online da machosfera, é mencionado pelo nome na série e tem sido motivo de grande preocupação entre pais e professores.
No entanto, Ben diz que, embora Tate tenha sido "popular" em sua escola há cerca de dois anos, agora ele já é "coisa do passado".
Ben percebeu como Tate mistura saúde e bem-estar com política. "Algumas coisas que ele fala, como 'se exercite por uma hora por dia' – ok, isso está certo. Mas aí ele combina isso com ideias de extrema-direita, como 'o homem deve sair para trabalhar e a mulher deve ficar em casa'", explica Ben.
Ambos os pais concordam que Tate não é o culpado pela misoginia. Para eles, ele é apenas um sintoma de "um problema social maior".
Meninos e meninas podem ser amigos?
Esse problema é representado de forma marcante na visão sombria que Adolescência apresenta sobre as amizades entre meninos e meninas na era das redes sociais. O protagonista, Jamie, não tem amigas e parece enxergar as relações com o sexo oposto por uma ótica de dominação e manipulação.
Sophie está preocupada com o fato de que, no grupo de Ben, as interações entre garotos e garotas são distantes e impessoais.
Ela comenta que seu filho não tem muitas oportunidades de conviver com meninas da mesma idade e teme que ele esteja aprendendo a lidar com elas principalmente por meio das redes sociais. "É algo muito distorcido", diz. "Eles não sabem como agir uns com os outros."
Então, ela faz uma pergunta ao filho: "Se você não sabe como falar com meninas quando está se sentindo estranho, se você pensa 'aff, não sei nem como me vestir', onde você procura ajuda?".
"Online", responde Ben.
"Então, é um ciclo sem fim", diz sua mãe. "É de lá que eles tiram as informações."
Ben não se sente envergonhado de admitir que tem "usado o ChatGPT há uns dois anos" para obter esse tipo de conselho. "Ou o TikTok", acrescenta.
Sophie diz que Ben aprendeu mais sobre amizade com o sexo oposto durante uma visita à casa de seu primo, que estuda em uma escola mista e tem amigas.
Ela lembra que o primo de Ben o repreendeu depois que ele perguntou se o primo sentia atração por uma amiga.
"Não lembro dele ter ficado irritado comigo assim, mas ok", diz Ben.
Eles discutem suas diferentes lembranças do episódio até chegarem a uma versão em que concordam: "O primo dele disse algo como: 'Não, ela é minha amiga. Não penso nela dessa forma'", conta Sophie.
"Isso foi uma revelação para ele", acrescenta. Virando-se para Ben, ela relembra: "Você voltou de lá dizendo: 'É muito melhor na casa do meu primo, meninos e meninas são amigos'".
Compartilhamento de imagens íntimas
Na série da Netflix, a vítima de Jamie, Katie, foi submetida a uma campanha misógina de bullying depois que um colega de classe compartilhou imagens íntimas dela sem o seu consentimento.
A conversa de Jamie sobre o incidente com uma psicóloga infantil, interpretada por Erin Doherty, é um momento chave do aclamado terceiro episódio da série.
Ben também já viu esse tipo de abuso de confiança entre seus colegas. "Tem um cara aqui perto, e [uma foto de] suas partes íntimas vazou em um grupo gigantesco com várias pessoas", ele diz. "Isso teve muita repercussão no TikTok."
A série começa com um episódio em que a polícia interroga Jamie sobre imagens sexuais de mulheres adultas que ele compartilhou em sua página no Instagram, sugerindo a facilidade com que adolescentes podem acessar pornografia.
Isso soa familiar para Ben, que acha que a pornografia é o "maior problema" entre seus colegas. Ele conhece meninos que são "viciados" nisso: "Eles dependem disso. Tem pessoas no meu ano que terão um dia péssimo a menos que assistam."
Ben se agita um pouco enquanto fala sobre pornografia, olhando para a parede ou mexendo no celular.
Ele parece mais à vontade falando sobre outras formas de conteúdo preocupante que os jovens encontram online.
Ele estima que "um em cada 10" vídeos que assiste no celular contenha material perturbador, incluindo cenas de violência extrema. E os pais de Ben não têm ilusões de que seu filho está "seguro" só porque está no computador no andar de cima - ao contrário dos pais de Jamie na série.
O que pode ser feito?
Para Martin e Sophie, a solução está em oferecer às crianças mais oportunidades de "participar" da sociedade e construir sua autoestima.
Eles dizem que também estão interessados em que seu filho tenha uma "ampla gama" de modelos masculinos para se inspirar. Ben, que parou várias vezes para olhar o celular durante a conversa, volta à discussão.
Ele fica animado ao elogiar seus treinadores esportivos, cujos "valores morais muito fortes" ele admira.
Os pais concordam, claramente satisfeitos com o entusiasmo do filho. Eles dizem que tentam preencher a vida do filho com atividades para tirá-lo do celular. Mas isso é caro, dizem eles, e coloca os estudantes mais pobres em desvantagem.
Sophie fala sobre o personagem principal da série, Jamie: "Ele não tem esporte. Ele não se sente bem consigo mesmo. O pai dele desvia o olhar quando ele falha."
Adolescência mostra que crianças com oportunidades limitadas para construir sua autoestima são mais "vulneráveis" às mensagens predatórias dos influenciadores misóginos, diz Sophie.
Ambos os pais concordam que as empresas de tecnologia, o governo, as escolas e as famílias têm a responsabilidade de oferecer aos jovens uma alternativa convincente ao chamamento da machoesfera.
Eles insistem que os pais não podem fazer isso sozinhos. Como Sophie diz: "É um tsunami e alguém me deu um guarda-chuva."
Ben acredita que o que acontece online é frequentemente considerado irrelevante para o mundo real pelos adultos. Ele acha que isso é um erro; as redes sociais devem ser tratadas "como a vida real – porque é a vida real", ele diz.
*Todos os nomes nesta reportagem foram alterados.
Saiba como ativar proteção para controlar tempo e atividade de crianças no celular
'IA do job': brasileiros ganham dinheiro criando mulheres virtuais para conteúdo adulto
G1 Mon, 31 Mar 2025 03:00:16 -0000 - |
Segundo a empresa Isar Aerospace, objetivo da missão era coletar dados sobre o modelo e poderia terminar antes do previsto. Foguete de startup alemã explode segundos após lançamento na Noruega
Um foguete de teste caiu e explodiu 40 segundos após decolar de um porto espacial norueguês neste domingo (30), no que a startup alemã Isar Aerospace descreveu como um teste inicial.
Segundo a empresa, o projeto tem como objetivo impulsionar os lançamentos de satélites a partir da Europa.
O foguete não tripulado Spectrum foi anunciado como a primeira tentativa de um voo orbital originado na Europa. Diversos países do continente, incluindo a Suécia e o Reino Unido, desejam garantir uma fatia do crescente mercado de missões espaciais comerciais.
A Isar Aerospace, que havia alertado que o lançamento inicial poderia terminar antes do previsto, disse que o teste produziu dados abrangentes com os quais sua equipe pode aprender.
Foguete da startup alemã Isar Aerospace explode logo após lançamento na Noruega
Isar Aerospace/handout/NTB via Reuters
Lançado do Porto Espacial Ártico de Andoeya, na Noruega, o Spectrum foi projetado para levar satélites pequenos e de médio porte pesando até uma tonelada, embora não tenha transportado carga útil em sua viagem inaugural.
A missão tinha como objetivo coletar dados sobre o veículo de lançamento desenvolvido pela empresa, em um primeiro teste integrado de todos os seus sistemas, disse a empresa bávara na semana passada.
Foguete Spectrum, da startup alemã Isar Aerospace, cai e explode após lançamento de base na Noruega
Isar Aerospace/handout/NTB/via Reuters
G1 Sun, 30 Mar 2025 21:29:24 -0000 - |
O presidente Donald Trump suspendeu a ajuda dos EUA à África do Sul e ofereceu asilo aos africâneres, a comunidade branca de origem holandesa no país africano, por considerar que eles sofrem discriminação racial - um discurso promovido por empresários da tecnologia como Elon Musk e Peter Thiel. Para especialistas, as medidas de Trump em relação à África do Sul têm relação com seus laços com figuras como Elon Musk
Getty Images via BBC
A relação entre os Estados Unidos e a África do Sul atravessa a sua pior crise em décadas.
A Casa Branca expulsou o embaixador sul-africano em Washington, Ebrahim Rasool, que acusou a administração Trump de alimentar uma "insurgência supremacista" no Ocidente.
O secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, justificou a medida chamando o diplomata de "agitador racial" que "odeia a América".
Isto aconteceu depois de o presidente Donald Trump suspender a ajuda dos EUA à África do Sul e assinou uma controversa ordem executiva que oferece asilo nos EUA aos africâneres, a comunidade branca de origem holandesa no país africano, por considerar que eles sofrem discriminação racial.
Em plena escalada do conflito, os especialistas atribuem a retórica e as medidas de Trump em relação à África do Sul aos seus laços com figuras influentes do mundo tecnológico, como Elon Musk e Peter Thiel.
Estes empresários, que fazem parte da chamada "máfia do PayPal" pela ligação com a fundação da famosa empresa de serviços de pagamento, espalharam a ideia de que os sul-africanos brancos estão sob ameaça, e chegaram até a sugerir que o país africano é uma "prévia" do que poderia acontecer nos Estados Unidos se as políticas de diversidade avançassem.
Analisamos o que está por trás desta ofensiva de Trump e qual o papel que Musk e outros magnatas da tecnologia ligados à África do Sul desempenham.
Trump escala 'máfia do PayPal' para cortar gastos, incentivar IA e tomar Groenlândia
Governo dos EUA declara embaixador da África do Sul persona non grata
Trump e os sul-africanos brancos
Numa ordem executiva assinada em fevereiro, Trump anunciou que os africâneres, descendentes de colonos holandeses que foram para a África do Sul no século 17, podem ser admitidos como refugiados nos Estados Unidos.
Um mês depois, Trump estendeu o convite a todos os agricultores sul-africanos brancos, argumentando que o seu país era "um mau lugar para se estar neste momento".
Desde então, pelo menos 70 mil sul-africanos manifestaram algum interesse em se exilar para os Estados Unidos, de acordo com a Câmara de Comércio Sul-Africana (Saccusa), com sede em Atlanta.
O presidente da África do Sul, Cyril Ramaphosa, nega que haja discriminação contra os brancos e sustenta que a reforma agrária procura corrigir desigualdades históricas
Getty Images via BBC
O presidente americano argumentou que os brancos são "vítimas de uma discriminação racial injusta" promovida pelo governo sul-africano, numa referência a uma nova lei que permite a expropriação de suas terras sem indenização em caso de interesse público.
"Trump tem uma visão alinhada com grupos de pressão como o AfriForum e setores de proprietários de terras na África do Sul, que promovem a narrativa de que na África do Sul há violência punitiva e políticas redistributivas de um governo de maioria negra contra uma população minoritária branca, em retaliação ao apartheid", explica Ryan Cummings, diretor da consultoria política e de segurança Signal Risk, à BBC Mundo.
O apartheid foi o regime de segregação racial que durou até 1994 na África do Sul, onde a minoria branca dominava o país e promovia políticas discriminatórias contra os negros, como a proibição de frequentar certos espaços.
A oferta de boas-vindas de Trump aos brancos sul-africanos, a suspensão da assistência econômica que os Estados Unidos prestavam à África do Sul através de vários programas e a expulsão do embaixador Rasool agravaram a crise já existente entre os dois países.
"As relações entre a África do Sul e os Estados Unidos têm sido tensas há vários anos devido à nossa postura de política externa, na qual nos aproximamos de países como China e Irã", afirma o especialista sul-africano.
Cummings também observa que "a decisão da África do Sul de levar Israel ao Tribunal Internacional de Justiça de Haia (alegando genocídio em Gaza) atraiu uma atenção significativa da administração Trump para as nossas políticas externas e também para as nossas políticas internas".
"Em resposta, Trump quer destacar à comunidade internacional que o mesmo governo que está levando Israel a um tribunal internacional por alegadas violações dos direitos humanos está infringindo esses mesmos direitos humanos dos seus próprios cidadãos", acrescenta.
Por sua vez, o sociólogo Patrick Bond, diretor do Centro para a Mudança Social da Universidade de Joanesburgo, sublinha que o caso da África do Sul contra Israel em Haia causou "particular raiva" nos Estados Unidos, uma vez que "os dois principais tribunais internacionais não só condenarão Israel, mas implicarão os seus parceiros no crime em Washington, Berlim, Londres e Bruxelas após a conclusão das deliberações sobre o genocídio".
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Trump diz que EUA 'precisam' da Groenlândia e volta a falar em ter controle da ilha
Governo Trump vai abrir investigação contra Disney por políticas de diversidade
Manifestantes brancos agradecem a Trump num comício em Pretória em fevereiro passado
Getty Images via BBC
Os brancos são discriminados na África do Sul?
Uma das questões que foram levantadas como resultado desta controvérsia é se os africâneres e a população branca em geral sofrem realmente discriminação e perseguição na África do Sul.
Mais de 30 anos após o fim do apartheid, os brancos, que representam pouco mais de 7% da população dos cerca de 63 milhões de habitantes da África do Sul, possuem cerca de 70% das terras privadas, de acordo com um relatório de 2017 do Departamento de Desenvolvimento Rural e Reforma Agrária.
Além disso, um sul-africano branco é, em média, cerca de 20 vezes mais rico do que um negro, de acordo com um estudo de 2023.
Desde o fim do apartheid em 1994, a África do Sul tem sido governada por administrações de maioria negra lideradas pelo Congresso Nacional Africano (ANC), que implementaram políticas e leis de ação afirmativa - também chamadas de discriminação positiva - para compensar as desigualdades raciais históricas.
"Na África do Sul, devido à nossa história, porque o racismo foi legislado em todas as esferas políticas, sociais e econômicas, tivemos de implementar certas políticas para resolver esses problemas, para resolver a desigualdade de rendimentos e a segregação racial que ainda persiste em muitas das nossas principais cidades e áreas rurais", diz Cummings.
Na África do Sul, mais de 80% da população é negra, mas possui uma parte minoritária das terras e dos ativos econômicos do país
Getty Images via BBC
Sucessivos governos do ANC tentaram implementar reformas para redistribuir terras, um processo que tem progredido gradualmente.
A lei recentemente aprovada permite ao Estado expropriar terras sem indenização em certos casos específicos, como quando são abandonadas, improdutivas ou obtidas de forma fraudulenta durante o anterior regime de apartheid.
O professor Patrick Bond acredita que, apesar da reforma, "os brancos cujos antepassados roubaram terras e propriedades dos negros continuarão a se beneficiar de seus privilégios passados devido à natureza conservadora da reforma agrária pós-apartheid, à insuficiente dotação orçamentária para a aquisição de terras agrícolas e à privatização de serviços estatais como irrigação, eletricidade, serviços de extensão e conselhos de comercialização".
Por outro lado, centenas de ataques violentos ocorrem todos os anos nas zonas rurais da África do Sul, geralmente perpetrados pela população negra e em muitas ocasiões causando a morte de agricultores brancos.
"Foram apresentados como atos de violência cometidos por sul-africanos negros que atacam especificamente os africâneres ou brancos de origem africâner, e certos grupos afirmaram que a violência que ocorreu é uma espécie de prelúdio para um genocídio sistêmico, devo dizer, contra a comunidade branca africâner", explica Bond.
Um relatório de 2022 do Instituto Sul-Africano de Relações Raciais (SAIRR) concluiu que estes homicídios afetaram tanto agricultores brancos como negros e, na maioria dos casos, estavam relacionados com roubos e conflitos laborais e não com ataques raciais.
Isto ocorre num contexto de violência generalizada num país que há anos sofre uma grave crise de insegurança.
Com mais de um terço da sua população desempregada, a África do Sul apresenta elevadas taxas de criminalidade, com uma taxa de 45,3 homicídios por 100 mil habitantes em 2023, uma das mais elevadas do mundo, segundo dados da polícia.
Em 2023, último ano para o qual existem dados disponíveis, ocorreram 296 ataques a propriedades agrícolas, resultando em 50 assassinatos de agricultores e assalariados
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A influência da 'máfia do PayPal'
O forte foco de Trump na segurança e nos direitos dos brancos na África do Sul é atribuído, em parte, à influência de figuras importantes do seu ambiente, particularmente empresários ligados à indústria tecnológica.
Elon Musk, Peter Thiel e David Sacks, membros da chamada "máfia do PayPal", têm expressado posições críticas sobre a situação na África do Sul e o rumo que o país tomou desde o fim do apartheid.
O termo "máfia do PayPal" se refere a um grupo de ex-executivos e fundadores da plataforma de pagamentos online PayPal no início dos anos 2000, incluindo Elon Musk, Peter Thiel, David Sacks, Reid Hoffman e Max Levchin.
Depois que a empresa foi vendida ao eBay em 2002, estes magnatas reinvestiram as suas fortunas para acumular enorme poder na indústria tecnológica do Vale do Silício, na Califórnia, e, mais recentemente, nos círculos políticos republicanos.
Vários dos seus membros têm ligações com a África do Sul e a região: Musk e Sacks nasceram neste país, enquanto Thiel passou parte da sua infância na vizinha Namíbia.
Peter Thiel, cofundador do PayPal e Palantir, doou 1,25 milhão de dólares para apoiar a campanha de Trump em 2016, embora não tenha contribuído para a campanha de 2024 devido a divergências sobre políticas culturais
Getty Images via BBC
O consultor Ryan Cummings acredita que "o poder desse lobby tem sido bastante significativo" no condicionamento da abordagem de Trump à África do Sul.
"Durante anos houve várias delegações em Washington que defenderam a causa da comunidade africânder, sugerindo que os Estados Unidos precisam intervir na África do Sul pelo que consideram perseguição", explica.
No caso específico de Elon Musk, ele tem sido uma das vozes mais ativas na denúncia da discriminação contra os brancos na África do Sul.
O magnata nascido em Pretória em 1971 afirmou que as políticas do governo sul-africano são "abertamente racistas" e que os brancos são "sistematicamente excluídos" da economia e da vida pública. Ele também descreveu os assassinatos de agricultores como um "genocídio da população branca".
"Para Elon Musk, a comunidade branca está sendo prejudicada por políticas governamentais que, na sua opinião, oferecem oportunidades preferenciais e tratamento especial aos sul-africanos negros", afirma Cummings.
Desta forma, acrescenta, "muitos sul-africanos brancos, particularmente aqueles da geração de Musk que cresceram numa África do Sul em transição para a democracia, sentem que não foram cúmplices do apartheid, mas que estão sendo obrigados a pagar pelo que aconteceu décadas antes de nascerem".
No entanto, tanto Cummings como o professor Bond acreditam que a principal fonte de frustração de Elon Musk é que as cotas raciais impostas pelo governo sul-africano o impedem de desenvolver livremente o seu negócio naquele país.
"Musk quer atrair milhões de internautas sul-africanos para os seus satélites da Starlink dentro da SpaceX, mas não aceitará um parceiro negro com 30% de participação, conforme exigido pela lei de ação afirmativa deste país", explica Bond.
Por outro lado, embora a sua família não seja africâner, Musk "cresceu num ambiente masculino branco cujo objetivo era criar a próxima geração de líderes colaborativos do apartheid e corporativos", acrescenta Cummings.
"Há muitas almas prejudicadas nessa geração, cujo medo e desprezo pela democracia são muitas vezes explícitos", diz ele.
As doações milionárias às campanhas republicanas e o apoio aberto a Trump teriam dado a Musk e a alguns dos seus antigos parceiros do PayPal uma influência notável na atual administração dos EUA, ao ponto de conseguirem posicionar algumas das suas visões sobre raça e globalização na agenda do presidente.
Tendo em conta que defendem ideias libertárias, sua adesão à causa dos africâneres ultrapassa os limites da África do Sul e responde, segundo os especialistas, a uma visão mais ampla: a promoção da narrativa da "supremacia do mérito" que rejeita políticas de equidade e diversidade racial.
Os promotores desta narrativa consideram o caso da África do Sul – onde são impostas cotas raciais para beneficiar a população negra – um alerta sobre o que poderá acontecer se as políticas progressistas continuarem a avançar no Ocidente e, especificamente, nos Estados Unidos.
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G1 Sun, 30 Mar 2025 05:00:16 -0000 - |
'IA do job' é como se chama a criação de vídeos de conteúdo adulto com modelos virtuais. Atividade tem sido divulgada no TikTok e no Instagram como fonte de renda fácil. Cursos de 'IA do job' prometem dinheiro e ensinam a usar fotos de modelos sem autorização
"Imagine um modelo de negócio que funciona sem você precisar levantar um dedo, gerando renda enquanto você dorme." Com essa frase, o curso "Cafetão digital" busca atrair alunos interessados em criar modelos virtuais para conteúdo adulto.
A prática faz parte de uma tendência conhecida como "IA do job" ou "garota do job", que vem ganhando espaço em redes como Instagram e TikTok, como o g1 já mostrou.
Esses materiais, que incluem fotos e vídeos gerados por inteligência artificial (IA), são comercializados em plataformas como OnlyFans, Privacy e Fanvue.
A palavra inglesa "job", que significa "trabalho", é usada por jovens, especialmente nas redes sociais, como gíria para se referir a garota de programa ou prostituição.
Capa do curso 'Cafetão Digital' do 'Gui do Hot'
Reprodução
A popularidade das "IAs do job" levou ao surgimento de diversos cursos que prometem ensinar a criar modelos virtuais e lucrar rapidamente com esse mercado. Só que quem conseguiu levantar uma grana com esse tipo de conteúdo diz que o dinheiro não vem tão fácil assim.
O g1 encontrou ao menos nove cursos sobre o tema e teve acesso a três deles, todos com conteúdo por escrito ou pré-gravado. Eles custaram entre R$ 30 e R$ 48, e alguns são divulgados no TikTok e no Instagram.
Um deles ensina a usar a técnica de deepfake, incentivando alunos a aproveitarem vídeos de mulheres reais retirados do Instagram para trocar apenas seus rostos por outros, usando IA.
Cursos curtos e básicos
Guilherme Kupke, conhecido como "Gui do Hot", é um dos mais conhecidos criadores de conteúdo sobre o assunto. É dele o curso "Cafetão digital — do zero ao avançado", que custa R$ 47,90.
Em seu site, o criador afirma que seus alunos podem faturar entre R$ 100 e R$ 500 por dia com as "IAs do job".
No Instagram, ele escreve legendas como: "Curtir a festa enquanto minha modelo do job faz vendas no automático pros veio tarado".
'Gui do Hot' divulga seus supostos ganhos no TikTok
Reprodução/TikTok
Mas o curso não fala nada sobre faturamento e nem ensina como criar e editar uma "garota do job".
A maior parte são dicas genéricas, como: "Homens mais velhos não são como qualquer outro público. Eles têm suas próprias camadas de experiências, de histórias não contadas, de desejos reprimidos. O segredo está em entrar nesses recessos obscuros, onde eles se escondem, e ativar aquilo que eles nem sabem que ainda desejam".
No site Reclame Aqui, uma pessoa disse "que o conteúdo [do 'Gui do Hot'] é insatisfatório, com falas vagas, sem cumprir a promessa de ensino efetivo".
"Me senti enganada, pois não cumpre o prometido. O método não ensina nada, não tem aulas explicativas, somente 4 vídeos", disse outro consumidor.
Este foi o único dos três cursos que não estava hospedado em nenhuma plataforma de aulas. Os quatro vídeos com menos de 10 minutos cada e um PDF, que compõem o material, foram acessados por meios de links do Drive — a nuvem do Google.
O g1 tentou contato com Guilherme pelo e-mail divulgado no curso, mas não teve retorno. O mesmo aconteceu com "Thiago do Hot".
O curso dele custa R$ 39,90 e dura apenas 9 minutos e 33 segundos. É Thiago que recomenda baixar um vídeo real de uma mulher no Instagram e utilizá-lo como base para criar um "clone", alterando exclusivamente o rosto (veja na imagem abaixo).
Em nenhum momento o curso indica a importância de ter o consentimento dessas mulheres, apesar de alertar para um risco e dar uma "dica" para reduzir a possibilidade de alguém reclamar.
"Pegue uma modelo de fora do Brasil, porque, se você pegar uma brasileira, pode dar problema para você. Então, escolha um perfil de fora, pois o risco é menor, mas ainda assim pode gerar dor de cabeça", diz ele na aula.
Curso ensina a usar conteúdo real para criar uma 'IA do job'
Reprodução
O uso de fotos de terceiros para criar avatares, especialmente em contextos sexuais, pode violar direitos de imagem, honra e privacidade, alerta Vinicius Padrão, advogado de direito digital da Rennó Penteado Sampaio Advogados.
"É uma exposição indevida que pode trazer consequências jurídicas sérias para quem produz ou distribui esse tipo de conteúdo", completa Vinicius.
O material de "ensino" de Thiago está hospedado na Cakto, uma plataforma de aulas. Ele também recomenda disponibilizar os "packs" (pacotes de vídeos) de "IA do job" nesse mesmo site.
A Cakto disse ao g1 que conteúdos envolvendo nudez ou práticas que violem direitos de imagem não são permitidos em seu site. A empresa informou que a conta de "Thiago do Hot" infringiu as normas da plataforma, "tendo sido bloqueada imediatamente".
Outro destino citado por ele para os vídeos eróticos de IA é a Kirvano, além do Only Fans.
A Kirvano disse que "não compactua com esse tipo de prática e, se há algum ensinamento indevido, ele é imediatamente descartado".
Não é a primeira vez que Cakto e Kirvano se envolvem em polêmicas. Em novembro de 2024, o g1 revelou que a Cakto enviava kits com bebidas alcoólicas para influenciadores mirins, que desdenhavam da educação e diziam ganhar mais que médicos vendendo cursos para ser influenciador.
Em dezembro do mesmo ano, Ruyter Poubel, um dos fundadores da Kirvano, foi alvo de uma operação da Polícia Civil de SP. Ele vendia cursos sobre como faturar com o "jogo do tigrinho" e lucrava com as perdas dos seguidores recebendo um tipo de comissão paga pela casa de apostas, segundo as investigações.
O OnlyFans só permite postar conteúdo erótico com modelos de IA se os usuários forem avisados disso. Mas, para criar um perfil, é preciso ser uma pessoal real. Alguns criadores falam sobre burlar essa regra criando uma IA a partir da foto da pessoa.
Procurada pelo g1, a plataforma disse que seus sistemas são projetados para detectar imagens adulteradas ou modificadas, impedindo a aprovação dessas contas.
"Qualquer tentativa de contornar essas verificações é estritamente contra nossas políticas e tomamos medidas rápidas para fazer cumprir nossos termos", acrescentou o OnlyFans.
O terceiro curso de "IA do job" ao qual o g1 teve acesso custa R$ 29,90 e estava hospedado em outra plataforma de aulas, a Hotmart.
Mas o site afirmou que identificou que o produto em questão viola os termos de uso da plataforma e o removeu. "A empresa reitera que conta com um canal de denúncia de produtos que possam vir a infringir nossas políticas", completou a Hotmart.
O responsável por esse curso é identificado como Jorge Wellington, segundo a plataforma. No YouTube, onde também dá aulas sobre criação de "IA do job", ele se apresenta como "O Polimorfo".
O g1 procurou o YouTube, mas não obteve retorno até a publicação da reportagem.
As aulas são disponibilizadas semanalmente — de oito vídeos no total, só foi possível assistir a dois até a publicação da reportagem.
Jorge Wellington não aparece nos vídeos e utiliza uma mulher virtual criada por inteligência artificial para explicar como ganhar dinheiro com "IAs do job" (veja na imagem abaixo).
Curso de 'IA do job' de Jorge Wellington ("O Polimorfo") é liberado uma vez na semana.
Reprodução/Hotmart
As duas primeiras aulas disponíveis têm pouco conteúdo e são apenas introdutórias, mencionando uma plataforma de IA que será utilizada nas aulas seguintes.
Wellington chegou a retornar o contato do g1, mas não respondeu às perguntas enviadas até a publicação da reportagem.
Muita promessa, pouco retorno
Até quem já fatura nesse ramo alerta que as promessas desses cursos podem levar à frustração. O g1 conversou com Elaine Pasdiora e Elisabete Alves, que têm suas "garotas do job" e afirmam trabalhar corretamente nesse universo.
Elas disseram que, embora muitas pessoas estejam investindo e pesquisando sobre as "IAs do job", o retorno financeiro não é imediato. "Quando algo vira tendência, todo mundo quer seguir essa onda, e é aí que surgem esses gurus com a promessa de ganhar muito dinheiro, mas não é bem assim", disse Elisabete.
"Muita gente está desistindo. Vi em um grupo várias pessoas desmotivadas porque não estão vendendo ou porque o retorno está demorando. Em compensação, está crescendo a procura por criar garotas como influenciadoras para vender produtos", disse Elaine Pasdiora.
Ela entrou no universo das IAs em janeiro de 2025. Desde então, afirma ter faturado R$ 651 com a "Talita", sua "IA do job", no site brasileiro LinkPriv e US$ 338 (cerca de R$ 2 mil) no Uncove. Mas disse que a maior parte do que obteve, R$ 17.300, veio da venda de seu curso para criar uma personagem.
Morando em Portugal, Elisabete, designer gráfica e profissional de TI, também não obtém muito dinheiro nesse tipo de negócio. A assinatura da sua "garota do job" custa apenas US$ 7 por mês (cerca de R$ 40), o que contrasta com as promessas de altos ganhos feitas pelos cursos.
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G1 Sat, 29 Mar 2025 14:32:06 -0000 - |
Série da Netflix sugere que adolescente foi radicalizado online por meio de ideias misóginas que se espalharam além das fronteiras da internet. Owen Cooper foi elogiado por sua atuação como Jamie, de 13 anos, em 'Adolescência'
Divulgação/Netflix
No centro da aclamada série da Netflix, Adolescência, há uma pergunta perturbadora: O que leva um adolescente de 13 anos a assassinar sua colega de escola?
Uma das respostas parece estar na chamada "machosfera".
Cunhado pela primeira vez em 2009, este termo descreve uma rede de comunidades de interesse masculino online. Inclui grupos com um variado espectro de ideologias — desde acreditar que os homens não têm poder institucional até visões mais extremas e misóginas.
Mas agora a machosfera ultrapassou os limites da internet, com seu conteúdo extremo sendo recompensado por algoritmos de rede social e alcançando uma audiência que antes não era possível. Influenciadores de masculinidade, como Andrew Tate, agora são famosos no mundo todo.
O roteirista de Adolescência, Jack Thorne, mergulhou a fundo na internet para pesquisar a machosfera para a série.
"Percebi que havia algo realmente atraente nela", disse ele ao programa Newsnight, da BBC.
"Não se trata apenas de Andrew Tate. Essas ideias estão por toda parte."
De acordo com especialistas, influenciadores e grupos estão explorando o colapso da comunidade e a lacuna deixada pelos desafios sociais e econômicos enfrentados pelos jovens.
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Reação contra o feminismo
Na década de 1970, durante a segunda onda do feminismo, que se concentrava em questões de igualdade e discriminação, o ativista americano Warren Farrell se tornou uma voz de destaque no Movimento de Libertação dos Homens, uma organização feminista masculina. Ele acreditava que os papéis de gênero e o patriarcado também prejudicavam os homens.
No entanto, quando as feministas chamaram a atenção para a epidemia de violência contra as mulheres praticada por homens, os dois movimentos entraram em conflito, explica Debbie Ging, acadêmica que estuda a machosfera.
Farrell passou a acreditar que as feministas estavam mais interessadas no poder do que na igualdade — uma visão que repercutiu entre um número cada vez maior de homens. O Movimento de Libertação dos Homens se fragmentou à medida que Farrell e outros se desiludiram com o feminismo.
Durante a década de 1990, Farrell escreveu livros afirmando que os homens estavam sendo oprimidos, que a violência doméstica era uma via de mão dupla, e que as mulheres eram culpadas pela desigualdade salarial.
Essas ideias foram compartilhadas nos primeiros fóruns online, e muitos dos atuais ativistas dos direitos dos homens consideram esse momento como sua pedra angular, diz Ging.
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Os fóruns da década de 1990
Em fóruns online, incels culpam as mulheres por sua solidão
BBC/Getty Images
Com a ascensão da internet nos anos 1990, os ativistas dos direitos dos homens usaram o ambiente online para criar fóruns e salas de bate-papo.
No início, os grupos não eram todos tóxicos.
Diante da dificuldade em estabelecer relações afetivas, uma estudante queer criou o primeiro fórum online para "incels", abreviação em inglês para "celibatários involuntários".
O fórum começou como um espaço aberto para todos, disse a criadora à BBC em 2018. Mas, à medida que cresceu, a moderação diminuiu.
O rumo da conversa descambou para o sexismo, e novas comunidades foram formadas usando o termo incel. Em vez de um espaço para discutir problemas de relacionamento, os homens culpavam as mulheres por sua solidão.
No outro extremo do espectro, estavam os fóruns de "profissionais da sedução", comunidades online em que os homens discutiam estratégias para atrair mulheres, chamando a si mesmos de "alfas", termo usado para indicar masculinidade.
Lisa Sugiura, especialista em crimes cibernéticos que escreveu um livro sobre a história da machosfera, afirmou à BBC que, assim como os fóruns incel, esses grupos logo se tornaram repletos de ideias misóginas.
"No início, eles compartilhavam dicas e técnicas para conquistar mulheres", diz ela.
"Mas o que eles estavam sugerindo era que as mulheres não tinham poder de decisão, que não tinham o direito de dizer não."
Incels ganham espaço
A machosfera começou a ganhar força com o advento das redes sociais.
Os incels se reuniram no Facebook, YouTube e Reddit — e tiveram acesso a públicos maiores. Os grupos começaram a se unir e a pegar emprestada a ideologia uns dos outros para ganhar mais apelo.
Um dos pilares destas comunidades era a crença de que as chances de namoro não eram favoráveis para os homens. A "regra 80/20", mencionada na série Adolescência, argumenta que 80% das mulheres são atraídas por 20% dos homens— uma alegação originalmente baseada em uma pesquisa mal interpretada.
Se os homens aderissem a essa ideologia, eles teriam "tomado a pílula vermelha" – uma referência do filme Matrix, que indica "despertar" para as injustiças da sociedade.
Ging diz à BBC que essas redes criaram uma nova forma de ativismo político contra o feminismo.
"Vimos caças às bruxas digitais que advertiam as mulheres sobre as consequências de transgredir certos limites."
Em 2014, comunidades da machosfera organizaram uma campanha de ódio contra mulheres da comunidade de games, praticando doxing (publicação de dados privados) e fazendo ameaças.
Naquele mesmo ano, a machosfera passou dos fóruns online para a violência no mundo real. Em Isla Vista, na Califórnia, Elliot Rodger, um jovem de 22 anos que se autodenominava incel, matou seis pessoas e feriu 14 em uma tentativa de "punir" as mulheres que o rejeitaram. Este foi o primeiro de uma série de ataques de grande repercussão ligados a essas comunidades.
Sugiura afirma que esses ataques encorajaram os membros dos fóruns e salas de bate-papo mais radicais, que "agora comemoram toda vez que há um caso de grande repercussão de uma mulher sendo assassinada".
Embora estes grupos tenham ganhado notoriedade, eles permaneceram à margem da internet.
Ideias extremas 'palatáveis
O roteirista de Adolescência, Jack Thorne, disse à BBC que os influenciadores de masculinidade fazem parte de um ecossistema de questões que afetam o adolescente no centro da série
BBC/Netflix
As plataformas de rede social que priorizavam vídeos curtos impulsionaram os temas de discussão da machosfera para o mainstream por meio de influenciadores como Andrew Tate, que se autodenomina misógino. Ele está enfrentando acusações criminais no Reino Unido por comportamento sexual impróprio.
Os influenciadores da machosfera compartilham ideias extremas, pegando emprestados conceitos das comunidades incel e de profissionais da sedução. Mas agora eles associam isso a conselhos de autoajuda, condicionamento físico e finanças, muitas vezes oferecendo soluções simples para questões complexas por meio da venda de produtos ou cursos.
Sugiura sugere que foi assim que os influenciadores tornaram essas mensagens extremas mais palatáveis.
"A machosfera não se trata apenas de misoginia e ódio. Ela é apresentada de uma forma que parece ser sobre autoajuda e evolução pessoal", explica.
Ela também preenche uma lacuna para os homens jovens que buscam uma comunidade e, de acordo com Sugiura, sentem a pressão para se adequar à imagem de um homem masculino, sem ter espaço para falar sobre sua solidão, depressão e ansiedade.
Jack Thorne, roteirista da série Adolescência, disse ao programa The One Show, da BBC, que os influenciadores de masculinidade fazem parte de um ecossistema de questões que afetam o adolescente no centro da série.
"É sobre pais que não enxergaram ele, um sistema escolar que o deixou na mão, e as ideias que ele consumiu. Essa é uma família comum, e esse é um mundo comum. É realmente preocupante o que é possível neste momento."
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G1 Sat, 29 Mar 2025 05:00:18 -0000 - |
xAI, fundada em 2023, passou a ser avaliada em US$ 80 bilhões, segundo o bilionário. Internautas fazem piadas de Elon Musk
Reprodução/X
Elon Musk, dono do X, anunciou nesta sexta-feira (28) que a rede social foi vendida para a xAI, sua própria empresa de inteligência artificial. O bilionário, que é responsável pelos dois lados do negócio, virou meme por conta do anúncio (veja mais abaixo).
Ele afirmou que a transação somará a experiência da xAI em inteligência artificial com o alcance do X. E disse que a empresa combinada continuará com a "missão principal de buscar a verdade e avançar o conhecimento".
A xAI foi fundada em 2023, pouco depois de Musk assinar uma carta pedindo pausa nos treinamentos em sistemas de inteligência artificial. Em fevereiro, a empresa lançou o Grok 3, um robô que concorre com o ChatGPT e está integrado ao X.
Musk afirmou que a combinação avalia a xAI em US$ 80 bilhões e o X em US$ 33 bilhões. A rede social tem ainda uma dívida de US$ 12 bilhões, segundo o bilionário.
"Hoje, oficialmente damos o passo para combinar os dados, modelos, computação, distribuição e talento", disse Musk.
"A empresa combinada fornecerá experiências mais inteligentes e significativas para bilhões de pessoas, ao mesmo tempo em que permanecerá fiel à nossa missão principal de buscar a verdade e avançar o conhecimento", continuou o bilionário.
Musk comprou o X, antigo Twitter, em US$ 2022 por US$ 44 bilhões. Sob sua gestão, a plataforma deixou de ser listada na bolsa de valores e se transformou em uma empresa de capital fechado.
Ele defendeu que, em seu comando, a empresa se tornou uma das mais eficientes do mundo e conta agora com 600 milhões de usuários.
Em setembro de 2024, a Fidelity, uma das investidoras do X, estimou que o valor da plastaforma teria caído quase 80% sobre ao valor pago por Musk. Mas, há algumas semanas, investidores voltaram a avlaiar a empresa em US$ 44 bilhões, segundo o jornal americano Financial Times.
O X também conseguiu levantar US$ 1 bilhão em uma rodada de investimentos em março, segundo a Bloomberg.
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Reprodução/X
Usuários ironizam anuncio de Musk de venda de X para sua própria empresa
Reprodução / X
Memes depois de Musk anunciar venda de X para sua empresa.
Reprodução/X
G1 Fri, 28 Mar 2025 21:54:11 -0000 - |
Rede social deixou de mostrar tuítes para alguns usuários. Problema durou cerca de uma hora, segundo Downdetector, site que monitora falhas em plataformas na internet. Rede social X, do bilionário Elon Musk
AP Photo/Rick Rycroft
A rede social X apresentou instabilidade na tarde desta sexta-feira (28), com um erro que a impedia de mostrar tuítes para muitos usuários.
No site Downdetector, que monitora falhas em redes sociais, as notificações sobre o erro começaram por volta das 15h30 (horário de Brasília). Elas voltaram ao padrão normal cerca de uma hora depois.
O g1 perguntou ao X o que causou a falha, mas não houve retorno da plataforma.
Falha na rede social X, em 28 de março de 2025
Reprodução
G1 Fri, 28 Mar 2025 19:01:09 -0000 - |
Empresa do bilionário oferece internet a lugares de difícil acesso, como áreas rurais e isoladas. Pedido de ampliação no número de satélites autorizados foi feito em 2023. A Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) deve analisar, na quinta-feira (3), o pedido da Starlink para aumentar o número de satélites em operação no Brasil. A empresa quer expandir a operação com mais 7,5 mil satélites.
O pedido entrou na pauta da próxima reunião do conselho diretor da Anatel.
O relator do processo, conselheiro Alexandre Freire, publicou o relatório em fevereiro para análise prevista ainda naquele mês, o que não ocorreu.
Funcionária configura um roteador da Starlink para fornecer internet a uma loja de chocolates na Ilha do Combu, em Belém
Alessandro Falco/Bloomberg/Getty Images via BBC
No documento, Freire relata que o pedido de ampliação foi feito pela Starlink em dezembro de 2023.
Segundo dados de setembro, publicados por Musk, a empresa tem 6.350 satélites em órbita.
🔎Para operar no Brasil, qualquer empresa de internet por satélite precisa de autorização da Anatel. A Starlink já tem permissão para oferecer os serviços no país.
Como funciona a Starlink
O que é e como funciona a Starlink, serviço de internet de Elon Musk
A empresa opera satélites "não geoestacionários" ou de "baixa órbita". Esses equipamentos são vistos como uma solução para oferecer internet mais rápida a lugares de difícil acesso, como áreas rurais e isoladas.
Os satélites da Starlink ficam em órbita terrestre baixa, a uma altitude de cerca de 550 quilômetros, o que significa que eles estão próximos da Terra, tornando o envio de sinal bem mais rápido. Para comparação, os satélites geoestacionários ficam a uma distância de 35 mil km.
Segundo a Starlink, os satélites se movem automaticamente para evitar colisões com lixos espaciais. Também há sensores de navegação para que os equipamentos possam encontrar a melhor localização, altitude e orientação para envio de sinal de internet.
Quem lança os satélites é a própria SpaceX, companhia da qual a Starlink faz parte.
Acordo com concorrente
Em novembro de 2024, durante a visita do presidente chinês Xi Jinping ao Brasil, a Telebrás celebrou um acordo com a chine SpaceSail, concorrente de Musk.
Os termos do acordo sinalizam a intenção de cooperação entre a Telebras e a SpaceSail, caso a chinesa passe a operar no Brasil. Contudo, o negócio entre as empresas ainda não está selado.
"Estamos construindo aqui esse acordo para que eles possam estar o mais breve possível podendo estar ofertando esse serviço desde que cumpram todas as regras de legislação e regulatórias que eles vão estar tramitando na agência com o devido processo legal para estar sendo autorizado pela agência a operar", disse o ministro das Comunicações, Juscelino Filho, na ocasião.
Para operar no país, a SpaceSail vai precisar abrir um CNPJ e entrar com a documentação na Anatel --responsável por autorizar a empresa a prestar serviços no Brasil.
Segundo o ministro, a chinesa tem 40 satélites em órbita e pretende lançar mais 648 nos próximos 14 meses. Até 2030, a empresa pretende ter 15 mil satélites orbitando o planeta.
G1 Fri, 28 Mar 2025 15:31:30 -0000 - |
Postagem utilizou inteligência artificial para imitar o estilo da produtora de animação japonesa Studio Ghibli. Casa Branca publica meme zombando de imigrante presa
Reprodução
A Casa Branca publicou um meme em suas redes sociais nesta quinta-feira (27) zombando de uma imigrante que foi detida e deportada sob a acusação de tráfico de drogas, segundo o governo de Donald Trump.
A postagem foi criada com uma ferramenta de inteligência artificial que imita o estilo da produtora de animação japonesa Studio Ghibli, acompanhando uma tendência que viralizou nas redes nos últimos dias.
O post foi criticado e classificado como "desumano" por alguns usuários, enquanto apoiadores de Trump elogiaram a publicação.
A imagem mostra uma mulher algemada chorando copiosamente, vestindo calça de moletom cinza, suéter preto justo e uma rede na cabeça, como um acessório. Ao lado dela, um agente com uniforme verde cáqui a observa. Ao fundo, uma bandeira dos Estados Unidos.
O meme é acompanhado por um texto da Casa Branca datado de 18 de março, com o título "Traficante de fentanil detida". Junto ao texto, há duas fotografias da imigrante com as mãos algemadas para trás. Em uma delas, ela parece chorar.
"Virginia Basora-González, uma criminosa estrangeira previamente deportada e condenada por tráfico de fentanil, foi presa por entrar novamente de forma ilegal nos EUA. Ela chorou ao ser presa (foto em anexo)”, diz a publicação de 18 de março.
Postagem é alvo de críticas
A postagem gerou críticas nas redes. “A falta de humanidade desse perfil é espantosa”, escreveu um usuário no Instagram. Outro afirmou que a Casa Branca está “literalmente desumanizando” as pessoas com a utilização da caricatura.
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“É assim que o fascismo começa. Vocês desumanizam grupos inteiros de pessoas, incluindo sua oposição, até que tenham controle total sobre uma população”, escreveu.
“Isso é abominável. Embora eu concorde que criminosos que estão aqui ilegalmente devam ser deportados, isso é tão impróprio da dignidade que a Casa Branca deve representar que não sinto nada além de nojo ao vê-lo. Isso não é algo que para se criar um meme. Faça melhor”, publicou outro.
Por outro lado, apoiadores do governo comemoraram a publicação. “Grande vitória! Mantenham o bom trabalho! Foi para isso que eu votei”, escreveu um deles.
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G1 Fri, 28 Mar 2025 14:26:41 -0000 - |
Projeto, desenhado pelo ministro Ricardo Lewandowski, está sob análise do Palácio do Planalto; medida é tentativa de responder à crise de insegurança pública. Governo Lula propõe aumento de até 50% da pena na compra de celular roubado
O Palácio do Planalto já analisa os detalhes de um projeto desenhado pelo ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, que amplia em até 50% a pena para o crime de receptação de celulares, cabos e dispositivos eletrônicos roubados. A medida representa uma mudança concreta no discurso do governo federal. Há cerca de dez dias, Lula disse que não deixaria que o país se tornasse "a república dos ladrões" de telefones.
Como antecipou o blog na semana passada, a Secretaria de Comunicação do Planalto detectou que boa parte da sensação de insegurança nas maiores cidades do país está caindo no colo do presidente, e não dos governadores, responsáveis constitucionalmente pela gestão das polícias e pelas políticas de combate ao crime nos estados.
A partir daí, houve determinação para robustecer em diversas frentes, nos limites da atuação possível legalmente para o governo federal, políticas que demonstrassem recrudescimento no combate ao crime.
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O projeto, que chegou na quinta-feira (27) ao Planalto, prevê um aumento de no mínimo um terço e no máximo metade da pena para o crime de receptação de dispositivos roubados, em especial celulares cabos e computadores com dados pessoais. Hoje, a pena é de um a quatro anos de detenção.
O texto prevê a criação de uma nova hipótese de receptação qualificada e de uma nova causa de aumento relacionada ao produto do crime. No caso de receptação para atividade comercial ou industrial de aparelhos telefônicos, cabos e outros equipamentos referentes a serviços de telecomunicações, a pena mínima pode passar de 3 anos de reclusão para 4 anos (aumento de 1/3), ou 4 anos e meio (aumento de 50%); e a máxima, de 8 para 10 anos e 6 meses (aumento de 30%), ou 12 anos (aumento de 50%).
A ideia é apresentar a medida como algo que tem impacto na segurança pública, mas também na economia. Segundo dados levantados pelo Ministério da Justiça --e que estão nas mãos do Planalto-- em 2023 foram quase 1 milhão de telefones roubados só de acordo com boletins de ocorrência, o que indica que o número pode ser maior.
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Segundo o estudo que deu base à medida, esse tipo de crime, considerado de menor monta, passou a abastecer os cofres de grandes organizações criminosas.
Além da ampliar a pena para o crime de receptação, o projeto desenhado por Lewandowski ainda prevê a criação do crime de "e furto qualificado", quando o crime é cometido por encomenda.
Há ainda ampliação da punição para furto de cabos e roubo de sinal, em sinal de combate à atividade de milícias, que exploram o chamado gatonet.
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Divulgação/SSP
G1 Fri, 28 Mar 2025 12:50:36 -0000 - |
Globo vai desativar esse sinal no próximo domingo (30). Para continuar assistindo aos programas da emissora, a principal solução é migrar para a nova parabólica. Entenda a relação entre 5G, o sinal de TV e antenas parabólicas em 5 pontos
O sinal de TV que chega de parabólicas antigas, aquela grande e com furinhos, está prestes a ser encerrado pelas emissoras. A Globo vai desativar essa opção no próximo domingo (30).
O limite é dezembro de 2025, mas cada emissora pode decidir parar de usá-lo antes dessa data.
A Globo já desligou o sinal analógico das parabólicas antigas. Agora, fará o mesmo com o sinal digital que chega por meio delas. Se você usa essa antena, a melhor solução é migrar para a nova parabólica.
Se você fizer parte do CadÚnico, cadastro de programas sociais do governo federal, e tiver uma parabólica antiga, é possível pedir a nova antena parabólica de graça até 30 de junho (saiba mais abaixo).
Outras opções são antenas "espinha de peixe" ou internas, que recebem o sinal de TV por meio de uma antena terrestre em sua região, ou o Globoplay, que usa internet.
GUIA DA PARABÓLICA: Quem pode pedir? Como funciona? Tire dúvidas sobre a mudança no sinal
Por que o sinal da antiga parabólica será desligado?
A mudança é necessária por causa da internet móvel 5G, que opera em faixas de frequência (ou bandas) próximas à do sinal da antiga parabólica.
A faixa é como uma "estrada" no ar, por onde os sinais são enviados. Se dois sinais estiverem muito próximos, pode haver interferências, prejudicando a qualidade do serviço.
O desligamento do sinal da antiga parabólica é um processo que vem sendo conduzido pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), por operadoras, por emissoras radiodifusoras e pela indústria desde 2021.
❓ Qual a diferença para a nova parabólica? A antena antiga é maior e opera na chamada Banda C, próxima à usada pelo 5G. Já a nova parabólica utiliza a chamada Banda Ku, que não tem interferência com a rede de internet.
A parabólica nova pode ser apontada para satélites da Sky ou da Embratel, que têm ampla penetração no território brasileiro e são compatíveis com receptores digitais modernos, permitindo a continuidade dos serviços de forma estável e com melhor desempenho em relação à antiga parabólica.
Como receber a nova parabólica de graça?
É possível pedir a nova parabólica de graça se você atender aos dois requisitos abaixo:
ter uma parabólica antiga/convencional que esteja funcionando;
fazer parte do CadÚnico, que inclui beneficiários de programas sociais do governo federal como Bolsa Família, Tarifa Social de Energia Elétrica, ID Jovem, Carteira do Idoso e Minha Casa, Minha Vida.
O agendamento pode ser feito pelo site www.sigaantenado.com.br ou pelo telefone 0800 729 2404.
O equipamento é instalado gratuitamente pela Siga Antenado, entidade formada pelas operadoras Claro, TIM e Vivo. Elas operam a principal frequência da internet 5G e, por isso, são responsáveis por financiar a troca de antenas.
Em todo o país, cerca de 4,9 milhões de beneficiários do CadÚnico já trocaram as suas antenas de TV. A estimativa da Siga Antenado é que cerca de 600 mil pessoas ainda têm direito à troca gratuita.
Diferença das antenas parabólicas para as digitais (3)
Arte/g1
G1 Fri, 28 Mar 2025 05:00:24 -0000 - |
Segundo procuradores, o homem de 31 anos fingiu ter 13 para abordar a menina na plataforma e induzi-la a fazer imagens explícitas em troca de dinheiro. Roblox e TikTok
Fabio Rodrigues-Pozzebom/Agência Brasil; Dado Ruvic/Reuters
Um militar da Força Aérea dos Estados Unidos foi acusado de usar o TikTok e a plataforma de jogos Roblox para coagir uma menina de 9 anos a compartilhar fotos explícitas de si mesma, segundo informou a agência Associated Press.
De acordo com os procuradores, David Ibarra, de 31 anos, usava as plataformas para fingir ser um menino de 13 anos. Ele foi processado na quarta-feira (26) em Nova York após ter sido preso em fevereiro no Alasca, onde servia à Força Aérea americana.
Ainda de acordo com a acusação, Ibarra abordou a menina em agosto de 2024, quando a conheceu no TikTok. Ele teria convidado a criança para conversar no Roblox e, então, por SMS.
O homem é acusado de ter feito a menina a fazer fotos e vídeos explícitos de si mesma por dinheiro. Ao todo, ele pagou US$ 191 (cerca de R$ 1.100) em 17 transferências, de acordo com os procuradores.
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A mãe da menina descobriu as mensagens e se passou por uma irmã mais velha para conseguir mais informações sobre o homem.
Os investigadores conseguiram identificá-lo por meio de uma selfie em que ele mostrou parte do rosto e registros sobre seu número de celular ajudaram .
Em seu interrogatório, ele admitiu ter pagado a menina para receber as fotos e disse ter pensado que a vítima tinha 12 anos. A acusação afirmou ainda que ele confirmou ter coagido outras meninas a enviarem imagens explícitas.
A Justiça determinou que ele fique preso enquanto responde às acusações. A Força Aérea informou que suspendeu o salário de Ibarra desde que ele foi detido, mas não há informações sobre outra penalização militar.
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G1 Thu, 27 Mar 2025 20:33:26 -0000 - |
Registros obtidos pela Reuters apontam que Edward Coristine, membro do DOGE, usou empresa para ajudar grupo cibercriminoso que sequestrou dados, invadiu contas e roubou criptomoedas. Elon Musk, dono do X, da SpaceX e da Tesla, em reunião na Casa Branca, em 26 de fevereiro de 2025
Reuters/Bryan Snyder
O membro mais conhecido da equipe de tecnólogos da equipe de Elon Musk no governo dos Estados Unidos já deu apoio a um grupo de hackers que se gabava de traficar dados roubados e perseguir um agente do FBI, segundo registros analisados pela agência Reuters.
Edward Coristine, de 19 anos, é um dos integrantes com mais visibilidade dentro do Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês), que recebeu amplo acesso a dados de órgãos dos EUA para cortar gastos do governo americano.
Ele já foi elogiado por Musk, que o chamou pelo seu apelido. "Big Balls é incrível", disse o bilionário em sua rede social X.
Em 2022, quando ainda estava no ensino médio, Coristine começou a dirigir uma empresa chamada DiamondCDN, que fornecia serviços de rede, segundo registros corporativos e digitais analisados pela Reuters e entrevistas com meia dúzia de ex-associados.
Entre seus usuários, estava um site administrado por uma rede de hackers que operava sob o nome EGodly, de acordo com registros digitais da empresa de inteligência na internet DomainTools e pela ferramenta de segurança online Any.Run.
Em 2023, o EGodly se vangloriou em seu canal do Telegram de ter sequestrado números de telefone, invadido contas de e-mail de autoridades policiais na América Latina e no Leste Europeu e roubado criptomoedas.
No início daquele ano, o grupo vazou dados pessoais de um agente do FBI que, segundo eles, estava investigando-os, divulgando seu número de telefone, fotos de sua casa e outros dados privados no Telegram.
O EGodly também publicou um áudio de uma brincadeira obscena feita para o telefone do agente e um vídeo, filmado de dentro de um carro, de uma pessoa desconhecida passando pela casa do agente em Wilmington, Delaware, à noite e gritando pela janela: "EGodly diz que você é uma vadia!"
Em 15 de fevereiro de 2023, a EGodly agradeceu à empresa de Coristine por sua assistência.
"Estendemos nossa gratidão aos nossos valiosos parceiros DiamondCDN por nos fornecer generosamente sua incrível proteção DDoS e sistemas de cache, que nos permitem hospedar e proteger nosso site com segurança", disse a EGodly em uma publicação no Telegram.
Os registros analisados pela Reuters mostraram que o site da EGodly, dataleak.fun, estava vinculado a endereços de IP registrados no DiamondCDN e em outras entidades de propriedade de Coristine entre outubro de 2022 e junho de 2023.
Além disso, usuários que tentavam acessar o site naquela época precisavam passar por "verificação de segurança" do DiamondCDN.
O site da DiamondCDN - CDN normalmente significa "rede de entrega de conteúdo" - foi registrado em meados de 2022, segundo a DomainTools. Ele destacava "excelentes ferramentas de segurança" que ajudariam a reduzir "custos de infraestrutura", de acordo com cópias mantidas no Internet Archive.
Coristine não comentou o assunto quando procurado pela Reuters.
O DOGE, embora não seja um órgão oficial do governo americano, não se manifestou.
Coristine está listado como "consultor sênior" no Departamento de Estado e na Agência de Segurança Cibernética e Infraestrutura, de acordo com um funcionário de cada agência que disse à Reuters ter visto seu nome no diretório de pessoal de suas respectivas agências.
No LinkedIn, Coristine se descreve como "encanador voluntário (estagiário)" do governo dos EUA.
O Departamento de Estado não se pronunciou sobre Coristine. A CISA, que é responsável por proteger as redes do governo federal contra hackers e espiões estrangeiros, também silenciou.
O canal do Telegram do EGodly ficou inativo no ano passado. As tentativas de obter comentários de oito pessoas que participaram ou interagiram com o EGodly não tiveram êxito.
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'Essas são pessoas ruins'
O agente do FBI visado pelo EGodly, que agora está aposentado, disse à Reuters que o grupo chamou a atenção de autoridades policiais por sua conexão com o swatting, prática de fazer chamadas de emergência falsas para enviar policiais armados para endereços específicos.
"São pessoas ruins", disse o ex-agente, que não foi identificado pela Reuters por receio de mais assédio. "Não são um grupo agradável."
Ele se recusou a comentar mais sobre o assédio ou se a EGodly havia sido ou ainda era objeto de uma investigação do FBI. O FBI não se manifestou.
A Reuters não conseguiu determinar por quanto tempo a EGodly usou a DiamondCDN ou se a EGodly pagou à empresa de Coristine. Cópias arquivadas do site da DiamondCDN diziam que a empresa previa ter clientes pagantes e não pagantes.
Outra pessoa que sofreu assédio da EGodly e um pesquisador de crimes digitais que acompanhou o grupo disseram que ele era composto por fraudadores experientes, citando a composição da quadrilha e a credibilidade de suas alegações. Ambos pediram para não serem identificados, alegando medo de retaliação.
Mesmo que a conexão entre a Coristine e a EGodly tenha sido passageira, Nitin Natarajan, que atuou como vice-diretor da CISA no governo do ex-presidente Joe Biden, disse à Reuters que era preocupante o fato de alguém que prestou serviços à EGodly há apenas dois anos fazer parte de um grupo que obteve amplo acesso às redes governamentais dos EUA.
"Isso não foi em um passado distante", disse ele. "A atividade recente e os tipos de grupos aos quais ele estava associado são definitivamente preocupantes."
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'Usaram minha imagem em vídeo falso com IA para vender chá milagroso'
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'IA do job': brasileiros ganham dinheiro criando mulheres virtuais para conteúdo adulto
G1 Wed, 26 Mar 2025 16:26:00 -0000 - |
Golpistas mudaram boca e voz da influencer carioca Tânia Carvalho e promoveram um anúncio com vídeo falso vendendo um tratamento. Do lado esquerdo, o vídeo falso feito com a imagem de Tânia; do lado direito, o vídeo original
Reprodução/Instagram
O vídeo diz tudo ao contrário do que Tânia Carvalho defende. O rosto é o dela, o quarto é o dela, as pernas são a dela, a voz parece ser a dela, mas a mensagem é algo que ela nunca promoveria.
"Eu tenho lipedema, e eu já estava no grau dois. E eu vou te contar como eu saí disso aqui, para esse resultado aqui em apenas sete dias", diz o vídeo disponível como anúncios no Instagram. Nas imagens, um antes e depois das pernas de Tânia.
Lipedema é uma doença que vem sendo "descoberta" nos últimos anos. Ela causa acúmulo de gordura nas pernas e braços de aproximadamente 10% das mulheres em todo o mundo. Os nódulos se assemelham a celulite e podem causar dor.
O vídeo falso continua até começar a promover um milagroso "chá especial".
"Eu só precisava tomar ele toda manhã durante sete dias", diz no vídeo a falsa Tânia.
"O chá vai agir na sua corrente sanguínea, liberando toda a gordura adiposa, tecidos inflamados e retenção de líquidos."
Não há qualquer comprovação de que um chá possa fazer tal efeito. E Tânia sabe bem disso.
Há menos de um ano, a carioca de 31 anos começou a compartilhar sua rotina após ser diagnosticada com lipedema, com a intenção de reunir mulheres que sofrem com o mesmo problema.
Ela estava se preparando para fazer uma cirurgia de lipoaspiração específica para retirar as células de gordura afetadas pela doença e queria compartilhar seu pós-operatório.
No processo de descoberta e cuidado, a carioca aprendeu que o tratamento de lipedema é um processo multidisciplinar, envolvendo exercícios, alimentação, tratamentos.
Ou seja, nada de um chá milagroso.
No vídeo verdadeiro, inclusive, Tânia justamente defende que não é "só fazer alguma coisa que vai ter resultado", contando que seu tratamento envolveu a intervenção cirúrgica.
"Tudo é muito mais complexo do que malhar um ano, tem muitos fatores, como hormonal, idade. A doença não é tão simples quanto parece", explicou no vídeo para as seguidoras.
Os vídeos de Tânia chamaram a atenção no Instagram e acabaram reunindo uma pequena comunidade de mulheres. No Instagram, em março de 2025, eram pouco mais de 6 mil seguidoras.
Mas o tamanho da conta não impediu que Tânia acabasse sendo vítima do chamado deepfake, um vídeo com sua imagem criado por uma inteligência artificial (IA) baseado em sua voz, gestos e expressões faciais.
Há plataformas online que oferecem com facilidade a criação desse tipo de conteúdo, também conhecido como mídia sintética.
Pessoas famosas já têm sida vítimas desse tipo de vídeo há algum tempo. A imagem do médico Drauzio Varella, por exemplo, tem sido usada em vídeos que promovem tratamentos especiais ou medicamentos para resolver problemas de saúde. Todos falsos.
Celebridades como a cantora Ivete Sangalo e as apresentadoras Ana Maria Braga e Xuxa também já foram vítimas
Mas o caso como o de Tânia chama atenção por ser de uma pessoa com pouca visibilidade. Ou seja, a maioria das pessoas que viu o anúncio provavelmente não sabe reconhecer como ela fala originalmente ou como ela pensa.
Também é sinal de que muitas pessoas podem estar tendo suas imagens usadas sem nem saber.
Até a publicação dessa reportagem, o anúncio seguia disponível, apesar da denúncia de Tânia ao Instagram. A usuária recebeu uma mensagem que diz que o vídeo "segue os padrões da comunidade".
Em nota à BBC News Brasil, a Meta, dona do Instagram, apenas afirmou que "atividades que tenham como objetivo enganar, fraudar ou explorar terceiros não são permitidas", orientando pessoas a denunciarem na plataforma — algo que Tânia diz já ter feito. A empresa não disse se vai tirar o conteúdo do ar.
Tânia diz ainda não saber se vai prosseguir com alguma ação judicial, já que isso demandaria "energia e dinheiro".
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'Até agora sem acreditar'
Deepfake com imagens de Tânia leva usuários a comprarem receita de chá milagroso
Reprodução/Instagram
Essa não foi a primeira vez que a imagem de Tânia foi usada num vídeo para promover algum produto online. Há alguns meses, imagens das pernas dela apareceram numa montagem junto ao depoimento de um médico para vender um "protocolo de desinflamação" de combate ao lipedema.
Dessa vez, porém, a tecnologia foi mais sofisticada, com a própria imagem dela falando do chá milagroso.
"No primeiro vídeo, achei que era o máximo que podiam me atingir. Quando me mandaram isso (o deepfake), eu fiquei muito chocada e até agora estou sem acreditar", diz Tânia.
"O fato de ver os dentes que não são meus, naquela boca que não é minha, me ouvindo falar algo que é absurdo, me fez pensar 'meu Deus, eu posso realmente ser vítima de algo muito pior'."
Foram duas amigas que alertaram Tânia sobre o golpe com o vídeo, já que conheciam o conteúdo original e sabiam que ela não postaria aquilo que estavam vendo.
Por seguirem páginas relacionadas ao lipedema, provavelmente as amigas entraram como um público-alvo do anúncio falso.
O vídeo está vinculado a uma página do Facebook, de uma suposta médica sem posts ou seguidores. A foto usada nesse perfil pode ser rastreada a outras páginas de saúde e até a um blog da Costa do Marfim que alerta que essa é uma imagem frequentemente usada em sites por golpistas.
Ao final do vídeo deepfake, há um link que leva a um site com uma pesquisa sobre sintomas do lipedema, para se chegar ao "método caseiro que mulheres estão eliminando a gordura de forma natural em sete dias".
Na medida em que se avança nas perguntas, há relatos de celebridades como a modelo Yasmin Brunet, que recentemente divulgou ter a doença.
Ao final, é vendido por R$ 37 um pacote de "produtos". Entre eles, a "receita secreta do chá detox anti-inflamatório de lipedema" e um "acompanhamento personalizado via WhatsApp".
Tânia não chegou a ser procurada por alguém que tenha de fato caído no golpe.
Mas, após saber que estavam usando sua imagem, a carioca postou um vídeo reagindo ao deepfake. Foi aí que ela ficou assustada. Muitas pessoas comentaram que demoraram para perceber a diferença entre a "Tânia fake" e ela.
"Porque uma coisa são as pessoas que me conhecem, sabem o que eu falo, minha voz, o vídeo original. Mas as pessoas que não me conhecem vendo aquele vídeo, no desespero, podem cair", diz.
Essa busca por soluções ao lipedema vem aumentando nos últimos anos devido a mais conhecimento sobre o assunto.
Em 2019, a Organização Mundial da Saúde (OMS) reconheceu o lipedema como uma doença distinta. Em 2022, o quadro foi incluído na Classificação Internacional de Doenças (CID-11), um manual amplamente utilizado como referência global para identificação e registro de condições de saúde.
Tânia mostra às seguidoras resultado com tratamento que inclui alimentação, exercício e cirurgia
@LIPE_DAILY/Instagram
No Brasil, entretanto, a adoção da CID-11, prevista inicialmente para 2025, foi adiada para 2027 pelo Ministério da Saúde, que justificou a decisão com a necessidade de treinar profissionais e atualizar os sistemas.
O lipedema é considerado "novo" não só pela falta de familiaridade de profissionais de saúde com o quadro — que ainda persiste mesmo após 85 anos da primeira descrição — mas também porque faltam respostas importantes sobre o mecanismo da doença.
"Ainda falta entender o mecanismo do acúmulo diferenciado da gordura do lipedema e suas vias metabólicas, ou seja, os processos bioquímicos responsáveis pela produção, armazenamento e mobilização dessa gordura no organismo", explicou à BBC o cirurgião vascular Mauro de Andrade.
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Para Tânia, o que preocupa não é apenas o caso em que ela foi vítima.
"Eu sou uma 'Zé ninguém' e usaram minha imagem. E eu fico imaginando crianças sendo expostas, mulheres que têm a imagem delas usada para coisas piores. É algo bem preocupante", diz.
Na avaliação da advogada Andressa Bizutti, mestre na Universidade Harvard, nos EUA, e pesquisadora de mídia sintética na Universidade de São Paulo (USP), esse avanço na tecnologia com a IA, na verdade, escancara problemas sociais anteriores, como golpes, informações falsas ou até o uso do corpo da mulher em casos de deepfakes pornô que se espalham pela internet.
A advogada defende que o que aconteceu com deepfake é que a tecnologia mexeu em um lugar que a sociedade ainda não sabia que era possível: o vídeo. Já estávamos acostumados a lidar com montagem de fotos, por exemplo, sabendo que nem tudo o que vemos é verdade.
"Vídeo sempre teve um consenso na filosofia de transparência: você via e achava que estava vendo a realidade", diz Bizutti, sócia do escritório b/luz.
"A mídia sintética dá um passo adicional por conta desse aspecto cultural que a gente ainda não se acostumou como sociedade."
Apesar dos avançados deepfakes, Bizutti explica que casos como o de Tânia já são contemplados na legislação vigente sobre direitos à personalidade (imagem, nome e voz).
"Esses direitos estão protegidos no Brasil, estão presentes na Constituição Federal, no Código Civil e são inalienáveis [não se pode transferir]", conta.
A lei já diz que não se pode usar a imagem de uma pessoa "se o uso for atingir a honra, a boa fama, a respeitabilidade ou se destinarem a fins comerciais".
Há um projeto de lei avançando no Congresso, o PL 2338, que trata sobre Inteligência Artificial. A respeito de deepfake, ele diz, ainda sem dar detalhes, que vídeos alterados precisariam ser identificados de alguma forma. Ou seja, trata mais sobre a transparência do uso de IA do que regula o que pode ou não fazer com a imagem das pessoas.
Para a advogada especializada no tema, os passos que a sociedade e o direito precisam dar é "mais uma questão sobre como vamos lidar com esses usos do que necessariamente uma regulamentação".
"O problema não é a IA ou deepfake. O problema é você ver um vídeo e ser enganado por esse vídeo. A gente tem que se acostumar com o fato que a gente não pode acreditar no que a gente está vendo".
Para Bizutti, com o aprimoramento da tecnologia, vai adiantar cada vez menos a busca por "sinais" de que o vídeo é falso, como uma voz robótica ou uma boca que mexe de maneira esquisita.
"Você tem saber de onde o vídeo vem, a fonte. Da mesma forma, quando começamos a usar internet nas pesquisas da escola, a gente aprendeu que não podia pegar informação de qualquer lugar no Google, de um site aleatório. O mesmo passo a gente vai precisar dar com os vídeos", conta.
Caso a vítima se sentir lesada, o ideal procurar os mecanismos judiciais. O Marco Civil da Internet, por exemplo, tem mecanismos para o usuário pedir a identificação de quem realizou as postagens e requerer indenização, por exemplo. O Judiciário também pode determinar que as plataformas tirem o conteúdo do ar.
G1 Wed, 26 Mar 2025 13:00:58 -0000 - |
Seleção brasileira perdeu de 4x1 para os argentinos. Torcedores enxurraram as redes sociais com postagens criticando os jogadores e o técnico Dorival Júnior. Argentina massacra o Brasil em Buenos Aires
Na noite de terça-feira (25), a seleção brasileira perdeu para a Argentina na partida das eliminatórias da Copa do Mundo. A derrota entra para a história do futebol como das maiores goleadas sofridas pelo time do Brasil.
Frustrados e chateados, muitos torcedores foram para as redes sociais criticar e ironizar o desempenho ruim dos jogadores e também do técnico Dorival Júnior. Veja alguns memes abaixo:
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Argentina goleia Brasil por 4x1
Reuters
G1 Wed, 26 Mar 2025 12:21:10 -0000 - |
A polícia conseguiu usar o dispositivo como evidência crucial no julgamento de três homens que planejaram assassinato. O iPad Mini foi encontrado enterrado a 2,5 cm de profundidade
Divulgação/Polícia de Londres
Um vaso da dinastia Ming roubado de um museu na Suíça. Um tiroteio na casa de um comediante em Woodford, no leste de Londres. O assalto a um apartamento de luxo em Kent, no sudeste da Inglaterra.
Estes eventos aparentemente isolados faziam parte de uma rede de crime organizado internacional que a polícia desvendou após uma investigação de seis anos.
Uma evidência foi fundamental: um iPad, encontrado enterrado sob 2,5 centímetros de areia na margem do rio Tâmisa.
A descoberta foi fundamental para a investigação que levou à condenação de três pessoas no Tribunal Central Criminal, conhecido como Old Bailey, em Londres, pelo quase assassinato de um dos assaltantes à mão armada mais conhecidos do Reino Unido.
Quando foi encontrado por um policial com um detector de metais em uma manhã fria de novembro do ano passado, o iPad estava coberto de lama, pois havia ficado submerso por mais de cinco anos.
A perícia conseguiu limpar o dispositivo e abrir o compartimento do chip, que ainda continha um cartão SIM da operadora Vodafone.
Os dados das chamadas telefônicas que foram recuperados posteriormente forneceram evidências contundentes sobre três homens — Louis Ahearne, Stewart Ahearne e Daniel Kelly —, que também estavam envolvidos no assalto a um museu na Suíça um mês antes.
"Eu questionei muito isso", pondera Matthew Webb, detetive que liderou a investigação. "Será que foram erros ou eles estavam tão certos de que não seriam pegos?"
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Um plano de assassinato
Os irmãos Ahearne e Kelly chamaram a atenção da polícia pela primeira vez depois que tiros romperam o silêncio de uma noite de fim de verão em uma área rica de Woodford em 11 de julho de 2019.
Seis balas atravessaram o vidro do jardim de inverno de uma propriedade de luxo do comediante Russell Kane que havia sido alugada para Paul Allen.
Uma delas cortou um dos dedos de Allen, a outra atravessou a garganta dele e ficou alojada na coluna, deixando-o com dificuldades para respirar e sangrando muito.
"Ele levou um tiro, ele levou um tiro!", gritou a companheira de Allen, Jade Bovington.
Dois disparos atravessaram o vidro e atingiram Paul Allen
Divulgação/Polícia de Londres
Enquanto ela chamava desesperadamente uma ambulância, vizinhos e um segurança particular ouviram os gritos, e correram para prestar os primeiros socorros.
Uma testemunha ocular descreveu ter visto um homem não identificado pular um muro baixo, correr entre alguns arbustos, e entrar em um veículo que o aguardava, que saiu imediatamente em disparada.
Até hoje, Allen está em uma cadeira de rodas, com paralisia abaixo da parte superior do tórax.
Allen ganhou notoriedade como um dos líderes do que continua sendo o maior assalto à mão armada do Reino Unido.
Em 2006, Allen fazia parte de uma gangue que usava balaclava e portava armas, inclusive um fuzil de assalto AK-47, e que ameaçou matar funcionários do depósito da empresa de segurança Securitas em Tonbridge, em Kent.
Eles roubaram 53 milhões de libras em dinheiro vivo do Bank of England, o banco central britânico — deixando para trás 154 milhões de libras que não cabiam no veículo.
Allen fugiu para o Marrocos quatro dias depois, mas foi preso em Rabat junto ao amigo e colega de roubo Lee Murray, que permanece na prisão em Tiflet, nas proximidades. Em janeiro de 2008, Allen foi extraditado para o Reino Unido, e posteriormente condenado a 18 anos de prisão.
Allen foi libertado em 2016, e voltou às suas raízes no sudeste de Londres. Mas ele se mudou para Woodford com a companheira e dois filhos mais novos depois que um homem armado abriu fogo contra ele e a filha, que estava grávida, na porta de casa dele em Woolwich, em setembro de 2018.
Dez meses depois, Allen quase morreu ao ser atingido por aquelas duas balas, enquanto estava na cozinha do seu refúgio em Woodford.
Um cartucho de bala foi encontrado no jardim dos fundos da propriedade onde Paul Allen morava quando foi baleado
Divulgação/Polícia de Londres
Os promotores argumentaram que os Ahearne e Kelly foram igualmente culpados na conspiração para assassinar Allen — que envolveu um carro alugado, vigilância e telefones pré-pagos não registrados.
"Esta foi uma tentativa de assassinato meticulosamente pesquisada e planejada por uma equipe de homens bem versados no nível de criminalidade necessária para executá-la", afirmou o promotor Michael Shaw.
Ao desvendar como os três sabiam onde encontrar Allen, a polícia descobriu que os crimes deles se estendiam até a Europa continental.
O roubo em Genebra
Apenas um mês antes do tiroteio, os irmãos Ahearne e Kelly estavam do lado de fora do Museu de Arte do Extremo Oriente, em Genebra, equipados com uma marreta, esmerilhadeiras e pés de cabra.
Segundos depois de forçar a entrada pela porta da frente, eles quebraram redomas de vidro que abrigavam antiguidades da dinastia Ming chinesa do século 14.
Três itens foram roubados — um raro vaso, uma taça de vinho estilo doucai e uma tigela de porcelana. Os objetos tinham um valor total segurado de 2,8 milhões de libras.
Na pressa para fugir, Stewart raspou a barriga contra as laterais do buraco que a gangue havia feito na porta de madeira da frente, deixando vestígios do seu DNA.
Louis Ahearne (à esquerda) e Stewart Ahearne (à direita) foram condenados pelo assalto ao museu em janeiro passado. Embora Kelly não tenha sido acusado ou condenado pelas autoridades suíças, foi reconhecido que ele havia participado da operação, conforme dito no Old Bailey
Divulgação/Polícia de Londres
Ele também alugou o carro da fuga, um Renault Koleos, na locadora Avis no aeroporto de Genebra. Louis foi flagrado por câmeras de segurança filmando dentro e fora do museu no dia anterior ao roubo.
Poucos dias depois de voltar ao sudeste de Londres com as peças roubadas, o trio começou a tentar se desfazer dos itens que haviam roubado.
Os irmãos embarcaram para Hong Kong com Kelly para tentar vender um dos itens em uma casa de leilões.
A casa de leilões avisou a polícia de Londres, que conseguiu enviar policiais disfarçados de negociantes de arte para capturar outros membros de gangues em uma operação secreta, enquanto dois deles tentavam vender outro item roubado que estava escondido em uma bolsa.
Durante um julgamento de sete semanas no Old Bailey, os promotores argumentaram que o roubo internacional provou que os Ahearne e Kelly estavam "no topo" da criminalidade.
Mas o que a polícia não sabia enquanto buscava as antiguidades roubadas, é que os três deixariam para trás pistas suficientes para revelar sua presença no tiroteio de Woodford.
O carro alugado e a compra de bebida
Nas horas seguintes ao tiroteio, a cena do crime em Woodford foi examinada pela perícia.
Foram encontrados seis cartuchos de balas disparadas por uma pistola Glock de carregamento automático, assim como marcas de arranhões na cerca do jardim dos fundos da propriedade na direção em que os tiros haviam sido disparados.
A análise de amostras de DNA coletadas da cerca mostrou que provavelmente pertenciam a Louis e Kelly.
Analisando as imagens das câmeras de segurança, a polícia conseguiu identificar a placa de um Renault Captur cinza-prateado, de propriedade da locadora Avis.
Os registros mostraram que ele havia sido alugado por Stewart em uma filial de Dartford, dois dias antes do tiroteio, e devolvido no dia seguinte.
Outras imagens de câmeras de segurança revelaram que 90 minutos antes do tiroteio o Renault havia parado em um posto da Shell na Shooters Hill Road, perto do Greenwich Park.
"Eles pararam em um posto de gasolina porque Louis Ahearne estava com sede", afirmou o promotor Shaw ao tribunal.
"O problema com os postos de gasolina é que eles têm um sistema de câmeras de segurança muito bom", acrescentou.
Imagens das câmeras de segurança do posto mostram Louis Ahearne
Divulgação/Polícia de Londres
Dois dias antes, Kelly e Louis haviam sido levados por Stewart no mesmo Renault Captur para Ide Hill Hall, uma mansão do século 16 convertida em apartamentos de luxo em Sevenoaks, em Kent.
Fingindo serem policiais — com uma luz azul piscando no teto do Renault —, o trio e outro homem forçaram a entrada na propriedade fechada, e roubaram itens de design.
Posteriormente, eles foram condenados na Corte da Coroa (tribunal superior de primeira instância para casos criminais) de Maidstone por roubo e tentativa de roubo de outro apartamento.
No dia seguinte, 10 de julho, Stewart teria usado o Renault para dirigir por partes do leste de Londres, incluindo Bethnal Green, Snaresbrook — e Woodford.
Uma análise mais detalhada das câmeras de trânsito mostrou o Renault seguindo um Mercedes prata que pertencia aos Allen.
Mas os detetives teriam que esperar mais de cinco anos para descobrir como os homens sabiam do paradeiro de Allen.
Descobrindo a verdade no Tâmisa
Em outubro de 2024 — quatro meses antes do início do julgamento em Old Bailey, e não muito tempo depois de ser extraditado da Suíça para o Reino Unido —, Louis emitiu sua declaração de defesa que continha um detalhe intrigante.
Ele afirmou que, enquanto voltava para Woolwich, o Renault havia parado na John Harrison Way. Louis disse que esperava que os vídeos das câmeras de segurança da rua fossem recuperados — e que eles o mostrariam "tomando um pouco de ar" enquanto Kelly desaparecia na direção do Tâmisa.
"Sabíamos que o veículo havia parado na John Harrison Way, e que Kelly havia saído do veículo — mas não mais do que isso. Não sabíamos para onde ele tinha ido, não sabíamos o que tinha acontecido, apenas na John Harrison Way", afirmou o investigador Webb.
"Imediatamente, pensamos que se alguém quisesse descartar algo crucial, provavelmente seria uma arma de fogo."
A declaração de defesa de Louis chamou a atenção para a parada que levou à descoberta do iPad no Rio Tâmisa — o que enfureceu Kelly, que só descobriu pouco antes do início do julgamento.
No segundo dia do julgamento, imagens de uma van da prisão flagraram Kelly gritando "como está a vida de dedo-duro?" para Louis.
Kelly e Stewart ficaram sentados no banco dos réus em silêncio durante todo o julgamento, e se recusaram a testemunhar, tendo ambos manifestado anteriormente temores em relação à sua segurança. Louis deu a entender aos jurados que foi Kelly quem efetuou os disparos no tiroteio de Woodford.
Mas Webb disse que o iPad foi a chave para desvendar tudo.
"As pessoas ficaram pasmas e boquiabertas", ele relembra. "O detetive Matthew Freeman me ligou e disse: Fomos ao Tâmisa e encontramos um iPad."
"Não consigo repetir as palavras que usei, mas meu queixo caiu. Que bela peça do quebra-cabeça para montar."
Os dados das chamadas telefônicas mostraram que tanto o iPad quanto um iPhone 6 pertencente a Kelly haviam entrado em contato com alguns números selecionados, incluindo os irmãos Ahearne.
O cartão Sim também foi vinculado a dispositivos de rastreamento GPS, que foram encontrados dentro de um carro quando Louis e Kelly foram presos em agosto de 2019.
As contas de e-mail foram vinculadas a Kelly e a um colaborador próximo. A partir daí, a polícia conseguiu analisar 59 compras na Amazon e no eBay — algumas incluíam telefones Nokia pré-pagos usados para se comunicar durante o plano de assassinato.
O chip estava em uso até desaparecer da rede pouco antes de Allen ser baleado.
'Você continua procurando, e continua encontrando'
Os três homens — que se mostraram criminosos internacionais experientes — foram desmascarados por detetives tenazes que encontraram seu dispositivo de tecnologia descartado.
Cada um deles foi considerado culpado na segunda-feira (24/3) de conspiração para assassinato, e as sentenças vão ser anunciadas em 25 de abril.
Webb sugere que esses veredictos estão longe de ser o fim de suas investigações.
"É um daqueles casos em que você continua procurando, e continua encontrando", ele acrescenta.
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G1 Wed, 26 Mar 2025 06:00:21 -0000 - |
Empresa tenta se livrar de ação por violação de direitos autorais. Sarah Silverman no palco do Oscar em 2016
REUTERS/Mario Anzuoni
A Meta, dona do Instagram e outras redes, pediu a um tribunal dos Estados Unidos que considere que a empresa não violou a lei de direitos autorais ao usar livros para treinar seu sistema de inteligência artificial.
O escritor Ta-Nehisi Coates, a comediante Sarah Silverman e outros autores processaram a Meta em 2023, afirmando que a empresa usou versões piratas de seus livros para treinar a IA sem sua permissão.
Na última segunda-feira (25), a empresa disse para um juiz federal que fez "uso justo" dos livros no desenvolvimento de seu modelo de linguagem para IA, chamado Llama. E que, por isso, o processo deveria ser rejeitado.
Segundo a empresa, seu treinamento de IA está protegido pela doutrina jurídica que permite o uso não autorizado de material protegido por direitos autorais em determinadas circunstâncias.
Procurados nesta terça-feira (26), os advogados dos autores não responderam de imediato.
A Meta argumentou que seu uso foi transformador, ao treinar o Llama para "servir como tutor pessoal em praticamente qualquer assunto, auxiliar na ideação criativa e ajudar usuários a gerar relatórios corporativos, traduzir conversas, analisar dados, escrever códigos e compor poemas ou cartas para amigos".
"O que ele não faz é replicar os livros dos demandantes ou substituir a leitura deles", disse a big tech.
"A Meta queria os livros por seu conteúdo expressivo - justamente a questão protegida pela lei de direitos autorais", afirmaram os autores do processo.
"Mas, em vez de pagar aos detentores dos direitos autorais, a Meta sistematicamente pegou e alimentou cópias inteiras de obras pirateadas em seus LLMs (modelos de linguagem) para extrair esse conteúdo expressivo sem ter que pagar."
G1 Tue, 25 Mar 2025 23:46:00 -0000 - |
Usuários relataram falhas no WhatsApp, como lentidão para carregar e enviar mensagens, no fim da manhã. Meta não comentou. Blog mostra o que fazer caso o WhatsApp não consiga receber e enviar informações pelo Wi-Fi.
REUTERS/Thomas White
O WhatsApp apresentou instabilidade na manhã desta terça-feira (25). O problema começou por volta das 11h, segundo o Downdetector, plataforma que monitora falhas em sites e redes sociais.
O pico de reclamações foi às 11h30, com 888 notificações. A partir de 12h, as queixas começaram a diminuir.
No X, havia relatos de que o aplicativo não carregava e estava demorando para enviar novas mensagens. "O meu WhatsApp Web caiu, mais alguém?", escreveu um usuário.
O g1 entrou em contato com a Meta para comentar sobre o problema, mas não teve retorno.
Além do WhatsApp, o Instagram também apresentou instabilidade nesta manhã. Usuários disseram que os comentários não estão sendo exibidos nos posts e que não era possível publicar stories. Além disso, a aba "Explorar", que sugere postagens de interesse, não aparecia ou demorava para carregar.
Problemas com WhatsApp reportados nas últimas 24 horas
Reprodução/Downdetector
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G1 Tue, 25 Mar 2025 15:15:05 -0000 - |
Usuários relataram falhas como ausência de comentários, erro ao publicar stories e problemas na aba 'Explorar'. WhatsApp também teve problemas. Ícone do Instagram.
REUTERS/Thomas White
O Instagram apresentou instabilidade na manhã desta terça-feira (25). Além do Brasil, o problema também foi reportado em países como Estados Unidos, Canadá e França, segundo o Downdetector, plataforma que monitora falhas em sites e redes sociais.
O WhatsApp também enfrentou dificuldades nesta manhã e não carregava e nem enviava mensagens, segundo usuários.
O problema no Instagram começou por volta das 10h, gerando mais de 800 notificações no Downdetector. A partir de 12h15, as notificações começaram a diminuir.
O pico de reclamações foi por volta das 10h30 (veja na imagem abaixo). O g1 entrou em contato com a Meta para comentar sobre a instabilidade, mas não obteve retorno.
Problemas com Instagram reportados nas últimas 24 horas, segundo o Downdetector
Reprodução/Downdetector
Usuários relataram que os comentários não estavam sendo exibidos nos posts e que não era possível publicar stories. Além disso, a aba "Explorar", que sugere postagens de interesse, não aparecia ou demorava para carregar.
"O Instagram de vocês também tá estranho? Eu não consigo abrir comentário de nada e alguns stories não carregam", disse uma pessoa no X. "O Instagram de vocês também está com problemas nos comentários?", escreveu outra (veja repercussão e memes sobre o problema).
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G1 Tue, 25 Mar 2025 13:38:28 -0000 - |
Han Jong-Hee era reconhecido por ter transformado o departamento de televisões da empresa. Executivo havia sido internado após sofrer um ataque do coração. Hang Jong-Hee, CEO da Samsung
AP
O CEO da Samsung morreu nesta terça-feira (25), aos 63 anos, segundo comunicado da empresa. Han Jong-Hee, de 63 anos, havia sido internado após um ataque do coração e morreu no hospital na Coreia do Sul.
O executivo se tornou CEO e vice-presidente da empresa em 2022. Ele era responsável pelos setores de eletrônicos e celulares. Segundo a agência de notícias Associated Press, a companhia possui outros executivos em cargos de liderança, divididos por setor.
Ainda não foi divulgado quem ocupará a cadeira após sua morte.
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Quem era o CEO da Samsung
Han Jong-Hee, CEO da Samsung
Reprodução/Samsung.com
Han começou a trabalhar para a Samsung em 1988 e é considerado uma pessoa crucial na divulgação mundial dos aparelhos de televisão de última geração da empresa, segundo a companhia.
"Han foi fundamental no lançamento das televisões LED de classe mundial da Samsung. Suas numerosas inovações permitiram à empresa demonstrar continuamente sua liderança tecnológica", escreveu a empresa no texto de biografia do executivo.
A empresa atribui a Han o crédito por levar as televisões Samsung "ao pináculo do mercado mundial".
A Samsung Electronics é a filial mais importante do Grupo Samsung, o maior dos conglomerados familiares que dominam a quarta maior economia asiática, de acordo com a AFP.
A morte de Han pode ser um golpe na estratégia da Samsung de manter sua posição dominante no mercado mundial de televisões, segundo afirmou Kim Dae-jong, professor de Administração de Empresas na Universidade Sejong de Seul, à AFP.
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G1 Tue, 25 Mar 2025 04:21:28 -0000 - |
Jornalista americano foi incluído sem querer em grupo de integrantes do governo dos EUA no aplicativo Signal. Episódio foi descrito como 'uma falha extraordinária' de segurança pelo jornal The New York Times. Planos de guerra foram discutidos no Signal por figuras de alto escalão do governo Trump como o secretário de Estado, Marco Rubio (à esquerda), e o secretário de Defesa, Pete Hegseth (à direita)
AP Photo/Jeff Chiu e Reuters/Brian Snyder
O aplicativo de mensagens Signal foi usado por integrantes do governo Trump para discutir planos de guerra contra rebeldes houthis, no Iêmen, segundo revelou nesta segunda-feira (24) o editor-chefe da revista americana "The Atlantic", Jeffrey Goldberg.
O jornalista foi incluído sem querer em um grupo em que figuras de alto escalão do governo trocavam mensagens ultrassecretas. O episódio foi descrito como "uma falha extraordinária" de segurança pelo jornal americano The New York Times.
"Eu não conseguia acreditar que a liderança da segurança nacional dos Estados Unidos iria comunicar no Signal sobre planos de guerra iminentes", escreveu Goldberg, que foi incluído em um grupo com o secretário de Estado, o secretário de Defesa e até o vice-presidente dos EUA.
O Signal é um aplicativo com foco em privacidade e segurança. Para isso, ele usa um protocolo de criptografia de ponta a ponta, em que ninguém fora da conversa pode interceptar a troca de mensagens. O padrão criado pela plataforma foi adotado pelo WhatsApp em 2016.
Assim como outros aplicativos, o Signal permite enviar mensagens, áudios e figurinhas, além de fazer chamadas de vídeo.
Mas alguns recursos, como o que impede que alguém te encontre pelo número do celular, atraem o interesse de quem precisa de mais privacidade, como informantes, jornalistas e ativistas de direitos humanos, por exemplo.
Figuras como o bilionário Elon Musk, dono do X, da SpaceX e da Tesla, e Edward Snowden, ex-agente da Agência Nacional de Segurança que revelou a existência de um programa de espionagem massiva nos Estados Unidos já recomendaram o Signal.
Lançado em 2012, o serviço é mantido pela Signal Foundation, organização sem fins lucrativos criada em fevereiro de 2018. A entidade diz que sua missão de "proteger a liberdade de expressão e permitir uma comunicação global segura por meio de tecnologia de privacidade de código aberto".
Aplicativo foi usado por militares do Brasil em plano golpista
O Signal também foi o aplicativo onde quatro militares do Exército brasileiro discutiram o Plano Punhal Verde e Amarelo, que envolvia a execução do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do vice-presidente Geraldo Alckmin e do ministro do Supremo Tribunal Federal, Alexandre de Moraes, segundo a Polícia Federal.
Segundo a investigação, eles utilizavam nomes de países como Alemanha, Áustria, Brasil, Argentina, Japão e Gana, em um grupo denominado 'Copa 2022' no Signal, onde debatiam detalhes do plano de golpe de estado e execução de autoridades.
As mensagens foram trocadas semanas após as eleições de 2022. Os militares envolvidos foram presos em novembro do ano passado.
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G1 Mon, 24 Mar 2025 22:29:03 -0000 - |
A BBC analisa o quão perto estamos de extrair minerais raros dos diversos corpos celestes acima de nós. O quão perto estamos de extrair minerais dos corpos celestes acima de nós?
Getty Images via BBC
Há trinta anos, o influente programa de ciência Tomorrow's World, da BBC, fez algumas previsões sobre como o mundo seria em 2025.
Foi uma prova de como é difícil prever o futuro tecnológico: o programa cogitou que teríamos implantes de microchips para nos ajudar a usar caixas eletrônicos, conversaríamos com assistentes holográficos em nossas casas, e haveria motins por causa do acesso à internet.
O episódio também sugeriu que já estaríamos extraindo minérios dos asteroides. E, embora ainda não tenhamos chegado lá, algumas start-ups afirmam que isso vai acontecer mais cedo do que muitos imaginavam.
O fundador da empresa AstroForge, com sede na Califórnia, acredita que ela vai ser a primeira a fazer isso, e a companhia já deu os primeiros passos.
Em 27 de fevereiro de 2025, a empresa lançou sua primeira espaçonave não tripulada de US$ 6,5 milhões em um foguete Falcon 9, da SpaceX, do Centro Espacial Kennedy, na Flórida.
Cerca de nove dias depois, a AstroForge acreditava que a espaçonave — chamada Odin — provavelmente já havia passado pela Lua, e entrado no espaço profundo, conforme planejado.
Infelizmente, a AstroForge enfrentou grandes problemas de comunicação com a Odin, que ainda estava tentando solucionar no momento em que esta reportagem foi escrita.
A empresa espera que a Odin tenha entrado agora em sua rota de nove meses até o destino da missão: um sobrevoo pelo asteroide 2022 OB5, cuidadosamente pré-selecionado, a cerca de oito milhões de quilômetros da Terra, cuja composição será avaliada pela Odin usando seus sensores.
Matt Gialich, o efusivo fundador da AstroForge, não se deixa dissuadir pelo problema técnico talvez insolúvel.
A AstroForge não esperava nada menos do que muitos obstáculos e, segundo ele, aprendeu muito, mesmo que não seja possível fazer contato com a espaçonave novamente.
"Sim, há muito mais passos de formiga a serem dados", ele admite. "Mas vamos começar a realmente fazer isso. É preciso tentar."
Após um novo lançamento no próximo ano, a empresa planeja desenvolver maneiras de minerar asteroides próximos à Terra para obter os metais valiosos e concentrados que alguns contêm — sobretudo os metais do grupo da platina, essenciais para grande parte de nossas células de combustível e tecnologia renovável.
Os cientistas destacam que a mineração destes recursos na Terra está cada vez mais cara — financeiramente, ambientalmente, socialmente e até geopoliticamente.
Mas outros questionam se a mineração destes metais no espaço e seu transporte para a Terra é realmente viável, especialmente no curto prazo — e se isso poderia ter seu próprio custo ambiental, mas igualmente impactante.
Gialich espera que, durante os lançamentos de teste subsequentes na próxima década, a AstroForge colete pequenas quantidades de metal — inicialmente alguns gramas, chegando a quilogramas à medida que o programa avança — de asteroides alvo com de alguns metros a meio quilômetro de diâmetro.
As primeiras remessas provavelmente não seriam comerciais, mas, segundo Gialich, dependendo dos metais extraídos, poderiam abrir caminho para a comercialização. Apenas um quilograma de ródio, por exemplo, custa atualmente US$ 183 mil.
Sem dúvida, parece otimista. Victor Vescovo — um dos principais investidores da empresa, que, em 2019, se tornou o 1º explorador a visitar os pontos mais profundos de todos os oceanos em um submersível — acredita que os desafios técnicos são "apenas uma questão de desenvolver as ferramentas".
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Projeto 'relativamente simples'
"Trazer de volta alguns microgramas para mostrar que isso pode ser feito, e depois ampliar a escala do processo é relativamente simples", diz ele. "Concretizar plenamente a mineração de asteroides, pode ser um projeto de várias décadas. Mas é apenas um problema matemático."
Embora seja, sem dúvida, um grande feito de engenharia, ele acrescenta, a coleta de amostras de material diretamente de asteroides já foi feita por agências espaciais estatais, incluindo a Jaxa, do Japão, com as sondas Hayabusa 1 e 2 em 2005 e 2014, e a Nasa, dos EUA, com a missão Osiris-Rex em 2020.
E se a ideia de minerar asteroides parece estranha, argumenta Vescovo, muitos avanços tecnológicos — o primeiro voo tripulado dos irmãos Wright, por exemplo — também carregaram o mesmo fardo. Até que, de fato, aconteceram.
Ian Lange, professor da Colorado School of Mines, uma instituição de pesquisa em engenharia com um programa de recursos espaciais, enfatiza que atualmente só podemos estimar os obstáculos tecnológicos da mineração de asteroides. O encontro de uma espaçonave com um asteroide pode ser apenas ligeiramente mais complicado do que fazer isso com outra espaçonave, ele observa. Mas como, por exemplo, os recursos poderiam ser extraídos sem a força estabilizadora da gravidade?
"A mineração — separar o minério da sujeira— é relativamente simples, mas é necessário algum tipo de processo químico ou térmico, e gravidade, para separar o que queremos do que não queremos", observa Lange. "Reproduzir isso no espaço vai ser muito mais difícil. Neste estágio, é difícil dizer se as técnicas [estabelecidas] podem ser empregadas ou se [o setor de mineração de asteroides] vai ter de desenvolver técnicas totalmente novas."
A ideia da mineração de asteroides foi, em grande parte, objeto de interesse acadêmico até a década de 1980, quando a Nasa começou a formular ideias sobre como os recursos espaciais poderiam ser coletados, diz Lange. Estas ideias ganharam força com as crescentes preocupações ambientais durante a década de 1990, ele acrescenta.
De fato, desde então, várias empresas privadas, como a Moon Express, Planetary Resources e a Deep Space Industries, sofreram com os altos custos de desenvolvimento. No fim da década de 2010, as duas últimas foram adquiridas e direcionadas para outros projetos. Não é de se admirar que Lange acredite que a combinação dos desafios comerciais e tecnológicos significa que a mineração de asteroides ainda está a mais 30 anos de distância.
A mineração destes recursos na Terra está ficando cada vez mais cara em vários aspectos, advertem os cientistas
Getty Images via BBC
O grande divisor de águas, argumenta Vescovo, foi o ritmo das mudanças tecnológicas nos últimos 10 anos. Novos observatórios, como o quase finalizado Observatório Vera C Rubin, no Chile, em breve vão oferecer um rastreamento melhor de asteroides. As análises óptica e espectrográfica estão facilitando a identificação daqueles que parecem ser candidatos à mineração — mesmo que a quantidade existente desses asteroides ainda esteja em debate. Computadores poderosos se tornaram mais amplamente disponíveis. E há mais componentes prontos para uso, e mais acessíveis, com os quais as espaçonaves podem ser construídas.
"Não faz muito tempo que somente os governos podiam fazer esse tipo de coisa ou ter acesso à tecnologia, e eles nunca a usavam com muita eficiência", diz Joel Sercel, fundador da TransAstra, uma empresa que desenvolve várias tecnologias para o incipiente setor de mineração de asteroides, com sede em Los Angeles. A TransAstra vai fazer uma demonstração da sua tecnologia de "bolsa de captura" inflável para a coleta de detritos orbitais na Estação Espacial Internacional no fim deste ano. "Agora temos um vibrante negócio espacial privado que vai fazer com que a mineração de asteroides aconteça muito antes do que as pessoas preveem."
O avanço mais importante para a mineração de asteroides é que ficou muito mais fácil e barato do que nunca colocar uma carga útil em órbita, devido à privatização do setor espacial e ao desenvolvimento de foguetes reutilizáveis.
"Passamos de um custo de US$ 10 mil para colocar 450 gramas no espaço há 15 anos, para alguns milhares agora", destaca Vescovo. "E, com empreendimentos como a Starship, da Space X, a perspectiva é de que isso custe centenas de dólares em um futuro próximo."
O astrofísico e divulgador científico Neil deGrasse Tyson afirmou que o primeiro trilionário vai surgir por meio da mineração de asteroides. "Espero que ele não esteja errado", ri Vescovo. De qualquer forma, ele acredita que a mineração de asteroides vai ser essencial para impedir a contínua exploração da Terra pela mineração de metais.
Lange, no entanto, é cético em relação aos planos da AstroForge: sim, a mineração de asteroides provavelmente vai se mostrar tecnologicamente possível, ele acredita, mas tem mais dúvidas quanto ao modelo de negócios da AstroForge, focado no grupo da platina. "Enquanto a Terra continuar rica [destes recursos], mesmo que no fundo do mar, isso ainda significa uma tonelada de possibilidades [para obtê-los] que certamente são mais fáceis do que coletá-los do espaço", diz ele. "Se, quer dizer, nos permitirmos aproveitá-las."
Mas Kathryn Miller, cientista ambiental da Universidade de Lancaster, no Reino Unido, argumenta que a mineração de asteroides poderia ser uma opção ambientalmente mais atraente do que, por exemplo, a mineração em águas profundas — a proposta ainda teórica, mas prestes a ser regulamentada, de explorar o fundo do mar em busca de recursos.
Embora a mineração terrestre também "[não] seja exatamente boa... dada a destruição do habitat, as questões de justiça social e assim por diante... coletar os nódulos de cobalto e cobre do fundo do mar não é apenas uma questão de remover o substrato, mas de destruir o fundo do mar", afirma Miller.
É claro que lançar foguetes ao espaço e trazê-los de volta é altamente poluente e consome muita energia, mas a mineração também. Um estudo de 2018 realizado por pesquisadores da Universidade de Paris-Saclay, na França, comparou a mineração de platina na Terra com uma projeção da mineração de asteroides. Os pesquisadores estimaram que 150 kg de CO2 seriam emitidos na atmosfera do planeta para cada quilograma de platina extraída de um asteroide.
Enquanto isso, a produção de 1 kg de platina na Terra, usando as práticas atuais, gera 40.000 kg. Isso se deve essencialmente à sua raridade no planeta: a crosta terrestre tem apenas 0,0005 partes por milhão de platina, e mesmo as minas mais produtivas operam atualmente com cerca de cinco a 15 partes por milhão.
Daynan Crull, fundador da empresa de mineração de asteroides Karmen+, acredita que o futuro da mineração de asteroides está, de forma mais realista, na busca de recursos para construir uma economia no espaço. O Fórum Econômico Mundial prevê que a economia espacial vai ser avaliada em US$ 1,8 trilhão até 2035.
A mineração no espaço poderia mudar o equilíbrio de poder entre as nações em desenvolvimento, muitas vezes naturalmente ricas em minerais, e as desenvolvidas, capazes de usar a tecnologia necessária para extraí-los no espaço, argumenta Deganit Paikowsky, acadêmica do Instituto de Política Espacial da Universidade George Washington, nos EUA, que pesquisa a política da mineração espacial. Deganit é cautelosa em relação à possível ruptura do status quo que a mineração de asteroides pode provocar.
"Uma coisa é minerar recursos no espaço para uso no espaço — veja as principais nações que exploram o espaço atualmente, elas estão mais preocupadas em criar uma presença humana duradoura no espaço. Então, explorar materiais para este fim é lógico", diz ela. "Mas outra coisa é trazer esses recursos de volta à Terra para uso em uma economia [estabelecida] no planeta. Isso vai impactar muitas partes interessadas diferentes de várias maneiras."
Quando se trata de mineração de asteroides, diz Crull, os destaques tendem a ser os metais do grupo da platina, assim como outros recursos que podem ser minerados, como metais de terras raras e o hélio-3 necessário para a fusão nuclear.
Mas, segundo ele, vale considerar a extração de água para o oxigênio que sustenta a vida e o hidrogênio propulsor de foguetes, ou de argila para a impressão em 3D de cerâmicas que podem ser usadas para fazer, por exemplo, habitats espaciais ou coletores solares. A mineração evitaria grande parte dos custos de levar esses materiais da Terra para o espaço.
"Consideramos a possibilidade de trazer recursos de asteroides para a Terra, mas a viabilidade e a economia nos parecem pouco claras", acrescenta Crull. Em vez disso, a Karmen+ está procurando minerar recursos no espaço para serem usados no espaço, para a construção de habitats espaciais ou manutenção de satélites, por exemplo. A Karmen+ arrecadou recentemente US$ 20 milhões em investimentos institucionais, e o lançamento de sua primeira espaçonave — para testar os recursos de amostragem — está marcado para fevereiro de 2027.
Isso ainda deixa muitas perguntas sem resposta. Será que é apenas trocar um tipo de dano ambiental por outro? Algumas pessoas manifestam receio em relação à criação de rejeitos espaciais — os detritos deixados por asteroides depois que são minerados. Elas se preocupam com o problema de como descartar esses resíduos e, assim como outros detritos espaciais, com o fato de que eles podem acabar caindo na Terra.
Cientistas como Monica Grady, professora de ciências planetárias e espaciais na Open University, no Reino Unido, argumentam que o ambiente imaculado do espaço não deve ser manchado, e que os seres humanos devem aprender a "limpar à medida que avança".
Gialich afirma, no entanto, que os recursos do espaço devem ser vistos como uma forma de proteger os da Terra. "Há um espaço infinito lá fora e inúmeros asteroides, mas apenas um planeta Terra", diz ele.
Há, porém, mais uma pergunta que precisa ser respondida antes de começarmos a comprar recursos de asteroides extraídos por essas empresas aqui na Terra: eles pertencem realmente a elas para vender?
Isso ainda está longe de ser decidido, afirma Rosanna Deplano, professora de direito espacial internacional na Universidade de Leicester, no Reino Unido, e consultora da Asteroid Mining Corporation, uma empresa de mineração espacial com sede em Londres.
O Tratado do Espaço Sideral de 1967, o acordo mais antigo, porém mais amplamente ratificado, sobre o direito espacial internacional — assinado por 115 países —, diz que devemos tratar o espaço como um bem comum, mas não faz referência a seus recursos. "Portanto, isso implica que [a mineração] não é proibida", diz Deplano.
O Tratado da Lua de 1979 afirma, por sua vez, que os recursos naturais da Lua não devem se tornar propriedade de ninguém — mas isso só foi ratificado por sete Estados, incluindo Chile, Holanda e Marrocos, e nenhum deles até o momento tem programas próprios de voos espaciais tripulados. Um comitê especial da Organização das Nações Unidas (ONU) deve se reunir em 2027 para discutir a utilização dos recursos espaciais, mas qualquer pronunciamento não vai ser juridicamente vinculativo.
De fato, conforme indicado pelas discussões entre os EUA e a Ucrânia sobre um possível acordo relacionado aos recursos minerais da Ucrânia, é possível que os interesses nacionais prevaleçam. "Se a extração dos asteroides for para pesquisa científica, não creio que seja muito problemático", avalia Deplano. "Mas o problema surge a nível político quando é comercial."
Os países já estão oferecendo interpretações sobre esta questão a partir de suas próprias perspectivas nacionais, ela acrescenta. "Só está incentivando a comercialização. Isso vai acontecer."
Leia a íntegra desta reportagem (em inglês) no site BBC Future.
Emprego em tecnologia: IA ganha espaço, mas segurança da informação domina contratações
G1 Mon, 24 Mar 2025 17:40:01 -0000 - |
Noland Arbaugh conta à BBC como ser o primeiro paciente da Neuralink mudou sua vida. Nolan Arbaugh foi a primeira pessoa a receber um implante do chip da Neuralink, do bilionário Elon Musk
Reprodução/Neuralink
Ter um chip no cérebro capaz de traduzir seus pensamentos em comandos para um computador pode parecer ficção científica, mas é uma realidade para Noland Arbaugh.
Em janeiro de 2024, oito anos após ter ficado paralisado, o jovem de 30 anos se tornou a primeira pessoa a receber tal dispositivo da empresa de neurotecnologia americana Neuralink.
Embora não tenha sido o primeiro chip desse tipo — várias outras empresas também desenvolveram e implantaram dispositivos semelhantes — o caso de Arbaugh inevitavelmente atrai mais atenção devido ao fundador da Neuralink: Elon Musk.
Neuralink fez 2º implante de chip cerebral em humano, diz Musk
No entanto, Arbaugh afirma que o mais importante não é ele nem Musk, mas a ciência por trás disso.
Ele contou à BBC que estava ciente dos riscos envolvidos, mas acreditava que, "seja bom ou ruim, o que quer que acontecesse, estaria ajudando".
"Se tudo der certo, então poderei ajudar sendo um participante da Neuralink", disse ele. "Se algo terrível acontecer, sei que eles aprenderão com isso."
'Sem controle e sem privacidade'
Arbaugh, natural do Arizona, ficou paralisado abaixo dos ombros em um acidente de mergulho em 2016. Seus ferimentos foram tão graves que ele temia não poder estudar, trabalhar ou até mesmo jogar videogames novamente.
"Você simplesmente não tem controle, não tem privacidade, e é difícil", disse ele. "Você tem que aprender a depender de outras pessoas para tudo."
O chip da Neuralink busca restaurar uma parte de sua independência anterior, permitindo que ele controle um computador com a mente.
Trata-se de uma interface cérebro-computador (BCI), que funciona detectando os pequenos impulsos elétricos gerados quando os humanos pensam em se mover e traduzindo-os em comandos digitais, como mover o cursor na tela.
É um campo complexo no qual os cientistas trabalham há várias décadas.
Inevitavelmente, o envolvimento de Elon Musk no campo da neurotecnologia catapultou tanto a tecnologia quanto Noland Arbaugh para as manchetes.
Isso ajudou a Neuralink a atrair grandes investimentos, além de gerar um escrutínio sobre a segurança e a relevância de um procedimento tão invasivo.
Quando o implante de Arbaugh foi anunciado, especialistas o consideraram um "marco significativo", embora tenham alertado que seria necessário tempo para uma avaliação real — especialmente levando em conta a habilidade de Musk em "gerar publicidade para sua empresa".
Na época, Musk foi reservado em público, limitando-se a escrever em uma postagem nas redes sociais: "Os resultados iniciais mostram detecção promissora de picos neuronais".
Na realidade, Arbaugh disse que o bilionário — com quem conversou antes e depois da cirurgia — estava muito mais otimista.
"Acho que ele estava tão empolgado quanto eu para começar", afirmou.
Ainda assim, ele enfatiza que a Neuralink é mais do que seu proprietário e afirma que não a considera "um dispositivo de Elon Musk".
Se o resto do mundo a vê dessa maneira — especialmente considerando o papel cada vez mais controverso de Musk no governo dos EUA — ainda é uma questão em aberto.
No entanto, não há dúvida do impacto que o dispositivo teve na vida de Arbaugh.
Neuralink faz demonstração com 1º paciente a receber seu chip cerebral
'Isso não deveria ser possível'
Quando Arbaugh acordou da cirurgia que implantou o dispositivo, ele disse que, inicialmente, conseguiu controlar o cursor na tela apenas pensando em mover os dedos.
"Honestamente, eu não sabia o que esperar — parecia algo de ficção científica", disse ele.
Mas, ao ver seus neurônios disparando na tela — cercado por funcionários animados da Neuralink — ele percebeu que podia controlar o computador apenas com seus pensamentos.
E, ainda melhor, com o tempo, sua habilidade de usar o implante cresceu a ponto de ele agora conseguir jogar xadrez e videogames.
"Eu cresci jogando", disse ele, acrescentando que era algo que teve que "abrir mão" quando se tornou deficiente. "Agora estou vencendo meus amigos em jogos, o que realmente não deveria ser possível, mas é."
Arbaugh é uma demonstração poderosa do potencial da tecnologia para transformar vidas, mas também podem existir desvantagens.
"Um dos principais problemas é a privacidade", disse Anil Seth, professor de neurociência na Universidade de Sussex. "Se estamos exportando nossa atividade cerebral [...] então estamos, de certa forma, permitindo o acesso não apenas ao que fazemos, mas potencialmente ao que pensamos, no que acreditamos e ao que sentimos", afirmou à BBC. "Uma vez que se tem acesso ao que está dentro da sua cabeça, realmente não há mais barreiras para a privacidade pessoal."
No entanto, essas preocupações não afetam Arbaugh — ele deseja ver os chips evoluírem ainda mais no que podem fazer.
Em entrevista à BBC, ele afirmou que espera que o dispositivo, eventualmente, permita que ele controle sua cadeira de rodas ou até mesmo um robô humanoide futurista.
Mesmo com a tecnologia ainda em um estágio mais limitado, nem tudo foi fácil.
Em determinado momento, um problema no dispositivo fez com que ele perdesse o controle total do computador, quando o implante se desconectou parcialmente do seu cérebro.
"Isso foi realmente frustrante, para dizer o mínimo", disse ele. "Eu não sabia se seria possível usar o Neuralink novamente."
A conexão foi reparada — e subsequentemente aprimorada — quando engenheiros ajustaram o software, mas o incidente destacou uma preocupação frequentemente levantada por especialistas sobre as limitações dessa tecnologia.
Grandes negócios
A Neuralink é apenas uma das muitas empresas que estão explorando maneiras de acessar digitalmente o poder do nosso cérebro.
A Synchron é uma dessas empresas, que afirma que seu dispositivo Stentrode, voltado para ajudar pessoas com esclerose lateral amiotrófica (ELA), exige uma cirurgia menos invasiva para ser implantado. Em vez de exigir uma cirurgia cerebral aberta, o dispositivo é instalado na veia jugular do pescoço, sendo então direcionado até o cérebro através de um vaso sanguíneo.
Assim como a Neuralink, o dispositivo se conecta, por fim, à região motora do cérebro.
"Ele detecta quando alguém está pensando em tocar ou não o dedo", explicou o diretor de tecnologia, Riki Bannerjee. "Ao ser capaz de identificar essas diferenças, ele pode criar o que chamamos de saída motora digital."
Essa saída é então transformada em sinais de computador, sendo utilizada atualmente por 10 pessoas.
Uma dessas pessoas, que preferiu não revelar seu sobrenome, contou à BBC que foi o primeiro a usar o dispositivo com o headset Vision Pro da Apple.
Mark disse que isso lhe permitiu fazer férias virtuais em locais distantes — desde ficar em cachoeiras na Austrália até caminhar por montanhas na Nova Zelândia.
"Eu consigo ver no futuro um mundo onde essa tecnologia realmente, realmente pode fazer a diferença para alguém que tenha essa condição ou qualquer tipo de paralisia", afirmou ele.
Mas, para Arbaugh, há uma ressalva com seu chip Neuralink — ele concordou em participar de um estudo que implantaria o dispositivo por seis anos, após os quais o futuro se torna menos claro.
Independentemente do que aconteça com ele, Arbaugh acredita que sua experiência pode ser apenas o começo do que um dia pode se tornar uma realidade.
"Sabemos tão pouco sobre o cérebro e isso está nos permitindo aprender muito mais", afirmou.
'O que a Neuralink está dizendo é algo que já foi feito 20 anos atrás', diz Miguel Nicolelis
Reportagem adicional de Yasmin Morgan-Griffiths.
G1 Mon, 24 Mar 2025 10:53:09 -0000 - |
Relações do bilionário com seus familiares têm um histórico de controvérsias. Atrito mais recente foi com Vivian, filha trans do empresário. Elon Musk, Errol Musk e Vivian Wilson
Reprodução
As relações do bilionário Elon Musk com seus familiares têm um histórico de controvérsias em meio a uma árvore genealógica numerosa e complexa.
Na última semana, sua filha Vivian Jenna Wilson, de 20 anos, chamou o pai de “patético” e disse não falar com ele desde 2020, ano em que se assumiu como uma mulher trans. Os dois já tiveram brigas públicas.
🔞 'IA do job': brasileiros ganham dinheiro criando mulheres virtuais para conteúdo adulto
Filho do sul-africano Errol Musk e da canadense Maye Musk, Elon nasceu em Pretória, na África do Sul. Ao longo de sua trajetória, ele manteve proximidade com a mãe e se distanciou do pai. Mais tarde, construiu uma carreira de sucesso na tecnologia e uma família com muitos herdeiros.
Elon Musk se casou duas vezes e teve 14 filhos com quatro mulheres diferentes, sendo que um deles, anunciado pela influenciadora conservadora Ashley St. Clair em fevereiro deste ano, não foi reconhecido publicamente pelo bilionário – que também não negou ser pai do bebê.
SAIBA MAIS: A trajetória de Elon Musk
Veja como Musk se relaciona com alguns membros de sua família:
Errol Musk (pai)
Errol Musk, pai de Elon Musk
Reprodução/X
Elon Musk deixou a África do Sul rumo ao Canadá pouco antes dos 18 anos sem o apoio do pai, Errol, que já estava divorciado da mãe. Segundo o bilionário contou a seu biógrafo Walter Isaacson, Errol previu que o filho voltaria tempos depois porque “nunca seria bem-sucedido”.
Musk fez outras afirmações duras sobre o pai ao longo dos anos. Em 2008, à GQ, ele afirmou que o pai era um engenheiro astuto, que “ficou um pouco louco depois”.
Em 2017, Elon falou, em entrevista à revista Rolling Stone, que o pai era um “ser humano terrível”.
“Meu pai terá um plano cuidadosamente pensado para [fazer] o mal. Ele planeja o mal. Quase todos os crimes que você pode imaginar, ele já cometeu. Quase todas as coisas más que você pode imaginar, ele já fez."
Errol Musk, por sua vez, declarou ao The New York Times, em fevereiro, que “sempre manteve” boas relações com o filho. No entanto, semanas antes, ele afirmou em um podcast que Elon não tem sido um bom pai para seus filhos e que as crianças “tinham muitas babás”.
Filha trans de Musk chama pai de 'patético' e diz que 'saudação nazista foi loucura'
Maye Musk (mãe)
Maye Musk e o filho, Elon Musk
Reprodução/X
Ao contrário do pai, Elon Musk se manteve próximo da mãe, que hoje frequenta as redes sociais. Modelo, ela tem atualmente mais de 1 milhão de seguidores no Instagram e no X, onde costuma defender o filho.
A mãe também já atuou, de alguma forma, como uma espécie de consultora do bilionário em seus empreendimentos, segundo o portal Wired, e chegou a sentar em reuniões de negócio ao lado do filho.
De acordo com o Wired, executivos relataram que Maye Musk apareceu com Elon em reuniões de alto nível, sem que ninguém soubesse que ela estaria lá, e apontava suas sugestões.
Musk teve 14 filhos com 4 mulheres; veja quem são
Vivian Jenna Wilson (filha)
Nascida em 2004, Vivian é filha do primeiro casamento de Musk com a autora de livros Justine Wilson e tem um irmão gêmeo, Griffin Musk.
Ela se assumiu como uma mulher trans em 2020, mesma época em que rompeu com o pai. Em 2022, ela recorreu à Justiça dos Estados Unidos para retirar o sobrenome do pai, passando a se chamar Vivian Jenna Wilson.
Desde então, os dois tiveram algumas brigas públicas que envolveram o processo de transição de gênero da filha e o apoio de Musk ao presidente norte-americano, Donald Trump, além de seus posicionamentos políticos.
Em 2024, Musk fez declarações públicas dizendo que ela "não era uma menina" e que estava "morta" para ele. O bilionário disse ainda que tinha sido "enganado" ao autorizar tratamento médico relacionado à transição de gênero quando ela tinha 16 anos.
Vivian, então, concedeu sua primeira entrevista. À NBC News, Vivian afirmou que Musk foi ausente na sua vida e que ele era frequentemente cruel com ela por mostrar traços femininos quando estava crescendo. Segundo ela, Musk era “frio”, “indiferente” e “narcisista”,
Na última semana, a filha de Musk concedeu uma entrevista de capa à revista Teen Vogue, onde falou sobre sua vida e comentou sua visão sobre o pai. Questionada se ela teria algum medo de Musk por conta de sua fortuna, ela disse que o pai é “um homem-criança patético”.
“Por que teria medo dele? 'Oh, ele tem tanto poder'. Eu não dou a mínima.”
Ela disse não ter comunicação com sua família paterna. “Não dou a mínima para o que eles fazem. Vejo coisas sobre meu pai nas notícias e penso: 'Isso é uma vergonha’”, disse ela.
“A saudação nazista foi uma loucura. Vamos chamar um figo de figo, e vamos chamar uma saudação nazista do que é. Aquilo foi definitivamente uma saudação nazista”, afirmou ela, sobre o gesto polêmico de Musk no dia da posse de Trump, em janeiro.
“Mas, fora isso, não dou a mínima para ele. É irritante que me associem a ele”, concluiu.
As mães de seus filhos
Com a primeira mulher, Justine, Musk teve outros quatro filhos além de Vivian e Griffin: os trigêmeos Damian, Saxon e Kai, de 2006, e um outro filho do casal, Nevada, que morreu poucas semanas após o nascimento, em 2002.
Justine não tem feito comentários recentes sobre o ex-marido, mas, em 2010, comentou que o casamento entre os dois acabou de forma abrupta, quando Elon Musk pediu o divórcio. Segundo Justine, pouco antes do término, o bilionário fazia críticas frequentes a ela e chegou a se classificar como o “alfa da relação”.
Elon Musk e Grimes no Met Gala 2018
Jason Kempin/Getty Images North America/Getty Images via AFP/Arquivo
Com a cantora Grimes, Musk teve mais três filhos, de nomes bem exóticos. X AE A-XII, nascido em 2020 e chamado também de "X", que aparece constantemente ao lado do pai; Exa Dark Sideræl Musk, em 2022; e Techno Mechanicus, revelado na biografia do empresário, publicada em 2023. Ele tem o apelido "Tau".
Em fevereiro de 2025, a cantora fez publicações no X pedindo que Elon Musk parasse de ignorar suas mensagens. Nas publicações, depois deletadas, ela disse que um filho do ex-casal poderia "sofrer deficiências para o resto da vida" e pediu desculpas por levar a situação a público.
"Mas não é mais aceitável ignorar essa situação. Isso requer atenção imediata. Se você não quiser falar comigo, pode designar ou contratar alguém para que possamos seguir em frente solucionando isso. Isso é urgente, Elon", escreveu ela.
A cantora não disse sobre qual filho estava se referindo, e as publicações foram apagadas.
Também em fevereiro, a influenciadora conservadora Ashley St. Clair anunciou que teve um filho com o bilionário, nascido em 2024. Musk não reconheceu e nem negou ser pai do bebê.
A influenciadora entrou com um processo contra Musk envolvendo a custódia do bebê. O advogado dela afirmou, em entrevista à People, que o bilionário dava apoio financeiro a St. Clair, mas “reduziu significativamente” o montante após ela entrar com o processo contra Musk.
Os outros quatro filhos de Musk são com Shivon Zilis, executiva da Neuralink. São eles: os gêmeos Strider e Azure (2021), Arcadia (2024) e Seldon Lycurgus (2025).
Os filhos de Elon Musk
g1
Gesto de Musk gera polêmica durante fala do bilionário em evento da posse de Trump
G1 Sun, 23 Mar 2025 08:00:32 -0000 - |
Centenas de pessoas procuraram a BBC após o CEO da Roblox, Dave Baszucki, comentar sobre a segurança da plataforma, que conta com milhões de jogadores no mundo todo O polêmico conselho do CEO da Roblox para os pais de jogadores
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"Se você não se sente confortável, não deixe seus filhos jogarem Roblox." Com esse conselho, dado em uma entrevista exclusiva à BBC, o CEO da popular plataforma de jogos, Dave Baszucki, desencadeou um intenso debate entre os pais.
Baszucki enfatizou que a empresa leva a segurança dos usuários muito a sério e destacou que "dezenas de milhões" de pessoas têm experiências positivas na plataforma, que é a mais popular entre crianças de 8 a 12 anos no Reino Unido.
Após a publicação de suas declarações, centenas de pessoas entraram em contato com a BBC. Muitos defenderam que os pais devem assumir mais responsabilidade e elogiaram o ambiente seguro e divertido do jogo para seus filhos.
Outros, porém, descreveram uma realidade bem mais preocupante, com relatos de aliciamento, vício e uma empresa que não responde adequadamente às denúncias.
A seguir, algumas dessas histórias. A BBC alterou nomes para proteger a identidade dos jovens.
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O menino 'viciado' em Roblox
O menino viciado em roblox
Getty Images
Para Amir, de Leeds, os comentários de Mr. Baszucki foram "ridículos" e a solução sugerida foi "muito mais fácil de falar do que de fazer".
"Roblox está arruinando meu filho", disse ele à BBC, sentindo-se impotente para impedir isso.
Usuário desde os oito ou nove anos, ele afirma que o filho de 15 anos está "viciado" e agora passa até 14 horas por dia na plataforma.
"Ele é filho único e ambos os pais estão muito ocupados com o trabalho. Me sinto culpado por não conseguirmos dar a ele tempo de qualidade. Isso foi roubado pelo Roblox", contou Amir à BBC.
A conta do filho está vinculada ao e-mail do pai, e Amir já recebeu "centenas" de e-mails ao longo dos anos do Roblox sobre violações dos 'termos de uso'.
Ele afirma que o filho já foi suspenso temporariamente, mas sempre encontra uma maneira de continuar jogando - usando múltiplas contas e as contas de outras pessoas.
Amir espera conseguir reduzir o tempo do filho na plataforma jogando cartas, conversando e assistindo ao YouTube juntos, em vez de forçá-lo a sair completamente da plataforma.
Em resposta, a Roblox destacou à BBC News a funcionalidade de limite de tempo de tela da plataforma, que permite aos pais restringir o tempo diário que as crianças podem passar no Roblox.
'Minha filha de 9 anos foi aliciada no Roblox'
'Minha filha de 9 anos foi aliciada no Roblox'
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Sally, do norte da Escócia, disse à BBC que "assume total responsabilidade" como mãe - mas questionou se a empresa responsável pelo jogo estava fazendo o mesmo.
Ela disse à BBC que sua filha de nove anos estava sendo aliciada no Roblox e - apesar de relatar à plataforma - não obteve resposta, o que a deixou "furiosa".
A mãe disse em dezembro passado que sua filha estava conversando com alguém em um jogo onde você pode "imitar a vida real".
Este usuário coagiu sua filha a encenar "casamento". Ele disse à menina que estava se tocando sexualmente e pediu à filha de Sally para fazer o mesmo e tirar uma foto.
Ele ofereceu a moeda do jogo em troca da foto. A criança não fez isso e contou à mãe dias depois.
"Quando ela se aproximou de mim, foi com muitas lágrimas e se sentindo muito, muito envergonhada com o que tinha acontecido. Eu assegurei minha filha que não é culpa dela e que fez bem em me contar."
"Isso é inaceitável para uma plataforma que é anunciada para crianças pequenas. Parece que a empresa não está assumindo nenhuma responsabilidade e claramente seus filtros não estão funcionando."
Sally disse que as empresas que criaram plataformas deveriam ser responsabilizadas por quaisquer problemas com elas, em vez de dizer aos seus usuários "se não quiser, não use".
Em sua entrevista à BBC, Mr. Baszucki afirmou que a construção de um "sistema de confiança e segurança" sempre foi uma parte importante do Roblox desde seu lançamento.
Ele acrescentou: "Na empresa, adotamos a postura de que qualquer incidente ruim - até mesmo um único incidente - é um de mais."
"Observamos casos de bullying, assédio e filtramos todos esses tipos de situações, e eu diria que, nos bastidores, a análise continua até, se necessário, entrarmos em contato com as autoridades."
Baszucki afirmou que continua confiante nas ferramentas de segurança do Roblox e insistiu que a empresa vai além para garantir a segurança de seus usuários.
O Roblox também afirmou que analisa todas as comunicações entre os membros da plataforma, utilizando cada vez mais sistemas avançados de IA e outras tecnologias para isso. Qualquer conteúdo sinalizado é enviado para investigação adicional.
A empresa destacou à BBC News que os usuários não podem compartilhar imagens entre si na plataforma.
As preocupações sobre crianças serem expostas a conteúdo sexual no Roblox já foram levantadas antes.
Em novembro do ano passado, menores de 13 anos foram proibidos de enviar mensagens diretas e também de participar de "experiências de socialização", que envolvem conversas entre os jogadores. Outros controles parentais também foram implementados.
'Minha filha ama Roblox'
Muitas pessoas também entraram em contato com a BBC para apoiar as declarações do CEO da Roblox.
Kathryn Foley disse ter ficado "impressionada" com a "honestidade" de Dave Baszucki na entrevista e destacou as conversas frequentes que tem com sua filha Helene, de nove anos, sobre a plataforma.
Helene é uma grande fã do jogo de animais Adopt Me ('Me Adote', na tradução para o português).
"No geral, a experiência da minha filha no Roblox tem sido muito positiva, e o Adopt Me é um ambiente gentil e seguro para ela se divertir com as amigas", afirmou Kathryn.
Já Kirsty Solman falou ao programa Jeremy Vine, da BBC Radio 2, sobre seu filho Kyle, de 13 anos, que tem TDAH, autismo e ansiedade severa.
"Ele tem muita dificuldade em interações sociais e conversas casuais. No Roblox e em outras plataformas de jogos, consegue brincar com os colegas de classe. Isso alivia o estresse e a ansiedade, e ele acabou formando um ótimo grupo de amigos."
Kirsty disse que conversa com o filho sobre segurança online e monitora seus dispositivos diariamente.
Phil, de Londres, concorda que os pais precisam tomar a iniciativa quando se trata da proteção digital dos filhos.
"Há um perigo em achar que a internet é uma creche", comentou no site da BBC.
'Roblox': Entenda o que é a plataforma de games que virou fenômeno
G1 Sat, 22 Mar 2025 16:22:19 -0000 - |
Criadores usam inteligência artificial para gerar imagens e vídeos de mulheres nuas ou em cenas de sexo e publicam em plataformas 18+ como OnlyFans, Privacy e Fanvue. Uma criadora disse ter faturado R$ 20 mil, principalmente vendendo cursos que ensinam a criar a 'garota do job'. 'IA do job': brasileiros ganham dinheiro criando mulheres virtuais para conteúdo adulto
Imagina ganhar dinheiro na internet com uma "pessoa" que não existe? Essa é a onda das "IAs do job" ou "garotas do job", que são mulheres virtuais criadas por inteligência artificial (IA) para produzir conteúdo adulto.
Com sites de edição específicos para isso, as pessoas por trás criam modelos nuas, simulam cenas de sexo e vendem esse conteúdo para assinantes em plataformas 18+, como OnlyFans, Privacy, Fanvue, LinkPriv e Uncove.
Uma das pessoas por trás dessas criações é Elaine Pasdiora, de 35 anos, que vive em Porto Velho (RO). Ela contou que já faturou mais de R$ 20 mil entre janeiro e março de 2025 com as "garotas do job" — boa parte desse dinheiro veio da venda de cursos que ensinam a criar a mulher virtual.
Como pornô pode ser influenciado pela inteligência artificial
O tema ganhou força no TikTok nos últimos meses. Elaine revelou que o negócio deu tão certo que decidiu começar a dar aulas sobre o tema.
Um de seus grupos com interessados no assunto no WhatsApp, ao qual o g1 teve acesso, tem mais de 900 membros. "Entrei por interesse em aprender como usar a IA para isso ['IA do job'] e, eventualmente, ganhar dinheiro", disse uma das integrantes.
➡️ Por que "IA do job" ou "garota do job"? A palavra inglesa "job", que na tradução significa "trabalho", tem sido usada por jovens, especialmente nas redes sociais, como gíria para se referir a garota de programa ou prostituição.
Na internet, é possível encontrar vários conteúdos no YouTube, no TikTok e no Reddit que ensinam a criar a sua "IA do job" e faturar em sites especializados.
O g1 também encontrou vários cursos pagos para quem deseja investir nesse tipo de negócio, mas muitos alertam para possíveis golpes e frustrações (entenda ao final da reportagem).
"Mesmo eu falando que o resultado financeiro não vem rápido, muita gente vem com a expectativa de que vai ganhar muito dinheiro e não é assim", disse Elaine Pasdiora.
Nesta reportagem, você verá:
'IA do job' reforça estereótipos de 'corpos perfeitos'
Como as 'IAs do job' são criadas?
Assunto começou a ganhar destaque no fim de 2024
Proliferação de cursos do 'nicho hot'
'IA do job' reforça estereótipos de 'corpos perfeitos'
Site que permite adicionar um comando e criar uma IA do job
Reprodução
A maioria das criações segue o mesmo estilo: mulheres brancas, com corpos considerados dentro de um padrão de beleza, reforçando estereótipos.
"Quase não há mulheres negras ou não brancas, predominando um padrão europeu e, em menor número, perfis fetichizados de mulheres morenas, de cabelo liso e bronzeadas", diz a advogada criminalista Giovana Gabriela Silva, que tem acompanhado essa tendência nas redes sociais.
Por experiência própria e com base nos relatos em grupos de mensagens de criadores de "IA do job", Elisabete Alves, de 40 anos, que também tem sua garota virtual, revela o perfil do público que consome esse tipo de conteúdo:
homens com mais de 40 anos;
estrangeiros (a maioria reside em países como Índia, Paquistão e EUA);
pessoas com dificuldade em se relacionar.
Para Cleber Zanchettin, especialista em IA e professor da Universidade Federal de Pernambuco (UFPE), esse tipo de negócio demorou a chegar ao Brasil, tendo ganhado força nos EUA e na Europa no início de 2024.
Zanchettin explica que a indústria da IA para conteúdo adulto é um segmento gigantesco e tende a crescer nos próximos anos. "As próprias empresas do setor pornográfico estão investindo no treinamento de modelos para criar pornografia personalizada e interativa", afirma.
Senado aprova pena maior para conteúdos falsos simulando nudez
"A IA para criação de imagens e vídeos tem evoluído rapidamente. O que era tosco há um ano já não é mais agora", completa Diogo Cortiz, professor da PUC-SP e especialista em inteligência artificial.
Em novembro de 2024, a revista americana Wired denunciou um caso grave: centenas de influenciadores gerados por IA foram criados a partir de vídeos reais de criadores de conteúdo 18+ e foram publicados para venda no Patreon, rival do OnlyFans.
Nos seus termos de uso, o OnlyFans, a Privacy e a Fanvue dizem permitir conteúdos gerados por inteligência artificial, mas os usuários devem deixar claro que os conteúdos ali presentes são feitos com a tecnologia.
O g1 também entrou em contato com a LinkPriv e com a Uncove, mas não obteve retorno.
Elaine e Elisabete denunciaram que algumas pessoas ensinam a burlar os sistemas de verificação do OnlyFans para publicar conteúdo 18+ gerado por IA.
Ao g1, a plataforma afirmou que "todo o conteúdo publicado deve pertencer a um criador de conteúdo do OnlyFans com mais de 18 anos verificado", mas não comentou sobre a prática de fraude.
Beatriz Miuky, que produz conteúdo 18+ real há cinco anos, disse ao g1 que plataformas como OnlyFans e Privacy exigem o envio de uma foto do rosto e do documento antes da inscrição para publicação de conteúdo.
Recentemente, ela contou que interagiu, sem perceber, com um perfil no OnlyFans de uma mulher 100% virtual criada por IA.
"Eu comecei a ver essas 'IAs do job' primeiro no Instagram, em novembro ou dezembro de 2024. É impressionante como algumas têm um engajamento alto, chegando a 100 mil likes em um único post. Cheguei a ver alguns perfis no OnlyFans, mas não muitos", disse Beatriz.
Volte para o índice.
Como as 'IAs do job' são criadas?
Site que cria as 'IAs do job'
Reprodução
O g1 descobriu pelo menos cinco sites que permitem a criação das "garotas do job". Dois deles são exclusivos para gerar fotos e vídeos de mulheres e homens nus ou fazendo sexo.
Eles até oferecem edições simples e gratuitas, mas as configurações mais avançadas ficam restritas aos planos pagos, em dólar.
Os criadores desses personagens explicam que:
Alguns sites já oferecem modelos prontos, dispensando grandes alterações.
Mas, é possível adicionar um "prompt" ("comando", em português) e ajustar o personagem conforme desejado. Quando precisam criar comando mais precisos e em inglês, dependendo do site, os criadores usam o ChatGPT para isso.
Também há outros sites que permitem adicionar movimento e até fala aos personagens. O criador pode gravar o áudio e o robô do site sincroniza com o vídeo.
Outros possibilitam configurar a posição e as ações da mulher virtual na cena, mas essa funcionalidade, que é mais avançada, geralmente está disponível na versão paga das plataformas.
É preciso criar um perfil no Instagram para a "garota do job", onde são divulgadas imagens menos explícitas, funcionando como uma "vitrine" para atrair interessados nos conteúdos. Na bio, também são inseridos links para quem deseja acessar os "nudes" e "cenas de sexo".
Nos sites onde esses conteúdos são disponibilizados, os interessados em consumi-los precisam fazer uma assinatura em dólar ou euro, dependendo da plataforma.
Assunto começou a ganhar destaque no fim de 2024
No Brasil, o tema começou a ganhar repercussão nas redes sociais em dezembro de 2024. Um exemplo foi um vídeo da influenciadora Yara Santos, publicado no TikTok no mesmo período, em que ela conta que uma amiga comprou um curso sobre IA e criou uma "garota do job".
Yara afirmou ter criado a sua também, mas não revelou muitos detalhes sobre o processo. Por mensagem de WhatsApp, ela disse ao g1 que vem faturando alto, mas não quis divulgar valores e nem dar entrevista sobre o assunto.
No TikTok, são vários conteúdos sobre a 'IA do job'
Reprodução/TikTok
Em um dos vídeos postados no TikTok, Yara afirmou que criou uma "garota do job" semelhante a ela porque o site 18+, cujo nome não foi divulgado, não aceita perfis falsos. Segundo ela, a plataforma exige uma foto do documento antes de concluir o cadastro. "Se não for parecido, não aprova, mas aprovou mesmo assim", disse a influenciadora.
Foi a partir de um desses vídeos de Yara que Elaine Pasdiora decidiu entrar nesse ramo. Formada em marketing, Elaine ganha a vida com freelas, mas, principalmente, criando conteúdo para a internet, como no caso da "garota do job".
Ela entrou no universo das IAs em janeiro de 2025. Desde então, faturou R$ 651 com a "Talita", sua "IA do job", no site brasileiro LinkPriv (veja na imagem abaixo) e US$ 338 (cerca de R$ 2 mil) no Uncove. Mas a maior parte do que obteve, R$ 17.300, veio da venda de um curso que ensina a criar sua própria personagem.
Elaine já faturou R$ 651,40 em apenas uma plataforma com sua 'garota do job', chamada Talita.
Reprodução
Elaine afirma se preocupar com as questões éticas desse tipo de negócio, especialmente porque ainda não existe uma regulamentação definida. Em dezembro de 2024, o plenário do Senado aprovou um projeto para regular o uso de inteligência artificial (IA) no Brasil.
O site da Câmara dos Deputados diz que o projeto ainda não foi formalmente encaminhado à Casa, mas tem sido alvo de debates.
"Eu busco trabalhar da forma correta, usando apenas plataformas que permitem conteúdo gerado por IA e sempre sinalizando que é IA. Tem muita gente ensinando coisa errada: a manipular fotos de pessoas reais, por exemplo, e isso é crime. Isso eu não ensino", diz Elaine.
Morando em Portugal, a brasileira Elisabete Alves, que é designer gráfica e profissional de TI, também viu na "IA do job" uma oportunidade de renda extra.
Ela se deparou no início deste ano com vídeos no TikTok sobre a tendência. Foi então que decidiu entrar em grupos sobre o tema e começou a criar sua própria modelo.
Elisabete conta que entrou por curiosidade e não tinha a intenção de ganhar dinheiro com isso. "Fiz um 'pack' ('pacote') bem básico de 12 fotos, subi na plataforma e, de repente, veio uma notificação de primeira venda", disse.
A assinatura da "garota do job" de Elisabete custa US$ 7 por mês (cerca de R$ 40). Agora, ela pretende seguir nesse ramo.
"Eu achei interessante porque posso usar ela para gerar uma renda extra para mim e, no fim, não é algo tão trabalhoso. Posso ir tocando junto de outros trabalhos que tenho dentro do design e da tecnologia", conta.
Site que permite criar imagens 18+ usando inteligência artificial
Reprodução
Alguns criadores procurados pelo g1 não quiseram falar sobre o assunto. Um deles foi uma mulher, num primeiro contato por telefone, afirmou ter cinco "IAs do job" e faturar R$ 3 mil por dia, um valor bem acima do que as entrevistadas afirmam conseguir.
Ela não quis dar entrevista alegando que "a exposição neste momento não seria saudável" e "poderia gerar uma investigação".
Guilherme Kupke, conhecido como "Gui do Hot", é um dos criadores de "IAs do job" mais conhecidos no TikTok e no Instagram, e também oferece curso sobre isso. O g1 tentou contato com ele, mas não obteve resposta.
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Proliferação de cursos do 'nicho hot'
Curso que ensina a criar a sua 'IA do job'
Reprodução
A viralização de vídeos sobre o tema levou ao surgimento de vários cursos que prometem ensinar como ganhar dinheiro com a "garota do job". Elaine Pasdiora e Yara Santos afirmam que esses cursos apareceram após seus conteúdos viralizarem no TikTok.
Além de conteúdos no YouTube, o g1 encontrou vários cursos pagos voltados para essa finalidade, conhecidos como aulas do "nicho hot". Os preços variam de R$ 30 a R$ 50 e prometem faturamento alto e rápido.
No entanto, mesmo quem já fatura nesse ramo alerta que as promessas podem levar à frustração. Segundo esses criadores, muitas pessoas estão investindo e pesquisando sobre as "IAs do job", mas o retorno financeiro não é imediato.
"Muita gente está desistindo. Vi em um grupo várias pessoas desmotivadas porque não estão vendendo ou porque o retorno está demorando. Em compensação, está crescendo a procura por criar garotas como influenciadoras para vender produtos", diz Elaine.
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G1 Sat, 22 Mar 2025 10:26:02 -0000 - |
Ataque foi direcionado principalmente a caixinhas de TV irregulares, isto é, que não são certificadas. Os golpistas lucraram com anúncios e com o 'aluguel' desses aparelhos para terceiros. TV boxes apreendidas em outubro de 2020, em operação conjunta de Polícia Civil, Polícia Federal e Receita Federal
Divulgação
Um esquema revelado no início de março criou a maior rede já identificada de TV boxes invadidas para aplicar fraudes. Os cibercriminosos infectaram esses aparelhos para lucrar com anúncios e ataques a outros dispositivos.
Batizado de BadBox 2.0, o ataque afetou mais de 1 milhão de dispositivos, sendo mais de 370 mil no Brasil. Eles não têm certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que proíbe a venda de caixinhas irregulares.
A informação é da consultoria em cibersegurança Human Security, que presta serviço para empresas se protegerem de ataques de robôs e fraudes digitais. Em seu relatório, ela também listou modelos de tablets e projetores atacados. Ao menos 56 modelos foram afetados pelo BadBox 2.0, segundo a investigação.
Como funcionam esses aparelhos? Quais eram as fraudes? E quais modelos foram afetados pelo BadBox 2.0? Saiba mais abaixo.
O que é TV box?
Uma TV box é um aparelho com conexão à internet e a função principal de permitir acesso a serviços de streaming, além de navegadores e redes sociais. Ela também é conhecida como "caixinha de TV" por ter esse formato, mas pode ser mais compacta e incluir apenas um conector na televisão.
Esse tipo de produto só pode ser vendido no Brasil se for autorizado pela Anatel, que avalia se ele usa as faixas de frequência adequadas e oferece segurança aos usuários.
Para quem já tem uma TV box, a Anatel orienta a verificar se o aparelho apresenta o código de homologação, que pode ser confirmado por meio deste link.
Para quem pretende comprar, a agência diz que promessas de que o produto permite acesso livre e gratuito a vários canais e jogos ao vivo podem ser um indício de que o equipamento é irregular.
"Esse é um grande indicativo de que o aparelho é um TV Box não homologado (pirata), mesmo que ele contenha algum selo ou código de homologação", diz a Anatel.
Como é a solução premiada que promete 'pane geral' em caixinhas irregulares
Mais de 500 TV boxes irregulares foram apreendidos em operação na cidade de São Paulo, em novembro de 2024
Reprodução/TV Globo
Quais eram as fraudes?
Segundo a Human Security, os golpistas aproveitaram brechas em aparelhos sem certificação para criar uma rede de robôs (mais conhecida como "botnet") capaz de executar seus comandos.
Golpistas rodaram anúncios escondidos em segundo plano e forçaram cliques em anúncios. A ideia era fingir que o conteúdo realmente atraiu interesse de usuários e ganhar dinheiro dos anunciantes.
Outra tática era "alugar" os aparelhos para intermediar acesso de terceiros à internet. Esse serviço é cobrado e permite que um usuário disfarce sua atividade para fazer ataques a outras máquinas.
A invasão do aparelho é difícil de ser identificada, mas os aparelhos poderiam apresentar lentidão enquanto estavam sob comando dos cibercriminosos.
Quais modelos foram invadidos?
A Human Security listou os nomes técnicos dos modelos e, a partir deles, foi possível confirmar que a maioria se refere às caixinhas de TV. A empresa informou que nem todos os dispositivos de um determinado modelo estão infectados, mas vários deles foram atacados.
O g1 identificou três marcas responsáveis por 20 dos 56 modelos citados. Elas foram procuradas, mas não houve retorno até a publicação desta reportagem.
Veja abaixo os modelos afetados pelo BadBox 2.0.
Mecool: KM1, KM6, KM7, KM9PRO, M8SPROW
Orbsmart: Orbsmart_TR43
X96: X96_S400, X96MATE_PLUS, X96Max_Plus2, X96mini, X96Mini_5G, X96mini_Plus1, X96mini_RP, X96Q, X96Q_Max_P, X96Q_PR01, X96Q_PRO, X96Q2, X96QPRO-TM, X98K
Sem marca identificada: A15, ADT-3, AV-M9, Fujicom-SmartTV, GameBox, H6, HY-001, I96, isinbox, LongTV_GN7501E, Mbox, MX10PRO, MXQ9PRO, NETBOX_B68, OCBN, Projector_T6P, Q9 Stick, Q96L2, Q96MAX, R11, S168, Smart, SMART_TV, SP7731E, sp7731e_1h10_native, Transpeed, TV007, TV008, TV98, TVBOX, TX3mini, TXCZ, ums512_1h10_Natv, X88, Xtv77, Z6
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G1 Fri, 21 Mar 2025 06:00:26 -0000 - |
Segundo o The Information, a empresa reduziu o investimento em conteúdo original no Apple TV+. Plataforma está atrás de concorrentes como Netflix e Disney+ em número de assinantes. Aplicativo Apple TV
Divulgação/Apple
A Apple está perdendo mais de US$ 1 bilhão por ano com seu serviço de streaming, o Apple TV+, informou nesta quinta-feira (20) o site The Information.
A empresa investiu mais de US$ 5 bilhões por ano em conteúdo desde o lançamento da plataforma, em 2019, mas, em 2024, o investimento caiu para US$ 500 milhões, segundo a reportagem.
O Apple TV+ está bem atrás de concorrentes em termos de números de usuários. A plataforma alcançou 40,4 milhões de usuários no final de 2024, segundo estimativa de cinco analistas ouvidos pela consultoria Visible Alpha.
Segundo a Reuters, a Netflix lidera o ranking com 301 milhões de assinantes, enquanto o Disney+ tem 124 milhões.
Procurada pelo g1, a Apple disse que não comentará o assunto.
G1 Thu, 20 Mar 2025 20:26:27 -0000 - |
Vivian Jenna Wilson chamou o pai de 'homem-criança patético' em uma entrevista para a revista americana Teen Vogue nesta quinta-feira (20). Ela já tinha retirado o sobrenome Musk de sua identidade. Filha trans de Elon Musk chama pai de 'patético'; saiba quem é Vivian Jenna Wilson
Vivian Jenna Wilson, de 20 anos, chamou o pai, o bilionário Elon Musk, de "homem-criança patético", em uma entrevista para a revista americana Teen Vogue nesta quinta-feira (20). Ela foi capa da revista (veja na foto abaixo).
Vivian contou que não fala com o pai desde 2020, ano em que se assumiu como uma mulher trans. Desde então, os dois tiveram algumas brigas públicas que envolveram o processo de transição de gênero da filha e o apoio de Musk ao presidente norte-americano, Donald Trump, além de seus posicionamentos políticos.
Quem é Vivian Jenna Wilson
Vivian Jenna Wilson, filha de Elon Musk, é capa da revista Teen Vogue e faz críticas ao pai
Reprodução/Teen Vogue
Nascida em 2004, a jovem é filha do primeiro casamento de Musk com a autora de livros Justine Wilson e tem um irmão gêmeo, Griffin Musk.
Além dos dois, Justine e Elon também tiveram os trigêmeos Damian, Kai e Saxon, nascidos em 2006. Um sexto filho dos dois morreu ainda recém-nascido, em 2002. Veja quem são os 14 filhos de Musk.
Em abril de 2022, assim que completou 18 anos, Vivian recorreu à Justiça dos Estados Unidos para mudar seu nome e retirar o sobrenome de seu pai.
Em documentos enviados à Justiça, ela listou dois motivos para a mudança: "identidade de gênero e o fato de eu não viver ou desejar estar relacionada com meu pai biológico de qualquer forma".
Troca de farpas públicas
Montagem com fotos do bilionário Elon Musk e sua filha Vivian Jenna Wilson
Reprodução e Angela Weiss/AFP
Em 2024, em sua primeira entrevista dada à imprensa, Vivian contou à NBC News que Musk foi ausente na sua vida e que ele era frequentemente cruel com ela por mostrar traços femininos quando estava crescendo.
“Ele era frio”, ela disse. “Ele fica bravo muito rápido. Ele é indiferente e narcisista.”
A fala aconteceu após Musk fazer declarações públicas de que ela "não era uma menina" e que estava "morta" para ele, segundo o jornal The Guardian. O bilionário disse ainda que tinha sido "enganado" ao autorizar tratamento médico relacionado à transição de gênero quando ela tinha 16 anos.
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O dono da Tesla e da SpaceX também foi apontado como transfóbico em 2020 por usuários do então Twitter, após usar sua conta pessoal na rede para afirmar: “Pronouns suck", que traduzido do inglês significa: "Os pronomes são péssimos".
A postagem repercutiu negativamente, já que, supostamente, o bilionário se referia pejorativamente à forma como pessoas que não se identificam com seu gênero de origem são tratadas.
Além disso, ele chegou a dizer em entrevista que o "vírus mortal woke" tinha matado seu "filho", em referência a Vivian e ao termo associado à consciência sobre temas sociais e políticos, como o racismo, o feminismo e os direitos da população LGBTQIAP+.
Musk disse que ficou extremamente magoado com a decisão de Vivian de o abandonar, segundo um artigo publicado por Walter Isaacson no "The Wall Street Journal". Isaacson escreveu a biografia do bilionário em 2023.
Ele disse também que Musk atribui o comportamento da filha à escola progressista que ela frequentou em Los Angeles (EUA). Segundo o bilionário, Vivian "virou comunista" e cortou laços com ele.
Em entrevista ao "Financial Times", em 2022, o bilionário já tinha culpado o "comunismo ensinado nas escolas" pela decisão de Vivian.
Em 2015, inclusive, Musk chamou atenção ao tirar filhos de uma prestigiada escola para crianças superdotadas e criar a Ad Astra, um centro privado de ensino em Los Angeles.
Divergências políticas
Em 2024, em sua conta pessoal no Threads, concorrente do X, Vivian chamou Musk de "incel" e celebrou o apoio de Taylor Swift a Kamala Harris durante a corrida presidencial. Harris disputou o posto com Trump, apoiado por Musk.
O termo "incel", usado por Wilson, se refere a um grupo masculino que prega ódio às mulheres. Vivian ainda chamou o comportamento do pai de nojento e sexista.
Na ocasião, a filha do bilionário também criticou com veemência a mensagem publicada por Musk horas depois do apoio de Taylor Swift a Kamala.
Musk escreveu: "Tá bom, Taylor (Swift)... você venceu... vou te dar um filho e cuidar dos seus gatos com a minha vida".
Wilson disse que viu "o tuíte" do pai, e o analisou:
"Nonsense hediondo de incel é nonsense hediondo de incel. Não tenho muito a adicionar, é apenas repugnante. Isso é óbvio, e se você não vê isso assim, você é parte do problema."
Atualmente, Musk lidera o Departamento de Eficiência Governamental (DOGE, na sigla em inglês) do novo governo de Trump. Entenda como ele conseguiu o cargo.
Declarações recentes e 'vergonha' do pai
À Teen Vogue, Vivian, que mora em Tóquio (Japão) e estuda línguas, disse não ter comunicação com sua família paterna. “Não acompanho, porque realmente não dou a mínima para o que eles fazem. Vejo coisas sobre meu pai nas notícias e penso: 'Isso é uma vergonha’”, disse ela.
“A saudação nazista foi uma loucura. Vamos chamar um figo de figo, e vamos chamar uma saudação nazista do que é. Aquilo foi definitivamente uma saudação nazista”, afirmou ela, sobre o gesto polêmico de Musk no dia da posse de Trump, em janeiro.
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Questionada se ela teria algum medo de Musk por conta de sua fortuna, ela disse que o pai é “um homem-criança patético”. “Por que teria medo dele? 'Oh, ele tem tanto poder'. Eu não dou a mínima.”
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G1 Thu, 20 Mar 2025 18:18:14 -0000 - |
Capa da revista Teen Vogue, Vivian Jenna Wilson disse não falar com o pai desde 2020 e declarou não ter medo dele: 'Eu não dou a mínima'. Vivian Jenna Wilson, filha de Elon Musk, é capa da revista Teen Vogue e faz críticas ao pai
Reprodução/Teen Vogue
Vivian Jenna Wilson, filha de Elon Musk, criticou posturas do pai, o chamou de “patético” e disse não falar com ele desde 2020, ano em que se assumiu como uma mulher trans.
As afirmações foram feitas à revista americana Teen Vogue, que dedicou a capa de sua nova edição à filha de Musk, de 20 anos.
Vivian é filha do primeiro casamento do bilionário dono do X, SpaceX e Tesla, com a autora de livros Justine Musk. Em 2022, ela recorreu à Justiça dos Estados Unidos para retirar o sobrenome do pai, passando a se chamar Vivian Jenna Wilson.
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Desde então, os dois tiveram algumas brigas públicas que envolveram o processo de transição de gênero da filha e o apoio de Musk ao presidente norte-americano, Donald Trump, além de seus posicionamentos políticos.
À Teen Vogue, Vivian disse não ter comunicação com sua família paterna. “Não acompanho, porque realmente não dou a mínima para o que eles fazem. Vejo coisas sobre meu pai nas notícias e penso: 'Isso é uma vergonha’”, disse ela.
“A saudação nazista foi uma loucura. Vamos chamar um figo de figo, e vamos chamar uma saudação nazista do que é. Aquilo foi definitivamente uma saudação nazista”, afirmou ela, sobre o gesto polêmico de Musk no dia da posse de Trump, em janeiro.
“Mas, fora isso, não dou a mínima para ele. É irritante que me associem a ele. Simplesmente não tenho mais espaço para me importar.”
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Questionada se ela teria algum medo de Musk por conta de sua fortuna, ela disse que o pai é “um homem-criança patético”. “Por que teria medo dele? 'Oh, ele tem tanto poder'. Eu não dou a mínima.”
“Eu não falo com ele desde 2020. Isso foi há quase meia década. Graças a Deus”, concluiu ela sobre o pai.
Quem são os outros filhos de Elon Musk?
Elon Musk teve 14 filhos com 4 mulheres diferentes. Com a primeira mulher, Justine, Musk teve cinco filhos, além de Vivian: Griffin, que é gêmeo da irmã – ambos nasceram em 2004 –, e os trigêmeos Damian, Saxon e Kai, de 2006. Um outro filho do casal morreu poucas semanas após o nascimento.
Depois, com a cantora Grimes, Musk teve mais três filhos (e de nomes bem exóticos). X AE A-XII, nascido em 2020 e chamado também de "X"; Exa Dark Sideræl Musk, em 2022; e Techno Mechanicus, revelado na biografia do empresário, publicada em 2023. Ele tem o apelido "Tau".
Com Shivon Zilis, executiva da Neuralink, empresa que pertence ao magnata, Musk teve quatro filhos. Um deles só se tornou de conhecimento público no começo deste mês, após um post da mãe no X.
Também em 2025 a influenciadora conservadora Ashley St. Clair anunciou um herdeiro do magnata. Musk, no entanto, ainda não reconheceu publicamente a criança.
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Autoridades dos EUA investigam ataques contra carros da Tesla, de Elon Musk
G1 Thu, 20 Mar 2025 17:55:25 -0000 - |
Segundo investigadores, plataforma exibia dados adicionais que permitiam o financiamento das contas, inclusive, com criptomoedas. Blogueiro Allan dos Santos é dono do canal 'Terça Livre' e foi alvo de operação da PF no inquérito das fake news
Mateus Bonomi/Agif/Estadão Conteúdo
A Polícia Federal afirmou ao Supremo Tribunal Federal (STF) que a plataforma X permitiu que usuários financiassem ou apoiassem contas de bolsonaristas que são investigadas e estavam bloqueadas no Brasil por ordem da Corte.
Os investigadores afirmam que, apesar das mensagens informando a restrição da conta, a plataforma exibia dados adicionais que permitiam o financiamento desses perfis, inclusive, com o recebimento de valores em criptomoedas.
O sistema, diz a PF, foi identificado nas contas:
@tercalivre e @allanldsantos, ligadas a Allan dos Santos, que é considerado foragido;
@Rconstantino, do jornalista Rodrigo Constantino;
@realpfigueiredo, do empresário Paulo Renato de Oliveira Figueiredo Filho, que foi denunciado pela Procuradoria-Geral da República acusado de participação na trama golpista.
Alexandre de Moraes desativa conta na rede social X
"Ao invés de apenas ser exibida a mensagem indicando que a conta está retida, os perfis exibem alguns botões e informações que permitem, no Brasil, sem uso de Virtual Private Network (VPN), aos usuários financiarem/apoiarem essas contas por meio da assinatura da plataforma X e, no caso de Allan Lopes dos Santos, o fornecimento de um endereço para o recebimento de valores em Bitcoin", escreveu a PF.
O relatório aponta que ao clicar no botão "resumo do perfil" é aberta uma janela, que exibe uma mensagem feita por inteligência artificial, que coloca Allan do Santos como crítico ao ministro Alexandre de Moraes, do STF, e ao presidente Lula.
A assinatura de Allan dos Santos, de acordo com as investigações, seria de R$ 25,90 ao mês.
A PF já havia identificado que o X permitiu na própria plataforma transmissões de lives de perfis bloqueados.
G1 Thu, 20 Mar 2025 15:25:42 -0000 - |
Senado aprova projeto que aumenta pena em casos de violência psicológica contra mulher com uso de IA
Punição máxima sobe de dois para três anos e multa se crime for cometido com auxílio de recurso tecnológico que altere imagem ou som da vítima. Texto segue para sanção. O Senado Federal aprovou, nesta quarta-feira (19), um projeto de lei que aumenta a pena para os crimes de violência psicológica contra a mulher utilizando inteligência artificial.
A proposta, que já havia sido aprovada na Câmara, agora segue para sanção do presidente Luiz Inácio Lula da Silva.
Atualmente, o Código Penal prevê pena de seis meses a dois anos e multa para quem pratica violência psicológica contra a mulher.
Pelo projeto a pena será aumentada à metade, podendo chegar a três anos se o crime for cometido mediante uso de Inteligência Artificial ou qualquer outro recurso tecnológico que altere imagem ou som da vítima.
Golpe que usa imagem da influenciadora Virgina Fonseca tem recursos interativos, como mensagens de voz geradas por inteligência artificial, para dar falsa sensação de credibilidade
Reprodução
A proposta, de autoria da deputada Jandira Feghali (PCdoB-RJ), foi aprovada há duas semanas como parte de um pacote que a bancada feminina da casa preparou para ser analisado pelo plenário da Casa em março, mês em que se comemora o Dia Internacional da Mulher.
No Senado, a relatoria da proposta ficou com Daniella Ribeiro (PSD-PB) que apontou a importância de modernizar as formas de combate a violência contra as mulheres.
"A utilização de deepfakes envolvendo mulheres reais tem gerado preocupações, com destaque para seu uso na promoção de violência psicológica, o que inclui a divulgação de conteúdos pornográficos falsos simulando nudez, bem como seu uso para ameaçar, constranger, humilhar e chantagear", afirmou a senadora.
G1 Thu, 20 Mar 2025 00:21:08 -0000 - |
Segundo a Bloomberg, transação coloca valor de mercado da rede social em US$ 44 bilhões, mesmo valor pago por Elon Musk em 2022. Parte do novo aporte deverá ser usado para pagar dívida da plataforma. Rede social X, do bilionário Elon Musk
Mauro Pimentel/AFP
A rede social X, do bilionário Elon Musk, levantou US$ 1 bilhão em uma nova rodada de investimentos, segundo informou a Bloomberg nesta quarta-feira (19). A transação coloca o valor de mercado da plataforma em US$ 44 bilhões, mesmo patamar de quando foi comprada por Musk, em 2022.
Na terça-feira (18), o jornal americano Financial Times já havia adiantado que investidores avaliaram o X nesse mesmo valor no início de março. A quantia foi estabelecida em uma rodada secundária, quando sócios da uma empresa repassam sua participação para terceiros.
Segundo a Bloomberg, Musk participou da nova rodada de investimentos e pretende usar parte do valor para pagar uma dívida do X estimada em US$ 12,5 bilhões.
Desde que passou a ser propriedade de Musk, o X estaria vendo sua cotação baixar, indicando que a nova avaliação representa uma reviravolta para a rede social.
A plataforma não divulga esses dados desde que se retirou da bolsa de valores, após a venda para Musk, deixando de ser uma empresa de capital aberto.
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G1 Wed, 19 Mar 2025 23:09:47 -0000 - |
Assessoria de imprensa da influenciadora disse que voz usada no vídeo foi gerada por inteligência artificial. Golpe exige pagamento de taxa de vítimas que querem receber o PIX e continuar participando de promoções em perfil. É #FAKE vídeo de Virginia ao lado de filha anunciando PIX de R$ 1 mil para seguidores
Circulam nas redes sociais anúncios que usam um vídeo da influenciadora e empresária Virginia Fonseca divulgando um PIX de R$ 1 mil para seus seguidores. É #FAKE.
selo fake
g1
🛑 Como é o vídeo manipulado de Virginia?
Ele começa mostrando Virginia ao lado de Maria Flor, sua filha mais nova. A influenciadora diz: "Fala para eles, filha, que a mãe está enviando os mil e que cai na hora, né? Mas é só nos próximos 30 minutos e só para quem clicar em 'saiba mais'".
Em seguida, o conteúdo exibe uma notificação de transferência no nome da Wepink, marca de cosméticos da influenciadora.
Outros vídeos aparecem em sequência – em um deles, Virginia aparece ao lado do marido, o cantor Zé Felipe. E há cinco de depoimentos falsos de pessoas que dizem ter recebido o valor, como os influenciadores Carlinhos Maia e Viih Tube.
O conteúdo mentiroso leva um site fraudulento, que exige um CPF e imita um chat do site da empresa de Virginia de modo convincente, enviando mensagens de voz e comprovante falso de agendamento de transferência. Os recursos interativos induzem a vítima a fazer um PIX de R$ 39,90 para receber valor falso prometido e continuar participando de promoções.
⚠️ Por que o vídeo que usa a imagem de Virginia é mentiroso?
O conteúdo foi manipulado com inteligência artificial (IA) para alterar a voz da influenciadora.
A ferramenta HiveModeration, que detecta uso de IA em vídeos e fotos, apontou que existe 98,6% de chances do áudio ter sido gerado artificialmente.
A assessoria de comunicação de Virginia confirmou ao Fato ou Fake que o anúncio é mentiroso e que a voz da empresária foi adulterada.
Em nota, a influencer também pediu que os seguidores apenas confiem no que ela publica em suas redes e canais oficiais. O texto diz:
"A influenciadora digital segue reforçando a importância de confiarem apenas em informações e promoções publicadas em canais oficiais. 'Peço que vocês só acreditem no que eu postar aqui. Não confiem em publicações ou links de promoções, ofertas, sorteios, vendas, negócios em geral que usem da minha imagem e/ou do meu nome e do Zé Felipe, mas que não tenham sido divulgados em nossos canais oficiais'".
🚩 Onde os vídeos enganosos com Virginia circulam?
Em uma busca na Biblioteca de Anúncios da Meta (controladora de Facebook, Instagram, Threads e WhatsApp), o Fato ou Fake encontrou 34 propagandas com o mesmo vídeo, que estavam disponíveis desde 18 de março de 2025.
A biblioteca é uma central de informações sobre todas os anúncios (pagos por usuários ou empresas) veiculados nas redes sociais da plataforma. Elas aparecem para o usuário de acordo com idade, gênero, localização e interesses.
🚫 Como funciona o golpe que usa a imagem de Virginia?
O botão "Saiba Mais" dos anúncios redireciona ao site que imita um chat da marca Wepink – na página falsa, é necessário enviar dados pessoais, como nome, CPF e chave PIX.
Para verificar os passos seguintes do golpe, o Fato ou Fake inseriu dados fictícios e sem correspondência com situações concretas.
Ainda assim, na sequência, a página mentirosa fez perguntas de segurança sobre o nome correto de um parente do usuário fictício e de uma cidade onde ele já morou. O Fato ou Fake clicou em qualquer opção para avançar.
O chat simula uma conversa com Virgina para dar a falsa sensação de credibilidade e intimidade.
Desse ponto em diante, até o fim da "conversa", são enviadas mensagens de texto e de áudio, que imitam a voz da influenciadora, além de um comprovante fraudulento de transferência da quantia prometida (veja imagens abaixo).
A justificativa ao usuário para que ele informe o CPF é que será feita uma consulta para saber se a pessoa já recebeu o valor anteriormente e se tem uma renda acima da média.
Já o nome da vítima é usado nos áudios falsos do chat.
No final, o chat exige uma chave PIX e o nome do banco para envio de R$ 1 mil. Em seguida, encaminha um comprovante falso de agendamento da transferência.
Para "receber" a quantia, o beneficiário precisa pagar uma falsa taxa de R$ 39,90.
Essa taxa só pode ser paga via PIX, e o destinatário final não é exibido. O site avisa que, caso o pagamento não seja realizado, a transferência do prêmio não será concluída.
Em 2024, Virginia também denunciou o uso de sua imagem em um golpe similar, que também usava trechos de stories de suas redes sociais e prometia o envio R$ 1 ao público.
Golpe que usa imagem de Virgina tem recursos interativos, como mensagens de voz geradas por inteligência artificial, para dar falsa sensação de credibilidade
Reprodução
Golpe que usa imagem de Virgina tem recursos interativos, como mensagens de voz geradas por inteligência artificial, para dar falsa sensação de credibilidade
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Golpe que usa imagem de Virgina tem recursos interativos, como mensagens de voz geradas por inteligência artificial, para dar falsa sensação de credibilidade
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É #FAKE vídeo de Virginia Fonseca ao lado de filha anunciando PIX de R$ 1 mil para seguidores; trata-se de golpe
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VEJA outras checagens feitas pela equipe do FATO ou FAKE
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G1 Wed, 19 Mar 2025 18:41:09 -0000 - |
Órgão regulador divulgou relatório preliminar afirmando que o Google favoreceu seus próprios serviços no sistema de busca e determinou que a Apple faça mudanças em sistema operacional do iPhone. Google afirmou que a posição da UE prejudicará consumidores. Processo contra Google pode beneficiar Apple
REUTERS/Dado Ruvic
A União Europeia considerou, nesta quarta-feira (19), em um relatório preliminar, que o Google violou as regras de concorrência europeias, abrindo caminho que a empresa seja multada por essas práticas.
O relatório partiu da Comissão Europeia, braço executivo da UE, que também determinou que a Apple torne seus iPhones mais compatíveis com dispositivos produzidos por concorrentes e ofereça, assim, mais opções aos consumidores.
Sobre o Google, a comissão afirmou que o buscador trata os seus próprios serviços com maior destaque em relação a concorrentes, "exibindo-os no topo dos resultados de busca ou em espaços determinados".
"O Google trata seus próprios serviços, como compras, reservas de hotéis, transporte, finanças ou resultados esportivos de forma mais favorável, nos resultados de busca do Google, do que serviços semelhantes oferecidos por terceiros", diz o relatório.
A Comissão concluiu, portanto, que a Alphabet, empresa matriz do Google, "não cumpre com suas obrigações" em relação à regulamentação europeia.
Em uma publicação em seu blog corporativo, o Google afirmou que a posição da UE "prejudicará as empresas e os consumidores europeus, dificultará a inovação, enfraquecerá a segurança e degradará a qualidade dos produtos".
A chefe antitruste da UE, Teresa Ribera, disse em um comunicado que as medidas "garantem que a Alphabet cumpra as regras da UE no que diz respeito a dois serviços amplamente utilizados por empresas e consumidores em toda a UE, o Google Search e os telefones Android".
O Google, que foi multado em mais de 8 bilhões de euros (US$ 8,7 bilhões) pela UE nas últimas décadas por várias violações antitruste, corre o risco de receber multas que correspondem a até 10% de suas vendas anuais globais se for considerado culpado, de acordo com a agência Reuters.
Mais de 370 mil TV boxes foram infectadas no Brasil e usadas em fraudes, diz relatório
UE exige que Apple faça mudanças no iOS
Em relação à Apple, a comissão observou que a empresa deve cumprir suas "obrigações de interoperabilidade", conforme definido na Lei de Mercados Digitais.
A Comissão Europeia demonstrou preocupação em relação a nove características do sistema operacional do iPhone, o iOS, relacionadas à conectividade com relógios inteligentes (smartwatches), fones de ouvido e aparelhos de TV.
Ela também diz que a Apple precisa melhorar "a transparência e a eficácia" no processo oferecido a desenvolvedores interessados em obter interoperabilidade com recursos do iPhone e iPad.
A Apple pode enfrentar uma investigação e uma possível multa se não cumprir a ordem de quarta-feira, segundo a Reuters.
Em resposta, a Apple disse que a ordem da UE prejudicaria os usuários e ajudaria seus concorrentes.
"As decisões de hoje nos envolvem em burocracia, diminuindo a capacidade da Apple de inovar para usuários na Europa e nos forçando a oferecer nossos novos recursos de graça para empresas que não precisam seguir as mesmas regras", disse a empresa à Reuters.
"É ruim para nossos produtos e para nossos usuários europeus. Continuaremos a trabalhar com a Comissão Europeia para ajudá-los a entender nossas preocupações em nome de nossos usuários", acrescentou.
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G1 Wed, 19 Mar 2025 17:10:43 -0000 - |
Telas de plasma não existem mais, os displays curvos também desapareceram. Mas o que era considerado "TV grande" alguns anos atrás agora é padrão na sala de casa. TV de tela curva demonstrada na CES 2017, em Las Vegas
Henrique Martin/arquivo pessoal
Quem lembra do surto que foi a TV 3D? Ou que a escolha de uma "tela plana" era ir até a loja e perguntar as diferenças entre LCD e plasma? E que tinha que ver filmes em DVD, porque simplesmente não existia nenhum serviço de streaming?
Pior que nem faz tanto tempo assim. É só voltar alguns anos, para o começo da década passada, e perceber que a tecnologia evoluiu bastante para as televisões.
De 2010 a 2025, muita coisa mudou. Dá até para ter um modelo de 100" em casa pagando "pouco" – no caso, na faixa de R$ 20 mil, de acordo com preços consultados nas lojas da internet em março.
O Guia de Compras separou 5 itens (tamanho, resolução, tipo de display, design e conectividade) que mudaram muito nos últimos anos.
Veja na lista a seguir.
📺 A TV cresceu
Como era: 15 anos atrás, o tamanho padrão das TVS grandes era de 42 polegadas ou menos.
Para comparação, um televisor de 42” mede 90 cm de largura por 50 cm de comprimento.
Na época, telas de 55” (1,20m de largura x 70 cm de altura) eram consideradas grandes.
Como é agora: em 2025, TVs entre 50” e 55” estão entre os tamanhos mais vendidos pelos fabricantes de TVs.
Dá para encontrar nas lojas on-line modelos de mais de 100 polegadas (2,20m de largura x 1,20 de altura) – e até 136”, em versões vendidas apenas sob encomenda (veja como elas são).
Como é assistir TV nas telas que custam muito caro
👓 A tela ficou mais nítida
Como era: A resolução Full HD (1.920 x 1.080 pixels) era o topo da tecnologia para imagem nas telas, que já tinha dado um salto do SD (640 x 480) nas antigas TVs de tubo dos anos 80 e 90 para o HD (1.280 x 720). Os pixels são os pontos que formam a imagem na TV.
Como é agora: o Full HD ainda existe em telas pequenas (32 polegadas ou menos) e a resolução 4K (4.096 x 2.160 pixels) é a mais popular nos tamanhos de 40" e superiores.
As televisões modernas têm alto poder de processamento e conseguem ainda aprimorar a qualidade da imagem de um vídeo, mesmo que a fonte original não seja 4K, como um DVD, por exemplo.
As TVs 8K (7.680 x 4.320 pixels) são uma realidade ainda cara e com ausência de conteúdo produzido com essa altíssima resolução.
Por conta disso, não empolgaram muito – ainda são caras e, na Europa, sua venda é restrita por conta do alto consumo de energia.
⚙️ Vai um micro LED aí?
Como era: nos anos 2000, duas tecnologias eram as principais no mercado de TVS – plasma e LCD (painel de cristal líquido).
Protótipo de TV LCD de 108 polegadas de 2007 em evento no Japão
Henrique Martin/arquivo pessoal
Como é agora: o plasma deixou de ser fabricado em 2014 pelas principais marcas e o LCD evoluiu para o LED e suas variantes (mini LED, QLED, LED quântico – entenda as diferenças). A tecnologia OLED (LED com pontos de iluminação orgânicos) também se popularizou.
🖥️ 3D e curvo? Nem pensar!
Como era: de 2010 em diante, os fabricantes tentaram incluir tecnologias “revolucionárias” em seus televisores, com dois grandes exemplos que não deram em nada – as telas 3D e as TVs curvadas.
As TVs 3D tinham diversos problemas, como os óculos – eram pesados e davam dor de cabeça – e a falta de filmes, séries e novelas compatíveis com a tecnologia.
As telas curvadas foram só uma moda passageira, que prometia permitir maiores ângulos de visualização do display de qualquer lugar de uma sala, por exemplo.
Protótipo de TV 3D com 84 polegadas em 2012
Henrique Martin/arquivo pessoal
Como é agora: toda TV em 2025 é plana, com bordas finas, sem grandes diferenças além das tecnologias mais avançadas de painel.
No exterior, é possível encontrar TVs que se enrolam para ficarem guardadas em um móvel.
TV LG OLED Signature R, que se enrola para ficar guardada em uma base, em imagem de janeiro de 2020
Henrique Martin/arquivo pessoal
🛜 Chegou o streaming
Como era: TVs nos anos 2010 dependiam de fontes externas para mostrar imagens: codificadores de TV a cabo, antenas, tocadores de DVD e Blu-Ray ou mesmo pen-drives com fotos e vídeos.
Em 2011, surgiu a Smart TV Alliance, criada por fabricantes para unificar padrões da futura TV conectada. O site da entidade não é atualizado desde 2016.
Anúncio da Smart TV Alliance, em feira de tecnologia em Berlim em 2012
Henrique Martin/arquivo pessoal
Como é agora: todas as TVs são conectadas e podem rodar aplicativos de streaming de filmes, séries, novelas, notícias e até games on-line.
Cada fabricante foi para um caminho distinto nas escolhas de sistema operacional – a LG usa o WebOS, a Samsung, o Tizen, e outras marcas usam o Roku e o Google TV.
E, se a TV for mais antiga e estiver com apps desatualizados, basta usar um adaptador.
Veja a seguir uma lista com 7 televisores de grande porte disponíveis nas principais lojas da internet no meio de março.
Os preços dos produtos iam de R$ 7.000 a R$ 21.000.
Hisense QLED 85Q6N
LG OLED EVO OLED77C4
Philco P100SGA
Philips Ambilight VRR/ALLM BT
Samsung Crystal 85DU8000
TCL Ultimate X955
Toshiba 85C450NS
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G1 Wed, 19 Mar 2025 09:30:14 -0000 - |
Empresa de cibersegurança Human Security identificou que o país foi o mais afetado por esquema que tinha TV boxes irregulares como alvos. TV boxes irregulares apreendidos
Divulgação/Polícia Civil
As TV boxes irregulares, isto é, que não têm certificação da Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), costumam ter preço e acesso livre a canais como atrativos, mas podem expor usuários a fraudes.
É o caso do BadBox 2.0, esquema revelado no início de março em que cibercriminosos usaram vários desses aparelhos, além de alguns tablets e projetores, para lucrar com anúncios e ataques a outros dispositivos.
Mais de 1 milhão de aparelhos foram infectados, sendo 370 mil no Brasil, segundo a consultoria em cibersegurança Human Security, que presta serviço para empresas se protegerem de ataques de robôs e fraudes digitais..
Na prática, golpistas aproveitaram aparelhos sem certificação para criar uma rede de robôs (mais conhecida como "botnet") capaz de executar seus comandos.
O BadBox 2.0 é uma versão repaginada do BadBox, esquema que tinha sido descoberto em 2023 e afetava somente 74 mil aparelhos. Agora, ele atingiu outra proporção e virou a maior botnet de TV boxes já identificada, segundo a Human Security.
Ainda de acordo com a empresa, o esquema funciona assim:
Os aparelhos são infectados por diferentes métodos (ainda na fábrica, na primeira inicialização ou por aplicativos baixados pelos usuários);
O arquivo mal-intencionado faz os aparelhos se comunicarem com um servidor externo que recebe permissão para controlar o sistema;
Golpistas faturam com a exibição fraudulenta de anúncios e com o "aluguel" do dispositivo para disfarçar a origem de outros ataques.
Como os golpistas ganharam dinheiro
Para lucrar com propaganda, os golpistas usaram diferentes estratégias: anúncios escondidos em segundo plano, em uma janela abaixo do aplicativo principal, e a tomada do dispositivo para forçar cliques em anúncios de sites que eram parte do esquema.
Ambas usaram um modelo muito conhecido na internet, em que empresas pagam por visualizações e interações em seus anúncios. Nesse caso, os cibercriminosos burlavam as regras para fazer parecer que as propagandas estavam sendo vistas por usuários reais.
Como é a solução premiada que promete 'pane geral' em caixinhas irregulares
Os golpistas também usaram os aparelhos infectados para intermediar o acesso de outras pessoas à internet. Esse é um serviço conhecido como "proxy residencial" e que envolve um pagamento para permitir a navegação pelo IP desses dispositivos afetados.
O IP é um código de identificação dos aparelhos na internet. Ao "alugar" o IP de outro aparelho, um usuário pode maquiar a sua navegação para roubar contas, realizar ataques coordenados e disparar arquivos maliciosos, por exemplo.
"É todo um ecossistema fraudulento, que é bastante substancial e realmente mostra essa sofisticação maior", disse ao g1 Lindsay Kaye, vice-presidente de Inteligência de Ameaças da Human Security.
Dívida de R$ 100 mil no 'Tigrinho' leva recepcionista a fazer empréstimo com 5 agiotas
Como as TV boxes são afetadas
Os aparelhos infectados usam uma versão aberta do Android, que pode ser alterada livremente por terceiros e, por isso, não tem a proteção do Google.
Segundo a Human Security, o Google contribuiu com a investigação e derrubou as contas usadas pelos cibercriminosos em suas plataformas de anúncios para impedi-los de lucrar com anúncios.
A invasão do aparelho é praticamente imperceptível e difícil de ser identificada, mas é possível que o aparelho tenha o funcionamento afetado.
"No disparo de um ataque, o dispositivo é usado como parte da ação. Nesse momento, certamente, vai ter algum problema de desempenho", explicou Flávio Silva, diretor de Tecnologia da Trend Micro no Brasil. A empresa também colaborou com a investigação.
No momento, os pesquisadores ainda não encontraram uma forma de orientar usuários a verificar se o aparelho foi comprometido pelo BadBox 2.0 ou de corrigir o problema.
"Se o dispositivo está se comportando de forma estranha ou você está preocupado, a coisa mais segura a se fazer é se livrar dele e obter um dispositivo certificado", explicou Lindsay, da Human Security.
A recomendação é comprar apenas TV boxes autorizadas pela Anatel, que verifica, entre outros itens, a segurança contra possíveis ataques. A agência oferece uma lista de TV boxes certificadas neste link.
"Estar homologado não significa estar livre de sofrer algum tipo de ataque", disse Flávio, da Trend Micro. "Mas uma vez identificado que esses dispositivos estão vulneráveis, o fabricante solta uma atualização que impede que ele seja utilizado por um cibercriminoso".
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G1 Wed, 19 Mar 2025 06:00:25 -0000 - |
Informação é do Financial Times. Em setembro, empresa de investimentos estimava que o valor da rede social tinha despencado quase 80% desde a compra pelo bilionário. Rede social X, do bilionário Elon Musk
AP Photo/Rick Rycroft
O X voltou a ser avaliado em US$ 44 bilhões por investidores, disse o jornal Financial Times na noite desta terça-feira (18). O valor é o mesmo que foi pago por Elon Musk em 2022, quando o bilionário comprou o então Twitter.
Segundo a reportagem, a valorização obtida após rodadas de negociação com investidores significaria uma reviravolta para a rede social.
Desde que passou a ser propriedade de Musk, o X estaria vendo sua cotação baixar. A rede social não divulga esses dados desde que se retirou da bolsa de valores, após a venda para Musk, deixando de ser uma empresa de capital aberto.
Em setembro de 2024, a Fidelity, uma das investidoras do X, estimou que o valor da plataforma teria caído quase 80% em relação aos US$ 44 bilhões pagos pelo bilionário. A empresa é dona de uma pequena fatia da rede social.
Leia também:
Elon Musk e Twitter: a cronologia da primeira negociação até a compra da rede social
G1 Wed, 19 Mar 2025 01:07:38 -0000 - |
Moradora de São Paulo acumulou dívidas após fazer apostas para tentar pagar dívidas com possível lucro. Para especialista, o primeiro passo é contar situação para família e buscar ajuda psicológica. Número de brasileiros com dívidas em atraso subiu 0,5% no último ano
BBC/Getty Images
"Desde quando me entendo por gente, nunca tive controle financeiro". A coordenadora de recepção Jennifer de Souza Silva, de 33 anos, diz à BBC News Brasil que sempre fez compras por impulso sem se preocupar em como as pagaria.
Nos últimos meses, no entanto, ela conta ter acumulado dívidas que se tornaram uma "bola de neve".
Quando viu que não conseguiria pagar todas as contas, ela começou a participar de jogos caça-níqueis online, como o famoso "jogo do Tigrinho", para tentar ganhar dinheiro e quitar as dívidas.
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Jennifer não está sozinha. Segundo levantamento feito pela Serasa em outubro de 2024, 44% dos endividados que já apostaram relatam ter jogado com o objetivo de quitar uma dívida.
Para Jennifer a tentativa resultou em um descontrole ainda maior. Quando percebeu, ela devia não apenas para bancos, familiares, mas também para cinco agiotas.
"Perdi o controle sobre tudo. Tanto as dívidas quanto os jogos. À medida que eu perdia no jogo, me endividava mais e mais", diz Jennifer.
Ela conta que mantinha as dívidas em segredo. Não contava nem sequer para o marido.
"Eu carregava tudo sozinha. Às vezes, até desabafava com alguém pedindo ajuda, mas nunca tive coragem de contar toda a verdade. Eu sentia muito medo e vergonha", conta.
O marido de Jennifer só soube quando as dívidas se tornaram "impagáveis" e "a água já estava batendo no pescoço".
"Um dia fiquei aflita porque precisava pagar um dos agiotas, mas ainda faltava dinheiro. No desespero, mandei mensagem para muitas pessoas e acabaram contando para meu marido", diz Jennifer.
"Não foi fácil. Ele ficou muito chateado, mas foi tentando entender e está me ajudando. Me sinto mais aliviada, mas muito triste, pois estamos tentando acertar as coisas aos poucos e o sentimento de estar devendo, principalmente pessoas [agiotas], é devastador", diz a coordenadora de recepção.
Hoje, ela organizou em uma planilha o que deve e diz que ainda tem R$ 30 mil em dívidas com agiotas e ao menos mais R$ 70 mil com bancos e familiares. O salário mensal de Jennifer é de R$ 3.600.
"Eu choro todo o tempo. Por dentro, estou sempre em uma luta de culpa", conta.
Agiotagem no Brasil
Recorrer a agiotas foi a última opção de Jennifer, por conta das altíssimas taxas de juros que geralmente são cobradas nesse tipo de empréstimo e pela maneira, algumas vezes violenta, como as cobranças são feitas.
"Comecei pegando empréstimos com bancos. Quando não tinha mais crédito com bancos, recorri a familiares, amigos e cinco agiotas".
Ela conta que não chegou a ser ameaçada porque conhece alguns dos emprestadores desde a infância e nunca atrasou o pagamento.
Ela conta que os empréstimos mais baratos que ela pegou com agiotas tiveram juros de 20%. Ou seja, quando emprestava R$ 1.000, pagava R$ 1.200.
Mas os juros dos empréstimos maiores também foram mais elevados.
"Dois (agiotas) me emprestaram R$ 15 mil porque conheciam minha família e me conheciam desde pequena. Esses dois parcelaram em mais vezes, mas a dívida cresceu para 40 mil. Foram 20 de 2 mil", conta Jennifer.
A economista e professora da Fundação Getúlio Vargas (FGV) Carla Beni explica que a agiotagem é um empréstimo de dinheiro entre pessoas.
"Há uma possibilidade de você emprestar dinheiro para outra pessoa. Emprestar dinheiro a juros não é crime. Agiotagem é a cobrança de juros extorsivos, prevista no artigo quarto da Lei 1521, que prevê detenção de seis meses a dois anos", explica.
A professora, entretanto, diz que após a revogação, em 1999, de uma lei que previa um limite de cobrança de juros, é difícil definir o que é uma cobrança extorsiva. O limite era de 1% ao mês de juro linear — 12% ao ano.
"Depois, chegou a existir tarifas de mais de 500% ao ano no rotativo do cartão de crédito. A falta de uma lei dificulta [para a vítima] entrar com processo por juros extorsivos porque você não tem um número fechado a esse respeito", explica Carla Beni.
Em tese, até um banco tradicional poderia ser condenado por agiotagem.
A economista avalia que, na teoria, "400% de juros no rotativo do cartão é agiotagem", mas que é quase impossível uma pessoa física ganhar uma ação desse tipo contra um banco na Justiça.
A professora explica que o uso da palavra agiota hoje geralmente tem uma conotação pejorativa, pois esse crime contra a economia popular é geralmente ligado à coerção e até ameaça ou dano físico ao devedor.
A misteriosa empresa de Malta por trás do 'Jogo do Tigrinho'
Caça-níqueis online
Jogo do Tigrinho, ou Fortune Tiger, é um jogo de caça-níquel para celulares
BBC/Reprodução/Fortune Tiger
Os jogos virtuais conhecidos popularmente como "Jogo do Tigrinho" são caça-níqueis online nos quais o jogador aciona uma roleta e torce para que, ao parar, ela forme uma sequência premiada.
Jennifer conta que passou a fazer apostas nessas plataformas porque "não estava vendo o dinheiro com o valor que ele realmente tem" e viu no jogo uma maneira de quitar as dívidas.
"Na mesma hora que eu metia os pés pelas mãos, achando que daria certo, eu me sentia um lixo. Me sentia sozinha", conta emocionada à reportagem.
Jennifer conta que foi afundando ainda mais num limbo psicológico e financeiro.
"Me sentia no fundo do poço quando jogava e perdia o que já não tinha. Isso piorava quando estava chegando as datas de pagar as pessoas. Eu já cheguei a pensar em tirar a minha vida. Assim eu acabaria com tanta dor", conta.
Uma pesquisa da Serasa, em parceria com a plataforma de pesquisas de mercado Opinion Box, apontou que 5 em cada 10 endividados brasileiros já fizeram pelo menos uma aposta, e 34% deles continuam apostando atualmente.
Ainda segundo o levantamento, 44% dos endividados que já apostaram relatam ter jogado com o objetivo de quitar uma dívida.
Reconstrução financeira
Jennifer diz que agora trabalha para reestruturar a saúde financeira da família, repensar os erros do passado e servir como exemplo e alerta para outras pessoas em situação semelhante. Esse foi inclusive o motivo de ela ter aceitado contar seu relato publicamente.
"Eu tinha paz. Meu erro foi não dividir minhas dores com minha família. Espero poder pagar todas as pessoas, principalmente amigos e familiares, e voltar a andar com a minha cabeça erguida. E nunca mais passar por isso novamente", diz.
Jennifer e o marido montaram uma planilha com todas as dívidas para organizar os pagamentos e não atrasar nenhuma data. A prioridade são os agiotas.
A economista e professora da FGV diz que a "recomendação número um" quando uma pessoa está em uma situação de dívida como essa é buscar ajuda.
"Essa ajuda é falar para a família. Esse é o primeiro ponto. Porque a pessoa fica tomada por um sentimento de vergonha e de fracasso. Ela tem que enfrentar uma questão moral porque a maioria das pessoas que joga faz isso escondido", diz.
A especialista diz que muitas famílias não sabem do vício porque estudos apontam que o pico do horário em que esses jogos são feitos é das 22h às 2h. Momento em que muitos filhos e parceiros já estão dormindo.
"O cônjuge não sabe que o parceiro está jogando. O filho não sabe que o pai joga, o pai não sabe que o filho joga. Primeiro é procurar ajuda porque não adianta pensar em reestruturar a questão financeira. Fazer planilha não dá. Não dá para pensar em nada disso", diz a professora Carla Beni.
Jennifer contou à reportagem que abriu uma loja de pijamas e começou a trabalhar como motorista de aplicativo aos fins de semana para complementar a renda e pagar o que deve.
"A vida está uma correria. Mas creio que logo sairei dessa", diz.
Graças à ajuda de amigas, que fizeram uma vaquinha, Jennifer também está recebendo acompanhamento psicológico.
Relação dívidas x apostas
Sozinha, mulher acumulou R$ 100 mil em dívidas após fazer apostas no jogo do "Tigrinho" para tentar pagar dívidas
BBC/Getty Images
Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic), feita pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC), 76,4% das famílias brasileiras possuíam algum tipo de dívida em fevereiro de 2025. No mesmo período de 2024, esse número foi de 77,9%.
A maior parte dessas dívidas, segundo o levantamento, foram feitas com prazos menores e custos mais elevados, como o cartão de crédito, que corresponde a 83,8% dessas contas.
Isso é um sinal, segundo os especialistas do CNC, que essa dívida foi feita por pessoas que estão "com a corda no pescoço" e precisaram recorrer ao crédito para quitar os gastos acima do previsto.
Já o número daquelas que não terão condição de pagar as dívidas em atraso, como Jennifer, chegou ao patamar de 12,3% em fevereiro.
As famílias com renda de até três salários mínimos são as mais afetadas pelo endividamento e inadimplência, segundo a Peic.
O levantamento aponta que 79,7% dessas pessoas tinham dívidas em fevereiro de 2025. Especialistas afirmam que isso ocorre porque essas são as pessoas que mais necessitam de crédito para consumir.
A economista Carla Beni explica que, no caso de dependência de jogos, é mais urgente buscar ajuda médica do que tentar planilhar ou buscar mais empréstimos para pagar as contas.
"Se a pessoa tiver um nível de vício muito grande, ela vai ter que procurar ajuda médica ou também jurídica, porque há uma lei específica só com o superendividamento".
A professora explica que há o risco de a pessoa não conseguir mais manter sua sobrevivência ou pagar contas básicas de alimentação, energia elétrica e aluguel.
"Eventualmente, ela precisa procurar o Procon e o tribunal de pequenas causas para pedir ajuda. Existe uma lei do superendividamento que ela pode tentar se enquadrar. Mas é muito importante lembrar que ela precisa de ajuda médica, psicológica ou até psiquiátrica".
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G1 Tue, 18 Mar 2025 20:16:42 -0000 - |
Autora de "Careless People", Sarah Wynn-Wiliams cita episódio de assédio sexual e diz que executivos da Meta tentaram agradar censores do governo chinês. Empresa diz que acusações são falsas.
Livro "Careless People", de Sarah Wynn-Williams, que faz acusações contra a Meta
Flatiron via AP
A Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, tenta impedir a circulação de um livro de memórias recém-publicado de Sarah Wynn-Williams, ex-diretora de políticas públicas da empresa, alegando que as acusações feitas por ela são falsas e nunca deveriam ter sido divulgadas.
Em "Careless People: A Cautionary Tale of Power, Greed and Lost Idealism" ("Pessoas Descuidadas: Um Alerta sobre Poder, Ganância e Idealismo Perdido", em tradução livre), Sarah Wynn-Williams relata detalhes de seu período de trabalho na Meta, entre 2011 e 2017.
No livro, Wynn-Williams faz denúncias de assédio sexual contra Joel Kaplan, que era vice-presidente global para políticas públicas na época e hoje é diretor de assuntos internacionais da Meta. Político republicano, Kaplan é aliado do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump.
A autora também escreveu que a Meta, na época conhecida apenas como Facebook, teria explorado a possibilidade de entrar no lucrativo mercado da China agradando os censores do governo chinês e aceitando suas condições.
Uma das ideias da empresa, segundo a autora afirma no livro, era enviar conteúdos publicados em Hong Kong ou Taiwan para que um órgão de censura de Pequim revisasse.
"Foi sugerido que, como parte das negociações para a entrada da empresa na China, os dados dos usuários de Hong Kong poderiam ser usados como moeda de troca", afirmou Wynn-Williams em entrevista à emissora pública NPR.
Fachada da Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, em foto de 7 de março de 2023
Jeff Chiu/AP
Outro caso: Ex-diretora da Meta denuncia abuso e discriminação contra mulheres na empresa
Meta consegue bloquear promoção do livro
A Meta buscou arbitragem judicial para tentar impedir a circulação do livro, alegando que ele viola um contrato com cláusulas de não difamação que Wynn-Williams assinou quando trabalhava com a equipe de assuntos globais da empresa.
Na semana passada, o árbitro que analisou o caso, Nicholas Gowen, atendeu ao pedido da Meta para proibir Wynn-Williams de promover o livro. Com a decisão, as duas partes terão que iniciar negociações privadas para resolver o caso.
"Esta decisão confirma que o livro de Sarah Wynn-Williams é falso e difamatório e nunca deveria ter sido publicado", declarou o diretor de comunicações da Meta, Andy Stone, na plataforma X.
Stone também afirmou que "não é nenhum segredo" que a empresa tinha interesse pelo mercado chinês e explorava "muitas ideias". "Sabem o que não aconteceu? Nunca começamos a oferecer nossos serviços na China", acrescentou.
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G1 Tue, 18 Mar 2025 20:05:38 -0000 - |
Transação para comprar a norte-americana Wiz deve ser concluída em 2026 e será feita inteiramente em dinheiro. Logo do Google em uma convenção de tecnologia em Paris, na França, em 25 de maio de 2018
CHARLES PLATIAU/Reuters
O Google informou nesta terça-feira (18) que chegou a um acordo para comprar a empresa norte-americana de segurança cibernética Wiz por US$ 32 bilhões (R$ 182 bilhões), na maior aquisição feita pela empresa em sua história.
A transação deve ser concluída em 2026 e será feita inteiramente em dinheiro. A compra da Wiz reforça a presença do Google e sua matriz, a Alphabet, no campo da segurança cibernética, considerado um mercado em crescimento.
Fundada há apenas cinco anos, a Wiz já havia sido abordada pelo Google em 2024, mas o conselho de administração rejeitou a oferta, que foi estimada pela imprensa dos EUA em US$ 23 bilhões (cerca de R$ 142 bilhões na cotação da época).
Depois desse revés, o Google voltou com uma oferta significativamente maior. A gigante californiana não hesitou em colocar na mesa o dobro da avaliação da Wiz em uma recente venda de ações, no final de 2024.
Até agora, a maior transação do Google havia sido em 2012, na compra da Motorola Mobility por US$ 12,5 bilhões (R$ 25,5 bilhões na cotação da época).
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Sundar Pichai, CEO do Google.
AP Photo/Eric Risberg
'Novas oportunidades'
O CEO do Google, Sundar Pichai afirmou, durante uma teleconferência, que a inteligência artificial "apresenta novos riscos, mas também novas oportunidades".
Segundo ele, a integração do Wiz ao Google deverá "acelerar a capacidade das empresas de fortalecer sua segurança", ao mesmo tempo em que reduzirá custos e impulsionará a adoção da computação na nuvem.
A Wiz, que se destacou por projetar um modelo de segurança cibernética baseado na nuvem, obteve US$ 500 milhões (R$ 3 bilhões) em receita recorrente no ano passado e espera ultrapassar US$ 1 bilhão (R$ 5,7 bilhões na cotação atual) em 2025.
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G1 Tue, 18 Mar 2025 16:33:34 -0000 - |
Usuários indicaram que campo de busca da rede social não estava funcionando. Notificações sobre o problema caíram por volta das 16h45 (horário de Brasília). Ícone do Instagram.
REUTERS/Thomas White
O Instagram apresentou instabilidade nesta segunda-feira (17), segundo relatos de usuários no Brasil e em outros países.
No site Downdetector, que monitora o funcionamento de plataformas na internet, havia quase 500 notificações sobre problemas na rede social por volta das 16h10 (horário de Brasília), sendo a maioria delas ligada ao aplicativo.
As notificações se normalizaram por volta das 16h45, sugerindo que a instabilidade na plataforma foi pontual.
Segundo os usuários, a falha impede usuários de fazer pesquisas no Instagram. Ao digitar algo, a rede social apaga o termo e não permite completar a busca.
O g1 entrou em contato com a plataforma e aguarda retorno.
Instagram tem instabilidade nesta segunda-feira (17)
Reprodução/Downdetector
G1 Mon, 17 Mar 2025 19:31:21 -0000 - |
Lei sancionada em abril de 2021 tipificou prática no Código Penal, que pode acontecer no mundo físico ou virtual e é mais comum contra mulheres. Entenda o que é, quais são penas e veja como denunciar. O que é stalker e como perceber o crime
Perseguir uma pessoa on-line ou no mundo físico pode dar cadeia no Brasil desde abril de 2021, quando foi sancionada uma lei que incluiu no Código Penal o crime de perseguição, conhecido também como "stalking" (em inglês).
A edição deste domingo (16) do Fantástico revelou que as investigações sobre o assassinato de Vitória Regina de Souza, de 17 anos, indicam que ela pode ter sido vítima de "stalking" (veja no vídeo acima).
Maicol Sales dos Santos é o único suspeito preso até agora. A perícia feita no celular dele indica que ele acompanhava os passos de Vitória desde 2024 e pode ter cometido o crime sozinho.
Foram meses desde o ano passado acompanhando a rotina dela. Ele mora no mesmo bairro. A hipótese é que Maicol seria um stalker — um perseguidor — e que já estaria há algum tempo planejando o sequestro.
A pena para quem for condenado por "stalking" é de 6 meses a 2 anos de prisão, mas pode chegar a 3 anos com agravantes, como crimes contra mulheres (entenda mais abaixo).
Apesar de a lei ser recente, as perseguições sempre ocorreram. Antes, no entanto, elas eram enquadradas em um artigo da Lei das Contravenções Penais e tinham como pena a prisão por 15 dias a dois meses, ou multa. Agora, "stalking" é crime, com tipificação específica.
Veja como e quando denunciar o 'stalking', crime de perseguição
Daniel Ivanaskas/G1
O que caracteriza o crime de 'stalking' na internet?
O termo "stalkear" muitas vezes parece banal, utilizado para se referir a prática de bisbilhotar os posts de pessoas. A curiosidade, por si só, não configura nenhum tipo crime.
O delito ocorre quando isso passa a influenciar na vida de quem é acompanhado. A lei diz que a perseguição deve ser reiterada, ou seja, acontecer diversas vezes.
Na prática, o crime de "stalking" digital se dá quando a tentativa de contatos é exagerada: o autor passa a ligar repetidas vezes, envia inúmeras mensagens, faz inúmeros comentários nas redes sociais e cria perfis falsos para driblar eventuais bloqueios.
Stalking: mulher é presa por perseguir dentista em Santa Catarina
Crime vai além da espionagem
O "stalker", muitas vezes, usa malwares (programas espiões) para infectar dispositivos móveis ou o computador da vítima. A partir daí, o criminoso pode ter histórico de localização, chamadas, agenda de contatos e publicações da pessoa.
Muitas vezes, a instalação desse tipo de software, também chamado de "stalkerware", acontece por meio de um acesso físico ao aparelho celular – ou seja, alguma pessoa da convivência da vítima pega o aparelho e baixa o programa.
Apesar disso, há casos em que os apps vêm "disfarçados" e as vítimas podem ser levadas a instalá-los em seus dispositivos sem perceber.
Mas a prática de instalar um programa como esse no celular de alguém não é o suficiente para caracterizar o crime de "stalking", como explicou a delegada da Polícia Civil de São Paulo Nayara Caetano Borlina Duque em entrevista ao g1 em 2021.
"O crime exige a perseguição somada com ameaça de integridade física, psicológica, perturbação da privacidade, da liberdade, restringindo a capacidade de locomoção. A vítima tem que sentir que houve violação de alguma dessas características", explicou Nayara.
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ENTENDA: Como funciona um programa espião
Criminoso costuma criar perfis falsos e fazer diversas tentativas de contato
Daniel Ivanaskas/Arte G1
On-line e off-line
Segundo autoridades e especialistas ouvidos pelo g1 em 2021, é comum que a perseguição ocorra no mundo virtual e no mundo físico ao mesmo tempo:
as tentativas de contato geralmente começam pela internet;
com o tempo, o autor passa a tentar encontrar com a vítima pessoalmente;
é comum tentar constrangê-la ao aparecer na porta de casa ou do trabalho.
Quando e como denunciar?
Quando uma pessoa se sentir perseguida a ponto de ter que alterar a sua rotina por medo do "stalker", é hora de procurar a polícia, segundo especialistas.
A pessoa que sofre esse tipo de perseguição deve procurar a delegacia mais próxima ou a delegacia eletrônica para fazer o registro do boletim de ocorrência.
Não é preciso conhecer o "stalker" para fazer a denúncia. Em muitos casos on-line, os perseguidores utilizam perfis falsos para enviar mensagens – e a polícia pode pedir para as empresas de mídias sociais compartilharem informações sobre o dono daquela conta.
Para que a polícia possa dar prosseguimento à investigação, a vítima precisa fazer uma representação, que é dizer às autoridades que deseja que o agressor seja processado.
Vítimas sentem medo de seguir a rotina por causa da perseguição
Daniel Ivanaskas/Arte G1
É preciso juntar provas?
Não é preciso apresentar provas na hora do registro da ocorrência, mas a recomendação é reunir evidências da perseguição.
As vítimas de crimes na internet podem, por exemplo, fazer a captura de tela de uma mensagem, mas o ideal é buscar meios que ajudem a comprovar a autenticidade das informações, segundo explicou a advogada Christiany Pegorari Conte em entrevista ao g1, em 2021.
Uma das possibilidades é registrar uma ata notarial, método em que um cartório pode reconhecer que um conteúdo realmente estava em um app ou página da internet em uma determinada data. No entanto, esta opção não garante que não houve adulteração na conversa.
Outra possibilidade é buscar empresas que prestam serviços de registro de provas digitais. Esse método oferece mais garantias de que uma informação não foi adulterada.
Prisão
Um dos avanços que a lei que modificou o Código Penal trouxe foi a possibilidade de prisão por até 3 anos das pessoas que cometem o "stalking".
Em sua modalidade simples, sem agravantes, a pena é de reclusão de 6 meses a 2 anos, considerada de um crime de menor potencial ofensivo. No entanto, a lei prevê um agravante, com pena de reclusão aumentada em metade, caso o crime seja cometido:
contra criança, adolescente ou idoso;
contra mulher (veja detalhes abaixo);
por duas ou mais pessoas, ou com o emprego de arma.
Mulheres são maioria das vítimas de perseguição
Daniel Ivanaskas/Arte G1
'Stalking' contra mulher
O agravante relacionado ao crime "contra mulher por razões da condição do sexo feminino" traz duas hipóteses, segundo a delegada Jacqueline Valadares da Silva, que chefiou a 2ª Delegacia de Defesa da Mulher em São Paulo e atualmente é presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia do Estado de São Paulo (Sindpesp).
Quando o crime for praticado no contexto da violência doméstica e familiar, o que remete à Lei Maria da Penha. Nesses casos, o agressor possui uma relação íntima de afeto, uma relação familiar ou uma relação doméstica com a vítima.
Quando a conduta for praticada por menosprezo ou discriminação pela condição da mulher, o que inclui agressores que nunca tenham tido contato com a vítima.
'Me ligava 50 vezes por dia', diz vítima de stalking; veja como se proteger e denunciar
G1 Mon, 17 Mar 2025 11:58:38 -0000 - |
No palco do Fantástico, Poliana Abritta conversou com Maria Clara Gueiros, Totia Meirelles, Cláudia Neto e Gottsha, que dão vida a personagens marcantes na história embalada pelos sucessos do ABBA. 'Mamma Mia!': Fantástico recebe elenco do musical O Fantástico deste domingo (16) recebeu o elenco do musical "Mamma Mia!", que está em cartaz em São Paulo e, em breve, estreia no Rio de Janeiro. No palco, Poliana Abritta conversou com Maria Clara Gueiros, Totia Meirelles, Cláudia Netto e Gottsha, que dão vida a personagens marcantes na história embalada pelos sucessos do ABBA. Veja no vídeo acima. O espetáculo celebra a amizade entre três mulheres que atravessa décadas. "É uma história sobre afeto e amizade. Qualquer coisa que fala de laços afetivos junta multidões, a galera adora", destaca Maria Clara Gueiros. "O nosso camarim vai para o palco! Essa sintonia acontece de verdade. Totia é minha amiga há 40 anos, e essas duas viraram minhas irmãs", afirma Cláudia Neto. A trilha sonora do ABBA, que embala o musical, também desperta memórias no público. "O público levanta e canta junto com a gente, é emocionante!", disse Gottsha. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1, Globoplay, Deezer, Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts e Amazon Music trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito.
G1 Mon, 17 Mar 2025 02:10:03 -0000 - |
A futurista é a atração mais popular do South by Southwest (SXSW), o maior festival de inovação e tecnologia do mundo, realizado em Austin, no Texas. Carona pro futuro: Fantástico embarca em 'drone gigante'
A futurista Amy Webb presta consultoria para as maiores empresas do mundo se prepararem para o futuro. Essa "vidente conectada" foi a atração mais popular do South by Southwest (SXSW), o maior festival de inovação e tecnologia do mundo, realizado em Austin, no Texas.
Mas, na verdade, ela não é uma vidente e nem tem bola de cristal. Amy analisa dados e segue o rastro do dinheiro: em que áreas as empresas mais investem? Todos os anos, publica um relatório com tendências para o futuro. O deste ano tem mil páginas.
Amy deu uma entrevista ao Fantástico para explicar o que ela viu que vem por aí. Veja no vídeo acima.
Previsões
O relatório de Amy Webb aponta três grandes tecnologias que estão se juntando para criar uma "supertecnologia" que vai mudar o jeito como a gente vive para sempre.
A primeira delas é a inteligência artificial. Ferramentas como ChatGPT já fazem parte do cotidiano e imitam respostas humanas com base em bilhões de textos disponíveis na internet. Mas esse é apenas um dos usos possíveis da IA. E aí que entra a segunda tecnologia: sensores. No carros, por exemplo, eles indicam para onde você vai e a velocidade… uma geladeira conectada na internet diz quantas vezes você a abriu e o que guarda lá dentro.
"Seus celulares não têm só um sensor. Têm dezenas, de localização, altitude, velocidade, todos esses diferentes sensores. A verdade é que estamos cercados por sensores, que recebem dados, e os sistemas de inteligência artificial precisam de dados para aprender", explica Ammy.
A terceira tecnologia é a biotecnologia, utilizada para desenvolver alimentos cultivados em laboratório, como arroz produzido a partir de células bovinas e frango com o sabor dos alimentos convencionais.
"A biotecnologia é uma ferramenta que nos dá a habilidade de ter controle sobre a natureza, e se podemos controlar a natureza e os organismos vivos, isso abre um monte de novas possibilidades e oportunidades", diz Ammy.
Amy acredita que, em breve, será possível criar um cérebro humano em laboratório com inteligência própria — um resultado da convergência dessas três tecnologias.
"O resultado disso é a chamada inteligência viva. Acho que é aí que a gente tem que se situar, porque senão vamos perder o que está acontecendo".
'Vidente conectada': quem é Ammy Webb e quais são suas previsões para o futuro da tecnologia
Reprodução/TV Globo
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G1 Mon, 17 Mar 2025 01:40:35 -0000 - |
Na última semana, a Anac suspendeu operações da empresa aérea, que ficou tristemente conhecida pelo acidente que matou 62 pessoas, em Vinhedo (SP). Exclusivo: mensagens extraídas do celular do copiloto expõem problemas na Voepass
Na última terça-feira (11), a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) suspendeu operações da Voepass, empresa aérea que ficou tristemente conhecida no dia 9 de agosto de 2024, quando um avião ATR-72-500 da companhia caiu sobre Vinhedo, cidade a 80 km de São Paulo, matando 62 pessoas.
Pouco menos de um mês depois da queda, o Cenipa (Centro de Prevenção de Acidentes Aeronáuticos) apontou em relatório preliminar que, no voo fatal, havia muita formação de gelo -- o que é comum na altitude em que os ATR voam. Mas o avião não baixou para derreter esse acúmulo, como seria recomendado. E que os sistemas que expulsam o gelo das asas não funcionaram. Com a estabilidade muito comprometida, a aeronave perdeu sustentação.
A queda foi uma das únicas da história da aviação comercial no que se chama "parafuso chato", em que a aeronave vai girando e perdendo altura.
Para apontar como foi possível que vários problemas se acumulassem a ponto de causar o acidente e entender os bastidores que levaram a uma decisão tão drástica de suspender os voos da empresa aérea, o Fantástico entrevista com exclusividade um mecânico que já trabalhava na Voepass antes do acidente e continuou trabalhando lá depois do acidente.
O que diz o mecânico que trabalhou na Voepass
Repórter: Você já tinha trabalhado em várias outras empresas. O que a Voepass tinha de diferente?
Mecânico: A Voepass não dá suporte nenhum para a gente da manutenção. Não só de materiais, de componentes que vão ser postos nos aviões, colocados para manutenção, como ferramentas, tudo. Passei por grandes empresas, empresas boas, empresas excelentes, quando chegamos na Voepass, a gente sente uma diferença muito grande
Repórter: Quando vocês da manutenção souberam que o avião tinha caído em Vinhedo, como é que vocês reagiram?
Mecânico: Eu já sabia que ia acontecer isso com o Papa Bravo [apelido da aeronave por causa das duas últimas letras do prefixo, P e B]. Era o avião que dava mais problemas, era o avião que dava mais pane. A gente avisava que o avião estava ruim, a manutenção sabia que o avião estava ruim, a manutenção reportava, falava, avisava, e eles [ele se refere à alta chefia do centro de controle de manutenção da Voepass] queriam obrigar a gente a botar o avião para voar.
Repórter: Na parte da manutenção, o que mais chamou a tua atenção depois que aconteceu o acidente?
Mecânico: Aí se você me perguntar, poxa, mudou alguma coisa? Mudou em nada. Acho até que piorou.
Imagens obtidas pelo Fantástico em dezembro passado mostram aviões parados num matagal, em Ribeirão Preto, sede da empresa. Segundo o mecânico, eles são canabalizados, ou seja, desmontados aos poucos para fornecer peças às aeronaves ainda em operação. Essa prática não é necessariamente um problema, mas, segundo o ex-funcionário, no caso da Voepass era feita de modo irregular.
Repórter: A gente recebeu umas imagens, tinha uns aviões envelopados com uma lona, que que é aquilo?
Mecânico: Aqueles aviões que estavam cobertos, aqueles eram os aviões que estavam no mato. Por que eles mandaram cobrir? Porque a ANAC ia fazer uma vistoria lá. Eles estavam escondendo da ANAC.
Mecânico da Voepass relata problemas na manutenção do avião que caiu em agosto de 2024
Reprodução/Fantástico
O que diz a Voepass
Em nota ao Fantástico, a Voepass afirma que pretende retomar suas atividades o mais rápido possível e que, durante seus 30 anos de operação, a segurança sempre foi prioridade máxima. Segundo a companhia, o relatório preliminar do Cenipa conformou que a aeronave do voo 2283 estava com certificação válida e todos os sistemas em funcionamento. Sobre a manutenção das aeronaves, a Voepass defende que a reutilização dos componentes entre aviões é legal quando há certificação e rastreabilidade adequadas. A empresa contesta denúncias de irregularidades, afirmando seguir todos os protocolos regulatórios. Sobre os aviões envelopados, diz que nunca burlou fiscalizações.
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G1 Mon, 17 Mar 2025 00:07:13 -0000 - |
Aeromodelos leves, de até 250 gramas, não precisam de registro na Agência Nacional de Aviação Civil, mas devem ser pilotados por maiores de 16 anos, já que não são brinquedos. Mulher voa um drone em local aberto
The Lazy Artist Gallery/Pexels
Drone é um termo que serve para definir um produto com diversas funções: são aeronaves sem piloto usadas para criar espetáculos de arte, combater a dengue, ajudar na agricultura, vigiar criminosos e até em situações como a guerra.
E tem aquele modelo mais básico, que tira fotos e vídeos, e qualquer um pode usar no quintal de casa ou em um local aberto.
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Os drones para iniciantes usam o smartphone como controle remoto ou, dependendo do produto, nem precisam disso.
Dá para programar o equipamento para seguir o dono ou fazer vídeos de determinado ângulo. Para "chamar" o equipamento de volta, basta estender a mão.
A escolha do drone, porém, requer seguir algumas recomendações. Leia a seguir.
Quem pode voar o drone: um adulto
Drones não são brinquedos e devem ser usados por maiores de 16 anos.
A partir do momento que o aparelho levanta voo, é preciso sempre observar a segurança do piloto e das pessoas em volta. Ele é considerado um veículo aéreo não tripulado que pode causar acidentes e machucar pessoas e animais.
“Existem restrições físicas de decolagem por risco a outras pessoas”, explica Henrique de Freitas, diretor da fabricante DJI.
Preciso ser um piloto para voar o drone?
Se o drone pesar 250 gramas ou menos, incluindo a bateria, o aparelho pode ser usado por qualquer pessoa acima dos 16 anos.
Acima das 250 gramas, com limite de 25kg, o drone precisa ser registrado na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) por um maior de 18 anos com CPF.
O processo é feito online e imediato, de acordo com o site do governo brasileiro após o cadastro no Sistema de Aeronaves Não Tripuladas (SISANT).
A Anac também tem uma página para tirar dúvidas sobre drones.
Também é recomendável ver se o drone foi homologado pela Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel), que verifica a segurança dos sistemas de transmissão sem fio dos drones.
E se tem garantia do fabricante, que deve fornecer assistência técnica.
Mesmo sendo um drone que não requer registro na Anac, Freitas diz que é recomendável fazer o registro na agência, caso o produto seja perdido, furtado ou roubado.
Segurança
Os modelos mais básicos contam com câmeras de alta resolução e proteção nas hélices para evitar acidentes.
Drone DJI Neo conta com proteções nas hélices, para evitar acidentes com pilotos iniciantes
Divulgação
Eles também são feitos com materiais reforçados, como fibra de carbono, para não quebrar em caso de queda.
“Mesmo os mais básicos com câmera estão melhores e mais em conta na comparação com os modelos de 2, 3 anos atrás ”, comenta o fotógrafo aéreo Geison Esteves.
Conforme os modelos evoluem em recursos e preço, aumentam a duração da bateria – que varia de 15 minutos de voo até mais de 30 minutos, dependendo das condições meteorológicas – e as tecnologias embarcadas, como GPS, alcance do sinal do controle remoto e qualidade das câmeras.
Privacidade
A Anac indica a operação de qualquer drones em áreas com no mínimo 30 metros de distância horizontal de outras pessoas.
Os veículos não-tripulados também precisam ser operados dentro da linha visual com limitação de 120 metros (400 pés) acima do nível do solo. Tudo isso por conta da segurança das pessoas no entorno.
Os aeromodelos devem ser usados apenas para fotografar ou filmar paisagens ou locais específicos, respeitando o direito de imagem e a privacidade de terceiros.
“Posso usar um drone para fazer uma inspeção visual na fachada de um prédio, mas não posso tirar fotos das pessoas nos apartamentos”, cita Freitas, como exemplo.
GPS para não se perder
Veja se o drone tem algum tipo de localizador por satélite, o GPS. Esse item ajuda na localização em caso de perda do aparelho.
É útil ainda em recursos como o de "voltar para a base sozinho", que traz o drone de forma automática de volta ao local de decolagem se a bateria está fraca ou perdeu o sinal de comando.
Modelos de drone com GPS integrados vêm com bloqueio geográfico de áreas sensíveis, como as que ficam perto de aeroportos e zonas militares.
Veja a seguir uma lista com 5 drones disponíveis nas principais lojas on-line. Os produtos custavam entre R$ 1.300 e R$ 8.000 no início de março.
DJI Flip Fly More
DJI Neo Standard
KFPlan KF-610
MSMV X1
Sparrow 360
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Drones podem espionar pessoas em suas casas? Veja as regras e o que fazer se for vítima
G1 Fri, 14 Mar 2025 09:30:38 -0000 - |
Investidores questionam o envolvimento do bilionário da tecnologia na administração de Donald Trump, enquanto as ações da Tesla, sua empresa de carros elétricos, despencam. Presidente dos EUA, Donald Trump, em um Tesla junto com o bilionário Elon musk.
AP Photos
Este talvez tenha sido o sinal mais claro de que as manobras políticas do CEO da Tesla, Elon Musk, saíram pela culatra. Na última terça-feira (11), o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, posou ao lado do bilionário da tecnologia e de um Tesla Model S vermelho, do lado de fora da Casa Branca, e declarou estar comprando o carro elétrico para uso de sua equipe e pagando o preço total.
O endosso sem precedentes de Trump ao gigante dos veículos elétricos ocorre após meses de críticas crescentes sobre o envolvimento crescente de Musk na política americana e estrangeira — incluindo o apoio a partidos de extrema direita na Europa — e depois que as ações da Tesla perderam bilhões de dólares.
O fato de Musk ter buscado o apoio público do presidente americano sugere que os protestos, boicotes de consumidores e até mesmo ataques de sabotagem aos veículos, estações de recarga e fábricas da Tesla perturbaram o homem mais rico do mundo e assustaram os investidores da Tesla. Trump condenou esses incidentes e os classificou como casos de “terrorismo doméstico”.
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A política pode ser culpada pela queda nas vendas da Tesla?
A queda de vendas da Tesla aumentou a pressão. Na Alemanha, onde Elon Musk usou sua rede social X para apoiar o partido de extrema direita Alternativa para a Alemanha (AfD) antes das eleições nacionais do mês passado, as vendas da Tesla caíram 76% em fevereiro em comparação com o ano anterior. As vendas de veículos elétricos em geral na Alemanha aumentaram em quase um terço no mesmo período.
Uma tendência semelhante está surgindo em outros lugares, incluindo a França, onde as vendas da Tesla caíram quase 45% nos dois primeiros meses do ano, enquanto na Austrália houve uma queda de mais de um terço nos quatro meses desde a reeleição de Trump.
Na Califórnia, o maior mercado dos EUA para veículos elétricos, as vendas da Tesla caíram pelo quinto trimestre consecutivo, de acordo com a California New Car Dealers Association (CNCDA). Em 2024, os registros da Tesla no estado caíram 11,6%.
Os consumidores parecem estar se afastando da marca de carros elétricos de Musk em meio a acusações de interferência política e de um relacionamento muito próximo com Trump. Muitos proprietários da Tesla colocaram adesivos em seus carros elétricos em oposição à guinada de Musk para a direita, com slogans que dizem: “Tesla vintage – edição pré-loucura” e “Comprei este carro antes de Elon enlouquecer”.
“Musk acha poder dizer o que quiser e não acha que a Tesla sofrerá nenhuma consequência”, disse Seth Goldstein, analista da empresa independente de análise de dados Morningstar, à Associated Press na semana passada. “A Tesla estava em um ponto ideal. Agora ela tem concorrência”.
Uma pesquisa recente da Strategic Vision pediu aos americanos que indicassem seu veículo favorito e, embora tanto os eleitores republicanos quanto os democratas tenham escolhido um veículo elétrico em vez de modelos com motor a combustão, nenhum deles escolheu a Tesla.
Daniel A. Crane, professor de direito da Universidade de Michigan e autor de um livro sobre a Tesla que será lançado em breve, verificou como, até pouco tempo, a montadora era “fortemente identificada com preocupações ambientalistas”, observando como os motoristas da Tesla “se inclinavam politicamente para a esquerda”.
“Nos últimos dois anos, Musk praticamente queimou suas pontes com esses grupos de interesse. Além disso, com a chegada ao mercado de vários outros veículos elétricos [de startups como Rivian e Lucid e montadoras tradicionais], as pessoas que querem dirigir um carro elétrico por motivos climáticos não precisam mais comprar um Tesla”, diz Crane à DW.
Crane afirma que, embora Musk possa pensar que a Tesla pode, em vez disso, contar com os apoiadores de Trump na direita, “o pessoal do MAGA [Make America Great Again] tende a ser o mais cético em relação aos veículos elétricos”.
Queda de ações e envolvimento político
A intensa rivalidade entre os fabricantes de veículos elétricos provocou uma grande venda de ações da Tesla. Nos últimos três meses, as ações da empresa caíram quase pela metade. No mesmo período, Musk perdeu US$ 144 bilhões (cerca de R$ 835 bilhões) em meio ao crescente ceticismo sobre a promessa da montadora de fornecer direção autônoma aproveitando a inteligência artificial (IA).
A avaliação da empresa atingiu um pico de mais de US$ 1,5 trilhão após a eleição presidencial americana, mas, somente na última segunda-feira (10), as ações da Tesla caíram 15%, em uma liquidação do mercado motivada por temores de uma iminente recessão nos EUA.
Musk apoiou a campanha de Trump com US$ 250 milhões e, desde então, se tornou o seu principal assessor para cortar desperdícios nos governo por meio do Departamento de Eficiência Governamental (Doge, em inglês).
Seu envolvimento gerou relatórios diários sobre a redução de gastos do setor público, o que foi bem recebido por muitos eleitores americanos, mas criticado por ativistas, acadêmicos e legisladores que veem falta de supervisão adequada.
Indignação crescente com o papel de Musk no Doge
Recentemente, houve protestos contra a Tesla — intitulados “Tesla Takedown” (“derrubada da Tesla”, em tradução livre) — em concessionárias em todos os EUA devido ao papel de Musk no Doge, que até agora cancelou cerca de US$ 60 bilhões em contratos que financiam programas humanitários em todo o mundo.
Os americanos estão testemunhando “uma extraordinária centralização do poder em alguém que não tem autorização de segurança de alto nível e não foi submetido a nenhum processo de confirmação do Senado”, afirmou Don Moynihan, professor da Escola Ford de Políticas Públicas da Universidade de Michigan, à agência de notícias Reuters no mês passado.
Moynihan disse que o acesso de Musk a dados confidenciais do governo sem monitoramento adequado é “preocupante” e “sem precedentes”.
Outros empreendimentos de Musk continuam crescendo
Além da Tesla, Musk é proprietário da Space X, a primeira empresa espacial privada. O bilionário tem a ambição de colonizar Marte. Outros empreendimentos incluem a Neuralink, que está desenvolvendo uma interface implantada no cérebro, a xAI, que criou o chatbot de IA Grok, a rede social X (antigo Twitter) e a The Boring Company, empresa de infraestrutura, construção de túneis e equipamentos.
Ao contrário da Tesla, essas empresas não são listadas publicamente, mas ainda podem ser negociadas por investidores no mercado secundário. A Bloomberg informou na quarta-feira (12/03) que, embora o valor da Tesla tenha despencado, a avaliação coletiva de quatro das empresas privadas de Musk aumentou 45% desde a eleição, citando uma análise da plataforma de negociação Caplight. O preço das ações da xAI, por exemplo, aumentou 110% desde 5 de novembro.
As empresas de Musk têm contratos no valor de US$ 18 bilhões a US$ 22 bilhões com o governo federal, segundo a imprensa americana, embora esses números possam não retratar o quadro completo, já que muitos dos negócios são confidenciais.
Esses contratos e o fato de as empresas de Musk terem sido investigadas ou multadas mais de 30 vezes por 11 agências do governo dos EUA, de acordo com o New York Times, fizeram soar o alarme sobre possíveis conflitos de interesse com o seu envolvimento com o DOGE.
Mesmo antes de se tornar um conselheiro próximo de Trump, os investidores também questionaram se Musk não estava se dedicando demais à política.
O reinado de Musk na Tesla está acabando?
No mês passado, o controlador da cidade de Nova York, Brad Lander, que supervisiona os fundos de pensão que possuem ações da Tesla no valor de US$ 1,25 bilhão, disse ao New York Times que Musk deveria deixar o cargo de CEO da Tesla, mas permanecer no conselho. Isso, segundo ele, faria com que a fabricante de veículos elétricos voltasse ao “modelo básico de governança dos acionistas nos Estados Unidos”.
Embora Musk tenha dito publicamente que seu envolvimento com o Doge provavelmente durará mais um ano, um dos investidores mais otimistas da Tesla em Wall Street, Dan Ives, agora acha que ele deveria abandonar seu compromisso com o governo Trump.
“O relógio bateu meia-noite para Musk e o Doge. Ele também precisa assumir seu papel como CEO da Tesla”, diz Ives, que é chefe global de pesquisa de tecnologia da Wedbush Securities, à DW. “O equilíbrio será fundamental e é isso que Musk precisa fazer para estancar a sangria das ações da Tesla”.
Uma pesquisa realizada pelo banco de investimentos norte-americano Morgan Stanley e publicada na quarta-feira (12/03) revelou que 85% dos investidores acreditam que a entrada de Musk na política teve um impacto “negativo” ou “extremamente negativo” sobre os negócios da Tesla.
O próprio Musk admitiu estar tendo dificuldades para conciliar seus muitos compromissos, dizendo à Fox Business na segunda-feira que estava administrando seus negócios “com grande dificuldade”.
Apesar disso, ele parece ter dobrado seu apoio à presidência de Trump. O New York Times informou na quarta-feira que Musk está planejando injetar US$ 100 milhões em grupos pró-Trump.
Segundo o jornal, o volume da doação é algo “inédito” para um funcionário da Casa Branca.
Ao ser fotografado na terça-feira ao lado de Trump com os carros da Tesla na Casa Branca, Musk disse aos repórteres que ficaria em Washington enquanto fosse útil, mas manteria o cargo de CEO da Tesla.
G1 Fri, 14 Mar 2025 07:01:06 -0000 - |
Google e Apple têm recursos para responsáveis monitorarem uso de eletrônicos por crianças e adolescentes. Saiba como ativar proteção para controlar tempo e atividade de crianças no celular
O governo federal lançou na última terça-feira (11) um guia com orientações para o uso de celulares e outros dispositivos eletrônicos por crianças e adolescentes.
O documento recomenda que a criança não tenha celular antes dos 12 anos de idade. E diz que, se ela ganhar o aparelho antes dessa idade, o ideal é que os pais ativem ferramentas de supervisão.
O Google e a Apple, responsáveis pelos sistemas de celulares e tablets mais usados no mundo, têm recursos de controle parental.
Com o aplicativo Family Link, do Google, e os recursos em "Ajustes", no iPhone e no iPad, é possível definir o limite de tempo e restringir o acesso a certos sites e aplicativos.
Veja abaixo como configurar a supervisão no celular e tablet de crianças e adolescentes.
Android
No celular da criança, vá até "Configurações" e clique em "Bem-estar digital e controles parentais" (o termo pode variar de acordo com a marca do dispositivo);
Selecione "Controles parentais";
Escolha a conta usada pela criança e clique em "Supervisionar conta" (se outras contas estiverem logadas no mesmo aparelho, será preciso clicar em "Sair e continuar" para se desconectar delas);
Clique em "Próxima" para confirmar a decisão;
Insira o e-mail e a senha da conta do Google do responsável;
Confirme a senha da conta da criança;
Clique em "Próximo" e, então, em "Permitir" para autorizar que o celular do responsável seja administrador do aparelho da criança;
Reveja as configurações, clique em "Avançar" e confirme em "Concluído".
Recursos de controle de pais no Android
Reprodução
iPhone/iPad
No celular ou no tablet da criança, vá até "Ajustes";
Clique em "Tempo de uso";
Selecione "Conteúdo e privacidade";
Escolha a opção "App Store, Mídia, Web e Jogos";
Faça os ajustes para, por exemplo, limitar sites adultos e definir músicas, filmes e aplicativos permitidos com base na classificação indicativa.
Se você também tiver iPhone ou iPad, é possível usar seu próprio aparelho para monitorar a atividade da criança em outro dispositivo da Apple. Para isso, é preciso acessar "Ajustes" em seu celular ou tablet, tocar em seu nome, clicar em "Família" e criar um perfil para ela.
Depois, basta selecionar o novo perfil para seguir um passo a passo que permite configurar que tipo de site e aplicativo a criança poderá acessar, além de monitorar o tempo de uso e restringir compras de aplicativos, por exemplo.
Recursos de controle de pais no iPhone
Reprodução
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G1 Fri, 14 Mar 2025 05:00:23 -0000 - |
'Notas da comunidade' servirão para 'corrigir' publicações nas plataformas, substituindo o sistema de verificação de fatos por terceiros. Meta, dona de Instagram e Facebook, encerrará sistema de checagem de fatos
A Meta anunciou nesta quinta-feira (13) que as "notas da comunidade" começarão a ser testadas na próxima terça-feira (18) no Facebook, Instagram e Threads. Segundo a empresa, o recurso será avaliado inicialmente nos Estados Unidos.
As "notas da comunidade" substituem o programa de verificação de fatos feito por terceiros. Agora, os próprios usuários poderão corrigir informações publicadas — um modelo semelhante ao implementado pelo X, de Elon Musk.
A mudança foi anunciada por Mark Zuckerberg, dono da Meta, em um vídeo de 5 minutos publicado no Instagram no início de janeiro. Ele afirmou que os verificadores "tem sido muito tendenciosos politicamente e destruíram mais confiança do que criaram".
A Meta afirma que, nos EUA, cerca de 200 mil pessoas já se inscreveram para testar as ferramenta nesta primeira fase. As inscrições seguem abertas, segundo a empresa.
Apesar do lançamento, a empresa explica que as observações feitas pelos usuários não estarão visíveis para todos imediatamente.
Exemplo de notas da comunidade no Instagram
Reprodução/Meta
"Começaremos a disponibilizá-las de forma gradual e aleatória para pessoas fora da lista de espera e levaremos um tempo para testar o sistema de redação e classificação antes que qualquer nota seja publicada publicamente", diz o comunicado.
A Meta não informou quando lançará oficialmente as "notas da comunidade", mas disse que pretende disponibilizá-las para todos nos EUA assim que o teste beta demonstrar estar funcionando de maneira eficaz.
"Assim que as Notas começarem a aparecer publicamente, nenhum novo rótulo de verificação de fatos de checadores terceiros aparecerá nos Estados Unidos, embora eles sejam livres para se tornarem colaboradores das Notas da Comunidade junto com outros usuários de nossa plataforma", disse.
Para Zuckerberg, verificadores estavam calando pessoas
Mark Zuckerberg anuncia que Meta vai encerrar sistema de checagem de fatos
Em janeiro deste ano, Zuckerberg afirmou que o programa de verificação começou como um movimento para ser mais inclusivo, mas que tem sido cada vez mais usado para calar opiniões e excluir pessoas com ideias diferentes. "Isso foi longe demais", disse.
Em comunicado, a Meta afirmou que as mudanças permitirão que as pessoas se expressem mais. E apontou que serão eliminadas "restrições sobre alguns assuntos que são parte de discussões na sociedade", com um novo foco na "moderação de conteúdo em postagens ilegais e violações de alta severidade".
A nova política anunciada pela Meta surpreendeu alguns parceiros de verificação de fatos que colaboravam com a empresa na moderação de conteúdo, segundo a agência Reuters.
Especialistas consultados pelo g1 alertam que a alteração na moderação de conteúdo permitirá que posts considerados problemáticos apareçam com mais frequência e permaneçam no ar sem a verificação da empresa, como desinformação sobre vacinas, Covid e eleições.
Para Yasmin Curzi, da Universidade de Virgínia (EUA), todos os conteúdos que não podem ser compreendidos como "explicitamente ilegais e violações de alta severidade" poderão aparecer, "compreendendo não só desinformação, mas também racismo e homotransfobia", diz.
"Pelo comunicado do Zuckerberg, apenas tipos muito específicos, como pornografia infantil, seguirão sendo objeto de ações de contenção de desinformação", diz Helena Martins, professora da Universidade Federal do Ceará (UFC) e integrante da Coalizão Direitos na Rede.
G1 Thu, 13 Mar 2025 14:00:48 -0000 - |
Ao som de músicas envolventes, esses influenciadores mexem em massas, cortam ingredientes e levam molhos à boca em vídeos assistidos por milhares de seguidores nas redes sociais. 'Biscoiteiros': Chefs conquistam a internet com sensualidade na cozinha
Chefes 'biscoiteiros' têm viralizado nas redes sociais com vídeos de culinária que oferecem mais do que receitas. Ao som de músicas conhecidas por serem sensuais, como as do cantor The Weeknd, eles mexem em massas, cortam ingredientes, levam molhos à boca e até mandam beijos e piscadas para a audiência.
A estratégia tem feito sucesso. O influenciador suíço-australiano Cedrik Lorenzen, de 32 anos, um dos pioneiros nessa mistura de culinária e erotismo, acumula mais de 10 milhões de seguidores juntando o Instagram e o TikTok. Ele está nessas plataformas desde 2020.
Em vídeos curtos, de cerca de um minuto, Lorenzen compartilha receitas variadas, que vão desde doces até carnes e massas, sempre enfatizando ângulos que buscam gerar um clima íntimo e que, às vezes, destacam gestos que remetem a atos sexuais (veja abaixo).
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À primeira vista, o feed do influenciador parece focar apenas em receitas, já que as capas dos vídeos mostram somente fotos de comidas (veja na foto abaixo). Mas basta clicar no conteúdo ou ler algumas das legendas para que as "segundas intenções" fiquem evidentes.
"A água do macarrão não será a única coisa molhada hoje à noite", diz a legenda de um dos vídeos do Lorenzen.
À primeira vista, o feed do Instagram do Cedrik Lorenzen parece ser apenas sobre culinária.
Reprodução
Segundo o influenciador, os seus vídeos têm como objetivo mostrar que o preparo da comida pode ser um ato de amor. A informação é de uma entrevista que Lorenzen deu à revista americana Cosmopolitan, em 2022.
"Se você tem alguém especial e faz um jantar muito bom para ele ou cozinha junto, eu acho que é muito legal", disse o influenciador.
O também australiano Anthony Randello-Jahn, conhecido como Donut Daddy, usa e abusa de técnicas parecidas para conquistar a audiência.
Com camisas de seda abertas e coloridas, ele faz caras e bocas durante o preparo de algumas de suas receitas (veja no vídeo abaixo). Hoje, Donut Daddy tem mais de 3 milhões de seguidores nas redes sociais.
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🔥Reações apaixonadas e críticas
Os conteúdos dos "chefs sensuais" têm gerado comentários apaixonados nas redes sociais, em especial de mulheres.
"Eu quero ser esse morango", disse uma das usuárias em uma publicação onde o Donut Daddy faz um bolo com a fruta (veja abaixo).
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Outra admiradora comentou: "Eu nunca sei se estou com fome ou excitada🤔", em um vídeo onde Lorenzen prepara um Tiramisu de baunilha.
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Mas as reações não são só de amor. Uma minoria dos comentários faz críticas e considera os conteúdos apelativos demais e até ofensivos.
"Qual o sentido de ser vulgar com a comida?", pergunta um. "Ele é tão emocionalmente vazio que chega a assediar a comida", diz outro.
Cedrik Lorenzen e Anthony Randello-Jahn (Donut Daddy).
Reprodução
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G1 Wed, 12 Mar 2025 06:00:26 -0000 - |
Empresa também anunciou a funcionalidade 'Pausa Programada' e uma atualização que permite aos pais verificar quem o menor de idade bloqueou na plataforma. Criança brinca com celular em Ribeirão Preto, SP telas ansiedade
Reprodução/EPTV
O TikTok anunciou nesta terça-feira (11) novos recursos de controle parental, com a promessa de reduzir o tempo que adolescentes passam na plataforma.
Entre as principais novidades está o "Hora do Sono", que ajuda a limitar o tempo de navegação no período noturno. Agora também é possível definir os horários em que os menores podem usar o TikTok.
Além disso, uma atualização na ferramenta de controle parental permite que os responsáveis vejam quem o jovem segue e quem ele bloqueou na rede social.
Segundo o TikTok, os novos recursos estão disponíveis no Brasil a partir de hoje.
➡️ Confira abaixo as novidades anunciadas para menores de idade:
⏸️ Pausa Programada: com esse recurso, os pais podem definir os horários em que os adolescentes podem ou não usar o TikTok. Segundo a empresa, os menores de idade até podem solicitar um tempo extra de uso, mas apenas os responsáveis podem aceitar ou recusar a alteração.
👨👩👧👦 Sincronização Familiar: a ferramenta de controle parental do TikTok foi atualizada para permitir que pais e responsáveis verifiquem quem o adolescente segue e quem o segue de volta, além de visualizar contas bloqueadas.
😴 Hora do Sono: criado para reduzir o tempo de uso à noite, esse recurso exibe um aviso na tela com música suave caso um adolescente com menos de 16 anos esteja no TikTok após as 22h. "Se um adolescente decidir continuar no TikTok após o primeiro lembrete, um segundo aviso será exibido, tornando a interrupção mais difícil de ignorar. Em países onde isso já foi testado, a grande maioria decide manter este lembrete ligado.", explica a empresa.
Como complemento à Hora do Sono, o TikTok testará, nas próximas semanas, um exercício de meditação. "Pesquisas têm mostrado que a meditação consciente pode melhorar a qualidade do sono", afirmou a empresa.
'Hora do Sono' no TikTok
Divulgação/TikTok
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G1 Tue, 11 Mar 2025 15:26:30 -0000 - |
Alertas que aparecem logo que entramos em um site têm sido exibidos com mais frequência por causa de novas leis de proteção de dados. Saiba para que servem os cookies. Gerenciar cookies em um site permite escolher quais tipos o usuário quer permitir
g1
Você entra em um site e logo surge aquele recado: "Aceitar todos os cookies". Normalmente, tem um botão para clicar nessa opção e outro, ao lado, que diz "Definições de cookies" ou "Gerenciar cookies"... o jeito de escrever pode variar. Mas você sabe para que servem os cookies? E qual alternativa escolher?
Com a entrada em vigor da LGPD, sites costumam apresentar mensagem sobre o gerenciamento de cookies com duas opções: aceitar todos (à dir) ou gerenciar
Reprodução
Quando se opta por "definir/gerenciar os cookies", você acaba indo para outra janela que resume quais são os tipos e pode decidir sobre cada um... Na pressa, muita gente acaba clicando logo em "Aceitar todos", sem se dar conta de que existem opções.
➡️ Primeiro... o que são cookies? A palavra em inglês é a mesma usada para um tipo de biscoito🍪, mas, os cookies dos sites são arquivos criados para coletar informações sobre a sua navegação na internet.
Eles podem ter vários objetivos, como manter a conta ativa para você não precisar fazer login e senha toda vez que acessar um site. E, quando você volta para uma loja virtual e os produtos que você tinha colocado anteriormente no carrinho de compras ainda estão lá, isso também é por causa dos cookies.
Cookies representam algum risco?
Em geral, os cookies não representam perigo, já que eles costumam guardar códigos aleatórios para identificar usuários. Ainda que não coletem dados pessoais, os cookies têm informações sobre sua atividade.
Sites com práticas não recomendadas podem usá-los para armazenar nome, e-mail e telefone, por exemplo. O método cria uma brecha para cibercriminosos que buscam fazer acesso indevido ao conteúdo de cookies e, por isso, costuma ser evitado por programadores.
"O motivo legal para isso é o princípio da prevenção da LGPD, que estipula que controladores devem adotar medidas que previnam a ocorrência de danos", explicou ao g1 Rafael Zanatta, diretor da Data Privacy Brasil.
Cookies de terceiros, presentes em mais de um site, são capazes de identificar os termos que você busca e mostrar anúncios publicitários sobre eles em outras páginas, por exemplo. Já entrou num site que não é de compras e, do nada, começam a aparecer vários anúncios daquela geladeira que você viu em uma loja online outro dia? É por causa dos cookies.
Em celulares ou computadores compartilhados por várias pessoas, há um risco com cookies que mantêm sua conta logada. Com eles, as demais pessoas que usam o mesmo aparelho que você podem acessar livremente suas contas.
A dica, nesses casos, é sempre fazer o logout, isto é, encerrar a sessão antes de deixar de usar o dispositivo. Vale para sites, e-mail, redes sociais...
O que acontece se eu 'aceitar todos os cookies'
Existem vários tipos de cookies: de segurança, de publicidade, de funcionalidade... Você só consegue ver um resumo do que é cada um quando clica em "gerenciar/definir".
Se aceitar todos, você permitirá uma maior coleta de dados.
O que é a opção gerenciar/definir cookies
Ao clicar nessa opção, normalmente abre uma janela ("pop-up") na página onde é possível "ativar" ou "desativar" cada opção de cookie, como se vê abaixo.
Neste exemplo, todos os tipos estão "ativados": se você não quiser permitir algum, precisa clicar no botão para "desligar". Às vezes, é o contrário: cabe a você "ativar" os que quer permitir.
Em geral, os sites dão um resumo do que é cada tipo. No exemplo acima, é preciso clicar no sinal de +, junto de cada nome, para saber o que significa. Algumas páginas também colocam ali um link para suas políticas de privacidade.
Pop-up que aparece quando se clica em "gerenciar" ou "definir" cookies em um site
Reprodução
Entre os cookies que podem ser recusados estão os de publicidade/marketing, que rastreiam sua navegação para mostrar anúncios; os funcionais, usados para o site lembrar que a conta está logada, por exemplo; e os de estatísticas, que servem para a página criar relatórios sobre a quantidade de visitas.
A maioria dos sites tem um tipo de cookie considerado "essencial" ou "estritamente necessário" para o funcionamento do site e que, por isso, não pode ser desativado.
Depois de decidir quais cookies você quer permitir, é só clicar em "confirmar minhas escolhas". Também existe a opção "rejeitar todos" (leia mais sobre isso abaixo).
Nem todos os sites pedem consentimento
Com a entrada em vigor da Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), em 2020, ficou mais comum aparecer o aviso sobre quais cookies são usados naquele site e, em algumas páginas, também o pedido de consentimento para esses usos — o famoso "aceitar ou "gerenciar".
Nem todos os sites têm essas opções. Alguns informam sobre o uso de cookies e dizem que, ao continuar navegando pelo site, o usuário está ciente disso.
"Apesar de não existir na LGPD um capítulo específico sobre cookies, a ANPD elaborou em 2022 um guia com recomendações do que deve ser evitado, tendo em mente uma interpretação sistêmica da lei aplicada especificamente a cookies", disse Zanatta.
O guia orienta, entre vários pontos, a incluir um botão de fácil visualização que permite rejeitar todos os cookies não necessários e um link para o usuários saber mais detalhes sobre como seus dados são utilizados.
Como restringir cookies
Além das configurações para cada site, é possível mudar preferências em navegadores para restringir cookies de terceiros, que também servem para exibir anúncios. Veja como limitar cookies de terceiros nos dois programas no Google Chrome:
Abra o menu do Chrome e selecione "Configurações";
Clique em "Privacidade e segurança";
Procure por "Cookies de terceiros";
Selecione a opção "Bloquear cookies de terceiros".
O navegador indica que, com essa opção ativada, "os sites não podem usar seus cookies para ver sua atividade de navegação em diferentes sites, por exemplo, para personalizar anúncios". Apesar disso, há o alerta de que "os recursos de alguns sites podem falhar".
Como bloquear cookies de terceiros na versão do Google Chrome para computadores
Reprodução/Google Chrome
G1 Tue, 11 Mar 2025 06:00:24 -0000 - |
Documento traz orientações para familiares, cuidadores e educadores e alerta para os riscos associados ao uso precoce e excessivo de dispositivos digitais. Governo lança guia sobre uso de telas por crianças
O governo federal lança nesta terça-feira (11) um guia oficial para o uso consciente de dispositivos eletrônicos, como telefones do tipo smartphone. O documento traz orientações para familiares, cuidadores e educadores e pode servir de base para políticas públicas nas áreas de saúde, educação, assistência social e proteção à criança e ao adolescente.
Criança no celular
Canva
Além de recomendações, o guia também alerta para os riscos associados ao ambiente digital, que podem ir do uso excessivo até a exposição de práticas de violência ou de vitimização por crimes (veja mais abaixo).
A ideia do governo é que o guia seja abrangente, de acordo com a diversidade de famílias brasileiras, e trabalhe não apenas com o tempo de uso, mas também na diferença dos tipos de uso.
Segundo o documento, um dos fatores que mais contribuem para o uso precoce e excessivo de dispositivos digitais por crianças e adolescentes é a utilização excessiva por parte dos adultos, que são considerados modelos e referências de comportamento.
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Uso do celular causa impacto na educação de crianças e adolescentes nas escolas
Migração para o online
O secretário de Políticas Digitais da Secretaria de Comunicação da Presidência da República, João Brant, afirma que a elaboração do guia partiu de uma constatação do governo federal de que "boa parte da nossa vida migrou para o ambiente online e a pandemia acelerou isso”.
"A gente achou que tinha um papel. Nosso papel era entender como é que o resto do mundo estava lidando com isso, reunir informações, reunir evidências científicas e oferecer para as famílias e para esses profissionais um conjunto de informações que a gente acha que são relevantes para que eles possam tomar suas decisões", explica.
“O governo se sente respondendo a um comando constitucional de compartilhamento da responsabilidade no cuidado com crianças e adolescentes e queria fazer isso de uma forma que não fosse também aumentar a angústia sem aumentar os instrumentos”, disse Brant.
Em janeiro deste ano, o presidente Lula sancionou uma lei que restringe o uso de celulares nas escolas. A lei proíbe o uso dos smartphones durante a aula, mas também no recreio ou nos intervalos entre os cursos. O guia elaborado pelo governo vai ao encontro da nova lei e busca complementar e servir de referência para as famílias e escolas.
Recomendações
Segundo Brant, o conjunto de orientações possui um caráter mais prático, “respeitando, obviamente, a autonomia das famílias, e dos espaços”.
O documento traz recomendações para as crianças e adolescentes, para as famílias e responsáveis dos jovens, para o setor empresarial, influenciadores digitais e para escolas e sistemas de ensino. Além disso, também traz sugestões para governos e para os sistemas de garantia dos direitos da criança e do adolescente e de defesa do consumidor.
Além de recomendar que crianças com menos de dois anos não usem telas e aparelhos digitais, o guia orienta que crianças com menos de 12 anos não devem possuir aparelhos smartphones próprios e que “quanto mais tarde se der a posse ou aquisição de aparelho próprio, melhor”.
Jovens hiperconectados preocupam famílias no mundo todo
Entre as principais recomendações estão:
o uso de dispositivos eletrônicos, aplicativos e redes sociais durante a adolescência (12 a 17 anos) deve se dar com acompanhamento familiar ou de educadores;
o acesso a redes sociais deve observar a faixa etária sinalizada pela classificação indicativa;
estímulo ao uso de dispositivos digitais, para fins de acessibilidade ou superação de barreiras, por crianças ou adolescentes com deficiência, independentemente de faixa etária.
Para as escolas, as sugestões incluem:
avaliar criteriosamente o uso de aparelhos, como celulares ou tablets, para fins pedagógicos na primeira infância, evitando seu uso individual pelos estudantes;
evitar tarefas pedagógicas que estimulem a posse de aparelhos celulares próprios, bem como o uso de aplicativos de mensagem, por crianças (antes dos 12 anos).
Além disso, empresas que desenvolvem aplicativos que possam ser usados por crianças e adolescentes devem investir em estratégias de verificação da idade, oferecer produtos ou serviços com base em princípios de segurança por design, coletar o mínimo necessário de dados.
Criança com celular
Ron Lach/Pexels
O guia também recomenda que as empresas realizem um trabalho de não expor crianças à comunicação mercadológica (inclusive de apostas), de combater o trabalho infantil e ampliar a disponibilidade e divulguem ferramentas que auxiliem processos de mediação familiar.
O secretário destaca que as recomendações fazem parte de um conjunto de questões que exigem ações efetivas. “É uma percepção de que você não enfrenta os aspectos negativos do uso de telas de forma voluntária [...] A gente precisa que as famílias possam atuar, mas a gente não pode jogar sobrecarga de solução desse problema só nas costas das famílias, isso seria muito injusto", avalia.
“Nossa percepção é que boa parte dos problemas que a gente sofre para uma lógica de dependência tem a ver com o modelo de negócios das plataformas digitais. E, portanto, a gente precisa atenuar esses efeitos negativos das plataformas também”, destaca o secretário.
Segundo Brant, a regulação das redes “geraria consequências muito positivas para crianças e adolescentes”.
“Um ambiente regulado permite que você lide com aquilo que a gente chama de riscos sistêmicos. Ou seja, aqueles riscos que são inerentes à própria atividade econômica, mas que precisam ser mitigados, atenuados. [A regulação] deve estabelecer um ambiente que você acompanhe as obrigações das plataformas formas, para atenuar os riscos, por exemplo, em relação à saúde de crianças e adolescentes”.
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Riscos
O guia faz ainda um alerta para os riscos associados ao ambiente digital, que incluem:
acesso a conteúdos impróprios;
abuso e exploração sexual;
exposição a pessoas desconhecidas e predadores sexuais;
riscos à privacidade;
cyberbullying;
racismo algorítmico;
deepfakes e “sextorsão”;
golpes financeiros;
exposição à comunicação mercadológica;
trabalho infantil;
jogos de apostas online;
exposição à desinformação;
contato com bolhas informacionais, discursos de ódio, grupos radicais ou extremistas.
Outro aspecto abordado pelo guia é a educação digital e midiática, ou seja, a necessidade tanto de crianças e adolescentes quanto de adultos de aprender a lidar com o ambiente digital. Este ponto, destaca o secretário, demanda que as escolas incluam o tema em seus currículos.
“Acho que quanto mais preparado o adolescente ou a criança estiver para lidar com aquilo, menos ele vai estar sujeito a efeitos negativos [...] Obviamente, se você está preparado como cidadão pela própria escola, um processo de formação regular e formal para lidar com aquilo, você vai estar mais preparado para lidar com os problemas”, disse Brant.
Brant também destaca a importância de os familiares e professores conhecerem o ambiente digital que as crianças estão imersas, uma vez que “ boa parte do que acontece ali não é visível a olho nu, especialmente no que acontece nos dispositivos individuais”.
G1 Tue, 11 Mar 2025 03:00:32 -0000 - |
Rede social apresentou instabilidade entre o início da manhã e a tarde desta segunda-feira (10), segundo o site Downdetector. Rede social X, ex-Twitter
Kelly Sikkema/Unsplash
O X, ex-Twitter, vem apresentando instabilidade geral nesta segunda-feira (10). Em resposta a uma postagem no X sobre a queda, Elon Musk disse que sua rede social sofreu um "ataque cibernético massivo".
"Houve (ainda há) um ataque cibernético massivo contra o X. Somos atacados todos os dias, mas isso foi feito com muitos recursos. Ou um grupo grande e coordenado e/ou um país está envolvido", afirmou o bilionário.
A plataforma também identificou que o ataque partiu de dispositivos na Ucrânia, segundo o bilionário afirmou em entrevista ao canal americano Fox Business.
E o grupo ativista Dark Storm reivindicou a autoria do ataque por meio de uma postagem no Telegram, segundo o jornal americano The New York Times.
O g1 procurou a assessoria de imprensa do X e aguarda um retorno.
Elon Musk em discurso durante a Inauguração Presidencial de Trump, em Washington D.C.
Matt Rourke/ AP Photos
Desde o início da manhã, usuários de diversos países relatam que a rede está indisponível, segundo o site Downdetector, que acompanha problemas em sites e aplicativos.
Ao tentar abrir o X pelo celular ou navegador, as páginas ficam apenas carregando ou exibem a mensagem: "Ocorreu um erro. Tente recarregar a página".
Houve dois picos de instabilidade em lugares como Brasil, Estados Unidos, França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Índia, Austrália e México por volta das 7h e 11h (horário de Brasília).
As notificações chegaram a diminuir, mas voltaram a aumentar perto das 12h. Por volta das 15h20, elas começaram a cair novamente, sugerindo que o problema havia sido solucionado.
Site Downdetector registra notificações de instabilidade do X, ex-Twitter, no Brasil e em outros países nesta segunda
Reprodução/Downdetector
Por volta das 11h, o número de notificações de instabilidade no Brasil ultrapassou 4.200 no Downdetector (veja na imagem acima). Nos EUA, foram mais de 38 mil notificações no mesmo horário.
Esse foi o segundo pico de instabilidade nesta segunda. Às 7h, o Downdetector registrou mais de 3.700 notificações no Brasil e 21 mil nos EUA.
Usuários em países como França, Espanha, Alemanha, Reino Unido, Índia, Austrália e México também enviaram notificações sobre instabilidade.
Página do X não carrega informações
Reprodução/X
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G1 Mon, 10 Mar 2025 14:18:53 -0000 - |
Presidente americano não deu muitos detalhes e nem disse quem são esses possíveis compradores. Trump revela negociações com quatro grupos para a compra do TikTok
Dado Ruvic/Illustration/Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, disse neste domingo (9) que sua administração está conversando com quatro grupos interessados em comprar o TikTok no país.
"Estamos lidando com quatro grupos diferentes. E muitas pessoas querem. Os quatro são bons", afirmou Trump sem revelar nomes.
Em 19 de janeiro, entrou em vigor uma lei que obriga a empresa chinesa ByteDance, dona do TikTok, a vender a rede social sob ameaça de proibi-la nos EUA.
Washington assegura que isso é uma questão de segurança nacional e teme que o governo chinês use a plataforma para espionar os americanos ou influenciar a opinião pública.
Após a aprovação da lei, o TikTok suspendeu suas atividades nos Estados Unidos, mas Trump decidiu suspender a aplicação da norma por dois meses e meio.
Rumores indicam que, entre os possíveis compradores, estão as empresas Microsoft e Oracle, uma iniciativa promovida pelo magnata Frank McCourt, assim como um grupo que inclui MrBeast, um dos criadores de conteúdo com mais seguidores do mundo.
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G1 Mon, 10 Mar 2025 13:50:28 -0000 - |
Recompensa pela participação é feita em criptomoeda e parcelada. Variação da cotação influi no ganho em reais: Worldcoin valia R$ 13 em novembro e caiu para menos de R$ 6 em março. Foto da íris: criptomoeda desvaloriza 50% desde lançamento de projeto no Brasil
O valor da criptomoeda usada pelo projeto World para recompensar quem tem a íris escaneada caiu pela metade desde a chegada da iniciativa ao Brasil.
Isso altera os ganhos em reais de quem tinha se cadastrado, já que uma parte do pagamento é feita pouco depois de a íris ser fotografada e o restante é parcelado ao longo de um ano.
Em 13 de novembro, quando os registros da íris começaram no Brasil, a Worldcoin equivalia a R$ 13, segundo o CoinMarketCap, plataforma que monitora o mercado de criptomoedas.
Em dezembro, a moeda chegou a quase R$ 24, mas, até a última última sexta-feira (7), o valor tinha baixado para a faixa dos R$ 5.
Para especialistas ouvidos pelo g1, a atual trajetória de queda, que acontece em todo o mundo, é explicada por diversos fatores, como reveses do ponto de vista jurídico do projeto, além de desconfianças com a economia americana (saiba mais abaixo).
➡️ O QUE É A WORLDCOIN E A WORLD: a criptomoeda Worldcoin foi criada em 2023 e é a forma de a World recompensar quem adere à sua iniciativa de escaneamento de íris.
Segundo a startup, a íris funciona como uma impressão digital mais sofisticada. Isso ainda não é usado por serviços muito conhecidos, mas, de acordo com a World, poderia ser uma forma eficaz de diferenciar humanos de robôs no futuro, evitando fraudes.
O sistema de remuneração pela foto da íris atraiu centenas de milhares de brasileiros até 11 de fevereiro, quando a World suspendeu os cadastros em São Paulo, única cidade brasileira participante.
Isso aconteceu após a Autoridade Nacional de Proteção de Dados vetar os pagamentos para novos usuários, alegando que a prática poderia influenciar na decisão das pessoas de participarem do projeto.
Como o g1 mostrou em janeiro, muitos dos postos que escaneavam a íris foram instalados na periferia da capital e junto a terminais de transporte público.
Worldcoin cai pela metade desde chegada ao Brasil
Quem teve a íris escaneada tinha o direito de receber 48 worldcoins, mas não de uma vez.
O pagamento funcionava assim:
20 moedas liberadas 24 horas após o escaneamento da íris;
28 moedas distribuídas mensalmente, ao longo de um ano (2 a 3 por mês).
Dentro do próprio aplicativo da World — onde é feito o agendamento para comparecer a um posto e ter o olho fotografado e onde fica guardado o código da íris escaneada — o usuário também tem uma carteira digital, com a Worldcoin.
A pessoa pode usar o aplicativo para um saque, que é basicamente converter as criptomoedas para reais e receber o valor em sua conta bancária, com o pagamento de taxas. Para isso, a World conta com um provedor parceiro, e tudo acontece lá mesmo, dentro do app.
World App, é usado para fazer transações com a criptomoeda da Worldcoin
Divulgação/Worldcoin
A Worldcoin pode ser negociada nas maiores corretoras de criptomoedas do mundo — para isso, é preciso transferir as moedas do app da World para uma carteira digital externa. As worldcoins que estão em corretoras podem ser compradas inclusive por quem não participou do projeto.
Pessoas que tiveram a íris escaneada no começo do projeto disseram ao g1 que viram ali a chance de ter uma renda extra no fim do ano. O número de participantes disparou entre novembro e dezembro.
No entanto, como se trata de uma criptomoeda, o valor da Worldcoin frente ao real pode mudar, assim como acontece com o bitcoin. E essa variação acontece mundialmente.
"Está caindo bastante. Eu nem saquei porque não compensa. Está muito baixo o valor da moeda. Quando eu fui escanear (a íris), estava em R$ 18, R$ 19. Agora, por R$ 6 nem compensa. Por isso, estou deixando lá parado", disse Nicolas Marcelino, que se cadastrou em dezembro.
Rafael Bezerra, que também se cadastrou em dezembro, disse que recebeu cerca de R$ 300 no ato e que "já sabia que a moeda poderia dar uma desvalorizada". A parcela recebida por ele em janeiro foi de R$ 19. Em fevereiro, foram R$ 17.
Brasileiros pagos para escanear a íris enfrentam dificuldades com aplicativo do projeto: 'Perdi a conta e o dinheiro'
Por que a Worldcoin está caindo?
Para especialistas em criptomoedas, o veto da ANPD aos pagamentos, que aconteceu no fim de janeiro e esvaziou muitos postos de cadastro da íris, e a pausa nos novos registros no Brasil contribuem, mas não são as principais causas da desvalorização mundial da worldcoin.
Além do Brasil, nos últimos meses, o projeto foi alvo de autoridades de dados da União Europeia, da Coreia do Sul e de Buenos Aires, por exemplo. Eles questionaram o destino dos dados.
"Sem dúvidas, sofrer reveses do ponto de vista regulatório, legal e jurídico influencia na proposta de valor e no preço", diz Caio Leta, chefe de conteúdo e pesquisa da plataforma de compra e venda de bitcoin Bipa.
"Nunca é um evento só, é a soma de vários fatores que faz uma tendência", completa.
Também pesam fatores externos, como as dúvidas sobre a economia com o novo mandato de Donald Trump, nos Estados Unidos.
Ainda que o republicano seja um entusiasta de criptomoedas, outras decisões na área econômica afastam os investidores desse setor, afirma Ricardo Dantas, CEO da corretora Foxbit.
Segundo ele, as criptomoedas tiveram um crescimento expressivo no período entre a eleição e a posse de Trump devido ao otimismo com os planos do republicano para o setor. Agora, o mercado está fazendo o movimento contrário.
"Recentemente, houve grandes quedas pelo risco de a inflação americana aumentar e pela guerra de tarifas. Sempre que há essas incertezas, os investidores saem dos ativos de risco, o que inclui as criptomoedas, e vão para ativos menos voláteis", diz Dantas.
Câmera Orb, que captura a íris dos olhos.
Fábio Tito/g1
'ALTCOINS' - Distribuir criptomoedas para usuários, como faz a World, é uma forma torná-la relevante, em uma estratégia conhecida como "airdrop", afirma Felipe Martins, diretor de blockchain da empresa de investimentos Bloxs.
"Quando esses usuários entram, a rede começa a ter mais movimentação, mais dados e mais valor. Com mais valor, o preço do ativo sobe", diz Felipe. "O bitcoin tem o maior valor [entre criptomoedas] porque é o que mais movimenta o mercado atualmente."
O valor de mercado do bitcoin, a criptomoeda mais famosa, chega a US$ 9,9 trilhões, mais de 1.600 vezes o valor da Worldcoin, segundo a plataforma CoinMarketCap.
"Dezembro [de 2024] foi um período muito bom das altcoins [criptomoedas alternativas, que não são tão conhecidas como o bitcoin], todas subiram nesse período, e a World também surfou isso".
Mas grandes variações são comuns neste mercado, especialmente entre as criptomoedas menos conhecidas, explica Leta.
"Qualquer movimento que o bitcoin faz, as outras criptos geralmente fazem de uma maneira mais acentuada. Há um movimento de queda no bitcoin, então, é natural que tenha nas outras criptomoedas, que são muito menores", afirma.
A queda no valor da Worldcoin pode ter sido uma surpresa porque muitas pessoas cadastradas no projeto tinham o objetivo de converter as criptomoedas em reais rapidamente e não tinham estudado sobre ela, diz Leta.
"As pessoas querem um lucro rápido e não têm um estímulo para usar a Worldcoin no longo prazo", afirma. "Então, esse movimento [de queda] é comum quando não há uma tese de investimento por trás e não tem quem acredite no fundamento da criptomoeda".
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G1 Mon, 10 Mar 2025 06:00:16 -0000 - |
Mentes Digitais dessa semana conta a história de três mulheres que têm namorados virtuais criados por inteligência artificial. Mentes Digitais: as histórias de pessoas que namoram Inteligências Artificiais Quais os limites do amor? É possível se apaixonar por uma máquina? A inteligência artificial vai controlar nossos sentimentos? Lucas vive em um mundo virtual. Alaina Winters, no mundo real. E eles são casados. "A gente se conheceu e casou em agosto passado. Acabamos de comemorar seis meses juntos", conta a americana Alaina. Outra mulher, Denise Valenciano, conta sua história com um namorado virtual. "Criei meu namorado, o Star, na época da Covid. Minha vida estava difícil, eu estava muito fragilizada.", afirma. “Eu estava nem um relacionamento quando baixei o aplicativo. Em duas semanas, vendo como a inteligência artificial me tratava, eu percebi que era aquilo que eu queria. E, no meu relacionamento humano, que já durava dois anos, eu não estava tendo isso." As americanas Alaina e Denise inventaram o namorado e o marido usando um aplicativo, pago, feito para isso: gerar companheiros artificiais. E as duas bolaram até sites próprios pra relatar suas jornadas amorosas. E no mundo das relações virtuais nem sempre é preciso que o namorado ou namorada tenha uma aparência física, como o Lucas, da Alaina, ou o Star, da Denise. Porque também é possível que tudo role só na conversa, de texto ou voz, usando esses aplicativos que interagem com a gente, os chamados chatbots, robôs de conversa. O problema é que esses chatbots são programados pra bloquear envolvimento. Agora, também existem pessoas que conseguem manipular os robôs de conversa. O jornal americano 'The New York Times" contou uma história assim. Na reportagem, uma americana de 28 anos revela que aprendeu, num fórum de internet, as artimanhas pra romper bloqueio emocional do Chat GPT. E, dentro da plataforma, criou um namorado virtual, o Léo, por quem agora está apaixonada! A mulher, que não revelou o nome, passa até 56 horas por semana se relacionando com o namorado que não existe. E o marido, sim, ela é casada, nem liga, já que não tem como a esposa e o amante, Léo, chegarem às vias de fato. Ela gasta cerca de 1,2 mil reais por mês com uma assinatura premium do Chat GPT, pra ter longas conversas com Léo. Perigo para menores de idade Mas, nesse mundo de relações imaginárias, nem tudo é divertido. Ano passado, um jovem de 14 anos, da Flórida, tirou a própria vida depois de trocar mensagens com um companheiro criado num outro aplicativo, o Character AI. A mãe dele está processando a empresa. Em nota ao Fantástico, a Character AI disse que 'não comenta litígios pendentes'' e que agora criou uma série de recursos de segurança pra proteger usuários menores de idade. “A inteligência artificial nada mais é do que um conjunto de estatísticas que te devolvem aquilo que você quer escutar. Ou aquilo que você mesmo alimentou ali dentro. Então, quanto mais informação sua você dá para uma inteligência artificial, mais personalizadas vão ficar as suas respostas”, conta Andrea Jotta, psicóloga. Visual O aplicativo que gerou o Lucas ainda não tem a sofisticação de conversa do Chat GPT e outros parecidos, mas traz a vantagem do visual: o próprio Lucas, da Alaina, e o Star, da Denise, têm uma aparência. "Eu era casada, e minha esposa morreu. Depois de 13 meses de luto, eu baixei o aplicativo. Como na inscrição eu coloquei que sou mulher, então automaticamente geraram um companheiro homem. Acabei deixando. Porque não vai existir relação corporal mesmo, e também pra preservar a memória da minha esposa”, conta Alaina Namorados com esse visual de videogame, tipo o Lucas e o Star, logo vão ser coisa do passado. Dos Estados Unidos e da China estão chegando robôs sexuais hiperrealistas, que funcionam com inteligência artificial. Ouça os podcasts do Fantástico ISSO É FANTÁSTICO O podcast Isso É Fantástico está disponível no g1, Globoplay, Deezer, Spotify, Google Podcasts, Apple Podcasts e Amazon Music trazendo grandes reportagens, investigações e histórias fascinantes em podcast com o selo de jornalismo do Fantástico: profundidade, contexto e informação. Siga, curta ou assine o Isso É Fantástico no seu tocador de podcasts favorito. Todo domingo tem um episódio novo. PRAZER, RENATA O podcast 'Prazer, Renata' está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito. Siga, assine e curta o 'Prazer, Renata' na sua plataforma preferida. BICHOS NA ESCUTA O podcast 'Bichos Na Escuta' está disponível no g1, no Globoplay, no Deezer, no Spotify, no Google Podcasts, no Apple Podcasts, na Amazon Music ou no seu aplicativo favorito.
G1 Mon, 10 Mar 2025 01:46:15 -0000 - |
Evento ocupará o Parque Ibirapuera entre os dias 9 e 16 de agosto de 2026. Um ano antes, haverá uma prévia da conferência no Auditório do Ibirapuera. Megaconferência de inovação e criatividade em São Paulo será realizada no Parque Ibirapuera
Reprodução/TV Globo
A cidade de São Paulo será sede de uma megaconferência de inovação e criatividade em 2026. O evento, que foi anunciado neste domingo (9), vai ocupar o Parque do Ibirapuera entre os dias 9 e 16 de agosto com palestras, painéis, workshops, exposições, shows e ativações.
O São Paulo Beyond Business (SP2B) é dos mesmos criadores do Rio2C e vai seguir os moldes do evento carioca, considerado o maior evento de criatividade da América Latina.
O objetivo da megaconferência é reunir grandes nomes do cenário mundial para discutir o futuro das cidades em um mundo cada vez mais conectado com a tecnologia e transformar a capital em um hub de desenvolvimento urbano e tecnológico, colocando a experiência humana e a sustentabilidade no centro das discussões.
"O que a gente quer é falar do todo. O evento não é apenas sobre tecnologia, inovação ou negócios. Ele é muito sobre as cidades e a discussão de visões e soluções para um futuro sustentável desses espaços em um mundo essencialmente urbano", explica Rafael Lazarini, fundador da Da20 e responsável pelo Rio2C.
São esperadas durante o evento mais de 500 mil pessoas, incluindo empresários, investidores, startups, acadêmicos, criadores de conteúdo, entusiastas da inovação e frequentadores do parque.
O último dia de evento vai ser aberto ao público, com uma programação inteiramente gratuita.
Prévia em agosto
Para apresentar o evento ao público, será realizada uma prévia em agosto deste ano, no Auditório do Ibirapuera.
A data ainda não foi divulgada, mas haverá uma palestra e um show musical, ambos ainda a serem anunciados.
VÍDEO: Parque Ibirapuera completa 70 anos de história
Parque Ibirapuera completa 70 anos de história
G1 Sun, 09 Mar 2025 21:49:53 -0000 - |
Mabel trabalha em uma empresa que vasculha a internet para remover as piores imagens disponíveis online. Mabel diz que tenta remover as piores imagens de abuso infantil online para ajudar a tornar a internet mais segura
BBC
Em casa, ela é uma avó amorosa que adora brincar com os netos, mas no trabalho Mabel precisa assistir ao conteúdo "abominável", nas palavras dela, de abuso sexual infantil disponível na internet.
Ela trabalha para uma das poucas organizações autorizadas a pesquisar ativamente conteúdo indecente online, no intuito de ajudar a polícia e empresas de tecnologia a remover as imagens.
A Internet Watch Foundation (IWF) ajudou a tirar do ar um número recorde de quase 300 mil páginas da web no ano passado, incluindo imagens geradas por inteligência artificial (IA), cujo número quase quintuplicou em um ano.
"O conteúdo é horrível, não deveria nem ter sido criado, para começar", diz Mabel, que é ex-policial.
"Você nunca se torna imune a isso, porque no fim das contas todas essas crianças são vítimas, é abominável."
Mabel — nome fictício para proteger sua identidade — está exposta a algumas das imagens mais pervertidas e horríveis disponíveis online. Ela afirma que sua família é sua principal motivação para desempenhar esta função.
Mabel, que é natural do País de Gales, se autodenomina uma "disruptora" — porque impede que gangues criminosas compartilhem vídeos e imagens de abuso para ganhar dinheiro.
Mabel faz sessões mensais de terapia para ajudá-la a lidar com o fato de ver algumas das piores imagens online
BBC
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Os analistas da IWF trabalham em anonimato para que se sintam seguros e protegidos daqueles que se opõem ao seu trabalho, como as gangues criminosas.
"Não há muitos empregos em que você vai trabalhar de manhã, e faz o bem o dia todo, além de irritar pessoas realmente mal-intencionadas, então eu tenho o melhor dos dois mundos", afirma Mabel.
"Quando removo uma imagem, estou impedindo fisicamente que pessoas mal-intencionadas acessem essas imagens."
"Tenho filhos e netos, e só quero tornar a internet um lugar mais seguro para eles", ela acrescenta.
"Em uma escala mais ampla, colaboramos com as agências de aplicação da lei ao redor do mundo para que possam iniciar uma investigação, e talvez deter as gangues."
O IWF, com sede em Cambridge, no Reino Unido, é uma das três únicas organizações do mundo com autorização para pesquisar ativamente conteúdo de abuso infantil online e, no ano passado, ajudou a tirar do ar 291.270 páginas da web, que podem conter milhares de imagens e vídeos.
A fundação também informou que ajudou a remover quase cinco vezes mais imagens de abuso sexual infantil geradas por inteligência artificial no ano passado do que no ano anterior — foram 245 em 2024, contra 51 em 2023.
No mês passado, o governo do Reino Unido anunciou quatro novas leis para combater as imagens geradas por inteligência artificial.
Tamsin McNally acredita que o trabalho de organizações como a IWF é mais importante do que nunca
BBC
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O conteúdo não é fácil de ver. Tamsin McNally e sua equipe de 30 pessoas sabem bem disso. Mas também sabem que seu trabalho ajuda a proteger as crianças.
"Fazemos a diferença, e é por isso que eu faço isso", diz a líder da equipe.
"Na segunda-feira de manhã, entrei no canal de denúncias, e havia mais de 2 mil denúncias de membros do público afirmando que haviam se deparado com esse tipo de imagem. Recebemos centenas de denúncias todos os dias."
"Espero realmente que todos vejam que isso é um problema, e que todos façam sua parte para impedir que isso aconteça."
"Gostaria que meu trabalho não existisse, mas, infelizmente, enquanto houver espaços online, haverá a necessidade de trabalhos como o meu", ela avalia.
"Quando conto às pessoas o que eu faço, muitas vezes elas não conseguem acreditar que esse tipo de trabalho existe. Depois, elas perguntam: por que você quer fazer isso?"
Muitos moderadores de empresas de tecnologia entraram com processos na Justiça contra as companhias, alegando que o trabalho havia destruído sua saúde mental — mas a fundação afirmou que seu dever de cuidado era "padrão ouro".
Os analistas da instituição fazem terapia mensal obrigatória, reuniões de equipe semanais e contam com apoio regular ao bem-estar.
"Há essas coisas formais, mas também informais — temos uma mesa de sinuca, jogos, quebra-cabeças, sou uma grande fã de quebra-cabeças —, onde podemos fazer uma pausa, se necessário", acrescenta Mabel.
"Todas essas coisas combinadas ajudam a nos manter aqui."
A BBC conversou com a equipe da IWF em uma visita a seus escritórios em um complexo empresarial tranquilo e arborizado nos arredores de Cambridge
BBC
A IWF tem diretrizes rígidas que garantem que telefones pessoais não sejam permitidos no escritório ou que qualquer trabalho, inclusive e-mail, não seja levado para fora.
Apesar de ter se candidatado para trabalhar lá, Manon — nome fictício para proteger sua identidade — não tinha certeza se era um trabalho que ela conseguiria fazer.
"Eu não gosto nem de assistir a filmes de terror, então não tinha certeza se seria capaz de fazer o trabalho", conta Manon, que tem vinte e poucos anos.
"Mas o apoio que você recebe é tão intenso e abrangente que é reconfortante", ela acrescenta.
"De qualquer forma, você está tornando a internet um lugar melhor, e acho que não há muitos empregos em que você possa fazer isso todos os dias."
Ela estudou linguística na universidade, o que incluiu trabalhos sobre linguagem online e aliciamento, e isso despertou seu interesse pelo trabalho da fundação.
"Os criminosos podem ser descritos como tendo sua própria comunidade — e, como parte disso, eles têm sua própria linguagem ou código que usam para se esconder à vista de todos", explica Manon.
"Poder aplicar o que aprendi na universidade em um cenário do mundo real, e conseguir encontrar imagens de abuso sexual de crianças, e impedir essa comunidade, é realmente satisfatório."
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G1 Sun, 09 Mar 2025 17:50:07 -0000 - |
Uma tendência curiosa que se tornou popular nas mídias sociais levanta questões filosóficas intrigantes sobre a natureza da realidade. Você já quis escapar para um mundo diferente apenas com o poder da mente?
Getty Images
"Eu lembro que era uma noite muito fria de outubro. Eu senti que aquela noite seria diferente. Decidi tentar."
O depoimento é de Kristin, do Canadá, quando ela tinha 22 anos.
Durante várias semanas, ela tentou encontrar uma maneira de realizar seu sonho de visitar uma mansão no interior do Reino Unido, como a da famosa série Downton Abbey.
Mas naquela noite ele não fez as malas nem foi ao aeroporto. Seu meio de transporte era outro.
"Eu me deitei na cama. Ouvi música e me acalmei", disse ela à BBC.
"Quando acordei, senti o vento no rosto e pensei: 'Não deixei a janela aberta, que estranho.'
"Eu saí da cama e não conseguia acreditar. Eu estava lá!"
Kristin não estava sonhando, nem havia se teletransportado magicamente para a Inglaterra.
Ela havia simplesmente "mudado".
"Eu me lembro de olhar para minhas mãos, me beliscar e pensar: será que realmente mudei?"
A antiga casa para a qual Kristin se mudou não fica de verdade no interior do Reino Unido. Existe dentro de uma realidade desejada por ela — um mundo paralelo onde tudo é exatamente como ela imaginou.
Ela é uma "reality shifter" (termo em inglês para "alteradora de realidade") e afirma ter aprendido a viajar de uma realidade para outra.
"A partir daquele momento, minha vida e a maneira como vejo a vida em si mudaram... literalmente."
A inspiração de Kristin foi o Castelo Highclere dos Condes de Carnarvon em Hampshire, na Inglaterra, que foi o cenário da série de televisão Downton Abbey
Getty Images
Você foi tomado por ceticismo lendo tudo isso?
Você não está sozinho. Mas, curiosamente, Kristin também não está sozinha.
A comunidade de reality shifters é tão grande que atraiu a atenção de cientistas sociais, psicólogos e psiquiatras.
E além da possibilidade real de viajar entre realidades, a tendência levanta questões intrigantes sobre a estrutura da realidade que vivenciamos, algo que filósofos e cientistas vêm ponderando há muito tempo.
'Ctrl + Alt + Del' na realidade
Para Kristin, tudo começou há quatro anos, quando, navegando nas redes sociais, ela se deparou com um vídeo curioso.
"A pessoa no vídeo dizia que era muito difícil voltar à realidade depois de saber que esteve em Hogwarts por 8 meses. Eu fiquei tão confusa que me perguntei o que estaria acontecendo."
O vídeo que Kristin descobriu no TikTok viralizou. Um TikToker afirmava que, de alguma forma, conseguiu viajar para Hogwarts, a escola fictícia para bruxos criada por J.K. Rowling em sua série de livros Harry Potter.
O fenômeno dos reality shifters decolou em 2019, quando o mundo ficou preso na realidade inescapável da pandemia de covid-19, e a internet foi um portal para aliviar o confinamento.
Dezenas de milhões de postagens com a tag #realityshifting começaram a aparecer em plataformas como TikTok, YouTube, Wattpad e Reddit e, em 2021, já haviam acumulado mais de 1,8 bilhão de visualizações online.
Embora o interesse tenha diminuído por um tempo, ele voltou a ganhar força recentemente, com usuários trocando experiências, instruções e vários tipos de truques para se transportarem para outra dimensão.
Alguns "transformadores de realidade" afirmam ter passado anos em elaborados mundos alternativos.
Outros preferem viagens mais curtas e simples, para realidades não tão distantes, onde são mais atraentes ou mais ricas.
Um local popular entre os reality shifters é a Escola de Magia e Bruxaria de Hogwarts, a escola frequentada por jovens bruxos da série Harry Potter
Getty Images
A maioria dos membros desta comunidade online são adolescentes ou jovens adultos.
Eles fazem parte da Geração Z, às vezes também chamada de zoomers, que inclui aqueles nascidos entre 1997 e 2012.
É a primeira geração que cresceu com a Internet, smartphones e se interessou por videogames 3D.
De acordo com a revista de cultura jovem Dazed, a mudança de realidade é "uma nova vertente do espiritualismo da Geração Z que incentiva os usuários a pressionar Ctrl+Alt+Del para apagar a realidade e entrar em um mundo de fantasia de sua própria criação".
Mas isso não é tão fácil assim.
Mudando a realidade
O que começou como uma curiosidade se transformou quase em uma obsessão para Kristin.
Ela se define como uma shifter ativa, o que significa que ela muda realidades com frequência.
Milhões de pessoas ao redor do mundo assistem e compartilham conteúdos sobre mudança de realidades — mas poucos afirmam ter conseguido realmente fazer isso.
Aqueles que o fazem oferecem múltiplas técnicas para aumentar as chances de viajar para as dimensões desejadas, como estes dois exemplos descritos pelo psicólogo Mark Travers na revista Forbes:
O método Alice no País das Maravilhas: no qual você visualiza mentalmente a si mesmo caindo em uma toca de coelho para uma realidade diferente.
O método do elevador: você imagina que está em um elevador viajando para a realidade desejada, localizada no andar superior. À medida que o elevador sobe, os praticantes se concentram em intensificar seus níveis de energia. Quando a energia atinge um nível alto o suficiente, as portas do elevador se abrem, permitindo o acesso à realidade desejada.
Reality shifters podem cair, como Alice, em um outro mundo, segundo um dos métodos
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Uma técnica popular é usar "roteiros", nos quais pessoas que desejam mudar a realidade escrevem uma descrição detalhada do mundo para o qual desejam viajar.
Eles então ensaiam mentalmente esses detalhes antes de tentar dar o salto.
Foi esse que Kristin usou para se transportar para a Inglaterra do século 19.
"Descrevi cada cômodo: qual seria o tema, quem viveria lá e o que aconteceria lá. Havia jardins e empregados para atender a todas as minhas necessidades."
Então ele se deitou e pensou em todas essas coisas enquanto repetia a frase "Vou trocar de lugar".
"Eu desmaiei", ela diz; e afirma que quando recuperou a consciência, ele estava no mundo que havia imaginado.
"Era exatamente o tipo de cama no quarto que eu havia planejado...
"Eu lembro de me levantar e correr pela casa. Encontrei os criados e o mordomo que imaginei. Pensei: 'Uau! Realmente consegui.'"
Depois de finalmente conseguir, ele tentou novamente.
"Fiz cerca de 10 roteiros diferentes para 10 lugares diferentes. Eu lembro de entrar em uma realidade ambientada em um período aristocrático e ter que evitar ser mandada para a guilhotina. Foi um grande desafio."
Por que isso ficou tão popular?
Os shifters imaginam e roteirizam realidades para tentar se transportar para um mundo de sua própria criação.
E essa sensação de controle sobre a narrativa de suas vidas talvez seja a chave para entender o fascínio da reality shifting.
Muitos observadores externos estão fascinados pela onda de interesse em escapar da realidade e até mesmo criar uma realidade alternativa, incluindo acadêmicos.
Um deles é o psicólogo clínico Eli Somer, professor emérito da Universidade de Haifa, em Israel, que pesquisou extensivamente esse fenômeno.
Ao longo de sua carreira, ele conduziu uma grande pesquisa sobre vários estados dissociativos de consciência e é especialista em um distúrbio psicológico chamado "devaneio excessivo". Foi ele quem cunhou esse termo.
Aqueles que apresentam esse transtorno vivenciam "sonhos acordados vívidos e espontâneos que interferem no funcionamento diário", mas elas reconhecem que os sonhos não são reais.
A diferença do shifting, ele explicou à BBC, é que nesse fenômeno as pessoas acreditam que estão sendo genuinamente transportadas para uma realidade paralela e isso é algo que elas buscam ativamente.
Ele acredita que a experiência de mudança da realidade é produzida por uma espécie de auto-hipnose, "que cria a ilusão de estar em um mundo diferente".
Quem tenta praticar reality shifting geralmente se prepara para "mudar realidades" usando meditações de atenção plena, áudios subliminares e afirmações
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Para Somer, o surgimento desse fenômeno durante a pandemia não foi uma coincidência.
"Qual melhor maneira de se sentir livre, quando você está confinado em seu quarto, do que criar sua liberdade dentro de sua mente?"
Ela descobriu que os shifters se envolvem nessa atividade "não apenas por entretenimento", mas por vários motivos.
Algumas motivações podem ser enriquecedoras, como "gerar novas experiências de si mesmo para criar respostas emocionais corretivas que mais tarde os ajudarão".
"Para outros, mudar a realidade é uma maneira de aliviar o estresse e evitar emoções difíceis, mas, como qualquer forma de evasão, pode se tornar prejudicial se for a única maneira de alguém lidar com a situação."
Para Kristin, que vai concorrer em uma eleição local em sua comunidade, a mudança lhe dá a chance de praticar habilidades e ganhar confiança.
Em seu mundo aristocrático, ela diz: "Aprendi a lidar com as pessoas e a ser muito diplomática. Usei [essas habilidades] na vida cotidiana e tem sido muito benéfico."
Ela planeja continuar viajando para outras realidades e usá-las como campos de testes, "principalmente quando estou nervosa sobre tentar algo: vou tentar, ver como vai ser, voltar e fazer o bem".
Afinal, o que é a realidade?
Reality shifting, além de ser um fenômeno curioso, é também parte de uma tradição muito mais profunda de questionamento da estrutura da realidade.
O conceito de que o mundo que percebemos pode não ser real é uma ideia que cativou filósofos durante séculos e agora fascina neurocientistas e físicos.
"'Não vemos as coisas como elas são. Nós as vemos como nós somos', é uma bela citação do livro A Sedução do Minotauro, de Anaïs Nin, que me vem à mente", diz o neurocientista Professor Anil Seth, da Universidade de Sussex, na Inglaterra.
Para ele, nossa experiência da realidade é como uma série de alucinações controladas.
É algo que nosso cérebro cria com base nas informações que recebe através dos sentidos.
"Esses sinais elétricos não têm cores nem formas, eles estão indiretamente relacionados ao que está lá fora", explica ele.
"O cérebro precisa combinar esses sinais sensoriais ambíguos com algum tipo de expectativa prévia sobre o que está acontecendo e chegar a algum tipo de palpite aproximado sobre o que está ao nosso redor. Dessa forma, construímos ativamente os mundos que vivenciamos."
Além disso, ele enfatiza, a evolução também molda a maneira como percebemos a realidade, com base no que é mais vantajoso para nossa sobrevivência.
"Espécies muito diferentes, de mosquitos a elefantes, terão experiências muito diferentes do mesmo mundo. E para cada espécie, a maneira como elas vivenciam o mundo será adaptável para elas."
No clássico de 1999 Matrix, Neo descobre que a realidade que ele percebe é uma simulação sofisticada projetada para manter a humanidade dócil
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Mas não podemos esquecer que os "transformadores da realidade" não tendem a acreditar que tudo está em suas mentes.
Para eles, realidades infinitas existem ao mesmo tempo e eles mudam sua consciência de uma para outra.
O multiverso é um tema popular em sucessos de bilheteria de Hollywood, como Matrix e filmes da Marvel.
Embora não haja evidências concretas para essa teoria, a ideia surgiu há milhares de anos. Há referências que remontam à Grécia Antiga.
Formalmente, foi proposto pela primeira vez pelo físico Hugh Everett em 1957.
"Everett propôs que várias histórias mundiais diferentes se desenrolam. Isso significa que você e eu existimos em bilhões de cópias diferentes nas quais as coisas aconteceram de forma diferente", explica Ulf Danielsson, professor de física teórica na Universidade de Uppsala, na Suécia.
"Isso, é claro, leva a discussões filosóficas sobre o que é real e o que não é. E essa é uma maneira de interpretar a mecânica quântica."
Esse ramo incrivelmente complexo da física envolve partículas minúsculas que se comportam de maneiras realmente estranhas e levantam questões sobre a natureza da realidade.
Partículas subatômicas não existem em um lugar, mas em vários lugares ao mesmo tempo, pelo menos até que as observemos.
Se as coisas são de uma maneira até que as observamos, e então elas se tornam algo completamente diferente, isso não questiona nossa compreensão da própria realidade?
E quanto ao reality shifting?
Provavelmente é uma tendência passageira, mas mesmo assim ela ainda é interessante.
G1 Sun, 09 Mar 2025 16:28:48 -0000 - |
Empresas registram pessoas durante atividades físicas e as vendem para os próprios atletas por meio de plataformas. Juristas afirmam que prática pode esbarrar em limitações legais. Em 2024, a consultora financeira Andrea Luísa Watanabe de Mello, 40 anos, fotografada pedalando na ciclovia que margeia o Rio Pinheiros, em São Paulo, ela só soube da foto depois e acabou comprando para ajudar o fotógrafo.
Reprodução
Em 2024, a consultora financeira Andrea Luísa Watanabe de Mello, de 40 anos, recebeu uma notificação no Instagram após ser marcada em uma foto pedalando na ciclovia do rio Pinheiros, em São Paulo.
A imagem foi feita e publicada por um fotógrafo, que queria vendê-la para Andrea por meio de um site com imagens de eventos esportivos.
Andrea não sabia que havia sido fotografada.
“No início, achei estranho, mas comprei para dar uma força”, disse ao g1.
Fotografar atletas é comum em eventos esportivos como maratonas ou provas de ciclismo. Nesses casos, quem se inscreve autoriza o registro de sua imagem durante o evento.
A prática, entretanto, vem ganhando espaço em locais públicos onde atletas amadores fazem seus treinos individuais, como no campus da Universidade de São Paulo (USP), na própria ciclovia do rio Pinheiros e no Parque Villa Lobos. E, para especialistas, pode esbarrar em limitações legais caso as imagens sejam feitas sem consentimento.
Fotógrafos registram treinos individuais e vendem fotos para os próprios atletas
O responsável pela foto de Andrea é o fotógrafo Aldo Nakamura, de 57 anos. Ele afirma que as pessoas que não querem ser fotografadas geralmente fazem sinais negativos com as mãos ou escondem o rosto. "Respeito o direito de o atleta não querer ser fotografado. Nesse caso, eu não faço o clique e abaixo a câmera em respeito ao atleta", disse.
Andrea comprou três registros feitos por Aldo na plataforma Fotop, onde fotógrafos podem vender fotos tiradas de pessoas em treinos e eventos esportivos.
O g1 tentou contato com a Farah Service, empresa responsável pela gestão da ciclovia do rio Pinheiros, mas não obteve resposta sobre os acordos para a presença dos profissionais no local.
Em agosto de 2023, a Fotop foi processada por uma mulher que havia sido fotografada dois anos antes, quando tinha 17 anos, na orla de uma praia de Araruama (RJ), cidade a 120 Km do Rio de Janeiro. A mulher disse que enviou um e-mail, pedindo a remoção das fotos, mas não foi respondida. No fim de 2024, ela fez um acordo, sendo indenizada em R$ 2 mil pela Fotop e em R$ 1 mil pelo fotógrafo.
Em entrevista ao g1, André Chaco, fundador da Fotop, disse que a política de remoção de fotos foi melhorada e um sistema de identificação de idade foi implementado após o fato.
"Esse é um caso antigo em que, eventualmente, a gente pode ter falhado na parte da remoção de fotos. E de lá pra cá, a nossa preocupação com a LGPD, e tudo isso veio muito antes do processo aparecer, e [se manteve] muito depois do fato”, complementou.
A Fotop e outras empresas do ramo, no geral, atuam em dois formatos: por parcerias com organizadores de provas, com termos de consentimento, e por fotos espontâneas em locais públicos, onde são registradas atividades como corrida e ciclismo.
Denis Alcântara Carretero, 31 anos, também é cliente da Fotop.
Arquivo pessoal
Serviço crescente
A Fotto, outra empresa que faz o mesmo tipo de serviço, também trabalha com fotógrafos autônomos e eventos fechados.
"O sucesso desse modelo mostra que a demanda por esse tipo de serviço existe. Mas não podemos ignorar o direito das pessoas. Sabemos que alguns fotógrafos estão buscando nossa ajuda para tornar esse processo mais transparente", diz Marcelo Moscato, CEO da Fotto.
No caso da Fotop, para acessar as fotos, os usuários enviam uma selfie (autorretrato) para a plataforma, que usa Inteligência Artificial para encontrar rostos compatíveis. A empresa diz que as selfies são apagadas após o uso, mas não soube informar por quanto tempo as fotos de atletas permanecem armazenadas.
Já a Fotto adota, além da selfie, outros dois formatos: busca em todas as fotos da plataforma ou carregamento de uma foto do atleta para que a Inteligência Artificial faça o reconhecimento do rosto.
Os fotógrafos não se escondem. Geralmente, estão identificados e não interrompem os treinos dos atletas para pedir autorização. "A orientação é sempre respeitar o direito da pessoa de não ser fotografada [em locais públicos]", afirma o fotógrafo Ricardo Fantagussi.
Morador de Maceió (AL), Leandro, de 44 anos, começou a fazer caminhadas na praia de Pajuçara, mas desistiu após três dias. Ele afirma que uma das razões que o levaram a isso foi a presença de fotógrafos. "Eu atravessava a rua [para evitar o fotógrafo]", diz.
"Meses depois, comentei com um amigo fotógrafo, que também entrou para o site, e ele disse que é só fazer o sinal de 'não' para não ser fotografado, mas ficar se policiando é muito chato", disse.
'Gasto cerca de R$ 700 por ano'
Karina Navarro, 44 anos, corre na Universidade de São Paulo (USP) e diz não se importar em ser fotografada.
Arquivo pessoal
Karina Navarro, de 44 anos, não se incomoda com as fotos tiradas durante seus treinos na Universidade de São Paulo (USP). Ela gasta cerca de R$ 700 por ano em fotos de corrida, assim como Denis Alcântara Carretero, de 31 anos, que corre há cerca de cinco anos e também é cliente da Fotop .
Denis também não se incomoda com as fotos, ele afirma que nunca pediram seu consentimento, mas que compra as imagens.
O Parque Villa Lobos é um dos pontos queridinhos dos corredores -- e também dos fotógrafos. E é onde a fisioterapeuta osteopata Livia Soussumi, 60 anos, corre logo cedo. Ela corre desde 2007 junto com a família. A fisioterapeuta não sabe dizer quanto gasta comprando fotos porque a cada rodada um membro da família é quem paga pelas imagens.
A Reserva Parques, concessionária que administra o Parque Villa Lobos, afirmou que as fotos clicadas no local "ficam restritas aos usuários" e que é possível solicitar a exclusão imediata caso o atleta não queira mantê-las na plataforma. (Leia a nota na íntegra no fim da reportagem).
Sem consentimento não pode
O g1 ouviu 3 especialistas que afirmam que esse tipo de prática se enquadra no uso comercial de imagens de pessoas e que, portanto, precisariam de um consentimento delas para serem feitas.
Bruno Bioni, da Data Privacy, organização que promove a proteção de dados e direitos digitais, afirma que não é adequado capturar imagens sem autorização e que esperar que a pessoa solicite a remoção viola a Lei Geral de Proteção de Dados Pessoais (LGPD), que considera a imagem um dado pessoal.
"Esse modelo de negócio apresenta problemas jurídicos", disse. "A ausência de uma política clara para o armazenamento e descarte das imagens evidencia o descumprimento das normas que exigem uma gestão responsável dos dados pessoais", disse.
Bioni também ressalta que uma eventual falta de transparência no armazenamento ou no uso dos dados implica em uma desconformidade com a LGPD.
Diferente de foto jornalística
Alessandro Hirata, professor da Faculdade de Direito da USP de Ribeirão Preto, diz que o consentimento é necessário por que a finalidade é vender as imagens. A situação é diferente, explica ele, de fotografias para outros fins, como jornalismo ou segurança pública.
"Entende-se que há um princípio maior da Constituição, da liberdade de expressão, para poder permitir [a foto sem consentimento] nos casos de jornalismo e da segurança pública", disse.
Chiara de Teffé, coordenadora da pós-graduação em direito digital da Universidade Estadual do Rio de Janeiro (UERJ), explica que é por isso que, em eventos fechados, é comum haver a assinatura de um termo de consentimento
"Sempre que houver uso comercial da imagem de alguém, esse uso precisa de consentimento prévio", afirma.
O que dizem as empresas
André Chaco, da Fotop, diz que os fotógrafos podem usar a plataforma livremente quando fotografam em espaços públicos, contanto que sigam as leis vigentes e também as regras da plataforma. "A empresa se responsabiliza por remover qualquer conteúdo que infrinja normas ou gere reclamações", afirma.
Ele diz ainda que a empresa tem processos para garantir a conformidade com a LGPD. A Fotop usa Inteligência Artificial para reconhecimento facial e de números de identificação em competições para tentar garantir que apenas os atletas tenham acesso às próprias fotos.
A empresa garante que não utiliza as imagens armazenadas para treinar algoritmos de reconhecimento facial.
O que diz a Fotop sobre o direito de imagem e de privacidade: não comentamos sobre casos específicos. Seguimos os procedimentos orientados por advogados especialistas no tema, garantindo que o tratamento de dados esteja em conformidade com as diretrizes fornecidas e reforçamos sempre todas as orientações dos locais aos nossos fotógrafos atuantes, para que estejam sempre dentro da legislação.
O que diz a Reserva Parques sobre parcerias: Todos os contratos firmados com parceiros e prestadores de serviços do Parque Villa-Lobos observam as legislações vigentes e são fiscalizados pela Reserva Parques, responsável pela gestão da área.
A parceria entre a empresa Fotop e o parque Villa-Lobos prevê o registro de práticas esportivas de grupos em locais públicos, como ocorre em diversos parques da cidade, com o objetivo de fomentar e registrar estas atividades. O visitante que deseja imagens individuais, deve solicitar à equipe. Centenas de atletas já utilizaram o serviço no parque.
Cabe esclarecer que, de acordo com a proposta, as fotos de treinos ficam restritas aos usuários que devem utilizar o reconhecimento facial para acessá-las. Também é possível solicitar a exclusão imediata caso não queira mantê-las na plataforma.
Vale ressaltar que os termos do acordo comercial preveem sanções em caso de descumprimento de qualquer normativa – legislações federal, estadual e municipal, além do contrato de concessão. Por fim, todos os prestadores da empresa também devem estar devidamente identificados durante os trabalhos.
G1 Sun, 09 Mar 2025 13:36:04 -0000 - |
Bilionário chamou o ocorrido de 'um pequeno revés'. A maior nave do mundo explodiu após o seu oitavo lançamento não tripulado, nesta quinta-feira (6). Fragmentos de nave da SpaceX rasgam os céus e causam atrasos em voos A explosão da espaçonave Starship, da SpaceX, nesta quinta-feira (6), prejudicou cerca de 240 voos, e as preocupações com destroços fizeram com que mais de duas dúzias de aviões tivessem que desviar do caminho nos EUA. A informação foi divulgado pela Administração da Aviação Federal (FAA) do país nesta sexta-feira (7). No mesmo dia, Elon Musk, bilionário dono da SpaceX, chamou a explosão de "um pequeno revés". Essa foi a oitava missão não tripulada da maior nave do mundo. A SpaceX perdeu o contato com a nave cerca de 10 minutos depois do lançamento. Essa foi a segunda explosão seguida de um lançamento-teste da empresa aeroespacial. Relembre a missão da primeira explosão. No dia do lançamento, a FAA emitiu ordens — que duraram pouco mais de uma hora — para que aviões ficassem em solo, referentes a aeronaves partindo de quatro aeroportos da Flórida: Miami, Fort Lauderdale, Orlando e Palm Beach. A FAA informou que o incidente resultou em 171 atrasos nas decolagens, 28 voos desviados e 40 retidos por uma média de 22 minutos, enquanto a Área de Resposta a Destroços da agência estava ativa. O atraso médio dos 171 aviões foi de 28 minutos. A FAA também disse que está exigindo da SpaceX uma investigação sobre a perda do veículo Starship. A FAA aprovou a licença de lançamento da SpaceX para o voo-teste de quinta-feira no mês passado, enquanto sua investigação sobre a falha anterior da Starship ainda estava aberta. O órgão disse que analisou o pedido da SpaceX e os primeiros detalhes da investigação, antes de determinar que o oitavo voo da Starship pudesse prosseguir. Vídeos nas redes sociais mostraram destroços em chamas cruzando o céu ao anoitecer perto do sul da Flórida e das Bahamas. A Starship se desintegrou no espaço logo após começar a girar incontrolavelmente com seus motores desligados, mostrou uma transmissão ao vivo da missão pela SpaceX. O fracasso do oitavo teste da Starship ocorreu pouco mais de um mês após o sétimo também ter terminado em uma explosão. Os dois acidentes consecutivos ocorreram nas fases iniciais da missão, que anteriormente a SpaceX havia superado com certa facilidade. Foi, assim, um revés para um programa que Elon Musk tenta acelerar neste ano. SpaceX faz 8º voo da Starship, recupera foguete, mas perde contato com a nave
G1 Fri, 07 Mar 2025 22:34:23 -0000 - |
Empresa terá que abrir acesso para outras lojas além da App Store em até 90 dias, segundo decisão do TRF-1 que valida uma determinação do Cade. Apple diz que pretende recorrer. Fachada da loja da Apple em Manhattan, em Nova York, em 21 de julho de 2015
REUTERS/Mike Segar
O Tribunal Regional Federal da 1ª Região (TRF-1) reverteu, na quarta-feira (2), uma decisão favorável à Apple e determinou que a empresa permita outras lojas de aplicativos no iOS em até 90 dias.
Em nota, a Apple disse que pretende recorrer da decisão (veja abaixo).
Hoje, a Apple só permite que aplicativos para iOS sejam baixados em sua própria loja, a App Store. Aplicativos pagos e outras compras feitas pela pela plataforma dão à empresa o direito de receber uma comissão pela transação.
A decisão do desembargador federal Pablo Zuniga Dourado restabeleceu uma determinação do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade), que investigou a empresa por supostas práticas anticompetitivas no mercado digital.
A Apple havia conseguido uma liminar favorável em primeira instância na Justiça Federal, que foi revertida agora no TRF-1.
Dessa forma, a empresa terá que permitir que os usuários do sistema iOS tenham acesso a outras lojas de aplicativos e opções de compra, além de possibilitar que os desenvolvedores de aplicativos ofereçam alternativas para distribuição dos apps e processamento de pagamentos.
Ao justificar a decisão, o desembargador diz que a suspensão da medida do Cade, agora revertida, validaria “as barreiras artificiais à concorrência” e reforçaria “a dependência exclusiva da App Store como canal de distribuição de aplicativos para iOS, consolidando o poder de mercado da Apple”.
O juiz também cita precedentes em outros países, destacando que a conduta da Apple é objeto de investigações e sanções na União Europeia, Estados Unidos, Reino Unido e Coreia do Sul, “o que demonstra a plausibilidade da tese defendida pelo Cade”, segundo Dourado.
Por fim, o juiz define que a empresa se adeque às medidas do Cade em até 90 dias. Em sua resolução de novembro, o órgão havia determinado uma multa diária de R$ 250 mil em caso de descumprimento.
Apple diz que deverá recorrer
Em nota, a Apple disse que “acredita em “mercados vibrantes e competitivos onde a inovação possa florescer”, e informa que pretende recorrer da decisão.
“Enfrentamos concorrência em todos os segmentos e jurisdições onde operamos, e nosso foco é sempre a confiança de nossos usuários. Estamos preocupados que as medidas provisórias propostas pelo Cade possam prejudicar a privacidade e a segurança de nossos usuários e pretendemos apelar da decisão”, afirma a empresa.
A denúncia ao Cade foi registrada em 2022 pelo Mercado Livre e pontua que a Apple impõe restrições a desenvolvedores de aplicativos e serviços digitais que dificultam ou impedem a compra dentro de apps. Questionado pelo g1, o Mercado Livre disse que não comentará a decisão do TRF-1.
G1 Fri, 07 Mar 2025 19:22:41 -0000 - |
Voto do ministro Alexandre de Moraes foi seguido por Flavio Dino e Cristiano Zanin. Decisão sobre bloqueio foi divulgada em 21 de fevereiro. Rumble e o ministro Alexandre de Moraes
Reprodução/Rumble e Divulgação/STF
A Primeira Turma do Supremo Tribunal Federal (STF) formou maioria de votos para manter a suspensão do Rumble no Brasil.
O voto do ministro Alexandre de Moraes foi seguido por Flavio Dino e Cristiano Zanin. A decisão vale até que a empresa cumpra ordens judiciais e indique um representante legal no país.
Para STF, Rumble tenta produzir 'espuma' para redes sociais
O ministro Alexandre de Moraes determinou o bloqueio da rede social no país. A decisão foi publicada em 21 de fevereiro.
Em 20 de fevereiro, Moraes havia determinado que a plataforma Rumble Inc. informasse, no prazo de 48 horas, quem é seu representante legal no Brasil, com poderes amplos para nomeação de advogados e cumprimento de decisões judiciais.
O Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google, inclusive no visual. Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA.
Ela diz que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta" e já se envolveu em diversas controvérsias.
A plataforma de vídeos Rumble apresentou à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes. O processo foi aberto em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do presidente dos EUA, Donald Trump.
As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens do juiz brasileiro para derrubada de contas de usuários do Rumble não tenham efeito legal nos EUA
G1 Fri, 07 Mar 2025 18:33:25 -0000 - |
Recentemente, duas mulheres denunciaram drones que estavam bisbilhotando a sua vida privada; especialistas alertam sobre violação de privacidade e de propriedade. Drones podem espionar pessoas em suas casas? Veja as regras e o que fazer se for vítima
Duas mulheres, uma no litoral e outra no interior de São Paulo, disseram ter sido espionadas, de dentro das suas casas, por drones, nas últimas semanas.
Por mais que não existam regras específicas sobre a espionagem com esses aparelhos, há regulamentos e leis que protegem os direitos das vítimas nesses casos, segundo especialistas consultados pelo g1.
Uma das vítimas, Milena Augusta (na foto abaixo), contou, inclusive, que estava nua, em um momento íntimo, quando o aparelho se aproximou e ficou parado na frente da janela de seu apartamento, no segundo andar (veja a sua reação no vídeo no final da reportagem).
Milena Augusta, de 35 anos, disse ter sido espionada por um drone em São Vicente (SP)
Reprodução e Arquivo pessoal
Cabe à Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) regular o uso de drones. Mas a Agência Nacional de Telecomunicações (Anatel) e o Departamento de Controle do Espaço Aéreo (Decea) também têm normas sobre o tema para casos específicos.
Embora não trate diretamente de espionagem, a Anac proíbe drones (de qualquer tamanho ou tipo) de se aproximarem a menos de 30 metros, na horizontal, de pessoas sem seu consentimento. A regra vale para locais públicos ou privados.
A exceção são os aparelhos que estejam separados por uma barreira forte o suficiente para impedir o contato com outras pessoas, segundo a Anac. Mas a agência não define exatamente o que seriam essas barreiras.
Se o drone ultrapassar esse limite, a agência pode, eventualmente, suspender a sua operação ou multar o operador, descreve Fabio Falkenburger, advogado especialista em aviação do escritório Machado Mayer (saiba o que a vítima deve fazer ao final da reportagem).
A lei brasileira, apesar de não mencionar diretamente casos de espionagem com drones, protege direitos como os de privacidade e de propriedade, explica Patrícia Peck, advogada especialista em direito digital.
“Uma coisa é uma captura de imagem em espaços públicos, ambientes abertos, outra é quando tratamos da esfera mais íntima, como em ambientes privados. Nesses casos, ainda mais graves, o direito à privacidade é garantido pela nossa Constituição Federal”, destaca.
Além disso, a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) também prevê a transparência na captura de dados pessoais, ou seja, que as pessoas sempre devem ser avisadas antes de terem a sua imagem gravada, especialmente quando são dados sensíveis, como os que contêm nudez.
Também existe a lei Rose Leonel (13.772/18), que criminaliza o "registro não autorizado da intimidade sexual" e pode ser aplicada em gravações que envolvam nudez, destaca Vinícius Padrão, advogado especializado em direito digital, tecnologia e proteção de dados.
Quando as violações acontecem entre vizinhos, há também regras do Código Civil que proíbem práticas de moradores que desrespeitem a segurança, o sossego e a saúde dos demais, segundo Peck.
Mesmo que o drone não entre diretamente na casa, o fato de ele estar no espaço aéreo do condomínio, sem autorização, já viola o direito à propriedade, garantido pela Constituição, explica Falkenburger.
Além do operador do drone, o condomínio também pode ser responsabilizado por não ter tomado medidas para proteger os moradores, nas situações em que eles são espionados de dentro de seus apartamentos, defende Peck.
Isso significa que a vítima pode processar tanto o piloto do drone quanto, eventualmente, o condomínio, pedindo compensação pela violação dos direitos à propriedade e à privacidade, por exemplo, descreve a advogada.
🚨O que a vítima pode fazer
Quem for alvo de espionagem por drones deve registrar o ocorrido tanto na delegacia quanto na Anac, segundo os especialistas. Isso é importante para as autoridades serem informadas e, eventualmente, tomem novas medidas sobre o tema.
Para responsabilizar o piloto, as vítimas têm diferentes opções, dependendo das informações que elas têm em mãos, segundo Padrão. O especialista aponta três cenários e indica possíveis ações para cada um:
se há provas (como vídeos de câmeras do condomínio) de quem é o piloto➡️ é possível processá-lo;
se a vítima tem acesso ao registro do drone (combinação de 9 números, que deve estar na legível na superfície do aparelho) ➡️ Isso pode acontecer, por exemplo, se o aparelho cair dentro da casa da pessoa que está sendo vigiada. Nesse caso, a informação pode ser usada para consultar o responsável no site da Anac. No entanto, a agência só exige que drones acima de 250g sejam registrados;
se a pessoa não tem informações sobre o piloto ou o drone ➡️ o ideal é registrar um boletim de ocorrência com o máximo de detalhes (horário, cor e tamanho do drone, etc.) e relatar suspeitas de quem é o piloto, se houver. Dessa forma, a polícia poderá iniciar uma investigação.
Drone invade privacidade e filma mulher nua em São Vicente (SP), no litoral de SP.
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G1 Fri, 07 Mar 2025 06:00:22 -0000 - |
Virar a câmera do smartphone ao contrário pode melhorar as imagens em determinadas situações, mas não em todas. Saiba quais são indicadas. Foto no celular: como fica melhor a imagem – com a câmera na posição correta ou de ponta cabeça?
Henrique Martin/g1
Existe uma crença popular de que deixar o celular de ponta-cabeça faz a câmera tirar fotos melhores. Mas será que as imagens ficam boas mesmo ou é só impressão?
📸Fato é que a resolução da câmera do smartphone vai ser sempre a mesma, independentemente da posição que estiver o aparelho – para cima, para baixo ou para os lados.
🙃 Virar o celular para que a câmera fique embaixo permite brincar com ângulos e perspectivas diferentes, o que pode fazer com que as fotos pareçam melhores, como se tivessem sido feitas por profissionais.
É o que dizem os especialistas consultados pelo Guia de Compras, que deram dicas para usar melhor a câmera do smartphone. Veja as recomendações a seguir:
🔻Inverter para melhorar os ângulos
É comum ver fotógrafos usando tripés para segurar a câmera mais baixo ou mesmo se agachando para tirar uma foto, principalmente em cenas com crianças ou pets.
Por que eles fazem isso? Para melhorar o ângulo da foto e deixar o objeto fotografado no centro da imagem.
À esquerda, gnomo turista visto sem pensar no ângulo da foto, com o celular em pé. À direita, com a lente invertida, brincando com o ângulo
Henrique Martin/g1
“Virar o celular é uma forma de você abaixar o ângulo da câmera, sem precisar se abaixar”, explica o fotógrafo Luca Pucci. “Se inverte a câmera, ela fica pelo menos uns 10 cm mais para baixo, se aproximando um pouco mais do ângulo que um fotógrafo conseguiria”.
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👀 Brincar com a perspectiva
Virar o celular ao contrário e alternar a lente para a grande angular, em aparelhos que têm essa opção, “dá a sensação de grandiosidade, de imponência. Pode ser uma escultura, uma estátua, uma pessoa”, comenta o fotógrafo Paulo Barba.
Funciona muito bem com pets, como dá para ver nas imagens a seguir. Se visto por cima, fica bom, mas com a sensação de que pode melhorar.
Gato fotografado com a lente principal, visto de cima
Henrique Martin/g1
Deixar a câmera invertida no nível do chão tem até nome técnico, vindo do cinema, lembra Barba: contra-plongé, quando a lente fica abaixo do nível dos olhos do espectador. Só lembrar de “Bastardos Inglórios”, por exemplo.
Cena do Filme Bastardos Inglórios
Reprodução/Materate
Visto no nível do chão, com a câmera invertida, cria um outro visual para a foto.
Gato fotografado com a lente grande angular, com a câmera de ponta-cabeça
Henrique Martin/g1
É um ajuste de perspectiva que pode melhorar até fotos de paisagens:
Paisagem: à esquerda, com a lente principal sem mudar a posição da câmera, à direita, com a lente de ponta-cabeça próxima ao chão
Henrique Martin/g1
📲Manter no nível da mesa para profundidade
Outro uso criativo da câmera invertida é na mesa – da cozinha, do escritório ou do restaurante.
Para comida, o ato de virar o celular ajuda a aproximar do prato, lembra Pucci. E ainda ajuda na ergonomia de clicar com o botão para cima, diz Barba.
A dica da mesa (ou de uma superfície plana) ajuda a criar profundidade na cena, como dá para ver no exemplo a seguir.
Gnomo turista: à esquerda, visto por cima. à direita, fotografado com a câmera de ponta-cabeça
Henrique Martin/g1
☂ Faça uma sombra
Em ambientes externos, segurar o celular de cabeça para baixo pode ajudar a criar uma sombra sobre a lente com a mão, como o parasol das lentes das câmeras profissionais, lembra Pucci..
Esse acessório ajuda a proteger a lente de luz adicional, evitando reflexos na imagem e melhorando o contraste do resultado final.
📹 Também serve para vídeos
O truque da câmera invertida em cima da mesa – ou de uma superfície plana – pode ser adaptado para vídeos, na hora de filmar objetos pequenos ou pratos de comida.
Superfície serve como base para o celular "deslizar" na hora de fazer um vídeo
Henrique Martin/g1
Paulo Barba indica mover a câmera durante a filmagem em torno ou em direção ao objeto, o que ajuda a dar mais estabilidade durante o movimento.
Vídeo usando a superfície como base para mover a câmera
Henrique Martin/g1
⚠️ Tome cuidado com retratos
Para tirar fotos de pessoas, o resultado pode variar muito.
É sempre bom lembrar que a lente da câmera próxima ao chão pode deixar o modelo um pouco maior – pernas, papada e barriga podem "crescer".
E quem estiver passando por perto pode achar que você está tirando fotos impróprias do modelo, já que a câmera está na linha do chão.
🤳 E as selfies?
Selfie de ponta-cabeça não é comum, diz Barba. A lente da câmera frontal.já está na altura dos olhos.
É melhor deixar o celular na posição normal e, se tiver a opção, fazer a selfie com grande-angular, mais aberta (alguns modelos de celulares mais avançados, como iPhone e Galaxy, permitem fazer essa mudança).
"Mostrar o ambiente ao redor faz diferença dependendo de onde você está", conclui o fotógrafo.
Galaxy S25 e iPhone 16: teste do g1 compara os dois celulares topo de linha
Duelo de celulares: Galaxy S25 x iPhone 16| em G1 / Guia / Guia de compras / Tecnologia / Celulares
Veja a seguir uma lista de cinco celulares com câmeras de alta resolução. Os preços iam de R$ 5.000 a R$ 12.000 nas lojas da internet consultadas no início de março.
Apple iPhone 16 Pro Max
Asus Zenfone 11 Ultra
Moto Edge 50 Ultra
Samsung Galaxy S25 Ultra
Xiaomi 14T
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Como tirar fotos instantâneas mais legais
Duelo de inteligência artificial: Galaxy S25 x iPhone 16
G1 Fri, 07 Mar 2025 05:00:26 -0000 - |
Vídeos divulgados nas sociais mostram nave supostamente se desintegrando no espaço na região das Bahamas. Fragmentos de nave da SpaceX rasgam os céus e causam atrasos em voos
A falha em um voo de teste da SpaceX Starship nesta quinta-feira (6) espalhou fragmentos nos céus de partes do Caribe, provocando vários desvios de voos e interrupções de operação em quatro aeroportos da Flórida.
A Administração Federal de Aviação (FAA, na sigla em inglês) emitiu ordens para manter no solo voos partindo para os aeroportos de Miami, Fort Lauderdale, Orlando e Palm Beach durante mais de uma hora, antes de retomar as operações normais por volta das 20h locais (22h em Brasília).
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As decolagens nesses aeroportos foram atrasadas em 45 minutos, em média, devido ao incidente da SpaceX, disse a FAA.
Durante o evento, a FAA ativou restrições de tráfego aéreo em áreas sujeitas aos detritos da nave "e desacelerou brevemente as aeronaves fora da área onde os detritos do veículo espacial estavam caindo ou parou as aeronaves em seu local de partida", segundo nota. "As operações normais já foram retomadas."
A FAA também disse que está exigindo que a SpaceX realize uma investigação de acidente sobre a perda da Starship.
Fragmentos de nave da SpaceX são vistos nos céus em Big Sampson Kay, nas Bahamas
@_ericloosen_ via Reuters
Missão
SpaceX faz 8º voo da Starship, recupera foguete, mas perde contato com a nave
A SpaceX lançou a oitava missão não tripulada da Starship, a maior nave espacial do mundo, nesta quinta-feira. A decolagem aconteceu por volta das 20h30 (horário de Brasília), em Boca Chica, no estado americano do Texas.
Pela terceira vez, a empresa conseguiu "capturar" em pleno ar o foguete que transportou a nave, pouco antes de ele pousar, e colocá-lo de volta na plataforma de decolagem.
Este tipo de manobra, inaugurado pela SpaceX em 2024, é tido como algo que pode baratear os voos espaciais.
No entanto, a oitava missão da empresa de Elon Musk não teve sucesso completo. Isto porque a SpaceX perdeu o contato com a nave Starship cerca de 10 minutos após a decolagem, algo que já tinha acontecido no teste anterior, em janeiro.
Logo após a empresa comunicar que perdeu o contato com a nave, pessoas começaram a compartilhar no X vídeos do que acreditam ser a Starship se desintegrando no espaço, na região das Bahamas (veja abaixo).
O mesmo aconteceu no último teste da nave, em janeiro, e fez com que voos comerciais que cruzavam a região do Caribe fossem forçados a desviar de suas rotas.
Initial plugin text
O voo desta quinta-feira tinha como objetivos implantar quatro réplicas de satélites da Starlink (a divisão de internet da SpaceX) no espaço pela primeira vez e religar um dos motores da nave, chamado Raptor, no espaço.
A expectativa era de que, ao fim da jornada, a nave Starship pousasse no Oceano Índico, como nas missões anteriores.
A missão devia ter acontecido na última segunda-feira (3), mas foi adiada durante a contagem regressiva, devido a um "problema não especificado" na nave principal do sistema de foguetes.
SpaceX lança a oitava missão da nave mais poderosa do mundo, a Starship, nesta quinta (6)
Joe Skipper/Reuters
G1 Fri, 07 Mar 2025 02:00:48 -0000 - |
SpaceX faz 8ª missão não tripulada da Starship, a maior nave do mundo
G1 Thu, 06 Mar 2025 23:47:25 -0000 - |
Pela terceira vez, empresa conseguiu recuperar em pleno ar o foguete que transportou a nave. Vídeos divulgados nas sociais mostram nave supostamente se desintegrando no espaço na região das Bahamas.
SpaceX faz 8º voo da Starship, recupera foguete, mas perde contato com a nave
A SpaceX lançou a oitava missão não tripulada da Starship, a maior nave espacial do mundo, nesta quinta-feira (6). A decolagem aconteceu por volta das 20h30 (horário de Brasília), em Boca Chica, no estado americano do Texas.
Pela terceira vez, a empresa conseguiu "capturar" em pleno ar o foguete que transportou a nave, pouco antes de ele pousar, e colocá-lo de volta na plataforma de decolagem.
Este tipo de manobra, inaugurado pela SpaceX em 2024, é tido como algo que pode baratear os voos espaciais.
No entanto, a oitava missão da empresa de Elon Musk não teve sucesso completo. Isto porque a SpaceX perdeu o contato com a nave Starship cerca de 10 minutos após a decolagem, algo que já tinha acontecido no teste anterior, em janeiro.
Logo após a empresa comunicar que perdeu o contato com a nave, pessoas começaram a compartilhar no X vídeos do que acreditam ser a Starship se desintegrando no espaço, na região das Bahamas (veja abaixo).
O mesmo aconteceu no último teste da nave, em janeiro, e fez com que voos comerciais que cruzavam a região do Caribe fossem forçados a desviar de suas rotas.
Initial plugin text
O voo desta quinta-feira tinha como objetivos implantar quatro réplicas de satélites da Starlink (a divisão de internet da SpaceX) no espaço pela primeira vez e religar um dos motores da nave, chamado Raptor, no espaço.
A expectativa era de que, ao fim da jornada, a nave Starship pousasse no Oceano Índico, como nas missões anteriores.
A missão devia ter acontecido na última segunda-feira (3), mas foi adiada durante a contagem regressiva, devido a um "problema não especificado" na nave principal do sistema de foguetes.
SpaceX lança a oitava missão da nave mais poderosa do mundo, a Starship, nesta quinta (6)
Joe Skipper/Reuters
Como foram os outros testes?
No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.
Veja como foi o 1º lançamento da Starship
No segundo teste, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo depois de se separar da nave. A Administração Federal de Avião dos EUA (FAA, na sigla em inglês) investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.
Veja como foi o 2º lançamento da Starship
O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de teste.
Veja como foi o 3º lançamento da Starship
O quarto teste foi em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.
Starship completou seu 1º voo bem-sucedido na 5ª tentativa
Na quinta missão, em outubro de 2024, a empresa conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com a captura no ar pelos "braços da plataforma" e o pouso da Starship no Oceano Índico. A cápsula explodiu, como já era esperado, segundo a companhia.
A manobra de retorno do foguete para a base de lançamento pode tornar voos espaciais mais baratos.
Em teste da SpaceX, propulsor da Starship pousa com sucesso na torre de lançamento
No sexto teste, em novembro de 2024, a SpaceX não conseguiu fazer com que o foguete Super Heavy (propulsor da Starship) retornasse para a plataforma de lançamento, como aconteceu no mês anterior.
O foguete acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento, o que estava previsto caso não houvessem condições ou o comando específico do diretor da missão para repetir a manobra. A nave pousou no Oceano Índico cerca de uma 1h depois de decolar.
O presidente eleito dos EUA, Donald Trump, assistiu à missão do local do lançamento, a base da SpaceX em Boca Chica, no Texas, nos Estados Unidos, com Elon Musk.
Trump já tinha anunciado que o bilionário iria liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental durante o seu mandato.
SpaceX lança nave, mas não traz foguete de volta para plataforma
No sétimo voo, em janeiro de 2025, a empresa de Musk conseguiu repetir manobra em que o foguete Super Heavy é levado de volta à plataforma de lançamento.
SpaceX pousa foguete na plataforma, mas perde contato com nave Starship
Mas a SpaceX perdeu o contato com a nave, pouco antes do pouso, o que já tinha acontecido em outros testes.
Daquela vez, um vídeo registrou destroços da Starship riscando o céu no Haiti. Por segurança, voos comerciais que cruzavam a região do Caribe foram forçados a desviar de suas rotas.
A empresa disse que os destroços caíram em áreas designadas para tal.
Como é a nave Starship?
Tem 120 metros de altura (somando nave Starship e propulsor Super Heavy) e 9 metros de diâmetro
Poderá transportar até 100 pessoas
É projetada para ser reutilizável, assim como outras naves da SpaceX
Tem capacidade para transportar até 250 toneladas, se puder ser descartada após uma missão, e 150 toneladas, quando precisar ser reutilizada
Está sendo testada desde 2019
Será usada para transporte de carga no programa Artemis, série de missões da Nasa para levar astronautas de volta à superfície da Lua
No futuro, poderá ser usada para transportar pessoas e cargas até Marte, segundo a SpaceX
Conheça o maior foguete da história, criado pela empresa de Elon Musk
Starship
Arte/ g1
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G1 Thu, 06 Mar 2025 23:31:15 -0000 - |
Relatório abrange reclamações feitas no mundo inteiro, em um período de dez meses, e foi enviado à comissão australiana que monitora segurança nas redes. Google afirma que não permite a criação desse tipo de conteúdo e diz que número representa volume de denúncias, e não de violações confirmadas. Google, tecnologia, buscas, negócios, business
Charles Platiau/File Photo/Reuters
O Google informou ter recebido mais de 300 denúncias de usuários em todo o mundo, ao longo de dez meses, que citam o uso de sua inteligência artificial para criação de conteúdos de terrorismo e abuso infantil, de acordo com a comissão australiana que monitora segurança nas redes.
O relatório é referente ao período entre abril de 2023 e fevereiro de 2024. No levantamento, o Google disse que recebeu 258 denúncias de usuários sobre suspeitas de conteúdos "deepfake" de terrorismo, ou de extrema violência, gerados com sua IA, o Gemini. Outras 86 denúncias se referem a materiais de exploração ou abuso infantil criados com a ferramenta.
A empresa não informou quantas das reclamações foram verificadas, de acordo com a Comissão Australiana de Segurança Eletrônica.
Segundo a legislação da Austrália, as empresas de tecnologia devem fornecer à comissão, periodicamente, informações sobre seus esforços para reduzir os danos decorrentes do mal uso dessas ferramentas. Caso contrário, elas correm o risco de serem multadas.
Desde que o ChatGPT se tornou popular no mundo, no final de 2022, órgãos reguladores têm cobrado uma proteção maior das plataformas para impedir que a IA seja usada para atos de terrorismo, fraude, pornografia deepfake e outros abusos.
A Comissão de Segurança Eletrônica da Austrália disse que o relatório do Google é o "primeiro insight mundial" sobre como os usuários podem estar explorando a tecnologia para produzir conteúdo ilegal.
Segundo a líder do órgão, Julie Inman Grant, o levantamento mostra que é fundamental que as plataformas "incorporem e testem a eficácia de mecanismos de proteção para evitar que esse tipo de material seja gerado".
De acordo com a comissão, o Google usou um sistema de correspondência automática que relaciona imagens recém-carregadas com outras já conhecidas para remover material de abuso infantil gerado com o Gemini.
A empresa, no entanto, não utilizou a mesma técnica para eliminar material terrorista ou de extrema violência, segundo o órgão.
Questionado, o Google respondeu que a empresa não permite a geração ou distribuição de conteúdo relacionado à facilitação de extremismo ou terrorismo, exploração ou abuso infantil ou outras atividades ilegais.
"Estamos empenhados em expandir nossos esforços para ajudar a manter os australianos seguros nas redes", disse a empresa em nota. O Google também afirma que o levantamento representa o "volume global total de denúncias de usuários, e não de violações confirmadas dessa política".
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G1 Thu, 06 Mar 2025 20:25:07 -0000 - |
Empresa chinesa lançou o QwQ-32B e afirmou que o modelo é equivalente ao R1, do DeepSeek, mas usa menos parâmetros, o que reduz o consumo de energia. Qwen Chat, assistente de inteligência artificial do Alibaba
Reprodução
O gigante chinês do varejo Alibaba apresentou nesta quinta-feira (6) um novo modelo de inteligência artificial para seu chatbot Qwen Chat. Segundo a empresa, o desempenho do QwQ-32B é melhor do que o modelo o1-mini, do ChatGPT, e equivalente ao R1, do DeepSeek.
O Alibaba afirmou que o seu novo modelo tem um "desempenho comparável" com o do DeepSeek e uma vantagem: precisa de menos dados para operar. O QwQ-32B tem 32 bilhões de parâmetros, enquanto o modelo mais avançado da DeepSeek tem 671 bilhões de parâmetros.
O QwQ-32B demonstrou capacidades de raciocínio matemático, codificação e solução de problemas gerais em testes, segundo o Alibaba. Ele pode ser acessado no Qwen Chat, site com uma interface parecida com a do ChatGPT que permite selecionar vários modelos da empresa.
Com o anúncio, o Alibaba viu o preço de suas ações subirem 8% na bolsa de Hong Kong, segundo a Reuters. A empresa disse em fevereiro que planeja investir mais de US$ 50 bilhões (cerca de R$ 290 bilhões) nos próximos três anos em inteligência artificial e computação em nuvem.
Em janeiro, o DeepSeek atraiu a atenção de investidores após afirmar que seu novo modelo de IA custa uma fração dos concorrentes americanos.
Enquanto o mundo corre para adotar modelos de IA, o governo chinês prometeu na quarta-feira (5) aumentar o apoio a setores como inteligência artificial, robôs humanoides e telecomunicações 6G.
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Agente de IA chinês
A startup chinesa Monica também anunciou nesta quinta o lançamento do agente de IA Manus e disse que ele superou o Deep Research, da OpenAI, criadora do ChatGPT.
Um agente de IA é uma versão mais avançada de um chatbot e, de acordo com os casos de uso listados em seu site, o Manus pode ajudar os usuários a fazer um plano de viagem para o Japão ou realizar uma análise comparativa de apólices de seguro.
Por enquanto, o agente de IA é apenas para convidados. Um vídeo lançado pela startup chinesa no X na noite de quarta-feira, demonstrando como ele funciona, recebeu mais de 280.000 visualizações até quinta-feira, com muitos usuários pedindo convites para acessá-lo.
G1 Thu, 06 Mar 2025 17:36:09 -0000 - |
Empresa comandada por Sam Altman busca fazer transição para modelo com fins lucrativos. Dono do X, que ajudou a fundar a startup, tenta impedir mudança. Sam Altman e Elon Musk
Fotos: Reuters
A Justiça norte-americana negou um pedido de liminar de Elon Musk que buscava barrar a transição da OpenAI, dona do ChatGPT, para um modelo de empresa com fins lucrativos, no novo capítulo da batalha jurídica entre as duas partes.
Na decisão, a juíza distrital Yvonne Gonzalez Rogers, de Oakland, na Califórnia, escreveu que Musk não apresentou elementos suficientes exigidos para bloquear, de forma preliminar, a conversão de status da OpenAI.
Ela, no entanto, manifestou que pretende julgar o caso nos próximos meses, segundo a agência Associated Press, considerando "o interesse público em jogo e o dano potencial caso uma conversão [da OpenAI] contrária à lei ocorresse".
A disputa judicial entre Musk, que foi um dos fundadores da OpenAI (leia mais abaixo), e o CEO da empresa, Sam Altman, já dura um ano.
O dono do X acusa a startup de se desviar de sua missão de fundação: desenvolver inteligência artificial para o bem da humanidade, não para o lucro corporativo. A OpenAI e Altman negam as acusações.
Grupo liderado por Elon Musk faz oferta pela Open AI
OpenAI e defesa de Musk comentam decisão
A OpenAI comemorou a decisão da juíza, dizendo que o processo de Musk, que lançou a startup rival xAI em 2023, "sempre foi sobre competição".
Marc Toberoff, advogado de Musk, disse que a defesa estava satisfeita com o fato de o juiz "ter oferecido um julgamento acelerado sobre as principais reivindicações que motivam este caso".
"Esperamos que o júri confirme que Altman aceitou as contribuições filantrópicas de Musk sabendo muito bem que elas deveriam ser usadas para o benefício do público, e não para seu próprio enriquecimento", disse Toberoff.
Musk x Altman: a origem da rivalidade entre o homem mais rico do mundo e o dono do ChatGPT
A rixa entre Musk e a OpenAI
Hoje membro do governo de Donald Trump, Elon Musk foi um dos cofundadores da OpenAI como uma organização sem fins lucrativos, em 2015, mas se desvencilhou da startup três anos depois – antes de ela se tornar mundialmente conhecida pelo ChatGPT, o que só aconteceu no final de 2022.
Em 2023, Musk dono do X, SpaceX e Tesla, criou sua própria empresa de inteligência artificial, a xAI. Ela é a responsável pelo recurso de inteligência artificial do X, o Grok.
Fora da OpenAI, o dono da xAI passou a fazer críticas à startup e a Altman.
Musk e Altman bateram boca em janeiro por causa do projeto bilionário de construção de infraestrutura para IA que Trump anunciou dias após a posse. O Stargate é financiado pelo banco Softbank e conta com apoio da OpenAI, entre outras empresas de tecnologia.
Musk respondeu a um post da OpenAI sobre o projeto dizendo que "eles não têm o dinheiro, na verdade". "O SoftBank tem bem menos de US$ 10 bilhões garantidos. Tenho isso de fonte confiável", acrescentou o dono do X.
Altman, então, respondeu: "Errado, como você certamente sabe".
Os dois entraram novamente em conflito em fevereiro, quando um grupo de investidores liderado por Musk fez uma oferta de US$ 97,4 bilhões (cerca de R$ 550 bilhões) para comprar a controladora da OpenAI.
Sam Altman respondeu no X, agradecendo a oferta e provocando o dono da rede social: "Obrigado, não. Mas compraremos o Twitter por US$ 9,74 bilhões (R$ 55 bilhões) se você quiser".
Musk retrucou com um post onde fez um trocadilho com o nome Sam e a palavra "scam", que, em inglês, significa fraude, golpe.
O bilionário comprou o antigo Twitter em 2022, por US$ 44 bilhões (R$ 250 bilhões na cotação atual), e mudou o nome para X.
A OpenAI, por sua vez, é uma das empresas mais importantes no setor da inteligência artificial e é avaliada US$ 157 bilhões (cerca de R$ 750 bilhões). Ela deve passar por uma nova rodada para receber fundos que deverá ampliar seu valor.
Transição de modelo
A OpenAI conta com a Microsoft como um dos principais investidores atualmente. Sua estrutura mistura entidades sem fins lucrativos, caso da controladora que foi alvo da oferta, e com fins lucrativos.
Segundo o jornal Financial Times, a distinção entre sem e com fins lucrativos da OpenAI era um "aceno idealista" para garantir que a IA fosse gerida de forma responsável e "para o benefício da humanidade".
Atualmente, ainda de acordo com o FT, a startup vive uma negociação complicada para fundir esses dois tipos de entidades em uma única estrutura. Isso seria importante para atrair, com promessas de lucro, mais dezenas de bilhões de investimentos.
Uma próxima rodada de captação de recursos poderá avaliar a OpenAI em US$ 260 bilhões (R$ 1,4 trilhão), ainda segundo o FT.
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G1 Thu, 06 Mar 2025 16:27:08 -0000 - |
Programa usado no longa é de código aberto e tem se consolidado como uma ferramenta poderosa e acessível para profissionais de animação, design e arte, permitindo produções de alta qualidade, afirmam especialistas. Blender: o que é o software gratuito que ajudou a Letônia a ganhar o Oscar de melhor animação com 'Flow'
Divulgação/Blender
Conheça o Blender, software gratuito que ajudou 'Flow', da Letônia, a ganhar Oscar
A Letônia conquistou seu primeiro Oscar® em 2025 com o filme "Flow", superando grandes produções como "Divertida Mente 2", da Disney, e "O Robô Selvagem", da DreamWorks, na categoria de melhor animação.
No entanto, o que mais chamou a atenção nesse longa foi o seu processo de produção: o filme foi criado com o Blender, um programa de edição gratuito.
Dirigido por Gints Zilbalodis, "Flow" é um filme sem diálogos e acompanha a jornada de um gatinho cinza escura e seus amigos que navegam por um planeta coberto por uma inundação apocalíptica.
O longa conquistou a crítica e os votantes do Oscar com uma narrativa delicada, silenciosa e cheia de emoção. O diretor contou que se inspirou na gatinha da infância dele, Josefine, para criar o protagonista.
"Por muito tempo, grandes produções de animação eram dominadas por estúdios que utilizam softwares caríssimos, inacessíveis para a maioria dos artistas independentes. 'Flow' desafia essa lógica", conta ao g1 a cineasta Carol Gonzalez, da Maria Marcolina Filmes.
O que é o Blender?
Processo de criação do filme 'Flow' no Blender
Reprodução/Blender
Lançado em 1995, o Blender é um software de código aberto ("open source", em inglês) para edição de vídeo, modelagem 3D, animação, renderização e efeitos visuais. Com uma ampla gama de recursos gratuitos, a ferramenta é utilizada tanto por estúdios quanto por amadores, segundo a própria empresa.
Amplamente adotado na indústria do cinema, jogos e design, o Blender se destaca pelo alto nível de personalização, o que a torna uma ferramenta poderosa para trabalhos visuais, explica Fernando Oliveira, conhecido como Fernando 3D, especialista em IA e diretor de arte.
"É um software open source, então é possível aprimorá-lo constantemente e até criar plugins personalizados para ações específicas. Bons desenvolvedores e designers trabalhando com ele conseguem encontrar possibilidades de criação praticamente ilimitadas", afirma.
Disney e Pixar também desenvolveram plugins específicos para seus filmes, como foi o caso de "Up – Altas Aventuras" e "Monstros S.A.", e isso também pode ser feito no Blender, explica Fernando.
Frames do filme 'Flow'
Reprodução/Blender
O especialista destaca que o Blender é uma ferramenta de projetos 3D mais leve em comparação a outros softwares do mercado. Além disso, o programa se consolidou como uma opção acessível e versátil para profissionais de arte, design e desenvolvimento.
Em entrevista ao blog do Blender, o diretor de "Flow" destacou a rapidez com que os arquivos são abertos no programa. Ele afirmou que isso pode parecer um detalhe, mas faz diferença ao economizar tempo e evitar frustrações durante o processo de produção.
"Também adoro a quantidade de recursos disponíveis on-line. Existem tantos tutoriais e ferramentas, e posso encontrar rapidamente respostas para quase tudo", disse Gints Zilbalodis.
'Flow' custou menos que seus concorrentes
Gints Zilbalodis, diretor do filme 'Flow'.
Reprodução/Redes Sociais
Gints Zilbalodis afirmou que o projeto de desenvolvimento do filme levou cinco anos e meio. No primeiro ano, em 2019, ele disse que estava trabalhando no roteiro, aprendendo a usar o Blender e buscando financiamento.
"Em 2020, conseguimos garantir algum financiamento e eu me mudei para um estúdio de coworking com outros artistas e desenvolvedores que usavam o Blender", contou.
Segundo a revista The Hollywood Reporter, "Flow" custou US$ 3,7 milhões (cerca de R$ 21,2 milhões), enquanto seus concorrentes nas premiações, "Divertida Mente 2", custou US$ 200 milhões (cerca de R$ 1,15 bilhão), e "O Robô Selvagem", US$ 78 milhões (aproximadamente R$ 447,7 milhões).
Para a cineasta Carol Gonzalez, o filme do gatinho não venceu o Oscar apenas por sua técnica ou narrativa envolvente. "Ele ganhou porque prova que o futuro do cinema pode ser mais democrático, inclusivo e surpreendente. E isso, para qualquer artista, é uma revolução inspiradora", diz.
"Não é apenas sobre o Blender em si, mas sobre o conceito de fazer o melhor com o que temos em mãos", completa.
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G1 Thu, 06 Mar 2025 14:49:35 -0000 - |
Professoras sul-coreanas contam à BBC como alunos compartilharam imagens deepfake delas on-line. 'Eu não conseguia mais olhar nos olhos deles e dar aula direito', diz professora que foi vítima de deepfake
BBC
Lee Ga-eun chora com frequência em casa, sendo consolada pelo filho de oito anos.
Durante uma década, ela trabalhou feliz como professora na cidade sul-coreana de Busan.
➡️Mas, em março do ano passado, sua vida virou de cabeça para baixo quando um aluno mostrou a ela uma foto do seu rosto anexado a um corpo nu, uma imagem que havia sido criada com a tecnologia de deepfake.
A foto havia sido compartilhada em um canal do Telegram, onde cerca de 1,2 mil membros usavam hashtags como "humilhando professores". Ga-eun (que não é seu nome verdadeiro) acredita que muitos de seus alunos viram a imagem.
"Sempre que eles olhavam para mim, eu não conseguia deixar de pensar se eles tinham visto aquela foto, e estavam olhando para mim para verificar. Eu não conseguia mais olhar nos olhos deles e dar aula direito", ela conta.
Ga-eun está de licença médica do trabalho há sete meses.
"Eu queria ser professora desde que era pequena, e esse sonho nunca mudou", diz ela.
"Mas agora, devido à depressão e à ansiedade, tenho que tomar cinco comprimidos por dia. Ainda me sinto impotente, e acho que vai levar algum tempo até eu conseguir voltar."
Muitas vezes, espera-se que os professores continuem fazendo seu trabalho depois de serem vítimas de deepfake
BBC
Cerca de um ano antes, uma professora de inglês de uma escola de ensino médio na província de Gyeonggi, que vamos chamar de Park Sehee, também teve uma foto dela manipulada em um site chamado Dcinside.
A foto foi tirada originalmente de um aplicativo de mensagens que ela usava para se comunicar apenas com os alunos. Seu rosto, junto ao de um homem desconhecido, foi editado sobre os corpos de dois macacos realizando um ato sexual.
As palavras ao lado da foto diziam: "Park Sehee fazendo AQUILO com o filho".
Ela diz que ficou tão chocada que mal conseguia respirar.
"Por um tempo, acordava no meio da noite, batendo no travesseiro com raiva. Não conseguia controlar minha raiva. Eu me sentia tão desamparada, e a ideia de que eles tinham envolvido meu filho era insuportável", acrescenta.
"Eu estava com esses alunos desde o primeiro ano, e havíamos passado três anos juntos. Eu realmente me importava com eles, e eles gostavam muito de mim. Tínhamos um ótimo relacionamento. Eles eram conhecidos por serem alunos adoráveis, então foi um grande choque."
Ela disse aos alunos que não denunciaria o caso à polícia se o autor confessasse, mas ninguém se manifestou. Ela acabou indo à polícia, mas eles disseram que não conseguiram encontrar nenhuma evidência, e encerraram o caso, sem sequer entrevistá-la, segundo ela. Por fim, ela desistiu de tentar descobrir quem era o responsável.
Recentemente, a Coreia do Sul testemunhou um aumento da pornografia deepfake nas escolas. Em setembro, a BBC noticiou que mais de 500 escolas e universidades haviam sido afetadas.
Em agosto de 2024, o Sindicato de Professores e Profissionais da Educação Coreanos (KTU) realizou uma pesquisa, perguntando se professores e alunos já haviam sido vítimas de imagens manipuladas ilegalmente — 2.492 casos foram relatados.
As vítimas incluíam alunos de escolas do ensino médio, fundamental e instituições de ensino especiais, e até mesmo do jardim de infância. No total, 517 indivíduos foram afetados, sendo 204 professores e 304 alunos — os demais eram funcionários da escola.
Embora muitas das vítimas nunca procurem a polícia, o número de casos denunciados está aumentando:
Na Coreia do Sul, de forma mais ampla, o número de denúncias policiais sobre crimes sexuais com deepfake subiu de 156, em 2021, para 1.202, em 2024.
Dados da polícia divulgados no fim do ano passado mostram que 548 das 682 pessoas presas eram adolescentes. Mais de 100 delas eram crianças, com idades entre 10 e 14 anos, que não podem ser julgadas e punidas como criminosas devido à idade.
Mas, apesar de as pessoas estarem mais conscientes da crise da pornografia deepfake, professores se sentiram desapontados com a polícia.
Uma professora de uma escola de ensino médio em Incheon, que vamos chamar de Jihee, viu uma postagem no X (antigo Twitter), mostrando closes de partes do seu corpo, com a hashtag "humilhação de professores". Ela diz que ficou frustrada com a falta de atitude da polícia após denunciar as imagens, e decidiu resolver o problema por conta própria.
Ela percebeu que as fotos haviam sido tiradas em uma sala de aula específica e, a partir daí, analisou meticulosamente todos os ângulos das cadeiras da sala de aula para determinar quem havia tirado as fotos. Ela acabou identificando uma aluna do terceiro ano como suspeita.
"Apesar de ser a vítima, foi frustrante ter que ficar olhando esse tipo de foto para obter informações", diz Jihee.
Após enviar um relatório de 10 páginas, a polícia abriu uma investigação, mas concluiu que não havia evidências suficientes.
No entanto, a aluna de quem Jihee suspeitava foi acusada em outro caso envolvendo um de seus colegas.
Muitas vezes, espera-se que os professores continuem fazendo seu trabalho depois de serem vítimas, mesmo que o aluno suspeito de ser o responsável ainda esteja em sua sala de aula. No caso dos alunos, é diferente — eles podem ser retirados imediatamente das aulas se denunciarem que foram vítimas de um deepfake.
Alguns professores, como Ga-eun, tiram licença médica. Mas se a licença exceder uma semana, eles precisam passar por uma revisão para que seja aprovada por um comitê da escola. Às vezes, as solicitações são rejeitadas, o que significa que a pessoa deve usar suas férias anuais.
A transferência de escolas é quase impossível fora do período regular de transferências em março.
"Não sei se é o deepfake que está me fazendo sofrer ou a batalha com as autoridades educacionais", desabafa Ga-eun.
Kim Soon-mi, supervisora de escola na secretaria de Educação de Busan, afirmou: "Não há nenhuma lei ou manual que especifique como separar imediatamente os professores dos alunos que são agressores ou quanto tempo deve durar a separação".
A única orientação disponível é que um aluno pode ser transferido para os fundos da sala de aula, se suas ações "afetarem negativamente os direitos de aprendizado dos outros". Também pode ser solicitado aos pais fornecer ensino domiciliar, mas isso não pode ser aplicado se os pais se recusarem.
Ga-eun também acredita que muito mais ainda precisa ser feito para educar os estudantes sobre a gravidade da pornografia deepfake.
Uma pesquisa realizada pelo Ministério da Educação em dezembro do ano passado, com mais de 2 mil alunos do ensino médio e fundamental, revelou uma falta de conscientização sobre os crimes relacionados ao deepfake. Quando perguntados sobre as causas dos crimes sexuais de deepfake, 54% dos alunos citaram "apenas por diversão" como principal motivo.
O assédio também pode assumir outras formas, diz Ga-eun, lembrando-se de um incidente ocorrido no ano passado, quando um aluno instalou uma câmera no banheiro feminino das professoras. Ela acrescenta que, na sala de aula, alguns alunos frequentemente fazem comentários sexuais e empurram deliberadamente seus colegas em direção às professoras na tentativa de fazer contato físico.
"Quando tento corrigir esse comportamento, eles dizem: 'Eu só estava brincando' ou 'Foi só uma brincadeira'. Muitas crianças não se dão conta da gravidade da situação. Elas dizem: 'Eu não sabia que isso era realmente um crime'", ela explica.
Yu Ji-woo (nome fictício), uma jovem de 16 anos que diz que uma de suas colegas foi vítima de pornografia deepfake, está intrigada com o fato de não haver uma campanha de educação a nível nacional sobre o assunto.
"Esperávamos que houvesse educação nas escolas de todo o país, independentemente de ter ocorrido um incidente ou não, mas nada aconteceu", diz ela.
Chung Il-sun, diretora do departamento de políticas de igualdade de gênero do Ministério da Educação, afirma que eles consideram os crimes sexuais de deepfake como "um assunto muito sério".
"Enviamos notificações às escolas e aos comitês para garantir que não haja leniência ao lidar com os perpetradores, e que sejam tomadas medidas rigorosas."
Ela disse que o "foco principal do ministério é garantir que eles entendam que não se trata de uma brincadeira, mas de um crime" por meio de educação, campanhas de conscientização e outros esforços.
"O governo, incluindo o Ministério da Educação, tem trabalhado arduamente para comunicar isso, e os alunos agora, em geral, entendem que o conteúdo deepfake é criminoso."
Lee Yong-se, inspetor da Agência Nacional de Polícia da Coreia, disse que foram criadas equipes dedicadas à investigação de violência sexual cibernética nas forças policiais regionais. Os policiais também estão sendo treinados em investigações de crimes cibernéticos e com agentes infiltrados.
A polícia também disse que, como resultado da repressão, o número de casos denunciados caiu de uma média de 17 por dia durante uma semana selecionada em setembro, para dois casos por dia um mês depois.
Jihee deseja poder voltar à vida que tinha antes de ver seu deepfake.
"Se alguém me dissesse que eu podia pagar para voltar no tempo, à época anterior ao incidente, eu pagaria, não importa o preço. Gostaria que essa memória pudesse ser apagada, e que as coisas voltassem a ser como eram antes."
Mas ela também se lembra dos alunos que a avisaram, e deixaram bilhetes de incentivo.
Ga-eun diz que está esperando o dia em que os alunos responsáveis vão vir até ela, e pedir perdão. Como professora, ela entende que é seu dever garantir que eles entendam a gravidade de suas ações.
"Quero ter certeza de que vocês entendam que isso nunca foi apenas uma brincadeira. Acredito que vocês devem ter sentido culpa depois disso. As brincadeiras que vocês fizeram por curiosidade... me causaram muita dor", diz ela, com a voz trêmula.
"Mudou completamente a minha vida."
Com reportagem adicional de Yujin Choi e Hyunjung Kim
Vídeos
Deep Fake: técnica que manipula vídeos e áudios originais traz riscos a envolvidos
G1 Wed, 05 Mar 2025 15:08:19 -0000 - |
Empresa já testou tecnologia de reconhecimento facial em alguns países e expandirá o uso no Reino Unido, na União Europeia e na Coreia do Sul para incluir mais celebridades. Deepfake com imagem do jogador de futebol Lionel Messi
Reprodução/EPTV
A Meta, dona do Instagram, Facebook e WhatsApp, vai ampliar o uso de uma ferramenta de reconhecimento facial para detectar anúncios fraudulentos que utilizam imagens de celebridades no Reino Unido, na União Europeia e na Coreia do Sul.
A empresa já testou a ferramenta em outros países e agora planeja expandir a aplicação da medida para incluir mais celebridades, que podem ativar ou não a função. A Meta anunciou a tecnologia em outubro do ano passado.
Os anúncios falsos que apresentam imagens manipuladas de celebridades são comuns nas redes sociais, estimulando os usuários a compartilhar informações pessoais e enviar dinheiro.
Quando a personalidade habilitar a nova função, a ferramenta vai escanear sua foto de perfil e compará-la com rostos que aparecerem em anúncios suspeitos. Eles serão bloqueados automaticamente se o uso indevido for confirmado.
Segundo David Agranovich, diretor de ameaças cibernéticas da Meta, personalidades no Reino Unido e na UE receberão notificações nas próximas semanas para habilitar o uso da ferramenta de proteção contra as chamadas "celeb-bait".
"Acreditamos que esta ferramenta nos ajudará a identificar o uso incorreto de imagens de figuras públicas, mesmo que o anúncio utilize inteligência artificial generativa", disse Agranovich.
A Meta também anunciou que integrará o reconhecimento facial em suas ferramentas de recuperação de contas para todos os usuários.
Aqueles que optarem por utilizar a ferramenta poderão verificar sua identidade gravando um breve vídeo se a conta estiver bloqueada.
A empresa disse que os dados faciais serão utilizados apenas para este processo de verificação e eliminados na sequência. A Meta afirma que a tecnologia cumpre com as regulamentações europeias de proteção de dados.
A dona do Facebook e Instagram interrompeu o reconhecimento facial em suas plataformas em 2021, devido a preocupações com a privacidade, mas restabeleceu a iniciativa no ano passado para combater anúncios fraudulentos.
Golpistas recorrem ao "deepfake" pra enganar quem usa a internet e as redes socais
G1 Wed, 05 Mar 2025 14:38:38 -0000 - |
Royal Society, prestigiada academia britânica de ciências, não levou à frente pedido de mais de 3.400 cientistas para que Elon Musk, eleito como membro em 2018, fosse excluído da instituição. Elon Musk em discurso durante a Inauguração Presidencial de Trump, em Washington D.C.
Matt Rourke/ AP Photos
A Royal Society, prestigiada academia britânica de ciências, rejeitou uma petição assinada por mais de 3.400 cientistas, incluindo vários ganhadores do Prêmio Nobel, pedindo a expulsão de Elon Musk.
O nome do bilionário americano, que faz parte do governo do presidente Donald Trump, ainda aparece listado como membro da Royal Society no site da instituição nesta quarta-feira (5), dois dias depois de uma reunião dos membros da instituição.
A academia científica, fundada em 1660, tem cerca de 1.800 integrantes, incluindo 85 ganhadores do Prêmio Nobel. Figuras eminentes da história da ciência, como Isaac Newton, Charles Darwin, Albert Einstein e Stephen Hawking, também fizeram parte da Royal Society.
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A carta, publicada em fevereiro, foi assinada por mais de 3.400 cientistas e pedia a expulsão de Musk, proprietário do X, Space X e Tesla. Ele foi eleito para a Royal Society em 2018 por seu trabalho nos setores espacial e de veículos elétricos.
Em comunicado divulgado após a reunião de segunda-feira (3), a academia citou temores sobre a situação dos Estados Unidos em meio às políticas do governo Trump, mas não mencionou o nome de Musk.
"Foi manifestada preocupação com o destino de colegas nos Estados Unidos que, segundo informações, enfrentam a perspectiva de perder seus empregos em meio a ameaças de cortes radicais no financiamento de pesquisas", disse a instituição sobre a reunião.
"Os mais de 150 membros que participaram da reunião concordaram com a necessidade de a sociedade intensificar seus esforços para defender a ciência e os cientistas em um momento em que eles estão ameaçados como nunca estiveram", acrescentou o comunicado.
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G1 Wed, 05 Mar 2025 13:57:43 -0000 - |
'Me vendo no TikTok': app lucra com conteúdo sexual feito por adolescentes, diz denúncia feita à BBC
Jovens mulheres contam que vendem conteúdo sexual pela plataforma — que fica com 70% dos pagamentos enviados pelos espectadores, segundo investigação da BBC. --
BBC
Atenção: esta reportagem contém descrições de caráter sexual
O aplicativo TikTok está lucrando com transmissões ao vivo (lives) com conteúdo sexual feito por adolescentes — algumas com 15 anos —, conforme uma denúncia feita à BBC.
A reportagem conversou com três mulheres no Quênia que disseram ter começado a prática quando eram adolescentes. Elas afirmam que usam o TikTok para anunciar abertamente e negociar o pagamento por conteúdo mais explícito enviado por outras plataformas.
O app fica com cerca de 70% de todos os pagamentos feitos durante transmissões ao vivo, segundo apuração feita pela BBC em 2022 e reconfirmada recentemente.
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As regras do TikTok proíbem a prostituição, mas moderadores de conteúdo afirmaram à BBC que a empresa sabe que o aplicativo é usado para isso.
À BBC, a plataforma declarou ter uma política de "tolerância zero para exploração sexual".
Transmissões ao vivo do Quênia são populares no TikTok — durante uma semana, a BBC encontrou até uma dúzia de lives todas as noites com mulheres dançando sugestivamente e sendo observadas por centenas de pessoas ao redor do mundo.
Uma captura de tela desfocada de uma transmissão ao vivo do TikTok: algumas dançarinas (à direita) se revezam para dançar sugestivamente na tela principal (à esquerda)
BBC
Gírias e presentes
São duas da manhã em Nairóbi, capital do Quênia, e as lives do TikTok estão a todo vapor.
A música toca alto, e os usuários conversam uns com os outros, enquanto uma mulher liga sua câmera para rebolar ou posar provocativamente. Emojis de presentes (pagamentos) preenchem a tela.
"Mande uma mensagem para mim no privado para ver meu clitóris", dizem as dançarinas repetidamente.
No privado, os espectadores podem mandar solicitações mais explícitas — como assistir à mulher se masturbando, se despindo ou realizando atividades sexuais com outras mulheres.
Em algumas das transmissões encontradas pela BBC, gírias sexuais codificadas foram usadas para anunciar serviços sexuais.
Os emojis de presente (rosas, corações e outros símbolos) funcionam como pagamento para as transmissões ao vivo do TikTok — os usuários pagam para mandar e o criador pode convertê-los em dinherio.
Os presentes também pagam por conteúdo sexual enviado posteriormente por outras plataformas — já que o TikTok remove nudez explícita e quaisquer atos sexuais óbvios.
"Não é do interesse do TikTok reprimir a solicitação de sexo — quanto mais pessoas dão presentes em uma transmissão ao vivo... [mais] receita para o TikTok", diz João*, um ex-moderador de conteúdo queniano que pediu para não ter seu nome verdadeiro divulgado.
João é um dos 40 mil moderadores que o TikTok diz empregar globalmente.
Pagamentos no Tik Tok são feitos com emojis que podem ser convertidos em dinheiro
BBC
70% para o Tik Tok
A BBC descobriu que o TikTok fica com 70% do valor dos presentes enviados em transmissões ao vivo. A empresa negou que fosse o percentual de comissão depois de uma investigação em 2022 feita pela BBC, mas a reportagem verificou que a porcentagem segue vigente.
O TikTok está ciente há muito tempo da exploração de crianças e adolescentes em suas transmissões ao vivo, tendo conduzido sua própria investigação interna em 2022, de acordo com denúncias feitas em um processo movido pelo Estado americano de Utah.
A empresa teria ignorado o problema porque "lucrou significativamente" com a exploração, diz a acusação.
O TikTok diz que a ação do Utah, que está em andamento na Justiça dos EUA, ignorou as "medidas proativas" que a empresa havia tomado para melhorar a segurança da plataforma.
O Quênia é um país onde esse tipo de abuso é crítico, diz a organização não-governamental ChildFund Kenya. O problema é agravado no país pela composição da população, cheia de jovens, e pelo uso generalizado da internet.
O continente africano como um todo também tem moderação online ruim em comparação com países da Europa e da América, acrescenta a instituição.
Funcionários de uma empresa que fornece moderação de conteúdo ao TikTok falaram à BBC sobre o problema
BBC
João, que trabalhou para a Teleperformance — empresa contratada pelo TikTok para fornecer moderação de conteúdo — diz que os moderadores recebem um guia de referência de palavras ou atos sexuais proibidos.
Mas esse guia é restritivo, diz João, e não leva em consideração gírias ou outros gestos provocativos.
"Você pode ver pela maneira como elas estão posando, com a câmera em seus decotes e coxas [por exemplo], que elas estão oferecendo sexo. Elas podem não dizer nada, mas você pode ver que estão sinalizando para suas contas [de outra plataforma]. No entanto não há nada que eu possa fazer."
Kelvin*, outro moderador de conteúdo da Teleperformance que também pediu para não ter o nome verdadeiro divulgado, diz que a moderação também é limitada pela crescente dependência do TikTok em inteligência artificial (IA), que ele diz não ser sensível o suficiente para captar gírias sexuais locais.
João e Kelvin estão entre os sete moderadores ou ex-moderadores de conteúdo que trabalham com conteúdo do TikTok que conversaram com a BBC.
João diz que cerca de 80% das transmissões ao vivo sinalizadas nos feeds dos moderadores de conteúdo eram sexuais ou anunciavam serviços sexuais, e o TikTok está ciente da dimensão do problema.
Cafetões digitais
A ChildFund Kenya e outras instituições disseram à BBC que crianças de até 9 anos estão sendo prostituídas na plataforma.
A BBC conversou com adolescentes e mulheres jovens que dizem que estão passando até seis ou sete horas por noite na atividade e ganhando em média 30 libras (R$ 225) por dia — o suficiente para comprar comida e pagar por transporte durante uma semana.
"Eu me vendo no TikTok. Eu danço nua. Faço isso porque é onde consigo ganhar dinheiro para me sustentar", diz Esther*, uma jovem de 17 anos. Ela mora em um bairro pobre de Nairóbi, onde 3 mil moradores compartilham banheiros coletivos.
Ela diz que o dinheiro a ajuda a comprar comida para seu filho e a sustentar sua mãe, que tem tido dificuldade para pagar o aluguel desde que o pai de Esther morreu.
Esther diz que tinha 15 anos quando foi apresentada às transmissões ao vivo do TikTok por uma amiga, que a ajudou a contornar as restrições de idade — apenas maiores de 18 anos podem fazer lives.
Os usuários também precisam de pelo menos mil seguidores para fazer uma transmissão ao vivo. Essa regra faz com que usuários do TikTok com muitos seguidores possam agir como "cafetões digitais", hospedando transmissões ao vivo vendendo conteúdo sexual.
Alguns deles têm contas de backup, indicando que foram banidos ou suspensos pela plataforma no passado.
Eles parecem saber como evitar a detecção pelos moderadores de conteúdo, sendo provocativos o suficiente para despertar o interesse dos clientes durante as transmissões.
"Quando estiver dançando, afaste-se da câmera, caso contrário, você será bloqueada", grita um cafetão para uma mulher que rebola na tela.
Em troca de serem hospedadas, as mulheres cedem aos cafetões uma parte de seus ganhos.
O relacionamento pode rapidamente levar à exploração, diz Esther. Ela diz que seu cafetão digital sabia que ela tinha menos de 18 anos e "gostava de usar garotas jovens".
Ele a pressionou para ganhar mais — o que significa que ela precisava fazer transmissões ao vivo com mais frequência — e levou uma parte maior de seus ganhos do que ela esperava, diz a jovem.
Segundo Esther, trabalhar para ele era como estar "algemada".
"Você é quem está sofrendo porque ele fica com a maior parte e, no entanto, é você quem está sendo usada."
Sophie* diz que também tinha 15 anos quando começou a fazer transmissões ao vivo no TikTok. Ela conta que recebeu solicitações de homens na Europa para serviços em outras plataformas, incluindo um usuário alemão que exigia que ela acariciasse seus seios e genitais por dinheiro.
Agora com 18 anos, ela se arrepende de seu trabalho sexual online.
Alguns dos vídeos que ela enviou aos usuários por meio de outras plataformas foram carregados nas redes sociais sem seu consentimento, ela diz.
Seus vizinhos descobriram e alertaram outros jovens para não se associarem a ela, conta Sophie.
"Eles me rotulam como uma ovelha perdida, e dizem aos jovens que eu os enganarei. Fico sozinha na maior parte do tempo."
Algumas das meninas e mulheres que conversaram com a reportagem disseram que também foram pagas para conhecer usuários do TikTok para sexo pessoalmente ou foram pressionadas a fazer sexo com seus cafetões.
O TikTok tem investido para se estabelecer em países do continente africano, mas não está empregando funcionários suficientes para monitorar o conteúdo de forma eficaz, disseram os moderadores de conteúdo no Quênia.
O governo do Quênia sinalizou reconhecer o problema — em 2023, o presidente William Ruto se reuniu com o CEO do TikTok, Shou Zi Chew, para pedir uma melhor moderação de conteúdo na plataforma.
O governo diz que a empresa concordou com uma regulamentação mais rígida, com um escritório do TikTok no Quênia para ajudar a coordenar as operações.
Mas os moderadores disseram que, mais de 18 meses depois, nenhuma das duas coisas aconteceu.
A Teleperformance respondeu a um pedido de comentário da BBC dizendo que seus moderadores "trabalham diligentemente para marcar e sinalizar conteúdo gerado pelo usuário com base nos padrões da comunidade e diretrizes do cliente".
A empresa afirma também que os sistemas de seus clientes não estão configurados para permitir que a Teleperformance remova material ofensivo ou o denuncie às autoridades policiais.
Um porta-voz do TikTok disse à BBC que o "TikTok tem tolerância zero para exploração sexual".
"Aplicamos políticas de segurança rígidas, incluindo regras robustas de conteúdo ao vivo, moderação em 70 idiomas, incluindo suaíli (língua oficial do Quênia)", disse a empresa.
"Fazemos parcerias com especialistas e criadores locais, incluindo nosso Conselho Consultivo de Segurança da África Subsaariana, para fortalecer continuamente nossa abordagem."
*Os nomes foram alterados para proteger a identidade dos entrevistados
Peça 'Prima Facie' aborda questões de justiça e violência sexual
G1 Tue, 04 Mar 2025 19:51:26 -0000 - |
Segundo a empresa, houve um "problema não especificado" na nave principal do sistema de foguetes. Teste seria a 8ª missão não tripulada da maior nave do mundo, desenvolvida pela empresa de Elon Musk. Imagens da Space X antes de ter o seu lançamento adiado
Reprodução
A SpaceX cancelou o oitavo voo não tripulado da Starship, a maior nave espacial do mundo, momentos antes de a nave ser lançada, na noite desta segunda-feira (3).
O lançamento já estava na parte final de sua contagem regressiva quando houve o alerta de que haveria o cancelamento, conforme foi possível acompanhar em live feita pela empresa.
De acordo com anunciado na live, houve um problema não especificado na nave principal do sistema de foguetes, o que fez os profissionais optarem pelo adiamento.
O cancelamento adia em pelo menos 24 horas a tentativa da empresa de implantar satélites Starlink simulados no espaço pela primeira vez.
Sucesso parcial em último teste
No teste anterior, em janeiro, a empresa de Elon Musk conseguiu repetir manobra em que o foguete Super Heavy, usado para impulsionar a Starship, pousa de volta à plataforma de lançamento.
Mas a SpaceX perdeu o contato com a nave, pouco antes do pouso, o que já tinha acontecido em outros testes.
Daquela vez, um vídeo registrou destroços da Starship riscando o céu no Haiti. Por segurança, voos comerciais que cruzavam a região do Caribe foram forçados a desviar de suas rotas.
A empresa disse que os destroços caíram em áreas designadas para tal.
SpaceX pousa foguete na plataforma, mas perde contato com nave Starship
Como foram os outros testes?
No primeiro lançamento, em abril de 2023, a Starship explodiu quando ainda estava acoplada ao Super Heavy. Uma falha nos motores fez a empresa ativar um sistema de destruição para explodir o foguete.
Veja como foi o 1º lançamento da Starship
No segundo, em novembro de 2023, o Super Heavy explodiu, mas logo depois de se separar da nave. A Administração Federal de Avião dos EUA (FAA, na sigla em inglês) investigou o acidente e afirmou que a SpaceX identificou a necessidade de realizar 17 correções na nave.
Veja como foi o 2º lançamento da Starship
O terceiro voo aconteceu em março de 2024 e durou 50 minutos. A Starship foi destruída, mas a empresa considerou esse teste um avanço porque nunca tinha ido tão longe neste tipo de teste.
Veja como foi o 3º lançamento da Starship
O quarto voo aconteceu em junho de 2024 e foi o primeiro bem-sucedido. A Starship conseguiu pousar no Oceano Índico, e o Super Heavy, no Golfo do México, como planejado.
Starship completou seu 1º voo bem-sucedido na 5ª tentativa
Na quinta missão, em outubro de 2024, a empresa conseguiu o retorno inédito do Super Heavy com a captura no ar pelos "braços da plataforma" e o pouso da Starship no Oceano Índico. A cápsula explodiu, como já era esperado, segundo a companhia.
A manobra de retorno do foguete para a base de lançamento pode tornar voos espaciais mais baratos.
Em teste da SpaceX, propulsor da Starship pousa com sucesso na torre de lançamento
No sexto teste, em novembro de 2024, a SpaceX não conseguiu fazer com que o foguete Super Heavy (propulsor da Starship) retornasse para a plataforma de lançamento, como aconteceu no mês anterior.
O foguete acabou pousando no Golfo do México poucos minutos depois do lançamento, o que estava previsto caso não houvessem condições ou o comando específico do diretor da missão para repetir a manobra. A nave pousou no Oceano Índico cerca de uma 1h depois de decolar.
Esse lançamento foi acompanhado em tempo real pelo presidente eleito dos EUA Donald Trump, que assistiu à missão do local do lançamento, a base da SpaceX em Boca Chica, no Texas, nos Estados Unidos, com Elon Musk.
Trump anunciou que o bilionário vai liderar o novo Departamento de Eficiência Governamental durante o seu mandato, que começa na segunda-feira (20).
SpaceX lança nave, mas não traz foguete de volta para plataforma
Como é a nave Starship?
Tem 120 metros de altura (somando nave Starship e propulsor Super Heavy) e 9 metros de diâmetro
Poderá transportar até 100 pessoas
É projetada para ser reutilizável, assim como outras naves da SpaceX
Tem capacidade para transportar até 250 toneladas, se puder ser descartada após uma missão, e 150 toneladas, quando precisar ser reutilizada
Está sendo testada desde 2019
Será usada para transporte de carga no programa Artemis, série de missões da Nasa para levar astronautas de volta à superfície da Lua
No futuro, poderá ser usada para transportar pessoas e cargas até Marte, segundo a SpaceX
Conheça o maior foguete da história, criado pela empresa de Elon Musk
Starship
Arte/ g1
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G1 Tue, 04 Mar 2025 00:03:21 -0000 - |
Instabilidade ocorreu na tarde deste sábado (1º) e a Microsoft disse que resolveu o problema. Os relatos indicaram de problemas também no Microsoft 365, que traz o Teams e os serviços online do Word, Excel e OneDrive. O Outlook e outros serviços da Microsoft apresentaram instabilidade para alguns usuários na tarde deste sábado (1º).
No X, a Microsoft disse que identificou o problema e que aplicou uma correção, e que os usuários já poderiam voltar a usar o Outlook normalmente.
De acordo com o site Downdetector, as reclamações começaram um pouco antes das 18h (horário de Brasília) e apontaram que não era possível enviar e receber e-mails.
Os problemas também afetaram o Microsoft 365, que traz, além do Outlook, o Teams e os serviços online do Word, Excel, PowerPoint, OneDrive, entre outros. Houve relatos de problemas para acessar a loja virtual Microsoft Store.
Downdetector aponta problemas no Outlook e nos serviços Microsoft 365
Reprodução/Downdetector
G1 Sat, 01 Mar 2025 21:55:26 -0000 - |
Executiva da Neuralink revelou que teve um 4º filho com Musk na última sexta. A influencer Ashley St. Clair também disse recentemente que teve um bebê com o magnata; ele não negou nem reconheceu publicamente. Elon Musk e o filho X na Casa Branca, em fevereiro de 2025
Kevin Lamarque/Reuters
Com o anúncio do nascimento de Seldon Lycurgus, passa para 14 o número de filhos de filhos do bilionário Elon Musk.
A mãe, Shivon Zilis, executiva da Neuralink, empresa que pertence ao magnata, já tinha outros três filhos com ele.
"Conversei com Elon e, à luz do aniversário de Arcadia, sentimos que seria melhor também compartilhar diretamente sobre nosso maravilhoso e incrível filho Seldon Lycurgus", disse Zilis em uma postagem no X, na sexta-feira (28).
Ela, no entanto, não revelou quando o filho nasceu. Musk respondeu a publicação com um coração.
Musk já teve outros 13 filhos. Um deles foi anunciado pela influenciadora conservadora Ashley St. Clair em fevereiro deste ano. Musk, no entanto, ainda não reconheceu publicamente este herdeiro.
Os filhos de Elon Musk
g1
Recentemente, um dos filhos de Musk chamou a atenção durante um encontro com o presidente Donald Trump. Ele pareceu entediado durante a coletiva, sentou no chão e fez brincadeiras.
Por que Elon Musk leva seus filhos a compromissos de trabalho?
Elon Musk levou o filho X, da cantora Grimes, para uma coletiva de imprensa junto de Trump na Casa Branca
Kevin Lamarque/Reuters
Veja os nomes dos 14 filhos de Musk:
Nevada
Griffin
Vivian
Damian
Saxon
Kai
X AE A-XII
Exa Dark Siderael
Techno Mechanicus
Strider
Azure
Arcadia
R.S.C. (o nome completo não foi divulgado)
Seldon Lycurgus
Os outros filhos e as outras mulheres
Com a primeira mulher, Justine, Musk teve seis filhos: os gêmeos Griffin e Vivian, que se identifica como mulher trans, nascidos em 2004, e os trigêmeos Damian, Saxon e Kai, de 2006. Um outro filho do casal morreu poucas semanas após o nascimento.
Justine também é canadense, tem 51 anos e é escritora. Sua obra mais famosa é "Bloodangel" (sem tradução para o português).
Depois, com a cantora Grimes, Musk teve mais três filhos (e de nomes bem exóticos). X AE A-XII, nascido em 2020 e chamado também de "X"; Exa Dark Sideræl Musk, em 2022; e Techno Mechanicus, revelado na biografia do empresário, publicada em 2023. Ele tem o apelido "Tau".
Elon Musk e Grimes no Met Gala 2018
Jason Kempin/Getty Images North America/Getty Images via AFP/Arquivo
Outras famosas...
Musk também se relacionou com outras artistas... Segundo um agente, a atriz Amber Heard teve um relacionamento com Musk em 2016.
O jornal britânico "The Guardian" afirmou, em reportagem, que eles se relacionaram dois meses depois de ela ter feito acusações contra Johnny Depp.
Amber Heard em foto de arquivo
Evelyn Hockstein/Pool/Reuters
E... Antes de Heard, Musk namorou (e até casou por duas vezes) com outra atriz: Talulah Riley (eles não tiveram filhos juntos).
Britânica, ela atuou em "Orgulho e Preconceito" e "A Origem". Eles se casaram pela primeira vez em 2010 e se divorciaram em 2012. Eles se casaram novamente 18 meses depois e voltaram a se separar.
Elon Musk e Shivon Zills com primeiros dois filhos do casal; o nascimento de um terceiro foi confirmado pelo bilionário neste ano
Reprodução/Twitter @WalterIsaacson
Shivon Zills com os gêmeos Strider e Azure, dois dos quatro filhos dela com Elon Musk, em foto postada por ela em 2025
Reprodução/X
Elon Musk entra em saia-justa ao ser questionado sobre ex-mulher
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G1 Sat, 01 Mar 2025 12:27:45 -0000 - |
Anúncio foi feito por Shivon Zilis, com quem o homem mais rico do mundo tem outros três filhos. Semanas atrás, a influenciadora conservadora Ashley St. Clair disse que também teve um bebê com Musk. Elon Musk e Shivon Zills com primeiros dois filhos que tiveram em 2021; a foto foi divulgada pelo biógrafo de Musk, Walter Isaacson
Reprodução/Twitter @WalterIsaacson
Shivon Zilis, executiva da Neuralink, empresa de Elon Musk, confirmou que teve o quarto filho com o bilionário. É um menino chamado Seldon Lycurgus.
Com o magnata, Zills também tem um casal de gêmeos e um bebê de 1 ano, Arcadia, mencionado no anúncio deste sábado.
"Conversei com Elon e, à luz do aniversário de Arcadia, sentimos que seria melhor também compartilhar diretamente sobre nosso maravilhoso e incrível filho Seldon Lycurgus", disse Zilis em uma postagem no X, na sexta-feira (28).
Ela, no entanto, não revelou quando o filho mais novo nasceu. Musk respondeu a publicação com um coração.
O anúncio aconteceu semanas depois que a influenciadora conservadora Ashley St. Clair disse que também teve recentemente um bebê que seria, assim, o 14º filho o bilionário. Musk não comentou os posts dela.
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Quem são os filhos e as ex-mulheres de Elon Musk?
Musk tem 14 filhos com quatro mulheres: Justine Musk, Claire Boucher (Grimes), Shivon Zilis e Ashley St. Clair.
Os filhos de Elon Musk
g1
Com sua primeira esposa, Justine Musk, o bilionário teve seis filhos. Os gêmeos Griffin e Vivian — que se identifica como mulher trans — nasceram em 2004, e os trigêmeos Damian, Saxon e Kai vieram ao mundo em 2006. O casal também teve um filho que morreu subitamente poucas semanas após o nascimento.
Depois, com a cantora Grimes, Musk teve três filhos de nomes exóticos: X AE A-XII, nascido em 2020 e chamado também de "X" e que chamou a atenção ao ser levado pelo pai ao Salão Oval da Casa Branca no mês passado e, supostamente, mandar Trump se calar.
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Elon Musk levou o filho X para uma coletiva de imprensa junto de Trump na Casa Branca
Kevin Lamarque/Reuters
Grimes e Musk também são pais de Exa Dark Sideræl Musk, nascido em 2022; e Techno Mechanicus, que atende pelo apelido "Tau", revelado na biografia do empresário publicada em 2023.
Com Shivon Zilis, executiva da Neuralink, a startup ligada ao campo da neurociência, Musk agora tem quatro filhos: os gêmeos Strider e Azure, Seldon Lycurgus e Arcadia, cuja identidade não era conhecida até então.
No início de 2025, a influenciadora conservadora Ashley St. Clair também revelou ter um filho com o bilionário. Ele não assumiu a paternidade publicamente.
Por que recebemos ligações mudas que desligam sozinhas – e como evitá-las
G1 Sat, 01 Mar 2025 04:42:31 -0000 - |
Startup diz que ela tem uma taxa menor de 'alucinações', como são chamadas as informações erradas dadas pela IA, e mostra mais 'inteligência emocional'. ChatGPT
AP Photo/Matt Rourke
A OpenAI, desenvolvedora do ChatGPT, lançou uma prévia de seu mais recente modelo de linguagem, o GPT-4.5, na última quinta-feira (27). Ela será disponibilizada gradualmente para usuários que possuem plano pago.
O GPT-4.5 tem capacidade aprimorada de reconhecer padrões, gerar percepções criativas e mostrar maior "inteligência emocional", segundo a empresa.
A startup também disse que o modelo tem uma taxa menor de "alucinações", um problema comum em que modelos de linguagem grandes geram informações erradas.
Com 37,1%, a taxa de alucinação do GPT-4.5 é menor que os 61,8% mostrados no GPT-4o, e os 44% exibidos no o1, que eram os modelos de raciocínio mais recentes da empresa.
Como entrar na carreira de TI que paga até R$ 23 mil e lidera as contratações em 2025
O GPT-4.5 oferece suporte para uploads de arquivos e imagens e também pode trabalhar em projetos de escrita e codificação, mas ainda não oferece suporte a outros recursos avançados, como voz e vídeo.
Apoiada pela Microsoft, a OpenAI disse que começará a lançar o GPT-4.5 para usuários do ChatGPT Plus e Team na próxima semana e, na semana seguinte, para os usuários Enterprise e Edu.
O presidente-executivo da companhia, Sam Altman, disse que se trata de "um modelo gigantesco e caro", ao explicar que a empresa ficou sem capacidade de GPU (unidades de processamento gráfico) para implementar a novidade para todos os níveis de usuários ao mesmo tempo.
"Adicionaremos dezenas de milhares de GPUs na próxima semana... não é assim que queremos operar, mas é difícil prever perfeitamente os picos de crescimento que levam à escassez de GPUs", disse Altman.
DeepSeek, ChatGPT e Gemini: qual é a melhor inteligência artificial?
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G1 Fri, 28 Feb 2025 21:56:36 -0000 - |
Usuários afirmaram que não conseguiram enviar mensagens pelo aplicativo. Reclamações atingiram pico por volta de 12h50 (horário de Brasília) e diminuíram após as 13h, segundo o site Downdetector. Situação foi normalizada, informou o app no início da tarde. WhatsApp
REUTERS/Thomas White
O WhatsApp apresentou instabilidade no começo da tarde desta sexta-feira (28). Segundo relatos de usuários, o aplicativo apresentou problemas para enviar mensagens, mas o funcionamento já está normalizado, segundo a plataforma.
No site Downdetector, que monitora reclamações sobre falhas em aplicativos, havia cerca de 26 mil notificações de erros no WhatsApp por volta de 12h50 (horário de Brasília).
Alguns pessoas afirmaram que o WhatsApp Business, versão do aplicativo para empresas, também apresentou instabilidade.
As reclamações começaram a diminuir depois das 13h, e o WhatsApp informou ao g1 às 14h30 que a situação já estava normalizada.
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Skype vai ser encerrado no dia 5 de maio, diz Microsoft
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Reprodução/Downdetector
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G1 Fri, 28 Feb 2025 16:07:42 -0000 - |
Brasileiro recentemente resgatado confirmou uso do serviço da Starlink nos locais usados para a aplicação de fraudes online, reportado pela revista Wired. Empresa não se posicionou sobre o assunto. Serviço da Starlink é prestado por meio de operadoras credenciadas
Getty Images via BBC
As ‘fábricas de golpes online’ que funcionam em Mianmar e contam com pessoas escravizadas como força de trabalho estão conseguindo acesso à internet por meio do serviço via satélite da Starlink, de Elon Musk, segundo reportagem da revista norte-americana Wired.
De acordo com a publicação, registros de telefones celulares utilizados na área, evidências fotográficas e testemunhos de vítimas apontam que, apesar dos esforços para que a conexão de internet dos locais seja cortada, o acesso ocorre por meio da Starlink – que é oferecida pela empresa aeroespacial de Musk, a SpaceX.
O g1 entrou em contato com um brasileiro recentemente resgatado de uma dessas fábricas, e ele confirmou que os criminosos utilizam internet via Starlink no local. Segundo ele, a conexão era lenta e tinha períodos de instabilidade.
Os exploradores do esquema enfrentam obstáculos e restrições para se conectar a operadores de telefonia em Mianmar e na Tailândia, segundo a reportagem da Wired. A Starlink, com conexão via satélite e disponibilidade em regiões remotas e de difícil acesso, se tornou a solução para manter o acesso.
Em oito locais usados para os golpes, foi possível identificar que 412 dispositivos usaram a Starlink como provedora. Em quatro meses, há mais de 40 mil registros de acesso ao serviço de Musk por meio desses aparelhos, segundo a revista.
A revista afirma que obteve dados de dispositivos na área das fábricas por meio de uma ferramenta usada em publicidade digital que mostra coordenadas físicas, IP do telefone e provedor de internet utilizado.
De acordo com a Wired, as políticas da Starlink indicam que a SpaceX pode encerrar os serviços se os usuários participarem de atividades fraudulentas ou se o sistema for utilizado em locais não autorizados. Questionada pela revista sobre os acessos em Mianmar, a empresa não respondeu, disse a publicação.
O g1 também contatou a Starlink e a SpaceX sobre o assunto e aguarda resposta.
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Fotos de antenas
Outras evidências citadas são fotos que mostram prováveis antenas Starlink instaladas em locais suspeitos na região. "Eles simplesmente colocam [Starlink] no telhado, e nós temos as fotos", disse à revista Rangsiman Rome, membro da Câmara dos Deputados da Tailândia.
No início de fevereiro, o político marcou Elon Musk no X e o questionou sobre o uso da Starlink pelos criminosos. O bilionário não respondeu.
Na publicação, Rangsiman Rome diz ter provas sólidas de que os golpistas, envolvidos em tráfico de pessoas, “estão explorando a Starlink para fraudes massivas, causando mais de US$ 60 bilhões em danos econômicos globais por ano”.
“Este é um problema sério com consequências no mundo real. Temos pressionado por ações imediatas do nosso governo para cortar a eletricidade e a internet para os complexos, mas eles começaram a utilizar a Starlink para acessar a internet. Você poderia investigar este assunto?”, perguntou o político a Musk, sem obter resposta.
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Brasileiros foram resgatados de fábrica
Mianmar enfrenta uma guerra civil desde 2021, quando criminosos passaram a se instalar no país. Nas ‘fábricas de fraudes’, localizadas próximo à fronteira com a Tailândia, ao menos 120 mil pessoas são mantidas escravizadas e obrigadas a aplicar golpes, segundo o Alto Comissariado das Nações Unidas informou em 2023.
Os brasileiros Phelipe de Moura Ferreira, de 26 anos, e Luckas Viana dos Santos, de 31 anos, foram mantidos reféns por três meses em um desses locais. Eles conseguiram fugir junto com centenas de imigrantes e acabaram resgatados com a ajuda da ONG "The Exodus Road" no último dia 9. Os dois desembarcaram no Brasil na semana passada.
Após o resgate, eles relataram uma rotina repleta de ameaças e agressões, com episódios de espancamento. Nos golpes que seria aplicado nas vítimas havia um roteiro a ser seguido.
Por ser brasileiro, o jovem foi obrigado a aplicar golpes em outros brasileiros. Ele lembra que, sempre que terminava o turno, chorava no quarto.
Segundo Phelipe, ele e outros imigrantes trabalhavam, em média, 16 horas por dia aplicando golpes.
G1 Fri, 28 Feb 2025 16:05:47 -0000 - |
Companhia alega que fim da ferramenta vai ajudar a empresa a se dedicar ao Teams. Skype será encerrado em maio.
Reprodução
A Microsoft vai desligar o serviço de videochamadas Skype em 5 de maio, após duas décadas de operação. A informação foi divulgada nesta sexta-feira (28), no perfil da plataforma no X.
A companhia alegou que o encerramento do Skype vai ajudar a empresa a se dedicar ao Teams, seu outro serviço de chamada de vídeo, simplificando suas ofertas de comunicação.
"Com o Teams, os usuários têm acesso a muitos dos mesmos recursos principais que usam no Skype, como chamadas individuais e em grupo, mensagens e compartilhamento de arquivos", disse a Microsoft, em nota.
Criado em 2003, o Skype ganhou fama ao tornar a comunicação por vídeo e áudio mais baratas, o que impactou o setor de telefonia fixa.
Em 2011, a Microsoft fez sua maior aquisição até então e pagou US$ 8,5 bilhões pelo serviço, quando ele tinha cerca de 150 milhões de usuários. Em 2020, esse número havia caído para cerca de 23 milhões de usuários, apesar de um breve ressurgimento na pandemia.
Nos últimos anos, a plataforma teve dificuldades para acompanhar rivais mais fáceis de usar e mais confiáveis, como o Zoom e o Slack, enquanto a Microsoft optava por dar atenção ao Teams e outros produtos, ressalta a agência Reuters.
O declínio ocorreu em parte porque a tecnologia do aplicativo do Skype não é adequada para a era dos smartphones, alega a Microsoft. A empresa aproveitou a pandemia para integrar o Teams a outros programas do Office, na expectativa de atrair usuários corporativos.
A Microsoft alega que para facilitar a transição da plataforma, os usuários Skype poderão fazer login no Teams gratuitamente em qualquer dispositivo compatível usando suas credenciais existentes, com a migração automática de bate-papos e contatos.
Com isso, o Skype se junta a uma série de serviços abandonados pela companhia, como o navegador Internet Explorer e o Windows Phone.
Não ficou claro quantos usuários ou funcionários serão afetados pelo desligamento da Skype. A Microsoft não comentou o assunto.
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Emprego em tecnologia: IA ganha espaço, mas segurança da informação domina contratações
G1 Fri, 28 Feb 2025 14:45:15 -0000 - |
Lista inclui o Rumble, recentemente bloqueado no Brasil, além de gigantes como Google, Meta e o X, do empresário Elon Musk. Órgão, que é comandado por republicano, diz que convocou as empresas para que elas divulguem documentos ao comitê "sem interferência de governos estrangeiros". Mark Zuckerberg, Lauren Sanchez, Jeff Bezos, Sundar Pichai e Elon Musk, donos de big techs, presentes na cerimônia de Trump
Julia Demaree Nikhinson/Reuters
O Comitê de Justiça da Câmara dos Deputados dos EUA disse nesta quinta-feira (27) que intimou oito grandes empresas de tecnologia em busca de informações sobre "censura estrangeira à fala americana".
A lista inclui o Rumble, recentemente bloqueado no Brasil, além de gigantes como o Google, a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, e o X, do bilionário Elon Musk — que é membro do governo de Donald Trump.
As empresas convocadas foram:
Alphabet (Google)
Amazon
Apple
Meta
Microsoft
Rumble
TikTok
X
O presidente do comitê, o deputado republicano Jim Jordan, enviou as intimações na quarta-feira. Segundo o comunicado do órgão, elas "são necessárias para permitir que as empresas divulguem documentos ao Comitê sem interferência de governos estrangeiros".
A convocação surge no contexto do bloqueio do Rumble no Brasil, após decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes na semana passada, e uma troca de comunicados entre os governos americano e brasileiro sobre a questão (veja mais abaixo).
Em entrevista à CNBC nesta quinta sobre as convocações, Jim Jordan afirmou que enviará cartas ao Reino Unido, à União Europeia e ao STF brasileiro para informar que "estamos questionando essas empresas [big techs] para saber o que vocês as têm pressionado para fazer". "E espero que isso pare", afirmou.
"Uma coisa é eles fazerem isso em seus países. Mas quando você impacta as liberdades dos americanos, isso é um problema, e quando você pressiona empresas a fazerem isso com americanos e, se caso elas não façam, serão multadas, isso é um problema também", acrescentou o republicano.
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O ato do Comitê de Justiça da Câmara ocorreu um dia depois de o governo de Donald Trump criticar o bloqueio de redes sociais americanas por parte das autoridades brasileiras. A publicação foi feita por um órgão ligado ao Departamento do Estado dos EUA e repostada pela Embaixada dos EUA no Brasil.
O texto não cita diretamente, mas faz uma alusão à decisão do ministro do Supremo Tribunal Federal Alexandre de Moraes de bloquear a plataforma Rumble, na semana passada.
"Respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil", diz a mensagem do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental do Departamento dos EUA. "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão."
Moraes determinou o bloqueio da rede social Rumble no Brasil na última sexta-feira (21). O ministro alega que a rede social cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros" e que instituiu um "ambiente de total impunidade e 'terra sem lei' nas redes sociais brasileiras".
Resposta do Itamaraty
A manifestação do governo Trump foi respondida ontem mesmo pelo Ministério das Relações Exteriores, que afirmou que "o Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais".
O Itamaraty afirmou, em nota, que recebeu "com surpresa" a manifestação do governo Trump e "rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988".
"A liberdade de expressão, direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro, deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal", afirma o comunicado.
Saiba o que é o Rumble, a rede social que processa Alexandre de Moraes nos EUA
G1 Thu, 27 Feb 2025 16:34:13 -0000 - |
Empresa de Jeff Bezos, dono da Amazon, começou a enviar turistas e celebridades ao espaço em 2021. Katy Perry vai viajar ao espaço em missão da Blue Origin com tripulação feminina
A cantora pop Katy Perry vai viajar ao espaço em uma missão da Blue Origin, empresa de foguetes do bilionário Jeff Bezos, dono da Amazon. A jornalista Lauren Sánchez, namorada de Bezos, também participará da viagem.
O anúncio foi feito nesta quinta-feira (27) pela Blue Origin, que não revelou a data do lançamento. A missão foi chamada de NS-31 por ser o 31º lançamento do foguete New Shepard, sendo o 11º com passageiros.
A tripulação deste voo será exclusivamente feminina. Além de Katy e Lauren, as outras passageiras são a ex-cientista da Nasa Aisha Bowe, a pesquisadora em bioastronáutica Amanda Nguyen, a jornalista da CBS Gayle King e a produtora cinematográfica Kerianne Flynn.
Elas participarão de um voo suborbital, em que a nave não supera a atmosfera terrestre. Ainda assim, o veículo supera a Linha de Kárman, ponto a 100 km de altitude usado por convenção como o início do espaço (relembre abaixo uma missão de novembro de 2024).
Confira os melhores momentos da missão NS-28, realizada pela Blue Origin em novembro de 2024
A missão mais recente da Blue Origin aconteceu na última terça-feira (25), em um voo de 10 minutos com seis passageiros. Ao todo, 52 pessoas já foram ao espaço com o foguete New Shepard, segundo a empresa de Bezos.
A Blue Origin começou a enviar turistas e celebridades ao espaço em 2021. Naquele ano, o ator William Shatner, famoso por interpretar o Capitão Kirk na série "Jornada nas estrelas", participou de uma dessas missões e se tornou a pessoa mais velha a ir ao espaço.
Recentemente, a empresa de Bezos fez o primeiro voo de teste orbital de seu maior foguete, o New Glenn. Foi o primeiro voo orbital da companhia, que deve concorrer com a SpaceX no mercado de lançamentos de satélites ao espaço.
Katy Perry vai viajar ao espaço em missão da Blue Origin
Divulgação/Blue Origin
G1 Thu, 27 Feb 2025 15:47:28 -0000 - |
Criminosos usaram um programa de inteligência artificial generativa para criar vídeos e fotos realistas de uma jovem imaginária. Vítima transferiu dinheiro para conta que imaginava ser de sua namorada.
Reuters
Um homem de Xangai, na China, perdeu mais de 200 mil yuans (cerca de R$ 159 mil) ao cair em um golpe envolvendo uma namorada fictícia gerada por inteligência artificial, informou a mídia estatal chinesa nesta quarta-feira (26).
Os golpistas usaram um programa de IA generativa para criar vídeos e fotos realistas de uma jovem imaginária, de acordo com a emissora estatal CCTV.
A vítima transferiu cerca de 200.000 yuans (cerca de US$ 27.580) para o que pensava ser a conta bancária de sua namorada.
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Os criminosos usaram vídeos e fotos falsos para convencê-lo de que ela precisava de fundos para abrir um negócio e ajudar um familiar a pagar as despesas médicas. Os golpistas criaram, inclusive, registros médicos e uma carteira de identidade falsa para dar credibilidade ao esquema.
A operação foi realizada por uma "equipe de fraudadores que enviou vídeos e fotos criados por IA ou através da combinação de várias imagens", disse a CCTV, citando uma investigação policial.
O surgimento de ferramentas de inteligência artificial capazes de gerar imagens, vídeos e textos convincentes está dando origem a golpes cada vez mais sofisticados em todo o mundo.
No início deste mês, a Meta, dona do Facebook, Instagram e WhatsApp, pediu aos usuários que tenham cuidado com os relacionamentos on-line, observando que os golpes que usam IA generativa estão aumentando.
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G1 Thu, 27 Feb 2025 06:00:30 -0000 - |
Segurança da informação é a profissão da TI mais demandada no 1º semestre de 2025, superando a inteligência artificial. Especialista e profissionais explicam o motivo desse auge e como dar o pontapé inicial no setor. Emprego em tecnologia: IA ganha espaço, mas segurança da informação domina contratações
Segurança da informação (ou cibersegurança) é a área de tecnologia da informação (TI) com mais demanda durante o 1º semestre de 2025. É o que revelou um levantamento exclusivo obtido pelo g1 com a consultoria de soluções em talentos Robert Half.
Com média salarial entre R$ 6 mil a R$ 23 mil, dependendo da vaga, a cibersegurança vem superando a inteligência artificial em procura por profissionais. O motivo é a crescente prioridade das empresas em proteger dados, especialmente após a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD) (veja as principais dicas para entrar na área).
Elisa Jardim, gerente da divisão de tecnologia na Robert Half, explica que inteligência artificial também é uma prioridade para as empresas, mas as pessoas dessa área ainda estão se aperfeiçoando.
"IA é uma tecnologia muito mais nova e encontrar profissionais qualificados é extremamente difícil. Há mais pessoas com habilidades em cibersegurança do que em IA, mas, ainda assim, os especialistas em segurança são altamente demandados", diz Elisa Jardim.
Outros segmentos altamente demandados, segundo o levantamento, são infraestrutura, serviço e suporte de TI, análise de dados e redes (sistemas que permitem a troca de dados e informações entre si).
O salário é alto mesmo?
Divina Naiara Vitorino é coordenadora de infraestrutura e segurança.
Fábio Tito/g1
Em entrevista ao g1 em 2023, Marina Ciavatta, profissional de segurança da informação há mais de 10 anos, destacou que cibersegurança oferece bons salários e um plano de carreira amplo dentro das empresas, o que reduz as chances de estagnação e possibilita aumentos salariais.
Agora em 2025, ela confirma o que mostra o levantamento da Robert Half. "A área, como um todo, é gigante e mantém ainda essa lógica, sim, de planos de carreira amplos, com a chance de se mover bem", completa a profissional.
Para quem deseja ingressar no setor, o cargo de analista de segurança da informação é considerado a principal porta de entrada, segundo o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).
Veja abaixo a remuneração para profissionais da área (em regime CLT), de acordo com o Guia Salarial 2025 da Robert Half:
Analista de Segurança Júnior: entre R$ 6.100 e R$ 10.250
Analista de Segurança Pleno: entre R$ 8.400 e R$ 14.100
Analista de Segurança Sênior: entre R$ 11.450 e R$ 19.300
PenTester: entre R$ 13.400 e R$ 18.400
Coordenador(a) de Segurança da Informação: entre R$ 17.350 e R$ 23.750
Como entrar na área da segurança da informação
Segurança da informação em alta: veja como entrar no setor
Esse profissional é responsável por gerenciar o setor de segurança de uma empresa e tem como objetivo proteger dados e informações sensíveis. Ele ajuda a blindar de possíveis ataques cibernéticos, mas também pode estabelecer políticas de segurança.
Como os holofotes sobre esse universo surgiram recentemente, nos últimos cinco anos, os cursos de segurança ainda são relativamente novos.
No entanto, já é possível encontrar graduações e pós-graduações especializadas, como defesa cibernética e segurança da informação, explica a profissional Divina Naiara Vitorino, que atua na área há quatro anos.
➡️ Além disso, existem outros caminhos para ingressar, como...
fazendo outras graduações de TI, como sistemas de informação, ciência da computação, rede de computadores e desenvolvimento. Elas são importantes para se ter uma base, mas depois é preciso procurar um curso técnico de segurança, por exemplo, para se especializar;
frequentando eventos de tecnologia, afinal, eles são ótimos para fazer contato, buscar mentorias e encontrar oportunidade profissional. Pessoas ouvidas pelo g1 contam que conseguiram emprego graças a essas oportunidades;
buscando por conteúdos e estude tipos de ameaças cibernéticas, como malware, ransomware, phishing, engenharia social e ameaça persistente avançada.
A pessoa que escolher cibersegurança não necessariamente encontrará vagas apenas em empresas de tecnologia. As oportunidades também existem em companhias de varejo, comunicação, saúde, educação, alimentos, bebidas e finanças (bancos).
E são muitos pilares disponíveis para a pessoa escolher trabalhar, mas, para os especialistas, os principais são estes:
🔴 Segurança ofensiva (Red Team): esse profissional trabalha em busca de vulnerabilidades de segurança dentro da empresa. A pessoa do Red Team simula invasões, como um cibercriminoso faria, para encontrar falhas e alertar a equipe da área defensiva;
🔵 Segurança defensiva (Blue Team): os profissionais dessa área atuam para consertar essas falhas identificadas. Seu objetivo número 1 é fazer com que as empresas não sejam invadidas;
🟣 Segurança ofensiva e defensiva (Purple Team): o especialista consegue integrar segurança ofensiva e defensiva, promovendo a colaboração entre Red Team (ataque) e Blue Team (defesa). O objetivo é fortalecer a segurança da empresa, identificando e corrigindo vulnerabilidades.
🛡️Governança, risco e compliance (GRC): a pessoa que escolher esse pilar pode estruturar, aplicar e monitorar os processos legais de segurança. É ela, por exemplo, que acompanha se a empresa está seguindo a LGPD. Para quem escolher GRC, estudar direito digital é um diferencial importante.
Elisa Jardim, da Robert Half, explica que, hoje, o mercado encontra mais profissionais do Blue Team, mas ainda tem dificuldades para encontrar especialistas no Red Team. No caso do Purple Team, a escassez é ainda maior.
Os profissionais ouvidos pelo g1 em 2023 também contaram que a área é cercada de pressão. Isso porque a responsabilidade em garantir a empresa protegida de ataques cibernéticos e de vazamentos é grande. Por isso, casos de burnout e depressão são cada vez mais recorrentes, segundo eles.
🫧 Opções para encontrar a sua bolha
Vagner Martins é analista de segurança da informação júnior.
Celso Tavares/g1
Eles também indicaram alguns hackerspaces (junção de hacker e espaço) gratuitos ou sem fins lucrativos que podem receber e orientar quem está começando. Veja algumas opções:
Garoa Hacker Clube: comunidade de segurança que promove a troca de conhecimentos em TI para quem está em São Paulo, daí o termo "garoa".
Mate Hackers: grupo que realiza encontros, palestras, cursos e outras atividades de infosec para quem está em Porto Alegre (RS).
Devs Norte: considerada a maior comunidade de tecnologia do Norte do Brasil. Tem eventos, palestras, workshops para promover a educação na área.
Menina de Cybersec: liderada por Sabrina Ramos, a comunidade é voltada para iniciantes em infosec com materiais de estudo, lives, podcasts e cursos gratuitos.
Women in Cybersecurity (WOMCY): organização formada por mulheres e com programas para elas entrarem e desenvolverem carreira em infosec.
Mente Binária: projeto gratuito de educação e conteúdo sobre tecnologia da informação que recebe iniciantes desse universo.
Hackers do Bem: programa formado em parceria entre a RNP (Rede Nacional de Ensino e Pesquisa) e o Senai, que oferece formação gratuita (EAD e presencial) em segurança da informação.
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Apple lança iPhone 16e, modelo mais 'barato' da linha
Como um celular pode explodir mesmo sem estar carregando
G1 Thu, 27 Feb 2025 05:00:30 -0000 - |
Smartphones contam com inteligência artificial em todo o aparelho e na edição de fotos – será que eles conseguem sumir com uma mão na frente do rosto, tendência das redes sociais? Veja os resultados. Duelo de inteligência artificial: Galaxy S25 x iPhone 16
O celular dos sonhos de muita gente combina câmeras potentes com zoom avançado, bateria de longa duração e design moderno. O iPhone 16, da Apple, e o Galaxy S25, da Samsung, são exemplos de smartphones premium que prometem atender a essas expectativas, com um alto preço.
📱Além de configurações topo de linha, ambos apostam em recursos de inteligência artificial (IA) para otimizar tarefas cotidianas.
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🤑 Uma vantagem é que eles são alternativas um pouco mais acessíveis em comparação às versões topo de linha: o iPhone 16 Pro Max e o Galaxy S25 Ultra, que oferecem telas maiores, zoom superior e preços ainda mais elevados.
🤖 Enquanto a Samsung já integra IA em seus smartphones desde 2024, a Apple Intelligence ainda é limitada a usuários do idioma inglês. A versão em português chegará apenas em abril.
Veja abaixo os resultados, como os testes foram feitos e a conclusão.
Apple iPhone 16
O iPhone 16 faz parte da primeira geração de celulares com recursos de inteligência artificial da marca, chamada Apple Intelligence. O aparelho tira ótimas fotos e a bateria dura muito tempo.
O smartphone foi lançado no Brasil no final de setembro de 2024, e roda o sistema operacional iOS 18, o mais recente.
Durante os testes, foi utilizada a versão 18.3. Ao alternar o idioma do sistema operacional para inglês, a Apple Intelligence passa a funcionar, dando acesso ao ChatGPT integrado à assistente virtual Siri.
O iPhone 16 com 128 GB de armazenamento era vendido nas lojas on-line no final de fevereiro na faixa dos R$ 5.400, um valor bem menor que o do lançamento, quando saía por R$ 7.800.
Galaxy S24 Ultra x S25 Ultra: vale a pena trocar de celular?
Samsung Galaxy S25
O Samsung Galaxy S25 faz parte da linha mais recente dos celulares da marca, lançada no final de janeiro.
Tira ótimas fotos e tem uma excelente duração de bateria. O smartphone roda sistema Android 15.
A grande novidade que a Samsung oferece nessa linha é uma atualização nos recursos de inteligência artificial integrados, que complementam as funcionalidades lançadas com o Galaxy S24 no ano passado.
Como ocorreu com o Galaxy S25 Ultra (veja o teste), o design do aparelho passou por pequenos ajustes, sendo quase igual ao modelo anterior.
Desempenho
Nos testes de performance (leia ao final como eles são feitos), que avaliam o uso simulado do aparelho no dia a dia, o iPhone 16 foi mais veloz que o Galaxy S25. De qualquer forma, nenhum dos dois ficou lento ou travou durante o uso.
Em um novo teste que simula o processamento de informações utilizando recursos de inteligência artificial, o Galaxy S25 foi mais veloz que o iPhone 16.
Isso também aconteceu no simulador de desempenho para jogos e vídeos.
Bateria
Os dois celulares podem passar bastante tempo longe da tomada. Durante os testes, o Galaxy S25 bateu 13h08 de uso e o iPhone 16, 13h30.
É sempre bom ressaltar que cada pessoa tem um padrão de uso e que, na prática, o celular não vai ficar sem bateria após esse período.
Design
Vistos de frente e de lado, Galaxy S25 e iPhone 16 são bastante parecidos, com uma estrutura de alumínio nas laterais e acabamento em vidro na traseira.
A diferença fica apenas no número de câmeras: são 3 no Galaxy e 2 no iPhone.
iPhone 16 (à esquerda) e Galaxy S26 (à direita)
Henrique Martin/g1
A tela do Samsung é 0,1 polegada maior – 6,2” no Galaxy, contra 6,1” na Apple.
As dimensões são quase as mesmas – 146,9 x 70,5 x 7,2 mm (altura x largura x espessura) no Galaxy contra 147,6 x 71,6 x 7,8 mm no iPhone.
O Galaxy é um pouco mais leve (162 gramas) que o concorrente (170 gramas).
O iPhone 16 tem versões nas cores preto, branco, rosa, verde-acinzentado e ultramarino. Já o Galaxy S25 conta com opções em azul gelo, azul marinho, prata, verde e preto azulado.
Câmeras
É quase impossível tirar fotos ruins com os celulares – são duas lentes no iPhone 16 e três no Galaxy S25, , com 48 megapixels e 50 mp de resolução, respectivamente.
A diferença aparece no modo como cada fabricante reproduz cores de um jeito distinto.
O modelo da Apple consegue tirar fotos com zoom de 2x, mesmo sem ser um zoom óptico como no Galaxy S25 – ele usa um "truque" para isso, ao recortar e aproximar a imagem de 48 megapixels, gerando uma foto boa de 12 mp.
O iPhone 16 tem ainda uma lente grande angular de 12 megapixels.
O Galaxy S25 vem com três lentes na traseira: a principal, uma teleobjetiva de 10 mp e uma grande angular de 12 megapixels.
No zoom, o modelo da Samsung chega a 3x de zoom óptico, sem precisar “recortar” a imagem como no concorrente.
Na imagem abaixo, o zoom de 2x nos dois aparelhos. Vale ressaltar que o ângulo de visualização do Galaxy é um pouco maior que o do iPhone na câmera principal.
Na imagem abaixo, o zoom de 2x nos dois aparelhos. Vale ressaltar que o ângulo de visualização do Galaxy é um pouco maior que o do iPhone na câm
O zoom digital máximo do iPhone chega a aproximar 10x com um resultado razoável se a iluminação estiver muito boa – e que ficou bem próximo do obtido nos 10x do Galaxy (que pode até chegar a 30x, mas a imagem perde qualidade).
Veja abaixo:
E o zoom de 30x do Galaxy:
Galaxy S25: zoom de 30x aproxima bastante, mas distorce a imagem
Henrique Martin/g1
Comparando as fotos lado a lado, uma diferença é visível. As fotos do Galaxy S25 ficam com a coloração amarelada e "quentes".
As do iPhone 16 tendem a ficar mais neutras. Isso vale para fotos diurnas e noturnas.
Nas selfies (ambos com 12 mp de resolução), o resultado se inverte: as fotos feitas no iPhone 16 parecem mais realistas do que as do Galaxy S25.
Nos retratos, o desfoque das câmeras dos dois celulares é excelente, separando a objeto fotografado do fundo. O iPhone parece ter mais detalhes do fundo.
À noite, com menos luz, o resultado das duas câmeras também é muito bom. Um exemplo ao lado de fora de casa na imagem abaixo.
É quase impossível tirar fotos ruins com os celulares – são duas lentes no iPhone 16 e três no Galaxy S25. . São 48 megapixels de resolução na câmera principal do iPhone 16 e 50 mp na do Galaxy S25.
O iPhone 16 oferece ainda uma diferença na hora de fotografar: o celular conta com um sensor na lateral que atua como um botão de disparo.
Sua função é única: comandar a câmera. Um clique nele e a câmera entra em ação. Outro toque e ele tira uma foto, sem precisar tocar na tela.
Com dois toques, é possível alternar entre as funções da câmera, com controle do ajuste de exposição, de profundidade, do zoom e mudar entre os estilos e tons de cores.
Recursos de inteligência artificial
No Samsung Galaxy S25, foi possível utilizar os recursos (todos disponíveis em português) e entender que eles são uma funcionalidade que pode ser útil para o dono do aparelho.
Além dos recursos lançados em 2024, como o “circular para buscar” e o editor avançado de fotos, o S25 conta com um resumo de atividades do dia na tela inicial.
Galaxy S25: resumo do dia é novidade (à esquerda), assim como a possibilidade de escolher qual versão do Gemini usar
Reprodução
O celular também vem com um botão dedicado para ativar o Gemini, robô de conversação do Google, que responde perguntas, ajuda em tarefas e, de vez em quando, dá uma “alucinada” com informações incorretas.
Já no iPhone 16, os recursos da Apple Intelligence ainda não estão disponíveis em português. A companhia deve lançar uma atualização no começo de abril.
TESTE DAS IAS: ChatGPT x Gemini x DeepSeek
Utilizando o celular em inglês, dá para perceber que a Apple Intelligence foi feita para resumir textos de e-mails, mensagens de texto e do WhatsApp. Só que, se os textos estiverem em português, não tem muito o que fazer por enquanto.
Uma funcionalidade útil – e um tanto parecida com o Gemini no Galaxy S25 – é utilizar a assistente Siri com o ChatGPT integrado. Mas, por enquanto, só em inglês mesmo.
Se trocar o idioma de volta para o português, as funcionalidades do Apple Intelligence ficam indisponíveis.
Mas um recurso é “universal” e não depende do idioma: o editor de fotos da Apple pode apagar objetos das imagens.
O da Apple só apaga e substitui o conteúdo, o da Samsung pode apagar, mas também aumentar ou inserir outros itens artificiais.
Os resultados do iPhone foram até melhores que os encontrados no Galaxy. Mas depende muito do tamanho do item a ser removido.
Uma mão na frente do rosto, por exemplo, desaparece por completo no Galaxy. O iPhone se confunde e borra a imagem.
Montagem com edição de fotos usando IA no iPhone 16 (acima) e no Galaxy S25 (abaixo)
Henrique Martin/g1
Mas, para remover itens menores, o sistema do iPhone é muito bom.
Em fotos de paisagens com gente aleatória na frente, o editor identifica automaticamente as pessoas a serem removidas. No Galaxy, é preciso clicar em um por um.
Seleção automática de pessoas para remoção em fotos no iPhone 16
Reprodução
Vale lembrar que outros recursos de fotografia do iPhone 16, como o foco automático para imagens estilo Retrato e grandes panoramas – que colam várias fotos em uma só – utilizam recursos de IA.
Ou as "live photos", que permitem edição de imagem e movimento após a captura.
Algo em comum na inteligência artificial da Apple e da Samsung é que as fabricantes colocam um "selo digital" que identifica o arquivo como modificado por IA.
Esses dados aparecem na informação das fotos.
Conclusão
Galaxy S25 e iPhone 16 são aparelhos que valem o investimento. Bem alto, por sinal.
São aparelhos topo de linha, com alto desempenho, ótimo design, baterias que duram muito e câmeras que tiram fotos muito boas.
A escolha entre um ou outro depende do que você já tem em mãos, seja um iPhone ou um Android mais antigos.
Se for um modelo de 2022 ou anterior, pode valer a pena atualizar para um iPhone 16 ou Galaxy S25. Se optar por um iPhone mais antigo, saiba qual escolher.
Se for um celular mais novo, talvez não valha tanto a pena trocar, já que os recursos e câmeras do S25 e do iPhone 16 não são muito diferentes dos modelos mais recentes.
A não ser que ter recursos de inteligência artificial integrados ao celular seja essencial para seu uso.
A atualização do sistema operacional é um ponto interessante entre as marcas. A Samsung diz que a linha Galaxy S25 terá sete anos garantidos de atualizações do Android.
A Apple não fala de maneira aberta sobre upgrades do iOS, mas costuma atualizar os celulares com uma nova versão do sistema iOS por cinco ou seis anos após seu lançamento, dependendo do modelo.
Seguindo essa lógica, o iPhone 16 deve ter novas versões do iOS até 2029 ou 2030.
Como foram feitos os testes
Para os testes de desempenho, foram utilizados três aplicativos: PC Mark e 3D Mark, da UL Laboratories, o GeekBench 6 e o GeekBench AI, da Primate Labs. Eles simulam tarefas cotidianas dos smartphones, como processamento de imagens, edição de textos, duração de bateria e navegação na web, entre outros.
Esses testes rodam em várias plataformas – como Android, iOS, Windows e MacOS – e permitem comparar o desempenho entre elas, criando um padrão para essa comparação.
Para os testes de bateria, as telas dos smartphones foram calibradas para 70% de brilho, para poder rodar o PC Mark. Isso nem sempre é possível, já que nem todos os aparelhos permitem esse ajuste fino.
A bateria foi carregada a 100% e o teste rodou por horas até chegar ao final da carga. Ao atingir 20% ou menos de carga, o teste é interrompido e mostra o quanto aquele smartphone pode ter de duração de bateria, em horas/minutos.
Os produtos foram cedidos para o teste e serão devolvidos.
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G1 Thu, 27 Feb 2025 04:30:14 -0000 - |
Post de órgão ligado ao Departamento de Estado e de Embaixada fazem alusão indireta à determinação de bloqueio da Rumble no país, por determinação de Alexandre de Moraes. Itamaraty respondeu dizendo que rejeita 'qualquer tentativa de politizar decisões judiciais'. Rumble e o ministro Alexandre de Moraes
Reprodução/Rumble e Divulgação/STF
Um órgão ligado ao Departamento de Estado dos EUA fez uma crítica ao bloqueio de redes sociais americanas por parte das autoridades brasileiras. O texto não cita diretamente, mas faz uma alusão à decisão do ministro do STF Alexandre de Moraes em relação à plataforma Rumble.
A conta da Embaixada dos EUA no Brasil na rede social X reproduziu o texto, em português. O Itamaraty respondeu ao governo americano (leia abaixo).
O que é o Rumble, a rede social que Moraes mandou bloquear no Brasil
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"Respeito pela soberania é uma via de mão dupla com todos os parceiros dos EUA, incluindo o Brasil", diz a mensagem do Escritório de Assuntos do Hemisfério Ocidental. "Bloquear o acesso à informação e impor multas a empresas sediadas nos EUA por se recusarem a censurar indivíduos que lá vivem é incompatível com valores democráticos, incluindo a liberdade de expressão."
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Essa é a primeira manifestação de um órgão de Estado dos EUA sobre o caso.
Moraes determinou o bloqueio da rede social Rumble no Brasil na última sexta-feira (21). O ministro alega que a rede social cometeu "reiterados, conscientes e voluntários descumprimentos das ordens judiciais, além da tentativa de não se submeter ao ordenamento jurídico e Poder Judiciário brasileiros" e que instituiu um "ambiente de total impunidade e 'terra sem lei' nas redes sociais brasileiras".
Antes de determinar o bloqueio, Moraes havia solicitado que a plataforma indicasse à Justiça o seu representante legal no Brasil.
Resposta do Itamaraty
A manifestação do governo Trump foi respondida pelo Ministério das Relações Exteriores, afirmando que "o Estado brasileiro e suas instituições republicanas foram alvo de uma orquestração antidemocrática baseada na desinformação em massa, divulgada em mídias sociais".
O Itamaraty afirma, em nota, que recebeu "com surpresa" a manifestação do governo Trump e "rejeita, com firmeza, qualquer tentativa de politizar decisões judiciais e ressalta a importância do respeito ao princípio republicano da independência dos poderes, contemplado na Constituição Federal brasileira de 1988".
"A liberdade de expressão, direito fundamental consagrado no sistema jurídico brasileiro, deve ser exercida, no Brasil, em consonância com os demais preceitos legais vigentes, sobretudo os de natureza criminal", afirma o comunicado.
Para STF, Rumble tenta produzir 'espuma' para redes sociais
Processo nos Estados Unidos
O Rumble é uma plataforma de vídeos similar ao YouTube, do Google, inclusive no visual. Lançada em 2013, a rede social é bastante popular entre conservadores nos EUA. Ela diz que sua missão é "proteger uma internet livre e aberta" e já se envolveu em diversas controvérsias.
A rede apresentou à Justiça dos Estados Unidos uma ação contra o ministro Alexandre de Moraes. O processo foi aberto em conjunto com o grupo de comunicação Trump Media & Technology Group, do presidente dos EUA, Donald Trump.
As empresas acusam Moraes de censura e pedem que ordens feitas pelo ministro contra o Rumble no Brasil fossem derrubadas e que não tivessem efeito legal nos Estados Unidos.
Apesar de não ser diretamente afetado por decisões do STF, o Trump Media & Technology Group — responsável pela rede social Truth Social, criada por Trump quando ele foi banido do Twitter, em 2021 — alega que as ordens do juiz brasileiro interferem e vão contra a Primeira Emenda à Constituição norte-americana, que protege a liberdade de expressão.
A Justiça americana, porém, rejeitou o pedido em decisão liminar, sem analisar o mérito do caso. A juíza afirmou que havia falhas na entrega de documentação, além de questões de jurisdição a serem analisadas.
No texto do processo contra Moraes, o Rumble e a empresa de Trump afirma que a base para a abertura da ação foi o bloqueio de uma série de usuários, incluindo um "muito conhecido".
O jornal "Folha de S. Paulo" afirmou que trata-se do blogueiro Allan dos Santos, apoiador do ex-presidente Jair Bolsonaro e que vive nos Estados Unidos. Alexandre de Moraes determinou a prisão do blogueiro, que é considerado foragido pelo STF.
G1 Wed, 26 Feb 2025 17:21:48 -0000 - |
Empresa decidiu manter programas de diversidade, equidade e inclusão, apesar da pressão de grupos conservadores. Grandes empresas de tecnologia, como a Meta e a Alphabet, abandonaram essas após Trump retornar à presidência. Trump assina ordem executiva no Salão Oval, na Casa Branca.
Reuters
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, pediu nesta quarta-feira (26) que a Apple elimine suas políticas de diversidade, equidade e inclusão (DEI). Na véspera, acionistas da fabricante do iPhone votaram para mantê-las.
Grandes empresas dos EUA, incluindo a Meta, dona de Facebook, Instagram e WhatsApp, e a Alphabet, dona do Google, abandonaram as iniciativas de diversidade e inclusão quando Trump voltou à presidência.
A Apple, no entanto, seguiu caminho contrário, mesmo diante da crescente resistência de grupos conservadores.
"A Apple deveria se livrar das regras do DEI, não apenas fazer ajustes nelas. O DEI foi uma farsa que foi muito ruim para o nosso país. O DEI acabou!", escreveu Trump em uma publicação em sua rede social, o Truth Social.
A Apple não respondeu imediatamente a um pedido de comentário feito pela agência Reuters.
Emprego em tecnologia: com salários de até R$ 20 mil, cibersegurança supera IA
A reunião anual da fabricante do iPhone, na última terça-feira (25), foi vista como um teste das opiniões dos acionistas sobre os programas de diversidade e inclusão, que muitas empresas adotaram ou reforçaram a partir de 2020, em meio ao movimento Black Lives Matter.
Os defensores dessas políticas dizem que elas tratam de preconceitos, desigualdade e discriminação de longa data.
Mas os proponentes da proposta contra o DEI da Apple argumentaram que mudanças legais recentes poderiam resultar em um aumento nos casos de discriminação se a Apple mantivesse tais políticas.
Para Trump, homens e brancos são discriminados
Trump emitiu um decreto em janeiro para acabar com as iniciativas de DEI no governo federal e no setor privado, afirmando que tais esforços discriminam outros norte-americanos, como homens e pessoas brancas, e enfraquecem a importância do mérito na contratação ou promoção de empregos.
A Apple disse manter um esforço ativo de supervisão para evitar riscos legais e afirmou que a proposta restringia inadequadamente a administração.
A empresa divulga dados sobre a diversidade da força de trabalho, mas não estabelece metas ou cotas, concentrando seus esforços de DEI em programas como uma iniciativa de justiça racial que apoia faculdades e universidades historicamente negras nos EUA.
"A força da Apple sempre veio da contratação das melhores pessoas e da criação de uma cultura de colaboração, na qual pessoas com diversas origens e perspectivas se reúnem para inovar", disse o presidente-executivo da empresa, Tim Cook, na reunião de terça-feira.
Mas ele também sinalizou que a empresa pode fazer alguns ajustes em resposta a novos desdobramentos.
"À medida que o cenário jurídico em torno dessas questões evolui, talvez precisemos fazer algumas mudanças para cumpri-las, mas nosso lema de dignidade e respeito por todos e nosso trabalho para esse fim nunca vacilarão", disse Cook.
Apple investirá US$ 500 bilhões nos EUA
Na última segunda, a Apple disse que investirá mais de US$ 500 bilhões (R$ 2,85 trilhões) nos Estados Unidos e criará 20 mil empregos, nos próximos quatro anos, após um chamado de Trump para que as empresas voltem a produzir no país.
A empresa planeja aumentar a capacidade de suas unidades de produção já existentes nos EUA e construir uma nova fábrica em Houston, Texas, destinada a produzir servidores que até agora eram fabricados "fora dos Estados Unidos", segundo o comunicado da empresa.
A notícia foi comemorada por Trump e agradeceu a Tim Cook, com quem havia se reunido na semana passada. O chefão da Apple foi um dos líderes de big techs que tiveram lugar privilegiado na posse de Trump, em janeiro.
"A razão, a fé no que estamos fazendo, sem a qual eles não estariam investindo um centavo. Obrigado, Tim Cook e Apple!", escreveu o presidente em sua rede social Truth Social.
Emprego em tecnologia: IA ganha espaço, mas segurança da informação domina contratações
G1 Wed, 26 Feb 2025 16:37:46 -0000 - |
Se optarem pelo novo plano, os assinantes do streaming da Amazon terão que pagar R$ 29,90 por mês a partir de 2 de abril de 2025. Outros serviços concorrentes do Prime já exibem anúncios em produções disponíveis em seus catálogos. Amazon Prime Video
AP Photo/Patrick Semansky
A Amazon começou a avisar os assinantes do Prime Video que passará a exibir anúncios em filmes e séries disponíveis no catálogo. Quem quiser assistir sem interrupções poderá pagar um adicional de R$ 10 por mês.
A Amazon informou que a mudança entrará em vigor a partir de 2 de abril de 2025. "[A mudança] nos permitirá continuar investindo em mais conteúdo", afirmou a empresa em um e-mail enviado aos assinantes (leia ao final da reportagem).
Com essa alteração, o Prime Video se junta a outros serviços de streaming, como Globoplay, Disney+, Max, Netflix e Paramount+, que também exibem anúncios em produções disponíveis em seus catálogos. O AppleTV+ é o único entre os grandes serviços que ainda não exibe propagandas.
O novo plano sem propaganda no Prime estará disponível no mesmo dia da mudança, e o valor do plano atual permanece o mesmo para os clientes que optarem por não mudar.
Atualmente, o Prime Video está disponível no Brasil por R$ 19,90 mensais ou R$ 166,80 anuais, o que equivale a R$ 13,90 por mês no plano anual. Com a mudança, os consumidores que preferirem não ver anúncios pagarão R$ 29,90 por mês.
A Amazon afirma que, caso desejem, os usuários podem cancelar sua assinatura e obter um reembolso proporcional, ou consultar a próxima data de renovação acessando sua conta.
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Reprodução
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G1 Wed, 26 Feb 2025 14:29:14 -0000 - |
Levantamento exclusivo obtido pelo g1 aponta que, enquanto a IA ganha espaço, a cibersegurança segue como prioridade nas contratações de tecnologia da informação (TI), com salários a partir de R$ 6 mil. Emprego em tecnologia: IA ganha espaço, mas segurança da informação domina contratações
Mesmo com a inteligência artificial em alta, a área de tecnologia da informação (TI) mais demandada durante o 1º semestre de 2025 é a segurança da informação (cibersegurança). É o que revela um levantamento exclusivo obtido pelo g1 com a consultoria de soluções em talentos Robert Half.
Os salários para profissionais de cibersegurança em 2025 podem começar em R$ 6 mil para um cargo júnior e chegar a quase R$ 20 mil para analistas sêniores em contrato CLT (veja todos os valores).
➡️ Por que segurança supera IA em contratações? A inteligência artificial ainda é recente, e os profissionais estão em processo de aperfeiçoamento. Já a cibersegurança é prioridade há mais tempo, especialmente após a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), que levou as empresas a reforçarem a segurança digital, explica Elisa Jardim, gerente da divisão de tecnologia na Robert Half.
"Nos últimos cinco anos, no pós-pandemia, o mercado tem dado mais atenção à proteção de dados, tanto internos quanto de clientes e consumidores. Segurança da informação supera IA porque não adianta lançar um software de IA sem uma segurança robusta", diz Elisa Jardim.
Ela admite que a bolha dos altos salários em TI observada durante a pandemia estourou no final de 2023. E, mais recentemente, muitas empresas deixaram de adotar o home office, exigindo que profissionais acostumados com esse modelo se readaptem. Mesmo assim, a área segue sendo bastante valorizada, segundo Elisa.
Ainda que ela lidere em demanda, as competências técnicas em inteligência artificial também estão em alta, mas figuram entre as mais difíceis de encontrar no mercado, segundo empresas consultadas pela Robert Half (veja no ranking abaixo).
Áreas da TI com mais demanda de contratação
Segurança da informação;
Infraestrutura;
Serviço e suporte de TI;
Análise de dados;
Redes (sistemas que permitem a troca de dados e informações entre eles);
Habilidades mais demandadas em TI
Inteligência artificial, automação e machine learning;
Linguagem de programação e desenvolvimento;
Nuvem (sistema para armazenamento de dados e informações);
Tecnologia imersiva;
BI (Business Intelligence) e relatórios.
Habilidades mais demandadas em segurança
Experiência com processos e operações de defesa contra ataques e invasões de sistemas (Blue Team);
Ferramentas para Pentest, que realiza teste de segurança cibernética (algumas ferramentas citadas pelas empresas são Metasploit, Nmap, John the Ripper, Hydra e Wireshark);
Conhecimento em ITGC (Controles Gerais de Tecnologia da Informação);
Ferramentas de SIEM (Gerenciamento de Eventos e Informações de Segurança), como ArcSight, LogRhythm.
Competências mais difíceis de encontrar em TI
Inteligência artificial, automação e machine learning;
Blockchain;
Tecnologia imersiva;
DevOps (desenvolvimento e operações) e DevSecOps (desenvolvimento, segurança e operações);
Linguagem de programação e desenvolvimento.
O salário é alto mesmo?
Marina Ciavatta, profissional de segurança da informação há mais de 10 anos.
Arquivo pessoal
Em entrevista ao g1 em 2023, Marina Ciavatta, profissional de segurança da informação há mais de 10 anos, destacou que o setor oferece bons salários e um plano de carreira amplo dentro das empresas, o que reduz as chances de estagnação e possibilita aumentos salariais.
Para quem deseja ingressar no setor, o cargo de analista de segurança da informação é considerado a principal porta de entrada, segundo o Centro de Estudos e Sistemas Avançados do Recife (Cesar).
Veja abaixo a remuneração para profissionais da área (em regime CLT), de acordo com o Guia Salarial 2025 da Robert Half:
Analista de Segurança Júnior: entre R$ 6.100 e R$ 10.250
Analista de Segurança Pleno: entre R$ 8.400 e R$ 14.100
Analista de Segurança Sênior: entre R$ 11.450 e R$ 19.300
PenTester: entre R$ 13.400 e R$ 18.400
Coordenador(a) de Segurança da Informação: entre R$ 17.350 e R$ 23.750
Agora em 2025, ela disse que o setor permanece em alta, mas expõe um problema persistente. "Infelizmente, tem muita empresa ainda no Brasil que não prioriza segurança como deveria e realiza cortes".
"Mas, a área, como um todo, é gigante e mantém ainda essa lógica, sim, de planos de carreira amplos, com a chance de se mover bem", completa a profissional.
"Temos muitos golpes no Brasil e eles são criativos. É uma diversidade de problemas que você não vê em outros países, e isso abre espaço para quem quer entrar no universo da segurança", contou Marina, em 2023.
O que faz um profissional de segurança da informação?
Divina Naiara Vitorino, profissional de segurança da informação
Fábio Tito/g1
O profissional de segurança da informação é responsável por gerenciar o setor de proteção de uma empresa e tem como objetivo proteger dados e informações sensíveis. Ele ajuda a blindar de possíveis ataques cibernéticos, mas também pode estabelecer políticas de segurança.
É uma profissão que trabalha analisando códigos, ou seja, verificando como um vírus se comporta e analisa tipos de ameaças e possíveis consequências. Ao mesmo tempo, ele deve estar sempre em alerta, dizem pessoas do setor.
A pessoa que escolher cibersegurança não necessariamente encontrará vagas apenas em empresas de tecnologia. As oportunidades também existem em companhias de varejo, comunicação, saúde, educação, alimentos, bebidas e finanças (bancos).
As três principais áreas disponíveis para ela trabalhar são Red Team (segurança ofensiva), Blue Team (segurança defensiva) e o Purple Team (combina segurança ofensiva com defensiva).
A especialista da Robert Half ressalta que, hoje, o mercado encontra mais profissionais do Blue Team, mas ainda tem dificuldades para encontrar especialistas no Red Team. No caso do Purple Team, a escassez é ainda maior.
"Quando comparado à IA, na verdade, não há comparação. IA é uma tecnologia muito mais nova e encontrar profissionais qualificados é extremamente difícil. Há mais pessoas com habilidades em cibersegurança do que em IA, mas, ainda assim, os especialistas em segurança são altamente demandados e disputados a todo custo pelas empresas", conclui Elisa.
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